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Published by leianeri, 2015-09-07 01:36:30

C01_AP_ELABORACAOPROJETOS_M1

C01_AP_ELABORACAOPROJETOS_M1

 
 



ELABORAÇÃO DE PROJETOS
PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS

 
 

MÓDULO 1 – VISÃO GERAL DA ELABORAÇÃO DE
PROJETOS

 

Este material é parte integrante do curso Elaboração de Projetos para
Captação de Recursos, de autoria da Escola de Projetos.
É proibida a reprodução, total ou parcial do conteúdo sem prévia autorização do
autor da obra, em conformidade com a Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de
1998.
Para solicitar informações sobre o conteúdo disponibilizado neste material,
por favor, entre em contato conosco através do telefone (92) 9.9420-4857
ou pelo email: [email protected].
Visite nosso site: http://www.escoladeprojetos.net

MANAUS - AMAZONAS

 
 

E205A NERI, Léia.
Módulo 1 – Visão Geral da Elaboração de Projetos / Léia Neri

– Manaus: Escola de Projetos, 2015.
22 f. : il. ; 27 cm.
Apostila. Material instrucional desenvolvido pela Escola de

Projetos para o Módulo 1 do curso online de Elaboração de
Projetos para Captação de Recursos, 2015.

1. Captação de recursos. 2. Elaboração de Projetos. I. Título.
CDD 178-1

 2

   

APRESENTAÇÃO

Seja muito bem vindo(a) ao curso de Elaboração de Projetos para
Captação de Recursos.

O curso tem duração de 30 (trinta) horas/aula, com 25 módulos,
contendo diversos materiais e atividades que devem ser realizadas ao longo
das aulas. Vídeos, apostilas, fóruns, podcasts, weblinks, questionários,
glossários, enquetes, apresentação de slides e testes de múltipla escolha
são alguns dos recursos disponíveis para aprimorar seu aprendizado. Leia o

GUIA DO ALUNO para saber mais sobre a sala de aula virtual de nossa

Escola.

Ao final, após completar os estudos, o CERTIFICADO do curso

será enviado para seu email em formato digital. Se preferir uma cópia
impressa, solicite de nossa equipe de atendimento pelo endereço eletrônico
[email protected].

Ao longo dos últimos anos, um dos temas mais abordados em todo o
mundo é a captação de recursos, porém só mais recentemente percebeu-se
a importância de orientar os idealizadores de projetos a escrever documentos
de excelência, que transmitissem coerência com as normas vigentes no país,
com boa apresentação e uma redação clara e precisa.

Mas pensar em projetos não é algo novo. Na verdade, os autores
Sargeant e Jay (2010, p. 6 a 151) apresentam um relato detalhado sobre a
trajetória da captação de recursos, relembrando que na Europa os serviços
sociais destinados a suprir as carências materiais dos menos providos eram
gerenciados pelo Estado, com verbas oriundas da cobrança de impostos.

Nos Estados Unidos, essa prática consistia numa iniciativa dos próprios
cidadãos, os quais se organizavam de forma voluntária, no afã de contribuir
para a melhoria das condições básicas de sobrevivência das outras pessoas.

                                                           

1 SARGEANT, A.; JAY, E. Fundraising Management: Analysis, planning and practice. Inglaterra: Routledge,
Taylor & Francis Group, 2010.

 3

 
 

Foi na Inglaterra que as atividades de captação de recursos deram os
primeiros passos, tendo como proposta obter recursos para ajudar a
melhorar a qualidade de vida da população que, naquela época, era
considerada miserável no país. Como relatam Sargeant e Jay (2010), citados
anteriormente, uma das instituições inglesas mais antigas voltadas a ajudar
os menos favorecidos foi a Week’s Charity, ainda no século XV.

Por razões políticas ou eminentemente filantrópicas, a captação de
recursos por alguns para prover benefícios àqueles que precisavam de ajuda
(alimentação, moradia, vestuários, ações em saúde etc) foi sendo
disseminada no mundo inteiro ao longo das décadas. Com essas pessoas,
surgiram também as organizações sociais não governamentais, mais
conhecidas na atualidade como ONGs.

Aos poucos essa prática foi sendo disseminada. Anteriormente
somente os ricos doavam, porém à medida que os meios de comunicação
em massa foram se tornando populares (mídia impressa, rádio e televisão),
as pessoas das classes econômicas menos abastadas passaram também a
auxiliar as causas sociais. Exemplo de uma Organização que se beneficiou
com esse tipo de publicidade/marketing na virada do século XX foi a YMCA,

Charles Sumner Ward é considerado o pai da
captação de recursos e foi o idealizador da
propaganda da Young Men's Christian Association
(YMCA), entidade sem fins lucrativos fundada na
Inglaterra, no ano de1844, mesmo período em que
ocorria a Revolução Industrial, e tinha o objetivo de
melhorar a qualidade de vida da população.
No Brasil, a YMCA começou suas atividades
em 1903 e por aqui recebeu o nome de Associação
Cristã de Moços (ACM). Em todo o país, a instituição
conta com diversas bases, todas integrantes da
Federação Brasileira das Associações Cristãs de
Moços.

 4

 
 

Para saber mais sobre o histórico e as ações da YMCA no Brasil e no
mundo, visite os sites oficiais. Veja abaixo:

Página oficial da YMCA no Brasil: http://www.ymca.org.br
Página oficial da YMCA na Inglaterra: http://www.ymca.org.uk

O momento que vivemos requer que todos os setores – seja o poder
público, seja a iniciativa privada – busquem aumentar suas parcerias para
que consigam atingir as missões institucionais. Assim é que, com frequência,
é possível observar organizações do primeiro e segundo setores, além
daquelas do terceiro setor, elaborando suas estratégias de ação com base
em projetos para captação de recursos.

Confuso sobre a diferença entre primeiro, segundo e terceiro setor? Na
área de MATERIAIS do módulo você vai encontrar uma relação de

REFERÊNCIAS (livros, revistas, artigos e websites) para ampliar seus

conhecimentos sobre o assunto.
Além de diversas fontes nacionais e internacionais para captação de

recursos, temos uma interface web utilizada pelo Governo Federal para gerir
os recursos oriundos de transferências voluntárias da União para estados,
municípios e para as instituições sem fins lucrativos. O Sistema de Convênios

e Contratos de Repasse do Governo Federal (SICONV) está disponível

desde 2008 e, desde então, tem passado por melhorias significativas. Mas o
assunto é extenso e merece um curso só para ele. Enquanto preparamos o
material exclusivo para você, visite o site no endereço abaixo.

Portal dos Convênios: http://www.convenios.gov.br

Observe, porém, que não importa se a fonte de recursos é nacional ou
internacional. Seu projeto deve estar bem escrito, coerente e com uma
apresentação impecável. E é justamente sobre isso que vamos tratar a partir
do próximo tópico. Vamos lá?

 5

   

SUMÁRIO

MÓDULO 1 – VISÃO GERAL DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS .............................. 7 

M1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES............................................................... 8 
M1.2 PROPOSTA X PROJETO.................................................................... 10 
M1.3 FERRAMENTA PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS - 5W3H .............. 13 
M1.4 REUNIÕES PARA DEFINIÇÕES DO PROJETO ................................... 15 
M1.5 ASPECTO VISUAL DO DOCUMENTO ................................................ 21 

 6

   

MÓDULO 1 – VISÃO GERAL DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Olá!

Em nossa primeira aula você irá estudar conceitos
importantes, os quais precisam ser conhecidos a fim de
contribuir para que seus projetos sejam bem elaborados.

Lembre-se que é preciso conhecer o vocabulário
técnico para ampliar a compreensão dos editais para os
quais pretende concorrer e, assim, elaborar documentos
que traduzam a essência do que quer, realmente, realizar
com sua proposta.

Vamos começar?

 7

   

M1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Quando você se depara com um problema, uma situação que
precisa ser resolvida, um cenário que necessita mudar, é natural
pensar em realizar uma ação que possa contribuir para, de fato,
transformar o quadro que o levou a buscar uma solução. Com
frequência, o primeiro impulso que temos é elaborar um projeto e
buscar parceiros que possam viabilizá-lo.

No entanto, quando buscamos por fontes de recursos para a
ideia que tivemos, nos deparamos com editais e roteiros para
elaboração de projetos com termos e palavras que não fazem parte
de nosso cotidiano.

Assim, neste módulo convidamos você a conhecer algumas
terminologias que irão facilitar esse entendimento, de forma que sua
proposta ou projeto possam atender às exigências do edital para o
qual está concorrendo.

Para começar, vamos sabe quem são os PARTÍCIPES de

um projeto? Palavra nova para você? Veja a definição a seguir.

PARTÍCIPES

São as pessoas físicas ou
jurídicas que desempenham algum
tipo de papel no projeto.

 8

 
 

Os conceitos de partícipes são bem simples. Veja no Quadro 1,
abaixo, os principais tipos de partícipes em projetos.

PARTÍCIPE QUEM É?

CONCEDENTE É o órgão responsável pela formalização do contrato
e transferência dos recursos financeiros ou
descentralização de créditos orçamentários,
destinados à execução do objeto do convênio, de
acordo com a legislação vigente.2

PROPONENTE PROPONENTE é aquele que apresenta uma
proposta. Lembre que antes de ser aprovado, seu
projeto é somente uma proposta. A partir de sua
aprovação e celebração do convênio, contrato de
repasse ou termo de parceria, seu papel muda e sua
instituição passará a ser tratada como
CONVENENTE.

CONVENENTE É o órgão ou entidade com a qual o CONCEDENTE
pactua a execução de programas de trabalho,
atividade ou evento de interesse recíproco, mediante
a celebração de convênios. É a entidade que recebe
os recursos financeiros. Em outras palavras, é sua
instituição.

INTERVENIENTE É o órgão da administração pública direta,
autárquica ou fundacional, empresa pública ou
sociedade de economia mista, de qualquer esfera de
governo, ou organização particular que participa do
convênio para manifestar consentimento ou assumir
obrigações em nome próprio.3

EXECUTOR Órgão ou entidade responsável diretamente pela
execução do objeto do convênio.

QUADRO 1. Conceituação dos partícipes

                                                           

2 Texto retirado da apostila “Transferências de Recursos da União – Perguntas e Respostas”, elaborada
pela Controladoria Geral da União (CGU, 2014).
3 Texto original da Instrução Normativa STN Nº 1, de 15 de janeiro de 1997 - Celebração de Convênios
(Texto Consolidado) Diário Oficial da União (DOU) de 31/1/97. Disponível em:
http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/download/estados/IN_STN_1_1997_Convenios/IN_stn_0
1_15jan1997_convenios.htm.

 9

 
 

Para conhecer mais sobre os termos utilizados

em projetos, verifique o GLOSSÁRIO, nas
ATIVIDADES do módulo.

Quer saber mais sobre transferências
voluntárias da União? Baixe e leia a apostila
elaborada pela Controladoria Geral da União
(CGU), disponível na área de

MATERIAIS.

Continuando nosso aprendizado, está na hora de saber a

diferença entre PROPOSTA e PROJETO, assunto do próximo

tópico. Vamos lá?

M1.2 PROPOSTA X PROJETO

Quando você pensa em realizar um projeto, o que tem no início

é apenas uma PROPOSTA. E por que não é um PROJETO de

fato?
Porque, no começo, o que temos em mente é uma solução

para um problema que enxergamos. Nesse pensar, em geral, primeiro
tentamos organizar as coisas, a ideia em nossa mente, sem
considerar que existe um modo de planejar adequadamente as ações
para que nossa proposta possa ser realizada.

Para expor a proposta, não precisamos de um documento
formatado, porque existem diversos modos de traduzir algo que
pensamos, como uma exposição de motivos, um memorando, um
email, uma carta, um ofício, só para citar alguns.

  10

 
 

No VÍDEO dessa aula há uma explicação

bem detalhada sobre o assunto. Veja na parte de

MATERIAIS do módulo.

Na elaboração de um PROJETO, porém,

é preciso considerar três importantes fatores,
sem os quais sua proposta pode vir a fracassar:
tempo, custo e qualidade.

Quando pensar em TEMPO, lembre de CRONOGRAMA. Em
CUSTO, faça referência ao ORÇAMENTO e, por fim, QUALIDADE
refere-se a CUMPRIMENTO DO OBJETO, ou a EFETIVIDADE do
projeto. Esses temas serão abordados nos módulos posteriores.

Diversos são os conceitos existentes sobre esse tema. Para
Maximiano (2002, p. 264), projeto consiste em “[...] um
empreendimento temporário de atividade com início, meio e fim
programados, que tem por objetivo fornecer um produto singular e
dentro das restrições orçamentárias” (grifo nosso).

De acordo com a norma NBR ISO 10.006, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a qual versa sobre as diretrizes
de qualidade de gerenciamento de projetos, o projeto é:

Um processo único, consistindo de um grupo de atividades
coordenadas e controladas com datas para início e término,
empreendido para alcance de um objetivo conforme
requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e
recursos (ABNT, 2000, p. 2)5.

                                                           
4 MAXIMIANO, A. C. A. Administração de Projetos - Como transformar ideias em Resultados. 2. Ed.,
São Paulo: Atlas, 2002.
5 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Gestão da qualidade - Diretrizes para a qualidade
no gerenciamento de Projetos. ABNT/CB-25 - Comitê Brasileiro da Qualidade CE-25:002.08 - Comissão

  11

 
 

Assim, entende-se que o projeto surge em resposta a um
problema e/ou de uma necessidade concreta. Desta maneira, quando
pensamos em elaborar um projeto estamos, na verdade, buscando
prestar nossa contribuição para a solução de problemas existentes,
transformando ideias em ações planejadas e executadas, em
conformidade com o que está previsto na nossa proposta.

Mundialmente, o conceito mais difundido de projeto é o adotado
pela Organização das Nações Unidas (ONU), a qual assevera que:

Projeto é um empreendimento planejado que consiste num
conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com
o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de
um orçamento e de um período de tempo dados
(PROCHONW, 1999 apud ONU, 1984).

O documento chamado PROJETO, então, é o resultado obtido
ao se “projetar”, ao se colocar no papel tudo o que é necessário para
o desenvolvimento de um conjunto de atividades. Para isso, é
importante considerar os seguintes aspectos: quais são os objetivos,
que meios serão utilizados para atingi-los, quais recursos serão
necessários, onde esses recursos serão obtidos e como serão
avaliados os resultados das ações descritas no projeto.

Para chegar às respostas para os questionamentos acima, é

importante, sobretudo, PLANEJAR.

Como se vê, PROJETO é um tipo de documento e não existe

um modelo único. É importante, por isso, aprender a PENSAR
PROJETO, a utilizar a linguagem adequada para descrever suas

ideias, pois a organização do projeto em um documento nos auxilia a
organizar o trabalho em metas e etapas que devem ser cumpridas,
transformando em texto a imagem do que se quer alcançar,

                                                                                                                                                                              

de Estudo Qualidade no Gerenciamento de Projetos NBR ISO 10006 - Quality management - Guidelines
to quality in projects management. Dez 2000. 

  12

 
 

identificando as principais deficiências e riscos que podem ocorrer e
procurar meios de evitar falhas durante a execução das atividades
previstas.

Para auxiliar na organização das ideias, que tal utilizar
ferramentas reconhecidas internacionalmente na Administração, como

o 5W3H? Vamos saber mais sobre isso no próximo tópico.

Mas, antes de avançarmos, acesse o

FÓRUM e conte-nos: 1) O que estimulou você a

participar deste curso?; 2) Qual sua experiência na
elaboração de projetos para captação de recursos?;
e 3) Fale-nos um pouco sobre sua instituição, seja
ela pública ou privada.

M1.3 FERRAMENTA PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS -
5W3H

Uma boa proposta deve estar fundamentada em um bom
projeto. Também deve ser capaz de explicitar de que maneira, em
função de um problema a superar e das ideias para a sua solução,
são/ serão organizadas as atividades, pessoas e recursos financeiros
a fim de se obter resultados positivos que possam, de fato, contribuir
para a solução do problema inicialmente visualizado e que originou o
projeto.

Nós, da Escola de Projetos, sugerimos que você adote a
ferramenta 5W3H, a qual ajuda a colocar em prática a execução de

um plano que auxilia na preparação de novas atividades. A partir de
sua utilização, será necessário responder uma série de perguntas que
irão contribuir na tomada de decisões, na realização das ações e na

  13

 
 

atribuição de responsabilidades do projeto. Observe o Quadro 2, a
seguir.

O QUÊ? O que, EFETIVAMENTE, queremos fazer?

POR QUÊ? Por que este projeto é necessário? Quais problemas serão
resolvidos a partir da execução deste projeto?

COMO? Como é possível realizar as ações previstas na proposta?
Quais os recursos necessários?

QUANDO? Quando as ações serão realizadas? Lembre-se de
estabelecer o período de cada etapa.

ONDE? Onde as atividades previstas na proposta serão executadas?

PARA QUÊ? Qual o objeto da proposta? Quais os objetivos das ações e
atividades relacionadas na proposta?

PARA Quem está envolvido? Quais os participantes? Quem será
QUEM? responsável pela elaboração/ execução/ aquisição/
monitoramento/ avaliação?

QUANTO? Quanto custará o projeto? Qual a sua contrapartida?

QUADRO 2. Modelo da Ferramenta 5W3H

Para chegar às respostas, porém, lembre-se de buscar a opinião
técnica de profissionais especializados na área em que sua proposta
pretende realizar as ações. No próximo tópico vamos discutir mais
detalhadamente esse assunto.

Na área de MATERIAIS do módulo
disponibilizamos esse quadro em formato PDF.

Pode baixar e usar à vontade!

  14

   

M1.4 REUNIÕES PARA DEFINIÇÕES DO PROJETO

No entendimento de Stephanou, Muller e Carvalho (2003, p. 16),

A elaboração de um projeto implica em diagnosticar uma
realidade social, identificar contextos sócio-históricos,
compreender relações institucionais, grupais e comunitárias e,
finalmente, planejar uma intervenção, considerando os limites
e as oportunidades para a transformação social.

A transformação do problema percebido em um documento
contribui para a organização do trabalho em etapas a serem
cumpridas, melhor entendimento do se quer alcançar, identificação
das principais deficiências, além da observância e superação das
possíveis falhas durante a execução das atividades previstas.

Veja as etapas básicas para elaboração de projetos no Quadro
3, abaixo:

ETAPA O QUE FAZER? PARA DEFINIR…

1 DEFINIÇÃO DO PROJETO O que queremos fazer?

ELABORAÇÃO DO PROJETO Como vamos agir?
BÁSICO/ DESCRITIVO
2 Quais as metas?
Quais as etapas?

Quais os prazos?

Como vamos avaliar, tirar
3 ANDAMENTO DO PROJETO conclusões e disseminar
resultados?

4 ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO Quanto vai custar o projeto?
Quem pode ser fornecedor?

QUADRO 3. Etapas básicas para elaboração de projetos

Todas as ações começam a partir da identificação de

NECESSIDADES e DIFICULDADES que existem na

                                                           

6 STEPHANOU, L.; MULLER, L. H.; CARVALHO, I. C. de M. Guia para a elaboração de projetos
sociais. Porto Alegre. Editora Sinodal e Fundação Luterana de Diaconi. 2003.

  15

 
 

realização de tarefas básicas em seu ambiente de trabalho e para a
equipe responsável pela elaboração do projeto.

Então, a primeira coisa a ser feita é relacionar quais são os

OBSTÁCULOS ou RISCOS. Em outras palavras, deve-se

procurar, ao máximo, prever as situações que podem afetar
negativamente a concretização da elaboração do documento e,
posteriormente, da execução desse mesmo projeto.

Para saber mais sobre esse assunto, assista

ao VÍDEO que está na área de MATERIAIS

do módulo.

E como se faz isso na prática? IMPORTANTE:

Em REUNIÃO. Lembre-se que por A ideia central da
proposta deve ser
melhor que seja o "projetista", um bom
resultado final será aquele projeto que envolve discutida, desde o
vários atores, de diferentes áreas de início, com todas as
conhecimento.
pessoas interessadas,
Na prática, o trabalho começa pelo que pois seu envolvimento
chamamos de coração do projeto, que envolve
aspectos de suma importância, tais como: a futuro nos trabalhos
definição do objeto de trabalho, os propósitos, será motivado pelas
os objetivos que se tem e uma visão clara dos
problemas que se pretende resolver com a visões compartilhadas
concretização da ideia. nesta primeira etapa.

Para isso, será necessário realizar

encontros ou reuniões do GRUPO DE

TRABALHO (GT) envolvido na elaboração

do projeto.

  16

 

 

Por que definir em reunião?

É importante definir os aspectos citados anteriormente em
reunião, com diversos participantes para:

− Verificar se foi atingida a expectativa dos participantes e
esclarecer as IDEIAS e OBJETIVOS de todos e a todos, a fim
de recortar o ESCOPO DO PROJETO (a visão geral) e definir o
PÚBLICO-ALVO que se quer trabalhar;

− Motivar todos os presentes a participar;
− Reunir as informações necessárias para escrever o projeto

descritivo/ básico;
− Procurar informações sobre as FONTES DE RECURSOS.

Quem deve participar das reuniões?

Das reuniões para a coleta de dados para
a elaboração do projeto devem participar

TODOS OS ENVOLVIDOS COM O TEMA,

especialmente aqueles que irão ser os
responsáveis pela elaboração textual do projeto,
ou seja, do projeto escrito propriamente.

Também devem fazer parte do grupo as pessoas que irão
participar de sua efetiva execução.

Como fazer a reunião?

Não há uma fórmula mágica para fazer uma reunião, no entanto
damos algumas dicas que podem funcionar bem para você. Veja a
seguir:

  17

 
 

− Fazer um QUADRO DE DEFINIÇÃO DO PROJETO7, ou

seja, descrever um mapa geral do contexto em que se quer
trabalhar. Este é o momento de analisar o conjunto de coisas
e pessoas que cercam e influenciam o alvo do seu projeto;
− Preencher o quadro com ideias concretas (mesmo sem ter
todos os detalhes Æ não é preciso tê-los já) pedindo sugestões
a todos os presentes, inclusive aos mais acanhados ou
àqueles que não se acham preparados para ajudar. Esse

processo é chamado de BRAINSTORMING8;

− Organizar as ideias no quadro. Uma pessoa do grupo, que
possa captar as ideias que vão sendo colocadas, deve
assumir a tarefa de organizá-las no quadro, tendo o cuidado
de ouvir a todos e estimular a participação.

O participante do grupo de
trabalho que assume o papel acima
citado recebe o nome de

FACILITADOR, pois sua função

é realmente facilitar, fornecer meios
de interação para que todos os
presentes na reunião possam
contribuir e a ideia final – que é a
proposta do projeto – possa ficar
mais completa, mais significativa e
mais adaptada à realidade.

                                                           

7 Utilize o quadro laranja apresentado anteriormente com o 5W3H.

8 Brainstorming é uma ferramenta utilizada na gestão da qualidade empresarial que significa
"Tempestade de ideias". Consiste em um processo de grupo no qual os indivíduos emitem ideias de forma
livre, sem críticas, no menor espaço de tempo possível. Busca-se diversidade de opiniões através de um
processo de criatividade grupal, com o intuito de coletar informações e sugestões que auxiliem no
processo de melhoria contínua da organização.

  18

 
 

IMPORTANTE:

O organizador da reunião deve valorizar todas as ideias e não só as que
fazem sentido para ele, pois no final quase tudo pode ser aproveitado, e
ele pode não estar vendo o que outros estão.

Qual deve ser o produto das reuniões?

Ao final do processo deve-se ter:
1. O quadro de definição do projeto devidamente preenchido;
2. A equipe de pessoas que vai, de fato, se responsabilizar pela

REDAÇÃO DO PROJETO;

3. Um grupo para pesquisar fontes de recursos;
4. A data da próxima reunião.

Elaboração do briefing do projeto

Outra ferramenta importante para organizar as ideias e, assim,
elaborar um projeto consistente é preencher o quadro que chamamos

de BRIEFING DO PROJETO.

O Briefing consiste em uma importante ferramenta para que se
possa ter uma visão geral do projeto, considerando informações
essenciais para sua elaboração futura, como se pode inferir do
formulário abaixo.

Utilize o modelo a seguir. É o que usamos nos cursos
presenciais e sempre funciona muito bem.

  19

 

 

1 TÍTULO/ NOME DO PROJETO

OBJETO − Deve fazer referência aos objetivos e ao título.

OBJETIVO(S) − Descreva, em tópicos, quais os objetivos da proposta
de forma sucinta.

ABRANGÊNCIA − Quais as áreas que serão afetadas pelo projeto?

o Por exemplo: Todo o estado do Amazonas (Capital e 61
municípios do interior)

JUSTIFICATIVA − Descrever em forma de tópicos;

(TÓPICOS) − A forma dissertativa deverá ser usada no PROJETO
DESCRITIVO.

AÇÕES − Descreva, em forma de tópicos, as etapas
PROPOSTAS necessárias para efetivação de sua proposta.

RECURSOS − Descrever em forma de tópicos;
NECESSÁRIOS
− No PROJETO DESCRITIVO, corresponde ao
(MATERIAIS, ORÇAMENTO do projeto e deve ser apresentado em
HUMANOS, TABELAS.
FINANCEIROS)

PÚBLICO-ALVO − DIRETOS: Quem participará e usufruirá diretamente
do projeto?;

− INDIRETOS: Quem vai ser beneficiado pelo projeto,
mesmo não participando de sua execução?

RESULTADOS − Descrever em forma de tópicos;
ESPERADOS
− Devem ter relação com cada um dos objetivos
traçados para o projeto.

VALOR ESTIMADO − R$ 4.444.444,00

  20

   

Construindo um portfólio de projetos

O PORTFÓLIO DE PROJETOS é a junção de diversos

BRIEFINGS, reunidos em um documento único, cuja organização
preconiza a segmentação das ações.

Para saber mais sobre isso, não perca nossos próximos cursos.

Mas, agora, vamos falar do aspecto visual
do projeto? Antes disso, assista ao vídeo sobre o

assunto na área de MATERIAIS do módulo.

M1.5 ASPECTO VISUAL DO DOCUMENTO

Considerando que a primeira impressão é a que fica, é
importante que seu projeto seja visualmente agradável.

Até aqui falamos da importância do conteúdo, das ideias
apresentadas, porém não podemos deixar de destacar a importância
da formatação, do aspecto visual do documento.

Na área MATERIAIS há uma LISTA
DE DICAS SOBRE FORMATAÇÃO.

Se ainda restarem dúvidas, procure no
YOUTUBE videoaulas sobre o assunto. Existem
diversos materiais gratuitos com dicas sobre
recursos em editores de texto para incrementar
seu documento.

E chegamos ao final do primeiro módulo. Vamos começar o

MÓDULO 2?

  21

 
 

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ESCOLA DE PROJETOS.

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