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Arquitetura moderna e pós moderna mudança de paradigma

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Published by morganaorton, 2020-10-26 07:42:50

Arquitetura moderna e pós moderna mudança de paradigma

Arquitetura moderna e pós moderna mudança de paradigma

ARQUITETURA MODERNA E PÓS-MODERNA:
MUDANÇA DE PARADIGMA

Gabriel Franco
Renata Fraga
Ana Maria de Souza Martins Farias

RESUMO

Este artigo pretende introduzir uma análise, ainda que breve, das tendências
arquitetônicas do século XX reconhecidas como movimento moderno e pós-moderno. São
apresentadas as características desses movimentos, considerando um recorte histórico de
seu processo, seus expoentes e obras produzidas a partir das concepções que se inserem
no contexto artístico e cultural do movimento moderno e do pós-moderno. É importante
também destacar que a pluralidade e a diversidade são características fundamentais da
pós-modernidade. Para tanto, evolução, construção e realidade técnica das referidas
tendências, objetos da pesquisa e fundamentação teórica da análise e estudos foram
aliados à apresentação de imagens representativas dos dados colhidos a partir da pesquisa
e da análise de informações imprescindíveis ao trabalho. Assim foi possível discutir as
diversas tendências da arquitetura no final do século XX e início do século XXI.

PALAVRAS-CHAVE

Arquitetura moderna, arquitetura pós-moderna, diversidade.

ABSTRACT

This article aims to introduce an analysis, however briefly, of the architectural
trends of the twentieth century recognized as the modern and post-modern movements.
The characteristics of these movements are presented, including a historical overview of
their process, and their exponents and works produced from the conceptions that are in the
artistic and cultural context of the modern and post-modern movements. It is important
to note that plurality and diversity are fundamental characteristics of post-modernity.
Therefore, the development, construction, and technical reality of these trends, the object
of research and theoretical grounding and studies, was coupled with the presentation of
representative images of the data collected from the research and analysis of indispensable
information for the work. Thus, it is possible to discuss the various aspects of architecture
in the late twentieth and early twenty-first centuries.

Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais (ISSN 1980-1784) - v. 11 - n.11 - 2010

KEYWORDS

Modern architecture, post-modern architecture, diversity.

1. INTRODUÇÃO

A produção arquitetônica internacional do movimento moderno foi desenvolvida
a partir do final do século XIX até a primeira metade do século XX.

Uma das principais características dos modernos era a rejeição dos estilos
históricos do passado, representada pela repulsa ao ornamento e exemplificada pela
obra de Adolf Loos, Ornamento é Crime (1908), um ensaio que critica a preocupação
dos profissionais da arquitetura com o supérfluo e o superficial (SÁ, 2005, p.83). Loos
foi um dos pioneiros da arquitetura moderna. Precursor da nova objetividade, procurou
sempre a solução mais simples para seus projetos e métodos de construção, empregando
apenas ocasionalmente motivos ornamentais como elementos articuladores. Apresentou
uma concepção arquitetônica baseada na funcionalidade. Suas obras mais célebres e
importantes são a moradia Steiner (1910) e a moradia de Michaelplatz (1910-1911), em
Viena, e a residência Tzara, em Paris.

Os modernos viam o ornamento como um elemento típico dos estilos históricos,
incompatível com os seus conceitos. Eles estavam atrelados às ideias das vanguardas
34 artísticas das décadas de 1910 e 1920, destacando-se aquelas que objetivavam a criação
de peças e espaços abstratos e geométricos.

Dois outros aspectos do movimento moderno merecem menção: o primeiro definido
pelo conceito de que “menos é mais” – “less is more”, frase cunhada pelo arquiteto Mies
van der Rohe; e o segundo norteado pela ideia de que “a forma segue a função“ – “form
follows function”, do arquiteto proto-moderno Louis Sullivan, também traduzida como
forma é função. Segundo Sá (2005, p. 86), a funcionalidade, outro conceito bastante
significativo, é utilizada por Loos para justificar a ausência de ornamentos.

Igualmente merecem destaque as ideias da época, a industrialização, economia
e a recém-descoberta noção do “design” que conferem ao arquiteto a responsabilidade
pela correta e socialmente justa construção do ambiente a ser habitado. As edificações
devem trazer consigo elementos de economicidade, limpeza visual e utilidade, necessários
ao pragmatismo característico do movimento arquitetônico em questão.

No tocante ao pós-moderno na arquitetura, identificado cronologicamente na
segunda metade do século XX, quando é possível observar uma série de novas propostas
arquitetônicas, fica evidenciado o objetivo de estabelecer uma crítica à arquitetura
moderna.

Para SANTOS (1987) o pós-moderno é o nome aplicado às mudanças ocorridas
nas ciências e nas artes, em sociedades avançadas, como Estados Unidos, Inglaterra e

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Itália. Esse movimento surge no final dos anos cinquenta nas artes e na computação com 35
o início da criação da cultura virtual, expandindo-se na década de 1960 com o movimento
“Pop-art”. Na década de 1970, cresce através da filosofia, como crítica à cultura ocidental
e alastra-se discutindo o modo de vida da sociedade moderna industrial dos anos que se
sucederam ao segundo pós-guerra.

Deste modo, o movimento pós-moderno caracteriza-se como uma crítica ao
movimento moderno na arquitetura e no urbanismo que, principalmente após a segunda
guerra mundial, ficou centrado em soluções racionalistas e na busca da funcionalidade
na cidade, como foi previsto na Carta de Atenas: é o lugar para morar, trabalhar, circular
e que proporciona o lazer. Cidade setorizada. Cidade que passou a ser criticada como a
cidade do anonimato, fato que gerou também a segregação socioespacial nas cidades.

A casa era a “máquina de morar” para atender os imperativos da vida moderna.
Assim, são geradas habitações sem identidade, segundo os críticos do movimento
moderno. Philippe Bourdon, ao escrever seu livro Le Corbusier em Pessac (1967),
afirma que eram muito positivas e vitais as transformações realizadas pelos usuários dos
complexos habitacionais projetados por Le Corbusier em Pessac, pois Bourdon considerava
que os moradores queriam em suas casas não o aspecto de “máquina de morar” e sim a
expressão da idéia arquetípica de lar (MONTANER, 2001).

Dessas críticas, a partir dos anos 60 até o início dos anos 90, do século XX,
figuras como Robert Venturi, Philip Johnson e Michael Graves nos Estados Unidos,
Aldo Rossi na Itália, além de James Stirling e Michael Wilford na Inglaterra, entre
outros, tornam realidade um novo pensamento sobre a produção arquitetônica. Segundo
(MONTANER, 2001, p.152):

Venturi defende que os espaços devem ser existenciais e propõe
uma interpretação de toda a história da arquitetura desde sua
capacidade para criar significados; os símbolos constituem a
primeira necessidade do homem.

Muitos arquitetos adotaram padrões de ornamento e formas de composição
antigas. A cidade histórica foi reestudada em busca da reabilitação da escala humana
no urbanismo. A cultura popular tornou-se inspiração para profissionais de arquitetura,
houve também a congregação entre o novo e o antigo, fusão convencionada como
contextualismo histórico.

É sobre a mudança de postura arquitetônica que este artigo pretende discutir,
ou seja, o objetivo central é tratar da passagem do movimento moderno para a chamada
pós-modernidade na arquitetura.

A metodologia adotada neste artigo foi o estudo de alguns clássicos que discutem
a mudança de paradigma referida, como Josef Maria Montaner, Paolo Portuguesi, David
Harvey, Leonardo Benevollo, entre outros que abordam o tema.

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Para a discussão, o artigo está estruturado da seguinte forma: o movimento
moderno, a passagem para a pós-modernidade, as diversas tendências pós-modernas
entre as décadas de 1960 e 1970 e conclusões.

2. OS CAMINHOS DO MOVIMENTO MODERNO

2.1. MOVIMENTO MODERNO

A arquitetura moderna é o termo usado para caracterizar a arquitetura produzida
durante grande parte do século XX.

É possível traçar três motivações que justificam a origem da arquitetura moderna.
Na primeira, vale considerar que o ideário arquitetônico moderno está ligado ao projeto
de modernidade, há uma visão de mundo iluminista. A arquitetura realiza inovações
tecnológicas que emergiram com a Revolução Industrial e com as diversas propostas
urbanísticas e sociais realizadas por teóricos da época.

A segunda motivação evidencia as grandes alterações que ocorreram no século
XIX no mundo, quando as artes redefiniam o seu papel na sociedade. Destacam-se nessa
época os movimentos “Arts & Crafts”, “Art Nouvau” e “Art Decó”.

A partir de 1890 destaca-se, sob a liderança de William Morris, o movimento de
36 Arts & Crafts, que valorizava a produção artesanal, recusando os princípios da produção

industrial, projeta-se na defesa do artesanato criativo como alternativa à mecanização e
à produção em massa. Buscava revalorizar o trabalho manual e recuperava a dimensão
estética dos objetos produzidos industrialmente para o uso cotidiano.

Menos radical que o movimento “Arts & Crafts”, o “Art Nouveau” possuía
uma atitude menos resistente à indústria, privilegiava os novos materiais do mundo
moderno como o ferro, o vidro e o cimento, assim como a racionalidade das ciências e da
engenharia.

No entanto, o estilo que veio com a intenção de integrar a arte, a lógica industrial
e a sociedade de massa, reunindo os princípios básicos da produção em série foi o “Art
Decó”, transformando-se em um estilo de massa.

A arquitetura, o mobiliário, os objetos e ilustrações realizados sob o movimento
“Art Decó” se caracterizavam pelo uso das formas geométricas, diferente do “Art
Noveau”, que utilizava as formas assimétricas dificultando a produção em série como
pretendia a indústria.

A terceira motivação surge justamente na origem do movimento moderno,
quando ocorrem profundas transformações sociais e estéticas propostas pelas vanguardas
artísticas das décadas de 10 e 20 de século XX, pois o movimento moderno não foi só um
estilo, foi também uma causa (KOPP, 1990).

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2.1.1. Os novos materiais 37

O século XIX foi o momento de grandes avanços da engenharia e das invenções
técnicas, por conta do uso de novos materiais como o ferro, vidro, cimento, alumínio e
materiais plásticos. O início da arquitetura moderna na segunda metade do século XIX,
ou seja, quando do surgimento dos primeiros grandes edifícios de estrutura metálica e
com origem na engenharia constituíam uma forma de expressão completamente nova,
colocando de lado as formas do passado.

Os primeiros exemplos de transformação estilística, no século XIX, se encontram
em grandes construções técnicas como o “Crystal Palace” de Joseph Paxton, a “Galérie
des Machines” de Charles Dutert (arquiteto) e Victor Contamin (engenheiro) e a
famosíssima Torre Eiffel de Gustave Eiffel. Esses exemplos ainda hoje são significativos,
pois conseguiram transformar a paisagem urbana mais rapidamente do que dezenas de
monumentos, palácios e igrejas (GYMPEL, 2001).

A utilização dos novos materiais e as novas técnicas resultou em uma gama
de experiências construtivas na arquitetura moderna como: traves muito longas que
deixavam livres grandes paredes e até toda a fachada, mediante o recuo dos pilares de
apoio; a eliminação das paredes de sustentação, a possibilidade de construir edifícios
destacados do solo, apoiando-se em pilotis, janelas de canto, placas projetadas para
o exterior, escadas suspensas; completa liberdade na concepção da planta, graças
ao desaparecimento das paredes divisórias e à sua desvinculação da estrutura de
sustentação vertical e, finalmente, a possibilidade de edificar a construção sem estar
sujeito à existência prévia das paredes.

2.1.2. Os grandes nomes da nova escola

Dos diversos arquitetos do movimento moderno, Le Corbusier, juntamente com
Frank Lloyd Wright, Walter Groupius e Mies van der Rohe representam o quadro dos
grandes artífices de uma definitiva renovação da arquitetura. Eles souberam criar em
torno de suas obras um interesse vivo e um debate mais aceso.

Le Corbusier nasceu em 1887 em - La Chaux de-Fonds na Suíça, e recebeu os
seus primeiros ensinamentos numa escola artesanal. Construiu o seu primeiro edifício aos
17 anos e em 1919 fundou a revista “L´esprit nouveau” que se tornou um órgão de
divulgação do movimento purista, de inspiração cubista. Em 1914, Le Corbusier já havia
projetado a Villa de Savoye, em Poissy e o Pavilhão Suíço na Cidade Universitária de
Paris. A partir dessas realizações, Le Corbusier atingiu um lugar de primeiro plano entre
os mestres da arquitetura moderna (GIEDION, 2004).

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Foto 1: Villa de Savoye de Le Corbusier
Fonte: GIEDION, 2004.

A sua obra foi se afirmando com as vivendas construídas em Garches em 1926 e a
38 de Carthage em 1928. A vivenda de Garches se destaca pelo resultado obtido através da

concentração do peso do edifício sobre finos pilares em concreto, tornando possível a livre
articulação da planta e sua leveza em suspensão. Já na Villa de Savoye o arquiteto faz
uso dos seus famosos pilotis que permitem que o espaço verde circundante se introduza
por entre os próprios pilares que sustentam a casa (GIEDION, 2004).

Além das suas construções inovadoras para a arquitetura moderna, Le Corbusier
se destacava por seus textos literários, jornalísticos e estéticos, que serviram para agitar os
críticos e levar ideias não só para grupos de adeptos da área, mas para a intelectualidade
em geral. Uma das suas afirmações mais típicas era a definição da casa como “une
machine à habiter” - uma máquina de morar: os telhados ajardinados, as janelas em
fita, os pilares recuados, a construção separada do solo ao qual fica ligada através dos
pilotis. Essas ideias surpreenderam o público (GIEDION, 2004).

Outra característica marcante de Le Corbusier se define nos seus cinco princípios
teóricos e práticos, segundo Giedion (2004):

• O pilotis, que deve ser deixado livre, erguendo-se o edifício do solo.
• A independência funcional entre estrutura e vedação não só no caso das

paredes externas, mas também em relação às divisórias internas.
• A planta livre.
• A fachada livre, que é consequência direta do esqueleto estrutural independente.
• O terraço jardim.

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Até hoje, nota-se a importância das influências exercidas pelas obras de Le 39
Corbusier sobre a arquitetura moderna. Ele influenciou pelo menos duas gerações
de arquitetos espalhados pelo mundo, e ainda permanece a herança estilística de sua
mensagem, tal como se perpetuou o eco de sua personalidade, que soube dominar toda
uma fase da arquitetura.

Outro expoente que alcançou o mesmo respeito na arquitetura moderna foi
Frank Lloyd Wright. Destacava-se por defender uma arquitetura orgânica, que tem
como característica rejeitar as formas rígidas e mecânicas, muito usadas no conceito
da “casa, máquina de habitar”. Propõe uma arquitetura em perfeita harmonia com o
meio envolvente, a natureza. Um exemplo seria a Casa Kaufmann - a Casa da Cascata,
perfeitamente enquadrada à natureza, como se fizesse parte da própria paisagem.

Adequados ao declive do terreno, os materiais usados confundem-se com as
rochas e a água parece fluir da própria casa. O edifício é símbolo do organicismo, pois
apresenta uma forte relação com a natureza, numa completa integração. Exemplo de
uma arquitetura funcional e ao mesmo tempo orgânica (GIEDION, 2004).

A extraordinária novidade figurativa, a capacidade de se adaptar a diferentes
terrenos, climas e ambientes, e a contínua mutação da dimensionalidade espacial, são as
qualidades que fizeram Wright um dos pouquíssimos realizadores de uma arquitetura
simultaneamente humana e tecnicamente evolutiva.

Outros grandes nomes do movimento moderno foram Walter Gropius e Mies
van der Rohe, vinculados à “Escola Bauhaus”.

2.1.3. A escola de Bauhaus

A Escola Bauhaus foi de grande importância para o movimento moderno tanto
para “design” quanto para arquitetura, sendo uma das primeiras escolas de “design”
do mundo. Ela foi fundada por Walter Groupius, arquiteto alemão, cujo trabalho se
destacou pelo desenvolvimento de uma arquitetura social, que conjugou as necessidades
do indivíduo com as da coletividade.

A Escola de Bauhaus combate “a arte pela arte” e estimulava a livre criação com
a finalidade de ressaltar a personalidade do homem. Segundo Gropius, o mais importante
era formar homens ligados aos fenômenos culturais e sociais mais expressivos do mundo
moderno. A pesquisa conjunta de artistas, mestre de oficinas e alunos era muito usada no
ensino em Bauhaus, pois para Gropius a unidade arquitetônica só podia ser obtida pela
tarefa coletiva, que incluía os mais diferentes tipos de criação como a pintura, a música, a
dança, a fotografia e o teatro (GROPIUS, 1974).

Bauhaus foi concebida como uma escola livre de artes e ofícios apta a preparar
os seus estudantes para o conhecimento das diferentes formas de artes aplicadas,
a arte industrial e ao artesanato. Outro detalhe importante da escola era o aspecto

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arquitetônico. Ao construir a Bauhaus, Gropius aplicou à arquitetura princípios que
vinham amadurecendo no âmbito das artes visuais graças às correntes de vanguarda da
época (GROPIUS, 1974).

Foto 2: livro da Bauhaus
Fonte: GROPIUS, 1974.

Junto com Gropius na Escola “Bauhaus” destacou-se Mies van der Rohe, com
uma arquitetura limpa, transparente, formada por grandes lâminas de vidro, que utilizava
40 com estruturas independentes em aço. A disciplina rígida de Mies van der Rohe exerceu
profunda influência a arquitetura moderna, que ele começou a produzir na Europa e se
propagou para a arquitetura americana na década de 1950.

Mies van der Rohe produzia uma arquitetura que procurava a forma pura, como
a sua famosa frase, “menos é mais”, com uma busca constante de espaços interiores
fluídos e contínuos (GIEDION, 2004).
2.2. TRANSIÇÃO: MODERNO X PÓS-MODERNO

As transformações inerentes ao segundo pós-guerra materializada nos movimentos
culturais da década de 50 do século XX marcaram a transição entre o moderno e o pós-moderno.

Novas propostas de caráter metodológico se inserem em todos os campos da
produção artísticas atingindo a arquitetura. Esse período coincide com o desaparecimento
dos grandes mestres do movimento moderno, a exemplo de Le Corbusier. Uma vanguarda
de arquitetos propõe projetos com novas formas e símbolos inéditos, com vínculo no
resgate do passado (MONTANER, 2001).

A publicação da obra Linguagem da arquitetura pós-moderna de Charles
Jencks, em 1977, referencia as transformações de forma irrefutável, consolidando uma
nova consciência no modo de pensar, agir e sentir.

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Como consequência, novas publicações introduzem e predizem a pós-modernidade
na arquitetura. Os contextos históricos dos movimentos estudantis parisienses e da
Primavera de Praga enaltecem a necessidade de uma postura liberal-social-humanista,
não apenas textos e projetos e enfatizam a existência de uma nova escola materialmente.
Em 15 de julho de 1972, às 15h32min, a demolição do conjunto residencial Pruitt-Igol em
Saint-Louis elimina um referencial do urbanismo racionalista, marca um novo paradigma
na arquitetura do futuro (BENEVOLO, 1994).

41

Foto 3: conjunto residencial Pruitt-Igol
Fonte: MONTANER, 2001

2.3. O PÓS-MODERNISMO

É compreendido como o ideal arquitetônico que tem como principal objetivo
contrapor aos pressupostos levantados pela arquitetura moderna, o estilo internacional e
seus seguidores.

O pós-modernismo surge nos anos 60 do século XX, no contexto histórico da
contracultura, em uma fase de total transformação com ideias e estratégias projectuais
diferentes das defendidas e criadas pelo período moderno, tecendo, desta forma, a grande
crítica ao estilo internacional, ao tempo em que reavaliava a importância do contexto
histórico no desenvolvimento de novos projetos de arquitetura.

Dentro do período, destacaram-se na nova conceituação arquitetônica de
profissionais como Robert Venturi, Charles Moore, Aldo Rossi, Michael Graves, Robert
Stren, Leon Krier que inseriram uma série de novos e discordantes conceitos arquitetônicos
fundamentais, tornando o período pós-moderno um momento de grande pluralidade no
que se diz respeito às temáticas de projetos (MONTANER, 2001).

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Na diversidade de conceitos de arquitetura desenvolvida no pós-modernismo,
destacam-se diferentes correntes arquitetônicas e seus defensores, o que tornou os
últimos anos do século XX um caleidoscópio, com diversas tendências, que serão descritas
a seguir de forma breve.
2.3.1. Archigram

Uma das tendências da década de 1960 foi a chamada de “arquitetura
tecnológica”, desenvolvida principalmente na Grã-Bretanha nas mãos de arquitetos como
Peter Cook, Warren Chalk, David Greene, Ron Herron e Michael Webb. Tinha por
principal objetivo desenvolver uma arquitetura fundamentada no processo industrial,
na ideia que existe uma racionalidade escondida no mundo da tecnologia e da ciência,
gerando, desta forma, “uma arquitetura descartável, trocável e produtível como qualquer
objeto de consumo” (MONTANER, 2001).

42

Foto 4: Walking City. Ron Herron, 1964
Fonte: MONTANER, 2001.

A arquitetura passaria a ser um produto industrial, no qual esse produto poderia
ser inserido em qualquer parte do mundo, independente das características particulares,
pertencentes aos locais onde seria inserida.

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Para o Archigram, a arquitetura era entendida como um pacote de peças que
poderiam ser substituídas.

Muitos desses ideais de arquitetura foram apresentados pela revista criada pelo
próprio grupo, a Archigram, pois o movimento ficou somente no mundo das ideias sem
sequer uma única edificação construída, mas com ideais que serviram de fundamentos
para os mais variados projetos de arquitetura e urbanismo.
2.3.2. Metabolistas Japoneses

Desenvolvida principalmente no Japão da década de 60, esse movimento teve
como principal representante o arquiteto Kenzo Tange, integrante do grupo metabolista
e profundamente influenciado pela arquitetura de Le Corbusier, apresentava a vontade
de ressaltar as formas estruturais, deixa aparente o funcionamento do edifício em sua
maioria em concreto armado, juntamente com elementos tradicionais e naturais da
arquitetura e da cultura japonesa.

43

Foto 5: Baía de Tokio. Kenzo Tange, Tokio 1960
Fonte: MONTANER (2001)

O campo de atuação do grupo metabolista era compreendido desde o desenho
industrial até o desenho urbano, fato de grande relevância, pois o Japão nesse período
produziu estudos e planejamento em escala urbana inspirados nos ideais do Archigram
(MONTANER, 2001).

Dentro do grupo dos metabolistas podem-se destacar arquitetos como Kenzo
Tange, Kiyonori Kikutake, Kisho Kurokawa, Masato Otaka e Fumihico Maki.

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2.3.3. Neo-produtivistas
Baseado no desenvolvimento da alta tecnologia da construção vigente nos anos 60,

surgiu o grupo defensor do neo-produtivismo, evidenciado nos EUA e na Inglaterra. O grupo
foi influenciado pelos teóricos do Archigram, destacando-se o arquiteto Norman Foster e
sua equipe, que tinham por preferência mudar um determinado ambiente já existente ao
invés de compreendê-lo e valorizá-lo. Outros arquitetos da mesma tendência que podem
ser citados são Kevin Roche e John Dinkeloo, cujo exemplo pode ser observado na foto
abaixo, o edifício do College Life Insurance Co, de Indianápolis, em 1973.

44 Foto 6: Prédio do College Life Insurance Co. – Indianápolis, - projetado em 1973

Fonte: MONTANER, 2001.

O desenvolvimento do estilo arquitetônico é observado nos arranha-céus da
cidade de Nova Iorque que utilizavam materiais construtivos mais modernos nas edificações
mais rápidas, impulsionado pelo desenvolvimento acelerado das cidades, possuindo uma
plasticidade desafiadora, resistente e confortável (MONTANER, 2001).

O desenvolvimento do estilo é observado também na Alemanha, Espanha e na
América Latina com o nome de “Arquitetura do desenvolvimento”.
2.3.4. Alta tecnologia

A alta tecnologia é uma corrente da Arquitetura Pós-Moderna que encontrava no
desenvolvimento tecnológico fundamentos para o desenvolvimento de uma arquitetura
voltada à construção de edificações que valorizavam a utilização principalmente do aço e
do vidro denominadas como mega-estruturas (MONTANER, 2001).

Os arquitetos High-Tech, como eram conhecidos, desenvolviam projetos onde se
destacavam a grandiosidade dos seus prédios unida à possibilidade de ampliação sem
deixar de lado um caráter futurista e lúdico, característica encontrada pelo fato de nas
edificações desse período toda a estrutura interna na edificação ser exposta de forma com
que o prédio interagisse com seu visitante.

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Foto 7: Centro Georges Pompidou, Renzo Piano e Richard Rogers, Paris. 45
Fonte: MONTANER, 2001.

Essa forma de pensar arquitetura sofreu um grande golpe com a chegada da crise
do final da década de 70, em que se destaca uma falência do sistema tecnológico vigente
unido ao alto valor que era necessário para o desenvolvimento dessa arquitetura de alta
tecnologia (MONTANER, 2001).

Na arquitetura de alta tecnologia destacaram-se os arquitetos Renzo Piano e
Richard Rogers, com o Centro Pompidou em Paris, que marcou também a criação de
uma nova tipologia arquitetônica, o Centro de Culturas.

2.3.5. Contextualismo histórico

Fundamentado na ideia da aceitação da pluralidade e diversidade cultural das
diferentes sociedades, o contextualismo histórico surgiu com o fim de implementar
na arquitetura e no urbanismo os aspectos culturais, econômicos, tecnológicos e
históricos de cada lugar, evidenciando nos projetos das edificações a face individual
de cada grupo.

Dentro do contextualismo histórico destacam-se as obras de Aldo Rossi, que
levam para a arquitetura as tradições e ideias de grupos sociais e características históricas,
respeitando a preexistência. Em seu livro, A arquitetura das cidades, lançado em 1966,
Rossi analisa e comprova que o estudo tipológico é fundamental tanto no momento de
análise quanto para o desenvolvimento do projeto.

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Foto 8: Centro Administrativo Regional em Trieste , Itália - 1974
Fonte: MONTANER, 2001.

No método de projetar em arquitetura, baseado na tipologia arquitetônica como
resultado da combinação de elementos arquitetônicos que possibilitam Rossi a utilizar
46 repertórios já definidos, como colunas, muralhas, janelas quadradas, torres em forma de
cones ou minaretes (MONTANER, 2001). A exemplo do projeto do Centro Administrativo
Regional em Trieste, projetado em 1974.
2.3.6. Arquitetura comunicativa

Altamente contrários às concepções da arquitetura moderna, os seguidores
da arquitetura comunicativa acreditavam que a arquitetura moderna tinha perdido a
capacidade de transmitir os significados e os valores simbólicos essenciais a cada edificação.

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Foto 9: O grande Pato, Robert Venturi 47
Fonte: MONTANER, 2001.

Os defensores desse movimento defendem uma arquitetura simbólica, complexa
e contraditória, desenvolvendo a ideia de edifício - anúncio evidenciado em sua segunda
obra literária Aprendendo com Las Vegas (MONTANER, 2001).

A arquitetura comunicativa teve como marca uma arquitetura epidérmica, que
leva elementos externos para chamar atenção dos usuários chamando muitas vezes seus
projetos de edifício propaganda. Segundo (MONTANER, 2001)

Quando Venturi desenvolve uma ideia de edifício propaganda está se
situando nas antípodas de Adolf Loos e de seu conceito da casa como
máquina despida por fora e como singular, cálida e comunicativa por
dentro. Para Venturi trata-se do organismo contrário: máquina funcional
e anônima por dentro e obra singular, comunicativa e pública por fora.

A exemplo da casa Vanna Venturi, projetada por Venturi na Pensilvânia, em 1962.

Foto 10:Casa Vanna Venturi, Robert Venturi
Fonte: MONTANER, 2001.

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2.3.7. A busca da identidade na arquitetura

Além das diversas correntes arquitetônicas que se materializam na espacialização
dos edifícios, entre as décadas de 1960 e 1970, houve também um novo olhar para as
identidades locais, levando-se em consideração que o estilo internacional pregado pela
arquitetura e urbanismo moderno do segundo pós-guerra, não atendia as necessidades
da humanidade de forma homogênea. Assim se passou a observar o relativismo cultural
e antropológico.

Para MONTANER (2001), ao longo dos anos sessenta e setenta ocorreu um
fenômeno novo no mundo da arquitetura e do urbanismo, pois houve o entendimento
de que nem todas as sociedades podem ser compreendidas com os mesmos padrões
culturais e de desenvolvimento, assumindo que a cultura ocidental não é a única existente.

Autores da antropologia como Lévi-Strauss abordaram a diversidade cultural, a
exemplo da obra do mesmo autor, Tristes trópicos, que dedica um capítulo à arquitetura,
quando critica o modo de projetar as casa e as cidades, sem levar em consideração as
condições culturais e climáticas, como ocorria em países da América Latina e do Oriente
Médio.

Desta forma, por um lado existia a busca pela identidade perdida, na forma
da cidade e na expressão das edificações, principalmente nos países do terceiro
48 mundo, que para os críticos do movimento moderno era de fundamental importância,
uma vez que as soluções dadas a cidades e a edificações dos grandes conjuntos
habitacionais propostos em diversas partes do mundo haviam transformado os
bairros em lugares sem identidade, com uma arquitetura considerada repetitiva.
E por outro lado emergia também preocupações com os recursos naturais e as
fontes de energia que necessitavam ser preservadas, pois o padrão capitalista de
consumo não considerava o esgotamento desses recursos, o que levou a se pensar
na sustentabilidade na arquitetura.

2.3.8. Arquitetura sustentável

A partir da metade do século XX, no segundo pós-guerra, a grave crise
socioambiental do planeta ficou cada vez mais evidente. Pode-se dizer que essa crise
era o resultado da proposta de desenvolvimento traçada unilateralmente pelos países
mais ricos, para acelerar o desenvolvimento econômico, em muitos casos sem procurar
preservar os recursos naturais, nem se preocupar com o desenvolvimento social dos países
mais pobres.

Nos anos sessenta e setenta houve uma perda da esperança e confiança na ciência
e na tecnologia e começou a emergir uma forte corrente na busca de retorno à natureza,
no sentido de produzir um ambiente urbano construído mais humano e que respeitasse
mais o meio ambiente.

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Outro fato que levou a se pensar na sustentabilidade e na necessidade da revisão 49
do uso das fontes energéticas foi a crise do petróleo na década de 1970, que estimulou
mundialmente as pesquisas energéticas de produtos e gasto de energia não fósseis que
influenciou também a ampliação das pesquisas mundiais para reduzir a dependência de
fontes energéticas.

Nesse contexto, o mundo, em especial segmentos da comunidade acadêmica,
intelectuais e governantes de diversas partes do mundo, despertou para a necessidade
de preservar o meio ambiente, na perspectiva de conservar a natureza, fato que não
vinha ocorrendo, pois a natureza estava sendo utiliza apenas como geradora de lucros, e
formando uma sociedade voltada para o consumo.

O olhar dos teóricos se voltou também para a produção da arquitetura e do
urbanismo, fazendo críticas à inadequação do padrão de consumo praticado, que
utilizavam tecnologias que não aproveitavam os recursos naturais.

A arquitetura sustentável passou a envolver principalmente a eficiência energética
na construção e manutenção da edificação, aproveitando as estruturas preexistentes,
especificação de materiais utilizados, no campo do urbanismo e do planejamento territorial
e passou a haver maior preocupação com a proteção da natureza.

Na arquitetura contemporânea passou a ser fundamental que um projeto
arquitetônico seja planejado usando as feições naturais, como exposição à luz ou o
aproveitamento da direção natural dos ventos. O movimento evidencia a consciência
da preservação das áreas verdes no entorno da construção ou até mesmo levar essas
áreas para o alto dos edifícios. Parecido com o que aconteceu no passado aos Jardins
suspensos da Babilônia, essa opção ajuda a melhorar o conforto térmico do local.

Os materiais ecológicos na arquitetura sustentável são aplicados para reduzir os impactos
ambientais e, em alguns casos, para a redução dos custos, podendo ser citados: o adobe, tintas
sem componentes voláteis tóxicos, materiais reciclados como garrafas pet, madeira certificada,
ou de curto ciclo de renovação, bambu e outros materiais que levem às tecnologias limpas.

Os materiais regionais também são priorizados na construção sustentável, pois
reduzem o percurso de transporte e emissão de gás carbônico da queima do combustível
e priorizam o desenvolvimento do comércio/indústria regional.

Desta forma houve efetivamente pela primeira vez a aplicação, mesmo que de
forma limitada no caso do Brasil, de energia eólica, energia solar, energia das marés e
outros tipos de energias renováveis (RUANO, 1999).

A arquitetura e o urbanismo sustentáveis passaram a proporcionar um novo
marco referencial para as atividades humanas, redefinindo o modelo de desenvolvimento
das comunidades com entornos edificados harmônicos e equilibrados, que aos poucos
tendem a se converter em um conceito básico e essencial.

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3. CONCLUSÃO

Na evolução histórica do século XX, a fusão do pragmatismo americano e
europeu característico do posicionamento de primazia na condição de potências mundiais,
combinado com a onda pós-marxista e pós-estruturalista que o mundo sofreu em 1968,
contribuiu sobremaneira para o surgimento das mudanças de paradigma no método de
projetar em arquitetura.

Figuras ilustres e referenciais circularam nos dois contextos produzindo um
conjunto conceitual imprescindível ao avanço da arquitetura. Segundo David Harvey,
(1993, p. 22),

Os sentimentos modernistas podem ter sido solapados,
desconstruídos, superados ou ultrapassados, mas há pouca certeza
quanto à coerência ou ao significado dos sistemas de pensamento
que possam tê-los substituído. Essa incerteza torna peculiarmente
difícil avaliar, interpretar e explicar a mudança que todos concordam
ter ocorrido.

Segundo o mesmo autor, o pós-modernismo insere um cisma radical com o
modernismo ou é apenas uma revolta no interior deste último contra certa forma de “alto
modernismo” representada, digamos, na arquitetura de Mies van der Rohe (HARVEY,1993).

50 Uma nova realidade proposta buscou projetar de forma irrefutável uma realidade
marcada pela combinação da alta tecnologia construtiva vigente com elementos da
arquitetura de outros momentos históricos.

Impossível determinar, entretanto, o fim da modernidade, pois os princípios
modernos ainda permeiam a formação de alguns profissionais, e a pós- modernidade
ainda é um processo em curso que vem se transformando desde o final da década de
1990.

Essa breve análise não pretende esgotar um tema tão complexo e diverso, porém
não pode deixar de trazer para as suas últimas considerações modificações importantes
sofridas ao longo dos anos oitenta e noventa como a metodologia projectual de Peter
Eisenman, as modificações da geometria que de acordo com as novas formas das
edificações, para serem representadas já não podem contar apenas com os recursos
da geometria euclidiana e a geometria mongena que dominaram a representação dos
projetos no movimento moderno.

Com a pós-modernidade, além dos historicismos revivalistas, das ideias de
desconstrução surgiram também novas morfologias arquitetônicas que para serem
representadas não podem mais utilizar os recursos convencionais da geometria, como já
foi citado, e sim devem utilizar outras modalidades geométricas como as da geometria
dos fractais, geometria topológica e geometria biônica, que só se consolidam com uso de
softwares específicos de computação gráfica, para modelagens tridimensionais.

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Essas novas modalidades de representação fazem parte dos avanços das
tecnologias herdadas da arquitetura moderna que não podem ser desprezadas pela
arquitetura contemporânea. Outro aspecto importante desse momento é a preocupação
e/ou responsabilidade com o meio ambiente, que foi extremamente desgastado pelo
padrão de exploração excessiva que o planeta sofreu durante todo o século XX, o que
gerou a ideia de uma arquitetura sustentável.

Esses aspectos formam um conjunto de novas posturas arquitetônicas que no final
do século XX e início do século XXI dão origem a novos paradigmas, que se distanciam
dos paradigmas definidos pela racionalidade e funcionalidade da arquitetura moderna.

SOBRE OS AUTORES 51

Gabriel Mendonça Franco ([email protected]) e Renata Monteiro Fraga
([email protected]) são graduandos do 5º período do curso de Arquitetura e
Urbanismo pela Universidade Tiradentes. O presente trabalho foi originado a partir de
práticas de pesquisa documental impressa sob a orientação da professora Ana Maria de
Souza Martins Farias. Ana Maria de Souza Martins Farias ([email protected]) é
professora da disciplina Teoria da Arquitetura e Urbanismo III do curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Tiradentes, graduada em Arquitetura e Urbanismo, Mestre
em Sociologia Urbana pela UFPB e Doutora em História Urbana pela UFPE.

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2007.

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