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Published by DCL Play, 2016-01-12 16:17:17

A Sereníssima República

LITERATURA BRASILEIRA

TRISTE FIM

DE POLICARPO

QUARESMA NOV O ACNOORMDOESODRATOLGRÁFICIOTERATURA
COLEÇÃO
LIMA BARRETO GRANDES

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Triste Fim de
Policarpo Quaresma

Lima Barreto

Copyright © 2015 da edição: DCL – Difusão Cultural do Livro

Equipe DCL – Difusão Cultural do Livro 2015
DIRETOR EDITORIAL: Raul Maia

Editor: Marco Saliba
Assessoria de Edição: Millena Tafner

GERENTE DE ARTE: Vinicius Felipe
Ilustração da capa: João Lin
GERENTE DE PROJETOS: Marcelo Castro
SUPERVISÃO GRÁFICA: Marcelo Almeida

Equipe Eureka Soluções Pedagógicas
EDITOR DE ARTE: Gustavo Garcia

EDITOR: Helder Profeta
REVISÃO DE TEXTOS: Camilla de Rezende
NOTAS EXPLICATIVAS: Pamella Brandão

Texto conforme o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Barreto, Lima, 1881-1922.

Triste fim de Policarpo Quaresma / Lima
Barreto. -- São Paulo : DCL, 2012. -- (Coleção
grandes nomes da literatura)

"(Texto integral com cometários)".
ISBN 978-85-368-1530-5
1. Romance brasileiro I. Título. II. Série.

12-12821 CDD-869.93

Índices para catálogo sistemático:
1. Romances : Literatura brasileira 869.93

Impresso na Espanha

Editora DCL – Difusão Cultural do Livro
Rua Manuel Pinto de Carvalho, 80 – Bairro do Limão

CEP: 02712-120 – São Paulo – SP
www.editoradcl.com.br

Sumário

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 4

Primeira Parte
I - A lição de violão............................................................................................ 7
II - reformas radicais..................................................................................... 18
III - a notícia do genelício............................................................................ 28
IV - desastrosas consequências de um requerimento................. 39
V - o bibelot........................................................................................................... 48

Segunda parte
I - no “sossego”.................................................................................................... 58
II - espinhos e flores........................................................................................ 67
III - golias.............................................................................................................. 76
IV - “peço energia, sigo já”............................................................................. 87
V - o trovador..................................................................................................... 97

Terceira parte
I - patriotas........................................................................................................ 108
II - você, quaresma, é um visionário..................................................... 119
III - ... e tornaram logo silenciosos...................................................... 129
IV - o boqueirão................................................................................................ 140
V - a afilhada.................................................................................................... 151

APRESENTAÇÃO

O autor

Alfonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido como Lima Barreto,
nasceu no Rio de Janeiro no mês de maio de 1881. Seu pai, nascido escravo,
era tipógrafo; sua mãe, nascida filha de escrava, era professora do ensino fun-
damental. Quando Lima Barreto tinha 6 ou 7 anos, sua mãe faleceu, e seu pai,
com muito custo, teve que sustentar Lima e seus irmãos.

O escritor teve a oportunidade de ter uma boa educação. Iniciou os es-
tudos em uma boa escola pública e depois foi para um colégio chamado Li-
ceu Popular Niteroiense, bancado pelo padrinho, Visconde de Ouro Preto. Em
1895, transferiu-se para o público Colégio Pedro III, a fim de terminar o ensino
secundário. Nesse mesmo ano, foi admitido na Escola Politécnica, teve, con-
tudo, de largar a faculdade para sustentar seus irmãos e o lar, já que seu pai foi
internado como vítima de loucura.

Por conta de sua paixão pela leitura, escrevia muito bem. Iniciou sua car-
reira jornalística trabalhando para as principais revistas de sua época. Somado
ao cargo de amanuense no Ministério da Guerra, isso garantiu sua renda familiar
por um bom tempo.

Em 1909, estreou como escritor com o romance Recordações do Es-
crivão Isaías Caminha, que criticava a sociedade brasileira, considerada,
por ele, preconceituosa (ele sofreu preconceito por ser mestiço) e hipócri-
ta (talvez por sempre sofrer preconceito, apesar de a escravidão já ter sido
abolida há tempos). A imprensa e a desigualdade social também são alvo
de crítica em suas obras.

Levava uma vida boêmia, solitária e depressiva. A cada dia mais se
entregava à bebida, até, finalmente, tornar-se alcoólatra. Foi internado
duas vezes na Colônia de Alienados na Praia Vermelha e no Hospício
Nacional por delirar enquanto estava sob o efeito do álcool. Essas experi-
ências levaram-no a escrever o livro Cemitério dos Vivos, revelando seus
sentimentos e dando a suas obras característica autobiográfica – ressaltan-
do o preconceito e a hipocrisia.

Foi muito criticado por autores da época por usar uma linguagem mais
coloquial em seus trabalhos e pela descrição psicológica de suas personagens ir
além – também característica pré-moderna, período literário em que sua maior
obra (Triste Fim de Policarpo Quaresma) teve destaque.

Viveu no alcoolismo e foi internado em clínicas psiquiátricas, de
maneira que só foi reconhecido por suas obras depois que morreu, no ano
de 1922, aos 41 anos de idade, vítima de um ataque cardíaco por conta
do seu vício.

4

Período histórico e literário

Triste Fim de Policarpo Quaresma é uma obra pré-moderna. O pré-mo-
dernismo não pode ser considerado uma escola literária – pois ainda não é
muito bem fundamentado –, mas, sim, um período de transição entre, prin-
cipalmente, o Realismo-naturalismo e o Modernismo. A maioria dos autores
desse período não são considerados modernistas por não terem vivido tempo
suficiente para participar do movimento. Com Triste Fim de Policarpo Qua-
resma, portanto, o pré-modernismo tem como característica a crítica em geral,
linguagem coloquial, patriotismo, melancolia, casamento, entre outros.

O enredo

A grande obra de Lima Barreto foi publicada, em 1911, em formato
de folhetins pelo jornal Comércio, do Rio de Janeiro. Em 1915, foi editado
em formato de livro e considerado por críticos como a principal obra do
período pré-modernista, o que trouxe um reconhecimento ao autor até os
dias de hoje.

Narrado em terceira pessoa, Triste Fim de Policarpo Quaresma focaliza
os aspectos políticos e sociais da época, como o governo de Floriano Peixoto
(a instalação da República) e seus feitos durante o início daquela época deno-
minada Primeira República.

Dividido em três partes, a obra narra a vida do patriota, xenófobo,
solteirão, rico e ingênuo Policarpo Quaresma, que não se conforma com
o descaso dos brasileiros com a própria cultura e a supervalorização da
cultura europeia.

Policarpo aprende a tocar violão por conta das modinhas brasileiras, cho-
ra quando recebe a visita de um amigo, por ser um costume originalmente bra-
sileiro, estuda loucamente toda a história e geografia do nosso País e defende
a tese de que no Brasil deveríamos falar tupi, e não a língua “emprestada” dos
portugueses. Tudo isso faz com que, de um homem renomado e respeitado
onde vive, ele passe a ser taxado como louco.

Na segunda parte do livro, o personagem passa por experiências com o
plantio, tentando ser um exemplo na agricultura e provar para os outros que
nosso solo é o mais fértil do mundo. Gasta horrores de dinheiro e até se muda
para o campo, mas, depois de um ataque de saúvas em suas terras, percebe que
o solo brasileiro não é tão fértil quanto ele imaginava, já que apresenta pragas,
o que faz com que Policarpo fique desapontado.

Em sua terceira e última parte, percebe que está pensando muito baixo em
relação à pátria. Falar tupi e plantar são coisas muito pequenas. Resolve, então,
alistar-se na frente de combate em defesa do Marechal Floriano e torna-se co-
mandante por conta do destaque que obteve na Revolta da Armada – insurrei-
ção dos marinheiros da esquadra contra o continuísmo florianista.

O fim do livro é completamente o oposto do início divertido, fazendo jus ao
título. Policarpo tem um triste fim ao perceber que a pátria que tanto idolatrava

5


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