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Published by sandracsalomao, 2025-02-25 21:40:41

Edição 303

GOOOL303-1

Ed. 303 - Fevereiro - 2025 - R$ 20,00 42 anos CMPC E FGF: FUTEBOL SUSTENTÁVEL INTER: CARBONERO, O DRIBLADOR RUBRO 9 772316 697007 ISSN 2316-6975 GRÊMIO: AMUZU, O MÍSSIL CELESTE GAUCHÃO GLOBALIZADO Participação de atletas estrangeiros reflete tendência nacional e bate recorde


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GOOOL3 El gran Gaucho plus étranger from the history Estamos vivenciando uma crise mundial de combate a imigração, com prisões e deportações de adultos e crianças, controle rígido de fronteiras e caça às pessoas em situação ilegal. Ao contrário dos séculos passados, quando esses movimentos étnicos faziam parte da colonização de cidades em crescimento ou de regiões inóspitas, atualmente os territórios superlotados e questões como segurança nacional e desemprego repelem a chegada de membros de outras nações. Os motivos do abandono de sua pátria seguem os mesmos: fuga de guerras, de regimes totalitários ou de perseguições discriminatórias; ou simplesmente busca de trabalho ou por melhores condições de vida. Com 32 estrangeiros, jamais os vestiários do Estadual tiveram tantos gringos e idiomas Na contramão dos bloqueios migratórios, o futebol brasileiro está de portas escancaradas para atletas do exterior. Cada vez mais eles se integram às equipes tupiniquins, oriundos de diversas nacionalidades. A imigração da bola, definitivamente, chegou aos clubes menores, inclusive do Rio Grande do Sul. Se a dupla Gre-Nal sempre usufruiu dos talentos de fora e cada vez mais privilegia os gringos, os clubes do interior gaúcho começam a aderir a esse mercado. Dos 12 times que compõem o certame estadual, apenas três não possuem jogadores do exterior: Lucas Uebel/GrêmioRicardo Duarte/Inter Divulgação Jorge Tubino GAUCHÃO2025


4GOOOL GAUCHÃO2025Caxias, Pelotas e São Luiz. Grêmio e Internacional, com 11 e 9 estrangeiros respectivamente, lideram o número de contratações em outro idioma. Dentre as agremiações de menor porte, o Avenida, de Santa Cruz do Sul, é o recordista com quatro atletas, seguido do Ju, com três [confira a lista completa na matéria]. O Gauchão virou uma Torre de Babel, de tantos sotaques diferentes ouvidos nos estádios. Afinal, são 32 jogadores nascidos no exterior, contemplando dez países (Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Venezuela, Chile, Equador, Dinamarca, Bélgica e Gana). Isto sem falar os que são brasileiros natos, porém, possuem outra nacionalidade. Casos do colorado Bruno Henrique (italiana), do juventudista Nenê (espanhola) e de Franklin, do Ypiranga Grêmio, cujas palavras são proferidas todas em inglês ou francês. Nascido na Bélgica, Wanderson também fala a língua da Marselhesa, pois a aprendeu desde criança, crescendo em Liége. Outro francês fluente é o meia-atacante Nenê. Depois de 11 anos no exterior, sendo oito temporadas na França, ele é um brasileiro do mundo – inclusive possui nacionalidade espanhola, idioma que também domina. Uma entrevista do canal Premiere com o atacante congolês Bolasie, no pós-jogo entre Criciúma e Juventude ano passado, confirma isso: o ídolo do Ju fez a tradução ao vivo da pergunta da repórter Manu Silva e da resposta do adversário, colocando em prática a língua francesa com enorme desenvoltura. Isto sem falar nos dialetos locais. É comum os paraguaios se comunicarem em guarani. Na Dinamarca, há muitas linguagens locais e, tratandose de Braithwaite, é bem possível que ele também possa se pronunciar em alguma delas. Com o aumento do número de vagas para estrangeiros atuarem em nossos campeonatos, pelo poder de compra do Real em relação à moeda dos países vizinhos e o custo elevado dos jogadores nacionais, uma enxurrada de forasteiros tomou conta do cenário futebolístico brasileiro. A legislação vigente da CBF permite até nove atletas estrangeiros (nigeriana). Com sete boleiros cada, argentinos, uruguaios e colombianos dominam a imigração. Apesar de o espanhol prevalecer por ser a língua dominante no continente americano, a variedade de estrangeiros é tamanha que nos vestiários é possível ouvir os idiomas inglês, dinamarquês, francês e, claro, o português. O poliglota Braithwaite fala fluentemente dinamarquês, inglês e espanhol. E já se vira bem no “brasileirês”. Ele inclusive serve de tradutor para Amuzu, o ganês trazido pelo “Viramos os olhos para o futebol mais do norte da América do Sul, onde vemos as seleções e os próprios times da Colômbia e da Venezuela se destacando” Almir Adami, vice-presidente de Futebol do Juventude Poliglota Braithwaite auxilia colegas com os idiomas e traduz instruções de Quinteros CENÁRIO PROPÍCIO PARA ESTRANGEIROS Lucas Uebel/Grêmio Sérgio Galvani/Guarany F.C. Divulgação/São José Sandín passa fronteira rumo a Bagé Peralta: de Horqueta (PAR) até POA


GOOOL5 relacionados em duelos das suas competições. No elenco, pode haver mais registrados oficialmente na Entidade; entretanto, o excedente à quota será cortado da partida. Já na Libertadores ou na Sul-Americana, que são organizadas pela CONMEBOL, não há restrição. Isso permite fenômenos como o que ocorreu com o Internacional em julho de 2023, estabelecendo um recorde no país: entrou em campo com sete titulares de fora do Brasil (limite à época) e mais dois nascidos no exterior, mas com cidadania brasileira – portanto, não preenchiam a quota. A façanha foi no empate contra o Bragantino, quando a escalação inicial tinha apenas Renê e Alan Patrick oriundos do Brasil. Os demais eram Rochet (Uruguai), Bustos (Argentina), Nico Hernández (Colômbia), Mercado (Argentina), De Pena (Uruguai), Aránguiz (Chile) e Valencia (Equador); além Competições da Conmebol não possuem limites de vagas para estrangeiros de Johnny e Wanderson. O volante é natural de Denville, nos Estados Unidos; enquanto o atacante nasceu em Liége, na Bélgica. Isso só não se repetiu no Grêmio, porque a colônia de gringos concentra-se em posições do meiocampo e ataque. Quantidade de imigrantes, possui. São onze, um time inteiro. Inclusive há mais estrangeiros que as nove vagas autorizadas pela CBF. Isso, contudo, não causa preocupação na Arena, pois na Sul-Americana inexiste limite. E o calendário apertado, que sugere lesões, suspensão por cartões e preservação de atletas desgastados, abre espaço no planejamento das escalações, proporcionando rotatividade de nomes. Tanto é que a direção gremista não descarta reforçar o elenco com mais gente nascida no exterior. “Se vier, o Quinteros disse que não é problema e administra isso, pois são quatro competições que temos para disputar em 2025 e ele quer formar um grupo, e não um time”, comenta o vice-presidente de Futebol, Alexandre Rossato. Com a chegada da nova comissão técnica de língua espanhola, o portunhol tomou conta do vestiário. O técnico argentino-boliviano Gustavo Quinteros foi contratado para comandar a equipe e trouxe os auxiliares Leandro Desábato (argentino), Maximiliano Recorde colorado em 2023: time escalado com apenas dois brasileiros natos Comissão Técnica de hermanos Divulgação/Botafogo Lucas Uebel/Grêmio Divulgação/Inter Lucas Uebel/Grêmio


GAUCHÃO2025 6GOOOL Quezada (chileno) e Rodrigo Quinteros (argentino), além do preparador físico Hugo Roldán (argentino). A proliferação dos forasteiros gerou ao time uma gringodependência. Até o fechamento da edição (24/02), foram 22 gols marcados em dez jogos. Curiosamente, apenas três foram anotados por jogadores brasileiros: Edenilson, André Henrique e Gustavo Martins. Os estrangeiros vêm dominando a artilharia: Braithwaite (Dinamarca) com seis, seguido de Monsalve (Colômbia) e Pavón (Argentina) com três. Cristaldo (Argentina), Cristian Olivera e Arezo (Uruguai) têm dois gols cada. Aravena (Chile) também balançou a rede na temporada. A explicação para a fartura de boleiros nascidos no exterior é o custobenefício. “Temos que buscar reforços em mercados onde se ganha menos do que se paga no Brasil, enquadrando-se no patamar que o Grêmio quer gastar. É preciso ter pé no chão. Estamos usando muito a criatividade e o conhecimento para tentar não baixar a qualidade do time, mas reduzir a folha. Esse é o ponto”, destaca o presidente Alberto Guerra. Segundo time com mais forasteiros no Gauchão, o Colorado conta com nove em seu atual plantel. E essa média elevada já vem de alguns anos. A motivação econômica é reiterada. “O mercado brasileiro está com valores elevados, vive um momento inflacionado, e a opção viável é buscar no mercado estrangeiro. Como nas competições internacionais não há limite de jogadores de fora e no Brasileirão tem essa margem grande, vamos adotando essa alternativa”, refere o presidente Alessandro Barcellos. “Temos que buscar reforços em mercados onde se ganha menos do que se paga no Brasil para tentar não baixar a qualidade do time, mas reduzir a folha” Alberto Guerra, presidente do Grêmio “O mercado brasileiro está com valores elevados, vive um momento inflacionado, e a opção viável é buscar no mercado estrangeiro” Alessandro Barcellos, presidente do Inter Guerra: controle de gastos Barcellos: Alternativa benéfica Cristian Olivera (Uruguai), Bernabei (Argentina) e Cuéllar (Colômbia): países predominantes com sete atletas cada Lucas Uebel/Grêmio Ricardo Duarte/Inter Lucas Uebel/Grêmio Lucas Uebel/Grêmio Ricardo Duarte/Inter


GOOOL7 IMPORTAÇÃO NO INTERIOR As agremiações do interior, cada vez mais profissionalizadas, já descobriram esse caminho mais barato para contratações e começam a explorálo. Nesse sentido, chama a atenção os quatro estrangeiros do Avenida, um recorde na cidade. Conforme o Assessor Especial da Presidência, Guilherme Eich, o quarteto adaptouse perfeitamente. “O Convívio com eles é muito bom, são extremamente profissionais. O Bustamante é quase um brasileiro, já rodou por clubes daqui e fala muito bem português, assim como o Yonathan que é um uruguaio de Rivera. Os outros dois, Miguel e Jiménez, às vezes requerem um esforço para compreensão, mas muito tranqüilo o dia a dia”. O dirigente acrescenta o porquê dessa estratégia. “Foi a busca por atletas de um nível competitivo alto em seus países em alternativa ao mercado brasileiro que está extremamente competitivo e inflacionado. Através de parceiros no futebol, chegamos a esses nomes”, esclarece Eich. Com dois colombianos e um venezuelano, o Jaconi também segue esse novo rumo. “Eu acredito que faz 15 anos da última vez que o Juventude teve três atletas estrangeiros no plantel, e eram três uruguaios. Se a gente considerar ao longo da história, normalmente os que aqui chegaram eram uruguaios ou argentinos, porque são países próximos ao Rio Grande do Sul. Agora a gente virou um pouquinho os olhos para o futebol mais do norte da América do Sul, onde vemos as seleções e os próprios times da Colômbia e da Venezuela se destacando”, relata Almir Adami, vice-presidente de Futebol. A verdade é que o Brasil se tornou uma excelente opção para outros povos por pagar melhor, ampliar os holofotes sobre suas atuações, dispor de partidas sempre competitivas e proporcionar crescimento técnico aos profissionais. “É uma oportunidade muito linda, porque sabemos que o futebol brasileiro é o maior da América. Então, é uma grande chance de fazer nosso trabalho e ficar perto da seleção do meu país”, comenta o volante colombiano Daniel Giraldo, do Ju. “Conseguimos no exterior atletas de nível competitivo interessante sem tanto investimento, o que é grande alternativa para a dificuldade financeira dos clubes do interior” Guilherme Eich, Assessor Especial da Presidência do Avenida Para Eich, intercâmbios devem seguir Paraguaios Bustamante e Jiménez conhecem gastronomia alemã em Santa Cruz Almir: olhando novos mercados Batalla demonstra força e determinação no ataque esmeraldino Divulgação Fernando Alves/Juventude Divulgação/Avenida Divulgação/Avenida Divulgação/Avenida


8GOOOL Seus colegas de agremiação tocam no mesmo diapasão. “A gente entendeu o potencial do Juventude, que está crescendo muito rápido. Também conversei com muitos amigos brasileiros e todos disseram maravilhas do Clube. Estou ativo na seleção e falei com o treinador da Venezuela que disse ser muito importante eu continuar atuando em campeonato competitivo, com muitos jogos de alto nível. Também por isso decidi vir para o Jaconi”, revela o zagueiro Wilker Ángel, com três Copas América no currículo, e que ano passado defendeu o Criciúma. “Eu já tive a oportunidade de fazer a pré-temporada e me alinhar à ideia do professor [Fábio Matias], o que facilitou a adaptação ao jogo que se pratica aqui que é um pouco diferente ao da Colômbia. O futebol brasileiro é uma vitrine muito linda para qualquer atleta. Estar aqui é uma grande oportunidade e tenho que aproveitar ao máximo”, complementa o atacante cafetero Emerson Batalla, trazido por empréstimo do Talleres-ARG até o fim da temporada. Já o Ypiranga tem cultura de duas pátrias distintas no Colosso da Lagoa: Além do meia colombiano Almer Salas, há o brasileiro com nacionalidade nigeriana Franklin Joseph Tochukwu Onwudiwe. Seu pai é da Nigéria, por isso a dupla cidadania do zagueiro nascido em São Paulo. Como o primeiro já atua há três anos no Brasil e o segundo é criado em solo verde e “Todas as coisas boas que irão acontecer no futebol serão por meu pai. Estar diariamente no Bento Freitas é muito marcante” Augustin Milar, meia uruguaio do Brasil PE “É uma oportunidade muito linda, porque sabemos que o futebol brasileiro é o maior da América do Sul” Daniel Giraldo, volante colombiano do Juventude amarelo, o português é compreendido por todos no vestiário. Outro que não teve barreira quanto à adaptação é o gringo da Baixada. Agustin Milar começa a trilhar os passos do pai. Ícone Xavante, o centroavante uruguaio Cláudio Milar morreu no acidente de 2009 com ônibus que levava a delegação de volta a Pelotas, após jogo fora de casa. Estava no auge, com 208 jogos e 107 gols pelo Rubro. No ano passado, Augustin Milar balançou a rede pela primeira vez com a camisa do Brasil PE, ainda no Estadual Sub-20, e repetiu o gesto da flechada que seu pai fazia. “Minha comemoração seguirá sendo em sua homenagem. Sonhei com esse momento. Na hora do gol, passou na minha cabeça agradecê-lo, pois foi ele que me deu a oportunidade de estar aqui, de jogar nesse clube do qual ele é o maior ídolo”. Agora no profissional, Augustin sempre esteve muito ligado à terra que Cabral descobriu pelo vínculo que Cláudio Milar deixou. “Jogo por ele e por minha mãe. Todas as coisas boas que irão acontecer no futebol serão por meu pai. Estar diariamente no Bento Freitas é muito marcante”, conclui o jovem que atua como meio-campista, função diferente da que exercia seu progenitor. Em que pese a proximidade com a fronteira, o Guarany de Bagé possui apenas o lateral esquerdo uruguaio Bruno Sandín. O Pelotas, também com uma distância menor do país vizinho, não possui estrangeiro no elenco. Contradições do mundo da bola... Giraldo e Ángel, parceria castelhana Salas e Franklin: encontro de culturas Uruguaio Augustin, filho de Cláudio Milar, morto no acidente Fernando Alves/Juventude Divulgação/Brasil Pablo Nunes/YFC Divulgação/Brasil GAUCHÃO2025


GOOOL9 A despeito dos empecilhos que afloram – idioma, distância da família, cultura distinta, estilo de jogo diferente ou calendário maluco da CBF – o futebol brasileiro emerge como vitrine esportiva e vira um extraordinário ganha-pão, sobretudo para os sul-americanos. Grêmio Estrangeiros: 11 Kannemann (ARG), zagueiro; Villasanti (PAR), volante; Cuéllar (COL), volante; Cristaldo (ARG), meia; Monsalve (COL), meia; Aravena (CHI), atacante; Pavon (ARG), atacante; Arezo (URU), atacante; Braithwaite (DIN), atacante, Amuzu (BEL), atacante e Cristian Olivera (URU), atacante. Internacional Estrangeiros: 9 Rochet (URU), goleiro; Braian Aguirre (ARG), lateral; Bernabei (ARG), lateral; Mercado (ARG), zagueiro; Rogel (URU), zagueiro; Borré (COL), atacante; Valencia (EQU), atacante; Wanderson (BEL), atacante; Carbonero (COL), atacante. Avenida Estrangeiros: 4 Jiménez (PAR), lateral; Yonathan Gorgoroso (URU), meio-campo; Miguel Paniagua (PAR), zagueiro; e Bustamante (PAR), atacante. Juventude Estrangeiros: 3 Emerson Batalla (COL), atacante; Daniel Girardo (COL), volante; e Wilker Ángel (VEN), zagueiro. Brasil PE Estrangeiros: 1 Agustin Milar (URU), meia. Caxias Estrangeiros: nenhum Guarany BA Estrangeiros: 1 Bruno Sandín (URU), lateral esquerdo. Monsoon Estrangeiros: 1 Montefiori (ARG), atacante. Pelotas Estrangeiros: nenhum. São José Estrangeiros: 1 Peralta (PAR), goleiro. São Luiz Estrangeiros: nenhum. Ypiranga Estrangeiros: 1 Almer Salas (COL), meia. Em contrapartida, as agremiações têm nesses boleiros de fora uma ótima opção de economia na hora de reforçar o elenco. Por isso, essa moda chega para ficar. “De fato, é uma tendência do futebol gaúcho e brasileiro. Vemos isso no mais alto nível e, mesmo no nosso padrão intermediário, ainda somos atrativos para os estrangeiros se comparados com muitas equipes da América do Sul”, analisa o dirigente do Avenida, Guilherme Eich, “num mercado inflacionado como o do Brasil, muitas vezes se consegue buscar no exterior atletas de um nível competitivo interessante sem tanto investimento, o que é uma grande alternativa para a constante realidade de dificuldade financeira dos clubes do interior”, sentencia. Os 32 estrangeiros do Gauchão Campeonatos da CBF atraem promessas como Monsalve e consagrados como Valencia Os 4 gringos do Avenida Divulgação/CBF Divulgação/Avenida Lucas Uebel/Grêmio Lucas Uebel/Grêmio Ricardo Duarte/Inter Ricardo Duarte/Inter


10GOOOL Av. Borges de Medeiros, 915 - Cj. 702 - CEP 90020-025 - Centro - Porto Alegre/RS Fone/Fax: (51) 3019.5756 - e-mail: goool@terra.com.br - Site: www.revistagoool.com.br Diretor-Presidente: José Aveline Neto / Editor-Chefe: Jorge Tubino / Reportagem: Jorge Tubino / Editor Fotografia e Arte: Tom Wayne Coordenadora de Produção: Sandra Salomão / Fotos: Lucas Uebel/GFBPA, Ricardo Duarte/Inter Foto/Capa: Lucas Uebel/Grêmio, Ricardo Duarte/Inter, Fernando Alves/Juventude, Divulgação/Avenida e Pablo Nunes/YFC ATENDIMENTO AO LEITOR: EXPEDIENTE Editor EDITORIAL Jorge Tubino Estamos diante de um Gauchão, no mínimo, exótico, pelas características distintas que a competição apresenta em relação às edições passadas. A começar pelo número expressivo de estrangeiros, algo jamais visto pelas plagas dos pampas. A matéria especial deste número da Revista Goool destaca a Torre de Babel que virou nosso Estadual, elencando todos os gringos, suas posições e clubes. Outra enorme diferença deste certame está no regulamento novo, onde a formação de três grupos na fase classificatória deixou a emoção à flor da pele até a última rodada. O formato renovado apresenta agora três mini-torneios onde se decidirão quem será o campeão; a vaga na Copa do Brasil para os times do interior que disputam a Taça Farroupilha; e os rebaixados à Divisão de Acesso. Também temos uma particularidade inédita esse ano que está chamando a atenção e decidindo muitos duelos: o VAR, presente em todos os estádios. De forma um pouco afoita, é verdade, interferindo em lances desnecessários, com imenso preciosismo, deixando as partidas a mercê de um detalhe qualquer que alguns observadores constatam; e outros não. Faz-se notar outro fato marcante: uma das praças mais importantes do futebol gaúcho está com dois times entre os candidatos a rebaixamento. Pelotas e Brasil PE disputam o quadrangular da morte, enquanto Avenida e São José também tentam sobreviver. Por outro lado, o imberbe Monsoon, por muitos apontado como o favorito ao descenso por debutar na Série A e ser um clube com apenas quatro anos de vida, está garantido na elite de 2026. Assim como o Guarany de Bagé que se afirma entre os grandes, indo para a terceira temporada consecutiva na Primeira Divisão. Ainda dentro das atrações, é possível ver um Juventude entrosado e bem armado pelo técnico Fábio Matias, o que é um alento para que o terceiro representante do Rio Grande do Sul no Brasileirão possa não apenas permanecer na mais alta casta do futebol nacional, como quem sabe beliscar uma vaga na Copa Sul-Americana ao final do calendário 2025. Já a dupla Gre-Nal apresenta seus reforços e, na medida em que o campeonato se desenrola, os recém chegados vão ganhando oportunidades. Sobretudo no Grêmio, com abundância de contratações e uma nova Comissão Técnica que, paulatinamente, implanta seu trabalho. Enquanto isso, no Beira-Rio, os dirigentes colorados enaltecem a manutenção do elenco que superou a enchente para garantir vaga direta na Libertadores, depositando suas fichas na continuidade dos serviços de Roger Machado. Competições do futuro à parte, o foco de todos está na disputa regional. A dupla Ca-Ju desejando repetir os feitos de 1998 e 2000 quando, respectivamente, esmeraldinos e grenás levaram a taça; Os colorados querendo encerrar o jejum de títulos e quebrar a hegemonia do arquirrival; E os gremistas em busca do inédito Octa. Que Gauchão é esse! Que Gauchão é esse! Grêmio - pgs. 20 a 26 Especial - pgs. 3 a 9 Inter - pgs. 14 a 19 Juventude - pgs. 28 e 29 Skate - pg. 30


GOOOL11 Aedição do Gauchão 2025 traz uma série de particularidades. O alto número de atletas estrangeiros, o novo regulamento e a utilização do VAR em todas as partidas saltam aos olhos. Assim como a participação extremamente ativa de um patrocinador, a CMPC, que desde a temporada passada marca presença nos estádios, solidificando a parceria com a Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Fundado em 1920 e pioneiro na fabricação de celulose e papel no Chile, o Grupo CMPC é o segundo maior do setor na América Latina, com 44 plantas industriais em 8 países: CMPC e Gauchão, golaço em parceria Maior indústria do RS, empresa florestal utiliza futebol para divulgar ações sociais e política sustentável Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Equador, México, Peru e Uruguai. São mais de 17 mil colaboradores operando em três áreas de negócios: celulose, bioembalagens e tissue (matéria prima de papel higiênico, fraldas e lenços para bebês). A CMPC iniciou suas operações no Brasil em 2009, quando adquiriu a Unidade Guaíba da Aracruz Celulose, e hoje é a maior indústria do Rio Grande do Sul, sendo referência pela qualidade dos produtos e pelo desenvolvimento sustentável com base em recursos totalmente renováveis. Em 2015, a empresa expandiu suas operações com uma segunda linha de produção. O investimento de R$ 5 bilhões aumentou em quase quatro vezes a capacidade produtiva da planta industrial, passando de 450 mil para 1,75 milhão de toneladas de celulose/ ano. Sempre em evolução, atualmente o volume anual de fabricação fica próximo de 2,1 milhões. A ampliação criou 10 mil empregos diretos e 30 mil indiretos, além de gerar um programa de formação de mão de obra, beneficiando cerca de 9 mil profissionais. A construção da planta Guaíba 2 estimulou fornecedores locais com a contratação de 180 emDivulgação/CMPC MERCADO


12GOOOL presas do Rio Grande do Sul; e gerou recursos com a arrecadação de impostos – aproximadamente R$ 102 milhões em ICMS e R$ 2,2 bilhões em compras locais. Com o intuito de fortalecer o elo com os gaúchos e ressaltar a confiança no potencial do Rio Grande do Sul, a empresa florestal é novamente a patrocinadora máster do campeonato regional. “Nosso objetivo é oportunizar que torcedores de todas as regiões do estado criem uma conexão com a marca ao perceber que estamos ativamente fomentando o esporte local”, informa o Diretor de Assuntos Corporativos da CMPC no Brasil, Augusto Robert, “a companhia vem se conectando com iniciativas que estejam alicerçadas a pilares como educação, qualidade de vida, bem-estar e interação com as comunidades onde atuamos. Estar vinculado ao Gauchão, algo tão próximo e relevante para o RS, é um orgulho para a CMPC”. O diferencial desse apoio é a participação ativa, criativa e interativa que a empresa exerce durante as rodadas do certame, não se limitando a publicidades estáticas. A campanha “Viva o Gauchão” contempla ações com torcedores no entorno de estádios, cobertura dos bastidores de jogos nas redes sociais e atividades com crianças em escolas públicas do Estado. A visão de futuro do empreendimento é de uma sociedade na qual todos estão comprometidos com o bem-estar e a evolução das pessoas. Onde a prospecção de negócios caminha de mãos dadas com a preocupação em gerar desenvolvimento social, com processos imaculados, utilizando energia limpa e renovável, além de não deixar resíduos ou interferências no meio ambiente. Em 2024, foi apontada como a empresa mais sustentável do mundo no setor florestal pela segunda vez consecutiva, de acordo com o Índice Dow Jones de Sustentabilidade. “Conviver com as comunidades e conservar os recursos naturais é algo que faz parte da razão de existir da CMPC e que seguirá norteando suas ações”, ressalta Augusto Robert. Para que esses conceitos cheguem ao conhecimento dos habitantes do Estado, a parceria com a FGF é uma estratégia adotada. “O esporte une as pessoas e é inegável a paixão que o povo gaúcho tem pelo futebol. Sendo assim, não foi difícil eleger esta modalidade como um meio importante de aproximação da nossa marca com a população do Rio Grande do Sul”, explica o Diretor de Assuntos Corporativos da Companhia no Brasil. O casamento vem dando muito certo, o que sugere uma relação “Pela receptividade que nossas equipes encontram junto às comunidades, podemos assegurar que estamos no caminho certo ao patrocinarmos o Campeonato Gaúcho” Augusto Robert, Diretor de Assuntos Corporativos da CMPC no Brasil POLÍTICA SUSTENTÁVEL E SOCIAL Divulgação/CMPC Divulgação/CMPC Lucas Uebel/Grêmio MERCADO Augusto Robert: “Esporte une pessoas”


GOOOL13 duradoura de apoio à Federação e ao esporte mais popular do país. Através do acordo, recursos são repassados para a organização da competição estadual, o que reflete em benefícios para os clubes. Por outro lado, as iniciativas promocionais da CMPC são um sucesso, engajando torcedores e aproximandoos da empresa florestal. “A julgar pela receptividade que os integrantes de nossas equipes de trabalho encontram junto às comunidades, podemos, sem medo de errar, assegurar que estamos no caminho certo ao patrocinarmos o Campeonato Gaúcho”, sentencia Augusto Robert. O esporte enquanto ferramenta educacional é um dos pilares da atuação social do grupo empresarial que, de forma recorrente, apoia projetos ligados ao tema. Entre eles, estão Skacthê é Tri, com aulas de skate para crianças; Pedal Sustentável, que oportuniza bicicletas gratuitas para transporte em Guaíba; e Fundo Valor Local, que incentiva pequenas ações que podem estar ligadas a prática desportiva. “Sempre tivemos ótima receptividade em todas as nossas iniciativas junto à população. A cada dia, somos mais gaúchos”, garante o Diretor de Assuntos Corporativos da CMPC no Brasil, Augusto Robert. Viva o Gauchão O mote “Viva o Gauchão” convida as pessoas a curtirem a experiência de torcer pelo seu time no campeonato. O foco da campanha é promover a prática esportiva e unir pessoas, mesmo que de clubes diferentes, além, é claro, do bem-estar social, que é o resultado principal a ser alcançado. Os eventos reforçam esse conceito e destacam que a principal razão do futebol é o entretenimento e a diversão. Ações de chute a gol – que ocorrem no litoral Norte, em Guaíba e na região Sul do Estado – permitem que as pessoas apaixonadas pelo esporte interajam socialmente de modo saudável e ainda concorram a brindes. Time Defensores da Natureza Uma estratégia diferente do tradicional, voltada para as mídias digitais, foi adotada nesse segundo ano de patrocínio do Gauchão. Foi criado um time simbólico, o Defensores da Natureza, que é um grupo de onze lideranças e influenciadores engajados com o futebol e com o planeta. Literalmente, eles recebem a camiseta do time, vestem e anunciam em suas redes sociais essa parceria. Os nomes dos integrantes da equipe foram sendo divulgados ao longo do torneio. Até o momento, foram anunciados Pedro Ernesto Denardin, Alex Bagé, Filipe Gamba, Fabiano Baldasso, Radicci, Luciano Potter, Leonardo Meneghetti e Sandro Sotilli. Os demais ainda serão revelados nas redes sociais da CMPC, em @cmpc_brasil. O objetivo é valorizar o vínculo entre a cultura gaúcha e o meio ambiente. Não à toa que o mascote dessa seleção de craques é o Quero-Quero Xiru, pássaro tradicional da fauna do Pampa e tão presente nos jogos do Campeonato Gaúcho. Interatividade nos estádios Mostra o “ritual” dos torcedores ao ir a um jogo de Gauchão, com todas as características e peculiaridades que são condizentes com o torneio. Para isso, foram criadas parcerias com os veículos 4D Esportes (canal de YouTube do ex-jogador Rafael Sobis) e O Bairrista, nas quais seus comunicadores realizam brincadeiras, sorteios e entrevistas com a galera que fica no entorno do estádio antes do início das partidas. Cobertura dos bastidores Descortina como é ir ao estádio, seja na capital ou no interior. Para isso, a CMPC utiliza canais parceiros para mostrarem essa perspectiva. São exibidos os entornos das praças esportivas, as torcidas, as arquibancadas, as opções gastronômicas, dentre outras curiosidades. A intenção é de que, independentemente da localização da audiência, ela também possa se sentir um pouco dentro do espetáculo futebolístico. Ações em escolas As ações nas escolas têm como objetivo engajar os jovens que possuem grande carinho e interesse pelo futebol. Dessa forma, a empresa sai um pouco da mídia esportiva para se aproximar das quadras e campos onde milhares de estudantes já jogaram bola. A iniciativa gera um benefício social para o local visitado. Seguindo critérios adotados, são selecionadas as regiões e cidades que hoje fazem parte da área de atuação da CMPC. Durante o desenrolar de cada atividade, são doados às crianças camisas, bolas, coletes, entre outros brindes. Eco Trail Taim Tendo o esporte como um de seus pilares estratégicos, além de um olhar especial para com a natureza e o meio ambiente, a CMPC também apoia a Eco Trail Taim, uma ultramaratona de 100 km que acontece na cidade de Rio Grande. ESTRATÉGIAS DE MARKETING Divulgação/CMPC Divulgação/CMPC Ação promocional no litoral


Um reforço está despontando no Beira-Rio ao chamar a atenção da imprensa e da torcida brasileira pela sua forma de atuar. Carbonero chegou sem grande badalação; afinal, era reserva do Racing. No entanto, suas arrancadas para cima do adversário, enfrentando-os com seu porte físico diminuto através das valências velocidade e drible, têm chamado a atenção do meio esportivo. Os saudosistas do nosso futebol arte, repleto de ponteiros endiabrados, identificaram-se com o colombiano. Corajoso, a cada investida sobre os laterais e zagueiros, invariavelmente possui vantagem pessoal, o que leva a torcida ao delírio. Se a nação verde e amarela o ignorava, o atacante conhece muito bem nosso país. “Não é segredo para ninguém que o futebol brasileiro é um dos melhores a nível mundial. As equipes têm os melhores jogadores”, elogia Vai encarar? Com drible e velocidade, Carbonero vira válvula de escape do ataque colorado INTER Ricardo Duarte/Inter 14GOOOL


Carbonero. Apesar de ser um atleta técnico, é destemido e sabe performar com raça e coragem, exigência do Gauchão. “Durante minha carreira, tive a sorte de atuar na Argentina, que tem um jogo muito competitivo e intenso. Acredito estar preparado para este desafio no Brasil e espero desfrutar com responsabilidade e fazer as coisas da melhor maneira”, complementa. Assim como os boleiros de antigamente, Carbonero não é eclético. Acaba sendo produtivo em funções bem específicas. Seus pontos fortes são a velocidade e a capacidade de mudança de direção. O posicionamento preferencial é aberto pelo lado esquerdo, mas também pode fazer o flanco direito, sempre abusando de sua facilidade para o drible. “Minhas características são de gostar muito do duelo um contra um, atacar os espaços”, diz o gringo em sua auto-definição. Por outro lado, o colombiano apresenta problemas quando precisa atuar em lacunas espremidas, bem como possui dificuldade de adaptação em posições que não as extremas. Portanto, ele é precioso para duelos contra times que deixam jogar; para atuar de forma reativa; ou para furar retrancas com seus dribles impetuosos, o que vem ocorrendo no Gauchão. “Sem dúvida a entrada do Carbonero, que tem na vitória pessoal a sua grande virtude, destrancou muitas defesas e fez com que os adversários se desorganizassem defensivamente, tendo que fazerem as “Antes do jogo [Maradona] sussurrou no meu ouvido para aproveitar a partida e atuar do meu jeito. Ele já estava muito doente. Fiquei chocado ao vê-lo naquele estado” Carbonero coberturas. É onde acabam surgindo os espaços”, analisa o técnico Roger. Natural de Santander de Quilichao, na Colômbia, Johan Stiven Carbonero Balanta iniciou a carreira na Base do Once Caldas onde se profissionalizou em 2018 como um talento precoce do seu país – foi destaque nas seleções Sub-17 e Sub-20. Rapidamente, chamou a atenção dos clubes argentinos que passaram a monitorar a jovem promessa. Em 2020, o Gimnasia y Esgrima La Plata apostou suas fichas no garoto. A equipe era treinada por Diego Maradona que abalizou sua contratação. O boleiro, contudo, fez só um jogo sob o seu comando. Dias após a estreia do colombiano, o craque argentino foi internado pela enfermidade que decretou sua morte em 25 de novembro daquele ano. “A verdade é que cheguei quando ele já estava muito doente. Eu o conheci no dia do seu aniversário, a mesma data de minha estreia [31 de outubro]. Fui abraçá-lo. Fiquei animado para conhecê-lo mais. E também porque marquei um gol na partida”, recordou Carbonero em entrevista ao site cafetero “notíciasRCN”. Quando arranca em velocidade, é difícil alcançar o colombiano Após conselho de Maradona no vestiário... ... vem o gol na estreia pelo Gimnasia Velório emocionou argentinos AVAL DE MARADONA Ricardo Duarte/Inter Divulgação Divulgação Divulgação/Gimnasia GOOOL15


16GOOOL Por óbvio, o comandante apreciava o estilo de Carbonero e teria lhe passado preciosos conselhos, pois Dieguito também abusava da habilidade em jogadas individuais. Contudo, houve tempo para apenas um recado: “Antes do jogo ele sussurrou no meu ouvido para aproveitar a partida e atuar do meu jeito. Ele já estava muito doente e eu, nervoso, pois era minha estreia. Fiquei um pouco chocado ao vê-lo naquele estado. Foi triste. Pelo menos vencemos por 3x0 e espero que tenhamos dado sua última alegria”, descreve o atacante que não esquece o velório na Casa Rosada, “nunca vi tanta gente chorar por uma pessoa. A dor do povo era evidente, milhões foram às ruas em meio a uma pandemia”. Mesmo sem Maradona, Carbonero teve desempenho destacado no Gimnasia, encorajando a diretoria do Racing a pagar US$ 3,8 milhões para contratá-lo em 2022. Na Academia, a trajetória teve altos e baixos. O bom início logo na chegada fez com que o companheiro de ataque, Roger Martínez, o apelidasse de Carbonicius, uma mescla de Carbonero com Vinicius Jr, pela semelhança de estilo e posicionamento com a estrela brasileira do Real Madrid. Nesse período, foi um dos protagonistas da campanha que levou o clube ao vice-campeonato nacional. O Racing perdeu o título na última rodada ao ser derrotado pelo River Plate, em Avellaneda. O trio ofensivo era formado por Carbonero (no lado esquerdo), Enzo Copetti e Matías Rojas, que depois passou pelo Corinthians. A carreira na terra do tango ia de vento em popa até sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo em março de 2023. A complexa cirurgia pela qual precisou se submeter lhe afastou por quase toda a temporada – voltou a campo na última rodada do Argentino, somando naquele ano apenas nove partidas disputadas. Quando veio 2024, o colombiano havia perdido espaço no elenco devido ao tempo afastado das atividades. Sem ritmo de jogo, Carbonero foi mais reserva do que titular – assinou a súmula em 37 oportunidades, mas iniciou a partida em apenas 16 vezes. O esquema com três zagueiros aplicado pelo técnico Gustavo Costas, preenchendo as alas com os laterais, diminuía o espaço no flanco, prejudicando seu estilo preferencial de atuar como extrema. Apesar dos contratempos, conseguiu contribuir com a equipe: balançou as redes em cinco momentos e deu duas assistências. Fez parte do grupo campeão da Copa Sul-Americana; porém, viu do banco de reservas os duelos decisivos contra Corinthians e Cruzeiro. “Carbonero tem na vitória pessoal a sua grande virtude. É onde acabam surgindo os espaços” Técnico Roger “O futebol brasileiro é um dos melhores a nível mundial. Acredito estar preparado para este desafio e espero fazer as coisas da melhor maneira” Carbonero INTER Campeão da Copa Sul-Americana pelo Racing em 2024 Dedicação nos treinos para brigar pela titularidade Divulgação/Racing Ricardo Duarte/Inter


GOOOL17 Mesmo com a conquista do importante troféu, Carbonero sentiu que era a hora de mudar de ares. Quando surgiu a proposta do Colorado, o atacante viu a chance de conhecer in loco o futebol brasileiro que tanto admira. Ao perceber que a Agremiação tinha um retrospecto de sucesso com outros cidadãos da sua nacionalidade, a vontade de desembarcar em Porto Alegre aumentou. “Por aqui passaram compatriotas como Wason Rentería, Fabián Vargas e, agora, Rafa (Borré). Quando falei com ele, disse que eu me sentiria em casa, que o estádio é incrível, que a torcida te apoia em todas as partidas. São coisas que me motivaram e incentivaram a vir”, relata. Aos 25 anos, Johan Carbonero chega por empréstimo por uma temporada. Pela negociação, a direção rubra pagará US$ 350 mil (R$ 2,1 milhões pela cotação atual). Caso o jogador aprove na sua passagem pelo Beira-Rio, o Clube tem a opção de comprá-lo em definitivo. O valor não é divulgado, mas como seu vínculo com o Racing vai até o fim de 2026, não deve ser uma cifra que inviabilize a transação, pois os argentinos correriam o risco de perdê-lo de graça. Com o futuro indefinido, o que Carbonero mais deseja é esquecer a lesão, voltar a performar em alto nível, garantir uma posição entre os titulares e firmar-se no Colorado, inaugurando uma longa e exitosa trajetória no Brasil. “Somos conscientes de que a expectativa aqui vai ser grande. Não estamos desembarcando em qualquer clube, estamos chegando ao Inter. Então, há que se trabalhar para dar muitas alegrias à torcida e a nós mesmos”, afirma, projetando bons resultados ali na frente, “em pouco tempo com os companheiros, já percebi que dão, no dia a dia, cem por cento nos treinamentos. Merecemos coisas boas e, confiando em Deus, vamos conquistálas”, sentencia. Once Caldas: 59 jogos, 6 gols e 5 assistências Gimnasia de La Plata: 59 jogos, 11 gols e 5 assistências Racing: 64 jogos, 7 gols e 4 assistências Números de Carbonero “Não estamos desembarcando em qualquer clube, estamos chegando ao Inter. Então, há que se trabalhar para dar muitas alegrias à torcida” Carbonero Ricardo Duarte/Inter Ricardo Duarte/Inter


Avice-presidência de Futebol do Internacional apresentou ao Conselho Deliberativo o seu planejamento para a temporada 2025. Responsável pela pasta, José Olavo Bisol conduziu a apresentação das atividades realizadas, ao lado de André Mazzuco, Diretor Executivo; Andrés D’Alessandro, Diretor Esportivo; e Felipe Dallegrave, Diretor de Futebol - Gestão e Jurídico; além de Luiza Parreiras, Gerente de Futebol Feminino. Bisol destacou a continuidade ao exitoso trabalho realizado no último semestre de 2024, quando a equipe remodelada a partir da chegada do técnico Roger Machado conseguiu superar os impactos da enchente para atingir classificação direta à fase de grupos da Libertadores. O dirigente ainda sublinhou que o Departamento de Futebol tem trabalhado diuturnamente para atingir resultados cada vez mais competitivos dentro de campo e celebrou a receptividade demonstrada pelos conselheiros na Sessão Ordinária como símbolo de uma conexão necessária para o Clube construir uma temporada vitoriosa. “Estou muito orgulhoso dessa reunião. Ela nos deixa, sem nenhuma dúvida, ainda mais motivados. A gente sai daqui com a convicção de fazer de tudo para essa união dar certo em campo”, refere o vice-presidente de Futebol. André Mazzuco elencou alguns dos avanços realizados na estrutura da vice-presidência de Futebol desde agosto de 2024, com destaque para a criação e fortalecimento dos núcleos de psicologia e Ciência de Dados. Visando à otimização dos processos internos, o Diretor Executivo compartilhou alguns dos parâmetros atualmente estabelecidos no Departamento, os quais são responsáveis por balizar o trabalho de todos os profissionais, atletas ou não, que fazem parte do dia a dia do CT Parque Gigante. Ele também abordou a integração entre a equipe principal, as Planejamento para 2025 Departamento de Futebol apresenta projetos, explica processos de atuação e clama por harmonia dentro do Clube categorias de base e o Colorado como um todo. “Sempre usamos o termo de sinergia. A gente precisa caminhar para o mesmo lado quando falamos em futebol. Isso é fundamental. Concordando ou não, mesmo em momentos ruins, estamos tentando criar uma sinergia importante para todos. O que acontece na equipe profissional tem que refletir na Instituição. A gente tem que criar essa sinergia, porque é isso que faz o Clube cada vez mais forte e campeão”, diz Mazzuco. Aproveitando a presença em peso dos conselheiros, o ídolo Andrés D’Alessandro detalhou quais são as funções que desempenha no cotidiano, com destaque para o papel de mediador exercido junto à comissão técnica, direção executiva e grupo de jogadores, agindo sempre em defesa da Agremiação. O argentino valorizou a relação epidérmica que os profissionais colorados nutrem com o Clube e confidenciou que trabalha para contagiar os atletas com a mesma paixão que move os torcedores e torcedoras. Por fim, o Diretor Esportivo também exaltou a integração dos diferentes “Sempre vão existir divergências, mas a união é fundamental para que a gente cresça. Não é voltar ao passado, mas é preciso saber como, na história, conquistamos os títulos” Diretor Esportivo Andrés D’Alessandro INTER José Olavo Bisol, Alessandro Barcellos e André Mazzuco: cúpula diretiva D’Alessandro e Bisol: focados Fotos: Divulgação/Inter 18GOOOL


ambientes do Beira-Rio. “Quero deixar uma mensagem de união. É a primeira vez que me apresento nesta sala. Sempre vão existir divergências, mas a união é fundamental para que a gente cresça. Não é voltar ao passado, porque a gente tem que continuar avançando, mas é preciso saber como o Inter ganhou. Como, na história, conquistamos os títulos. E a gente tenta trazer, com as pessoas que estão hoje no Departamento de Futebol, um pouquinho disso”, explica D’Ale. Diretor de Futebol responsável por assuntos de Gestão e Jurídicos, Felipe Dallegrave esclareceu qual o seu papel no organograma, atuação fundamental na execução dos processos que compõem a estrutura. “Estou integrado à vice-presidência de Futebol com a responsabilidade de estabelecer uma conexão estratégica com as diretorias executivas, tratando de normativas negociais, monitoramento de direitos econômicos e otimizando questões contratuais e esportivas, entre outros. Sou ‘o chato’ do Departamento, mas temos extraído negociações bastante relevantes nesses aspectos”, ressalta. A Gerente de Futebol Feminino do Internacional, Luiza Parreiras, não pôde marcar presença no Salão Nobre do CD, pois cumpria agenda na Granja Comary. De maneira remota, a profissional ofereceu um panorama do que as Gurias Coloradas projetam para 2025 - seja nas categorias de base, onde o grande objetivo é seguir ocupando papel de referência nacional; seja no time principal. “Iniciamos o planejamento para 2025 com o objetivo de atingir melhorias e reorganizar o Departamento com novos processos, buscando se espelhar no que o futebol masculino já executa em organização de documentos, produção de relatórios e prestação de contas. Apostamos na qualificação de pessoal, aumentando a estrutura e adquirindo equipamentos de fisioterapia e fisiologia. Outra meta é aproximar ainda mais a base do profissional, melhorando o aproveitamento de jovens no time de cima”, resume Luiza Parreiras. Manutenção da equipe base de 2024 é exaltada no Beira-Rio Dallegrave: conexões estratégicas Luiza: reforma no Dpto Feminino GOOOL19


20GOOOL INTER Cuéllar é um jogador diferente. Não apenas pela precisão que possui para efetuar o desarme e pela qualidade com a bola no pé para sair jogando; mas porque veste a camisa com afinco e integra-se à instituição que defende, criando enorme identificação junto ao torcedor. O vínculo que transcende o profissionalismo, t ransformando-se em afetivo, faz com que, aos 32 anos, o Grêmio seja apenas o sexto clube de sua carreira. A prova da existência dessa relação de amor entre o atleta e as camisas que defende está marcada, literalmente, em sua pele. Cuéllar tatua o escudo dos times pelos quais passou no braço direito. Nascido em Barranquilla, solo colombiano, Gustavo Leonardo Cuéllar Gallegos começou a carreira atuando na Base do Deportivo Cali. Destaque entre a garotada, galgou categorias rapidamente, fazendo sua estreia no time principal em 2009, aos 17 anos. Na temporada seguinte, foi campeão da Copa da Colômbia, seu primeiro título. “É o clube que me deu tudo. Abriu as portas do futebol, formoume como pessoa e como profissional e me possibilitou comprar minha primeira casa. São coisas que jamais esquecerei. Sempre vou levá-lo no meu coração”, declara, demonstrando gratidão. Em Cali, atuou com o atacante colorado Borré, até ser emprestado ao Júnior de Barranquilla em 2014. No ano seguinte, assumiu a titularidade e ganhou prestígio com performances de luxo na conquista de título nacional. As grandes atuações foram premiadas com a convocação para a Seleção Colombiana, de cujas listas subsequentes passou a fazer parte. Poucos times e muitas lembranças Cuéllar cria vínculos eternos com clubes por quais passa GRÊMIO Lucas Uebel/Grêmio


GOOOL21 No início de 2016, Cuéllar foi comprado pelo Flamengo, onde permaneceu por três temporadas e meia, conquistando a Copa Libertadores e o Campeonato Brasileiro de 2019, além dos títulos cariocas de 2017 e 2019. Neste último ano, sob a batuta de Jorge Jesus, foi escolhido o melhor da posição no Brasileirão. Assim que ganhou sequência entre os titulares, virou xodó da torcida por sua entrega em campo. No entanto, o assédio do Al-Hilal e seus petrodólares mexeram com o jogador, pois as cifras representariam a independência financeira sua e de seus sucessores. Durante a negociação, pediu para não viajar em jogo do Brasileirão e recebeu punição da diretoria que interpretou sua atitude como uma tentativa de forçar a saída. Ele retornou para enfrentar justamente o Internacional, no duelo da classificação para a semifinal da Libertadores 2019, troféu que ergueria mais adiante. Em seguida, arrumou as malas rumo à Arábia Saudita, vendido por 7,5 milhões de euros (cerca de R$ 34 milhões pela cotação da época). No total, realizou 167 partidas pelo Mengão, com dois gols marcados e sempre ponteando o índice de desarmes do elenco. “Marca muito bem, tem leitura tática e sabe distribuir a bola. Seguramente vai crescer com o tempo de adaptação” Técnico Gustavo Quinteros Apesar da treta na despedida, marcou sua epiderme com o símbolo rubro-negro, colocando um ponto final em qualquer sentimento de rancor da galera carioca em relação à sua pessoa. De quebra, ainda deu explicação em nota oficial: “Foram anos de muitas alegrias, mas com uma dor gigante no meu coração, chega ao fim um sonho que pra mim foi maravilhoso. Na vida temos que tomar decisões, e muitas vezes elas não serão fáceis. Muitas pessoas te julgarão sem saber os verdadeiros motivos. O Flamengo me abriu as portas e acreditou no meu talento e no meu desejo de triunfar. Porém, chega um momento da vida que seus desejos pessoais e profissionais têm que ser deixados em segundo plano e pensar no que é melhor para seus entes queridos”, diz trecho do texto. De agosto de 2019 até julho de 2023 permaneceu no Al-Hilal, conquistando o tricampeonato saudita e o bicampeonato da Liga dos Campeões da Ásia, além da Copa do Rei e da Supercopa. No Oriente Médio foi outra vez ídolo e também eternizou o escudo do clube no seu corpo após se transferir para o Al-Shabab, onde permaneceu até o início deste ano. O motivo da curta passagem com a última camiseta é o mesmo que o tirou da Gávea: priorizar a família. Após cinco anos convivendo com a complexa cultura árabe, a turma desejava respirar ares do ocidente. E nada melhor que o futebol brasileiro, conciliando um alto padrão de vida com aparições em campeonatos deveras competitivos. Início de carreira no Deportivo Cali Prêmios e títulos no Flamengo Ídolo no Al-Hilal Currículo eternizado na pele Al-Shabab: fim de ciclo árabe Divulgação/Deportivo Cali Divulgação/Flamengo Divulgação/Al-Hilal Divulgação/Al-Hilal Divulgação/Al-Shabab


22GOOOL Interessados não faltavam: havia tempo que agremiações daqui tentavam seu repatriamento. Vasco, Cruzeiro e Corinthians dentre elas. Inclusive o Internacional, em julho de 2023, fez uma forte investida para tê-lo em seu plantel, iniciativa barrada pelo alto valor de seu vínculo econômico. Contudo, uma postagem de Gustavo Cuéllar, durante uma viagem de avião, agitou os colorados: na foto, com emoji de bandeira nas cores branca e vermelha, ele escreveu: “Aqui vou eu de novo… novos desafios”. Porém, era alarme falso: o boleiro ia para o Al-Shabab e o pavilhão alvirrubro era porque o novo time fazia pré-temporada na Áustria. Na ocasião, o presidente Alessandro Barcellos admitiu apreciar o gringo, mas o custo elevado inviabilizou o avanço do negócio. “O Cuéllar é uma situação simples e objetiva. A gente sempre teve interesse, tentou em alguns momentos, mas tem uma relação do clube árabe que mantém o jogador com dificuldade de desvinculação. “O currículo dele dispensa comentários, assim como o motivo de sua contratação. A carreira dele fala por si” GRÊMIO Apesar da estatura mediana, volante não costuma perder dividida Vice-presidente de Futebol, Alexandre Rossato Lucas Uebel/Grêmio Lucas Uebel/Grêmio


GOOOL23 Até tínhamos a informação de que ele poderia obter a liberação da multa, mas não conseguiu, o que torna o valor difícil de ser batido”. Foi justamente essa conversa interna entre sheik e Cuéllar que dessa vez surtiu efeito – houve rescisão de contrato – permitindo ao Tricolor trazêlo para a Arena por duas temporadas, pagando apenas seu salário. “Quando recebi a oportunidade de vir, fiquei muito feliz. Cumpri meu ciclo na Arábia. Minha família queria voltar. Foi muito rápido. Recebi a proposta e em dois dias fechamos”, revela o gringo, “estou aqui para fazer o meu melhor, colocar o nome do Clube no topo e voltar a essa competitividade do futebol brasileiro. O Grêmio é um time muito gigante do Brasil, temos nossos objetivos bem claros para este ano e vamos trabalhar forte para conquistá-los”, ressalta. O volante foi o primeiro reforço de peso em 2025. Fato saudado pelo vice de Futebol, Alexandre Rossato: “A gente está muito feliz com a contratação do Cuéllar e otimistas com os resultados que ele vai apresentar. O currículo dele dispensa comentários, assim como o motivo de sua contratação. A carreira dele fala por si”. O técnico Gustavo Quinteros também tece elogios, ponderando que é preciso um período de trabalho para uma readequação. “Ele marca muito bem, tem leitura tática e sabe distribuir a bola. “O Grêmio é um time muito gigante do Brasil, temos nossos objetivos bem claros para este ano e vamos trabalhar forte para conquistá-los” Cuéllar Vem de um futebol totalmente diferente do brasileiro, então seguramente vai crescer com o tempo de adaptação a partir dos treinos e jogos, chegando ao seu melhor nível futebolístico”. Tendo escolhido o número 6 para levar às costas, Cuéllar promete a entrega que lhe caracterizou por onde passou, sempre criando uma empatia com a galera por essa garra demonstrada em campo. “Estou preparado para trabalhar muito forte. Primeiro, ganhar o respeito dentro do Clube; depois, da torcida que é o maior patrimônio que há. O torcedor pode esperar de mim respeito pelo Grêmio, raça e muita vontade. Estou sujeito a errar, tomara que não aconteça, mas me sinto pronto para me preparar para errar o menos possível”, avalia, com a expectativa de, no futuro, tatuar mais um distintivo, eternizando uma relação com os gaúchos que promete ser exitosa. Quinteros pediu sua contratação Lucas Uebel/Grêmio Lucas Uebel/Grêmio Lucas Uebel/Grêmio Lucas Uebel/Grêmio


24GOOOL Éum pássaro? É um avião? Não, é Francis Apelete Amuzu, atacante ganês, naturalizado belga, trazido do Anderlecht pelo Grêmio. Sua principal valência é a velocidade. Na temporada passada, chegou a ser o terceiro atleta mais rápido do mundo ao atingir a impressionante marca de 36,5 km/h, atrás apenas do japonês Maoki Hayashi, do Tókio Verdy, e de Didier Moreno, do Junior de Barranquilla, que correu a 36,8 km/h. No ranking dos ligeirinhos da bola, é disparado o mais rápido da Bélgica e entra em um seleto grupo que tem o alemão Leroy Sané (35,8km/h), o espanhol Ferran Torres (36 km/h) e os franceses Theo Hernández (35,7km/h) e Mbappé (36,5km/h). O jogo virtual de futebol EA FC 25 traz Amuzu como o 30° jogador mais rápido do planeta, sendo que a base de dados da plataforma digital possui número superior a 17 mil atletas catalogados, espalhados por cerca de 700 clubes. Para contar com as passadas aceleradas do gringo, o Tricolor desembolsou 1,2 milhão de euros (R$ 7,2 milhões), assinando contrato até o final Entre os mais velozes Atacante que atua pelos lados do campo, Amuzu consegue atingir 36,5 km/h de 2026. Em julho de 2023, ele chegou a ter a venda para o Nice noticiada, por 9 milhões de euros. O negócio não se confirmou e o ganês seguiu para cumprir o vínculo que se encerraria em junho, o que permitiu ao time gaúcho trazê-lo por quantia mais barata. Além da velocidade, seus dribles e suas assistências seduziram a diretoria azul. “Em conjunto com o nosso CDD, scout e comissão técnica, chegamos à definição do nome dele”, diz o vice-presidente de Futebol, Alexandre Rossato. “É um jogador que GRÊMIO No Anderlech: 250 jogos, 28 gols e 24 assistências Divulgação/Anderlecht


GOOOL25 do mundo tem a característica de atuar mais pelo lado esquerdo do que pelo direito. É muito desequilibrante e acredito que vai nos ajudar muito na temporada. Já temos um homem a mais para preencher os flancos e, neste sentido, vamos melhorando o elenco”, complementa o técnico Gustavo Quinteros. Um papo com o comandante foi decisivo para que o gringo optasse pelo Grêmio, mesmo recebendo propostas da Europa. “Para mim, foi fácil escolher vir pra cá após conversar com o técnico e sentir confiança. Disse para eu ficar tranquilo, pois receberei oportunidades para jogar sempre que mostrar desempenho”. Embora não tenha tantos gols na carreira, sempre se destaca pelas assistências e costuma ser letal nos contra-ataques. Ambidestro, ele mesmo confirma: “Sou um atacante que joga pela esquerda, mas que pode fazer o lado direito”, afirma Amuzu, 25 anos. Em plena forma física, seu último jogo pelo campeonato belga foi em 30 de janeiro. O cuidado maior na Arena é cercá-lo de atenção e deixá-lo o mais a vontade possível, pois a mudança cultural é drástica. A começar pelo idioma: o avante não fala português, tampouco espanhol. Por isso toda a comunicação com os dirigentes do Grêmio foi realizada em inglês. Nesse sentido, o sempre solícito Braithwaite terá papel fundamental. “Martin [Braithwaite] fala inglês e francês, então eu me sinto pronto para começar a jogar com meus companheiros. Os jogadores me acolheram muito bem e estou me sentindo em casa”, refere Amuzu, agradecendo a recepção nos bastidores do Clube e acrescentando suas primeiras impressões de Porto Alegre, “o que me chamou mais a atenção na chegada foi o clima muito quente, bem diferente da Bélgica”. Nascido em Accra, capital de Gana, ainda criança se mudou para a “O que me chamou mais a atenção foi o clima muito quente, bem diferente da Bélgica” Amuzu No Grêmio, vivendo experiência inédita na carreira FIDELIDADE CLUBÍSTICA Lucas Uebel/Grêmio Lucas Uebel/Grêmio Lucas Uebel/Grêmio


26GOOOL “É muito desequilibrante e acredito que vai nos ajudar muito na temporada” Técnico Gustavo Quinteros Pep Guardiola. Os dois são de origem ganense e se tornaram grandes amigos, mantendo conversas constantes pelo WhatsApp. “Falo com Jeremy todos os dias e assistimos às partidas um do outro. Um dia terei que vê-lo ao vivo na Inglaterra. É um talento excepcional”, elogia o reforço gremista. No Anderlecht, Amuzu viveu seus melhores momentos entre 2021 e 2023, quando acumulou 13 gols e 12 assistências. A potência de suas arrancadas, contudo, cobrou um preço alto enquanto vivia seu auge: as dores pubianas se tornaram insuportáveis, exigindo que o atleta parasse de jogar no início de 2024 para tratar a lesão com foco total. Nesta temporada, Amuzu participou de 28 jogos, sendo titular em 11 deles — em dois, atuou os 90 minutos – com 6 participações em bolas na rede. Pelo time de Bruxelas, disputou 250 partidas, tendo marcado 28 gols e feito 24 assistências. Agora em solo gaúcho, o estrangeiro quer sequência de participações para retomar a alta performance e, quem sabe, receber uma chance na seleção principal. Ambição não lhe falta, algo comprovado desde a escolha da nacionalidade que defenderia. “Nasci em Gana e quando estou lá, eu me sinto em casa por causa da atmosfera africana, mas meu coração esportivo está com a Bélgica, com a qual é possível ir muito longe em uma Copa do Mundo”, conclui mais um integrante da longa lista de forasteiros do Grêmio. GRÊMIOBélgica, onde construiu toda a carreira profissional. Desde moleque, calçou chuteiras, defendendo as equipes amadoras do SK Heffen, Mechelen e JMG Academy Lier até ser integrado à Base do Anderlecht, com o qual assinou seu primeiro contrato profissional por três anos em agosto de 2015. Apesar de ser tratado como uma das promessas do país, fez sua estreia no time principal apenas em dezembro de 2017, marcando o gol da vitória do Anderlecht por 1x0 sobre o KAS Eupen. Ao ter sequência, foi ganhando espaço e prestígio na agremiação. Em setembro de 2019, já fazia sua 50ª partida na liga nacional. Paralelo à carreira que começava exitosa no futebol profissional, ia se consolidando na seleção de Base, sendo figura constante nos times Sub-19 e Sub-21, tendo inclusive disputado a Eurocopa para garotos ao lado de Jeremy Doku, um dos destaques do atual Manchester City de MINOSSO AUTO ELÉTRICA Auto Peças e Acessórios Manutenção em: Alternadores Arranques Baterias Vidros e Trava Elétrica Eletricidade geral em todas as marcas de veículos (51) 3343 0055/3325 2787/99702 3724 Rua Padre Diogo Feijó, 367 - Porto Alegre/RS AR CONDICIONADO RASTREAMENTO AUTOMOTIVO Lucas Uebel/Grêmio Divulgação/Anderlecht www.minosso.com.br - email: autoeletricaminosso@gmail.com José Lir Minosso Diretor


GOOOL27 Dois atletas gaúchos estão colhendo frutos do incentivo governamental que recebem, destacando-se em suas modalidades. Júlia Seibert acaba de ser vice-campeã mundial de jiu-jítsu; enquanto Laís Herbstrith von Zeidler é ouro na Copa América de Patinação Artística. O governo concretizou o Bolsa-Atleta RS após projeto elaborado pela Secretaria do Esporte e Lazer (SEL) se tornar lei em 2023. O programa demonstra ser um dos mais completos e inclusivos do Brasil. Foram beneficiados 490 esportistas entre atletas e treinadores, com a destinação de 50% das bolsas para a categoria esporte educacional e 25% de bônus sobre os valores estipulados ao paradesporto. O investimento foi de R$ 4,5 milhões por meio do Fundo Estadual de Incentivo ao Esporte (Feie). A jovem Júlia Seibert, da equipe Sul Jiu-jítsu de Novo Hamburgo, é vicecampeã do Mundial No Gi, organizado pela Confederação Brasileira de Jiujítsu Esportivo (CBJJE). A competição aconteceu no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. “Sou muito grata por ser beneficiada pelo Bolsa-Atleta, o que é importante para alcançarmos novos desafios em todos os esportes. É uma honra poder fazer parte da primeira edição do programa e ter a oportunidade de representar o nosso Estado em grandes eventos”, refere Júlia. A academia Sul Jiu-Jítsu, de Novo Hamburgo, possui 30 anos de Bolsa-Atleta RS leva gaúchos ao pódio história e foi recentemente financiada pelo Pró-Esporte-RS, da SEL. Como contrapartida, a instituição realizou workshop para 30 crianças e adolescentes acolhidos em abrigos da região. Já a jovem atleta Laís Herbstrith von Zeidler, 14 anos, sagrou-se campeã da Copa América de Patinação Artística – América’s Cup, na modalidade solo dance cadete. O evento ocorreu em Orlando, nos Estados Unidos. A gaúcha, integrante do grupo Expressão de Patinação da cidade de Guaíba, é agraciada na categoria Rendimento Internacional. “Fiquei muito feliz quando fui contemplada pelo projeto. Isso me ajudou demais a continuar evoluindo. Eu consegui adquirir novos equipamentos e pude treinar mais, pagando maior quantidade de horas/aulas. É uma honra poder representar nosso Estado em grandes competições”, declara Laís. ESPORTEEDUCAÇÃO Júlia Seibert O Bolsa-Atleta RS contempla Laís Herbstrith as seguintes categorias com os respectivos valores: Educacional (R$ 500,00), Técnico (R$ 500,00), Educacional Paradesporto (R$ 625,00), Rendimento Nacional (R$ 1.000,00), Rendimento Nacional Paradesporto (R$ 1,250,00), Rendimento Internacional (R$ 2.000,00), Rendimento Internacional Paradesporto (R$ 2.500,00), Olímpico (R$ 5.000,00) e Paralímpico (R$ 5.000,00). Os valores são pagos mensalmente aos atletas selecionados. Fotos: Divulgação


28GOOOL De vereador a ministro em Brasília no governo Dilma Rousseff, passando pela Câmara dos Deputados e pela prefeitura da segunda maior cidade do Rio Grande do Sul, Pepe Vargas (PT) toma posse na presidência da Assembleia Legislativa aos 66 anos de idade. Escolhido por unanimidade pelos colegas de bancada, lidera a Casa com a bandeira do crescimento sustentável. “As mudanças do clima estão aí e geram um prejuízo incomensurável. Precisamos enfrentar essas questões de adaptação e de mitigação dos efeitos dos fenômenos naturais”, alerta. Gilberto José Spier Vargas é casado há 36 anos com a ex-vereadora Ana Corso. Do matrimônio brotaram duas filhas: Isadora, 35 anos, e Gabriela, 30, que agora dividem a atenção dos progenitores com os felinos Raja e Joaquim, adotados recentemente. Natural de Nova Petrópolis, ainda na infância mudou-se com a família para Caxias do Sul. Nessa época, recebeu o apelido “Pepe” da vó materna que assim tratava o neto, carinhosamente. Ao entrar na Universidade de Caxias do Sul para cursar medicina no final dos anos 70, engajou-se no movimento estudantil e na fundação do Partido dos Trabalhadores. Com o diploma na mão, Pepe se especializou em homeopatia e chegou a ser diretor do Hospital de Jaquirana. Em seguida, trocou o jaleco branco e o estetoscópio pela urna e a oratória – estreou em eleições em 1986 e desde então é destaque como parlamentar. Uma paixão, entretanto, sempre o acompanhou ininterruptamente: o Esporte Clube Juventude. A relação começou desde a tenra infância, pois seu pai era torcedor ferrenho e levava o filho caçula ao Alfredo Jaconi. Mauro Vargas era grande amigo e padrinho de casório Do Jaconi à presidência da Torcedor fanático do Juventude e parlamentar experiente, Pepe Vargas convive com as duas paixões, sem perder ade Pastelão, o lendário técnico do Ju nos anos 60 – vice-campeão gaúcho de 1965 e campeão do Interior em 1964, 65, 66 e 70. O treinador foi inclusive o cupido que apresentou Mauro a Carmem, futura mãe de Pepe, em um baile na Serra. Portanto, naturalmente o coração do atual presidente da Assembleia se pintou de verde. Na adolescência, Pepe ia com os amigos para a arquibancada. Desse período, guarda na memória a equipe que reativou o Clube após abandonar a fusão com o Flamengo, movimento que originou a SER Caxias. “Esse time me marcou muito. Tinha o lateral Vagner Benazzi, o zagueiro Gonçalves, o volante Assis...”, recorda, citando também ídolos de sua infância como o ponta-direita Babá (depois foi para o Grêmio); e o centroavante Jaci. A ligação com o futebol era tamanha que Pepe, literalmente, agarrava a bola com as mãos... era goleiro da Associação Atlética Comapa, o principal representante do futsal em Caxias do Sul antes do surgimento da Fotos/Divulgação Pepe Vargas na cerimônia de posse da AL Torcedor exclusivo do Ju Pastelão (3º à esq.): compadre da família JUVENTUDE


GOOOL29 Assembleia Legislativa a razão Enxuta. Chegou a ser reserva em um Estadual no qual a equipe foi às finais. “Eu não tinha constância: fazia umas defesas milagrosas e depois falhava. Nessa posição é fundamental ter regularidade”, resigna-se. Em 1996, Pepe Vargas foi escolhido pelo povo para assumir o Executivo de Caxias do Sul, derrotando Germano Rigotto (PMDB). Quatro anos mais tarde, desta vez contra José Ivo Sartori (PMDB), repetiu o êxito nas urnas, tornando-se o primeiro prefeito da história do município a ser reeleito. Durante seus mandatos, o futebol foi protagonista. O Ju foi campeão gaúcho (1998) e da Copa do Brasil (1999), enquanto a agremiação grená levou o Gauchão (2000). Pepe, que faz questão de dizer que admira um único distintivo, dessa vez foi obrigado a dividir sua fé – ou pelo menos não secar o Caxias contra o Grêmio de Ronaldinho. “Torci para o rival, porque era ótimo para a cidade”, admite. Nesse ínterim, acompanhava in loco o Juventude. Na campanha do título estadual, ao ir a Farroupilha prestigiar sua agremiação diante do Brasil e sair com bom resultado, adotou um amuleto que deu muita sorte. “Naquele jogo, estava usando uma camisa pólo verde musgo. Na segunda partida repeti e deu certo. Fui em todos os confrontos com ela, tive essa superstição e fomos campeões. Até hoje está guardadinha”, revela. Depois, veio o feito maior: a Copa do Brasil conquistada no Maracanã. As finais diante do Botafogo, assim como as diante do Inter no histórico Gauchão, são seus duelos inesquecíveis. Desses anos memoráveis, destaca os meio-campistas Flávio e Lauro como símbolos da Papada. Com tanto prestígio político e sendo pé-quente, os dirigentes do Alviverde o convenceram a ser conselheiro, embora Pepe Vargas ponderasse que lhe faltaria tempo para tal função. “Nunca fui às reuniões. Foi só um mandato. Falei: deixem lá alguém que possa contribuir”. Feliz com a reerguida do Juventude, segue acompanhando, sempre bem informado. Contudo, os compromissos de agenda impedem-no de freqüentar o Jaconi. “No momento, sou um torcedor acomodado. Eu fico no meu camarote que é o sofá”, diz, entre risos. Pepe elogia a postura dos dirigentes recentes. “As últimas direções estão fazendo um trabalho de tirar o chapéu. Teve um período que muita gente, inclusive da imprensa, dizia que o Clube não tinha como ficar na Série A. Aí o Osvaldo Pioner [ativo membro diretivo] foi enfático: ‘o nosso lugar é na 1ª Divisão’. Ali houve convicção de que podemos estar na elite. E o importante é que essa ideia veio junto com a de não fazer aventuras. Se tropeçarmos, caímos sem endividamento e retornamos rapidamente”, analisa, reconhecendo as dificuldades, “não podemos errar, temos que ter cuidado nas contratações. Estão fazendo uma gestão qualificada nesse sentido, que é o que nos mantêm, porque possuímos o menor orçamento da Série A”. Confiante, Pepe Vargas crê em uma temporada positiva, com chance de vaga em competição internacional. “O imponderável existe”, observa. Uma certeza, possui: será mais um ano de grandes embates, com os nervos à flor da pele. Assim como ocorre na Assembleia Legislativa... “A política como o futebol têm emoção, mas precisam ser presididos pela razão”, conclui o calejado Deputado juventudista. PREFEITO MULTICAMPEÃO Time inesquecível de 1999, campeão da Copa do Brasil Babá (com a bola): ídolo Silenciando o Maracanã


Está confirmado: Porto Alegre será novamente sede do circuito de skate STU Pro Tour. E o próximo encontro terá a atração de entrar para a lista dos eventos internacionais. A Capital vai sediar a competição entre os dias 21 e 30 de março, na maior pista desse esporte da América Latina, localizada no Trecho 3 da Orla do Guaíba. As disputas ocorrerão nas modalidades street, park, mini ramp e vert. Essa será a quarta edição do circuito na cidade e uma das cinco paradas do STU em metrópoles mundiais. Mais informações podem ser acessadas no site da organização do evento. No ano de 2024, entre os destaques da competição estavam a gaúcha Sofia Godoy, o cearense Lucas Rabelo, o catarinense Kalani Konig e o gaúcho João Lucas Alves. Na temporada 2023, a medalhista olímpica Rayssa Leal foi a grande estrela da etapa de Porto Alegre do STU. Passadas largas Número de corridas de rua cresce 182% no calendário de Porto Alegre Ocalendário de corridas de rua da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Porto Alegre já soma 65 eventos registrados para 2025. A estimativa da pasta é de que aproximadamente 90 mil corredores participem das provas, que vão de março a dezembro. Em relação a 2022, ano do início da retomada de competições com aglomeração de atletas após a pandemia de Covid-19, o crescimento no número de provas é de 182%. Naquela temporada, houve 23 corridas, com 48.290 inscritos. Em 2023, 55.369 corredores disputaram 29 competições. Já no ano seguinte, houve uma disparada nos números, quando 75.370 pessoas participaram de 47 eventos pelas ruas de Porto Alegre. Secretário de Esporte e Lazer, Júlio Gonçalves, mais conhecido como Skate STU Pro Tour na Orla do Guaíba professor Tovi, afirma que a prefeitura atua de forma transversal para ajudar os organizadores a realizarem o maior número possível de corridas na Capital. “Quem vence é o esporte, a saúde e a nossa cidade, que conta com os atletas de Porto Alegre e também recebe participantes de outros municípios, estados e países”, analisa o titular da Pasta. ESPORTELAZER Rayssa brilhou na capital em 2023 Prof. Tovi incentiva a modalidade Julio Ferreira/PMPA Giuliam Serafim/PMPA Pedro Piegas/PMPA Elson Pedroso/PMPA 30GOOOL


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