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Published by , 2017-10-30 17:38:28

artigo

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Saraceni V, Pereira GFM, Sil- sífilis em gestantes e sífilis foram feitas entre as unida-
congênita nos estados brasilei- des da federação, e não com
veira MF, Araujo MAL, Miranda ros do Amazonas, Ceará, Es- a soma dos casos.
pírito Santo, Rio de Janeiro e
AE. Vigilância epidemioló- Rio Grande do Sul e no Distrito A taxa de detecção de sífilis
Federal a partir de dados do em gestantes cresceu entre
gica da transmissão vertical Sistema Nacional de Agravos 21% (Amazonas) e 75% (Rio
de Notificação (SINAN). de Janeiro). A incidência de
da sífilis: dados de seis unida- sífilis congênita seguiu o mes-
Estudo descritivo incluindo mo perfil de incremento, va-
des federativas no Brasil. Rev avaliação ecológica e transver- riando de 35,6% no Distrito
sal. Foram utilizados dados do Federal a 639,9% no Rio
Panam Salud Publica. SINAN Net. Foram calculadas Grande do Sul, com redução
a taxa de detecção de sífilis de 0,7% no Amazonas. A reali-
2017;41:e44. em gestantes e a taxa de inci- zação de pré-natal nas mulhe-
dência de sífilis congênita por res com desfecho de sífilis
Descrever o perfil epidemiológi- 1 000 nascidos vivos. Para congênita variou de 67,3% no
co dos casos notificados de identificar as gestantes notifi- Amazonas a 83,3% no Distrito
cadas com sífilis com desfe- Federal. Das gestantes com
cho de sífilis congênita, as sífilis, 43% tiveram desfecho
duas bases do SINAN foram notificado de sífilis congênita.
relacionadas por meio do sof- Nas gestantes com sífilis e
twa-re RecLink. Como os da- desfecho de sífilis congênita, o
dos eram de representativida- diagnóstico materno ocorreu
de regional, as comparações durante o pré-natal em 74% e
no parto em 18%. Em 8% das
mulheres ignorava-se o mo-

O incremento nas taxas de de- de ser classificada pelo tempo pois fornece subsídios para o
tecção de sífilis pode ter resul- de infecção como sífilis adqui- planejamento e a definição das
tado do aumento na otificação. rida recente ou sífilis adquirida interven- ções necessárias (4,
O monitoramento constante tardia; ou pela presença de 6). O Ministério da Saúde re-
em gestantes é essen-cial manifestações clínicas como comenda a triagem sorológica
para a eliminação desses sífilis primária, secundária, la- para sífilis, de preferência por
agravos. tente, terciária e neurossífilis meio do teste rápido treponê-
(1). A transmissão vertical da mico, no primeiro e terceiro
Sífilis; gestação; sífilis congê- Em 2013, observou-se uma trimestres de gestação e na
nita; profissionais da saúde; taxa de detecção de 7,4 casos ocasião da internação para o
vigilância sanitária; Brasil. de sífilis em gestantes para parto ou curetagem. Para as
cada 1 000 nascidos vivos (4). gestantes com resultado rea-
A sífilis, causada pelo Trepo- A sífilis pode ser classificada gente, o controle do tratamen-
nema pallidum, é uma doença pelo tempo de infecção como to e da cura deve ser realizado
sexualmente transmissível. sífilis adquirida recente ou sífi- através do Venereal Disease
Quando não tratada durante a lis adquirida tardia; ou pela Research Laboratory test
gestação, resulta em conside- presença de manifestações (VDRL), um exame não trepo-
rável proporção de mortes fe- clínicas como sífilis primária, nêmico (4–6).
tais e neonatais precoces (1, secundária, latente, terciária e
2), com alta probabilidade de neurossífilis (1). A transmissão Entretanto, apesar da maior
transmissão vertical, principal- vertical da sífilis, que pode oferta de testes diagnósticos
mente nas fases primária e se- ocorrer em até 25% dos casos para as gestantes e seus par-
cundária, aumentando o risco (5, 6), pode ser evitada desde ceiros com a introdução dos
de mortes perinatais (3). O últi- que o diagnóstico e o trata- testes rápidos distribuídos pelo
mo levantamento sobre sífilis mento adequados da gestante Ministério da Saúde, a trans-
entre parturientes no Brasil in- sejam realizados durante o pe- missão vertical da sífilis não
cluiu uma amostra de aproxi- ríodo gestacional (5). A sífilis tem declinado da forma espe-
madamente 36 000 gestantes, congênita e a sífilis em gestan- rada, o que evidencia que so-
distribuídas entre as cinco re- tes são de notificação compul- mente o acesso ao diagnóstico
giões geográficas brasileiras sória no Brasil desde 1986 (7) não é suficiente para garantir a
(4). A prevalência estimada de e2005 (8), respectivamente, melhoria da qualidade da aten-
sífilis em gestantes foi de existindo uma definição de ca- ção à gestante portadora de
0,85% para o Brasil como um so própria para fins de vigilân- sífilis. O cuidado dispensado à
todo, 1,05% para a região Nor- cia epidemiológica, revisada gestante pela Estratégia Saú-
te, 1,14% para o Nordeste, periodicamente, de cada uma de da Família, que atualmente
0,73% para o Sudeste, 0,48% dessas situações (9). Portanto, é a base da atenção primária à
para o Sul e 1,20% para o as informações sobre abortos, saúde no Brasil, precisa aliar a
Centro-Oeste. Em 2013, ob- natimortos e nascidos vivos tecnologia existente à assis-
servou-se uma taxa de detec- com sífilis congênita devem tência de qualidade para a re-
ção de 7,4 casos de sífilis em ser inseridas no Sistema de dução da sífilis congênita (9).
gestantes para cada 1 000 Informação de Agravos de No- Os dados de notificação, quan-
nascidos vivos (4). A sífilis po- tificação (SINAN) (4, 7). O mo- do usados adequadamente,
nitoramento dessas infec- ções podem contribuir para esse
por meio do SINAN é de fun- esforço. Diante desse contex-
damental importância para a to, o objetivo deste estudo foi
eliminação da sífilis congênita, descrever o perfil epidemioló-

gico dos casos notificados de se. Esse intervalo representa o como o número de notifica-
sífilis em gestantes e de sífilis período entre o início da vigên- ções sobre os nascidos vivos
congênita nos estados brasilei- cia do SINAN versão Net por 1 000 nascidos vivos no
ros do Amazonas, Ceará, Es- (2007) até o ano mais comple- mesmo ano, conforme defini-
pírito Santo, Rio de Janeiro e to imediatamente antes do iní- ção dos indicadores pelo Mi-
Rio Grande do Sul e no Distrito cio deste projeto. Definiu-se nistério da Saúde (4). Os da-
Federal. “município silencioso” como dos para esses cálculos são
aquele que não apresentou obtidos do Sistema de Infor-
O presente estudo descritivo notificação de sífilis em ges- mação Sobre Nascidos Vivos
dos casos de sífilis em gestan- tantes ou sífilis congênita no (SINASC). Para identificar as
tes e de sífilis congênita, inclu- período; “tratamento adequa- gestantes notificadas com sífi-
indo avaliação ecológica e do” para sí- filis na gestação lis e que também tiveram des-
transversal, foi conduzido nos foi aquele prescrito de acordo fecho de sífilis congênita, foi
estados do Amazonas, Ceará, com a fase clínica da sífilis e realizado um relacionamento
Espírito Santo, Rio de Janeiro com uso de penicilina benzati- das duas bases de dados do
e Rio Grande do Sul e no Dis- na (10); e “exame de líquor po- SINAN por meio do software
trito Federal, Brasil. Os dados sitivo” foi considerado aquele RecLink (11). O projeto foi
incluídos tinham representativi- que apresentou alterações ci- aprovado no Comitê de Ética
dade regional. A escolha de tológicas, bioquímicas ou em Pesquisa da Universidade
estados representando as dife- VDRL reagente. As distribui- Federal do Espírito Santo (no.
rentes regiões geográficas do ções proporcionais das variá- 640.580/2014). A privacidade
Brasil foi necessária para con- veis sociodemográficas e clíni- e a confidencialidade foram
templar a heterogeneidade no cas disponíveis no SINAN fo- asseguradas em todas as fa-
acesso aos serviços de saúde. ram comparadas pelo teste do ses do projeto por meio de co-
Os dados utilizados para a qui-quadrado (c2 ) de Pearson dificação. Os bancos de dados
análise provieram das bases para homogeneidade de pro- foram analisados sem a identi-
de dados do SINAN Net para porções. As medianas de ida- ficação dos sujeitos.
sífilis em gestantes e sífilis de foram comparadas por aná-
congênita. As variáveis incluí- lise de variância (ANOVA). Os Clique no botão para assistir o
das foram as que constam de dados foram analisados no pa- vídeo sobre esse
maneira padronizada nas fi- cote estatístico Stata 11.2, tema.
chas de investigação dos dois com significância estabelecida
agravos, disponíveis online em 5%. Como os dados eram A taxa de detecção de sífilis na
(http:// de representatividade regional, gestação por 1 000 nascidos
portalsinan.saude.gov.br/ sifilis as comparações foram feitas vivos apresentou incremento
-em-gestante e http:// entre as seis unidades da fe- nos cinco estados estudados
portalsinan. saude.gov.br/sifilis deração, e não com a soma entre 2007 e 2012, variando
-congenita), e digitadas no SI- dos casos das seis unidades de 21,2% no Amazonas a
NAN em cada município de da federação. A taxa de detec- 75,4% no Rio de Janeiro. Para
notificação. Todas as fichas de ção de sífilis em gestantes foi o Distrito Federal, observou-se
notificação disponíveis no SI- calculada utilizando-se o nú- redução de 5,2%. O percentual
NAN no período de 2007 a mero de notificações de sífilis de municípios silenciosos foi
2012 foram incluídas na análi- em gestantes sobre o número
de nascidos vivos no mesmo
ano. A taxa de incidência de
sífilis congênita foi calculada

de 8,1% no Amazonas, 9,8% deral. A escolaridade foi maior e o Rio Grande do Sul tiveram
no Ceará, 20,5% no Espírito no Distrito Federal e no Rio mais casos entre residentes
Santo, 13,0% no Rio de Janei- Grande do Sul. A heterogenei- em outros municípios. A maior
ro e 56,7% no Rio Grande do dade na distribuição de raça/ parte das gestantes foi rea-
Sul. A tabela 1 apresenta a cor acompanhou as caracterís- gente ao teste não treponêmi-
distribuição proporcional das ticas regionais, com maior per- co. É importante mencionar
características sociodemográfi- centual de indígenas no Ama- que a utilização de testes tre-
cas e clínicas dos casos de zonas. Esse estado, junto com ponêmicos apresentou um in-
sífilis em gestantes. A mediana o Rio de Janeiro, teve maior cremento no período; esse in-
de idade variou de 23 anos no proporção de casos em resi- cremento variou de 32,3% no
Amazonas, Ceará e Rio de Ja- dentes na capital, enquanto Amazonas a 80,6% no Rio de
neiro a 27 anos no Distrito Fe- que o Ceará, o Espírito Santo Janeiro. No Distrito Federal

TABELA 1. Características sociodemográficas, clínicas e de tratamento dos casos de sífilis na gestação notificados em seis unidades fede-
rativas no Brasil, 2007 a 2012

n No. No.

(%)a No. = 1 533 = 565 = 1 557 No. = 8 728 No. = 3 163

Idade (anos), mediana (IQR) 23 (19 a 28) 23 (19 a 28) 27 (22 a 32) 24 (20 a 29) 23 (19 a 28) 25 (20 a 30) < 0,001
Escolaridade (anos)
223 (39,5) < 0,001
<8 131 (23,2)
≥9 211 (37,3)
Ignorado

153 (27,1) < 0,001
63 (11,2)
Ignorado 12 (2,1)

240 (42,5)
0 (0,0)

97 (17,1)

565 (100,0) < 0,001
0 (0,0)
Interior

Resultado treponêmico 506 (89,6) < 0,001
8 (1,4) < 0,001

51 (9,0)

315 (55,8)
29 (5,1)

221 (39,1)

Primária 146 (30,4) < 0,001

22 (4,6)

116 (24,1)

55 (11,5)

Ignorada 141 (29,4)

Tratamento prescrito

60 (10,6) 956 (30,3 < 0,001

14 (2,5)

433 (76,6)

Outro 8 (1,4)

14 (2,5)

Ignorado 36 (6,4)

Tratamento adequadoc

215 (38,1) < 0,001
Sim 350 (61,9)

Fonte: SINAN.
Exceto idade.
Teste de homogeneidade de proporções pelo qui-quadrado de Pearson.
Tratamento adequado para a fase clínica da doença de acordo com o Manual do Ministério da Saúde (10).

em residentes na capital, en- ral a 63,9% no Rio Grande do co de sífilis durante o pré-
quanto que o Ceará, o Espírito Sul. No Amazonas, foi registra- natal, com o Amazonas apre-
Santo e o Rio Grande do Sul da uma redução de 0,7% na sentando a menor proporção
tiveram mais casos entre resi- taxa de sífilis congênita no pe- (31,5%) nessa categoria. No
dentes em outros municípios. ríodo. O percentual de municí- Amazonas, Ceará e Rio de Ja-
A maior parte das gestantes foi pios silenciosos foi de 45,2% neiro, a maioria das mulheres
reagente ao teste não treponê- no Amazonas, 24,5% no Cea- recebeu o diagnóstico na inter-
mico. É importante mencionar rá, 34,6% no Espírito Santo, nação para o parto ou cureta-
que a utilização de testes tre- 28,3% no Rio de Janeiro e gem. Mais de 90% delas apre-
ponêmicos apresentou um in- 68,8% no Rio Grande do Sul. sentaram exame não treponê-
cremento no período; esse in- A tabela 2 apresenta a distri- mico reagente no parto/
cremento variou de 32,3% no buição proporcional das carac- curetagem. A realização de
Amazonas a 80,6% no Rio de terísticas sociodemográficas e teste treponêmico no parto va-
Janeiro. No Distrito Federal clínicas das mulheres com riou de 19,3% no Ceará a
houve uma redução de 25% desfecho notificado de sífilis 44,2% no Distrito Federal. O
no uso de testes treponêmi- congênita. A mediana de idade tratamento materno foi consi-
cos. A classificação clínica do variou de 23 anos no Amazo- derado inadequado em 44,7%
estágio da doença variou bas- nas, Ceará e Rio de Janeiro a das mulheres no Rio Grande
tante, com 62,8% dos casos 26 anos no Distrito Federal. As do Sul e em 79,8% das mulhe-
classificados como sífilis pri- mulheres do Distrito Federal, res no Amazonas, com as ou-
mária no Amazonas e 54,7% Espírito Santo e Rio de Janeiro tras unidades federativas den-
classificados como ignorados apresentaram maior escolari- tro desse intervalo. Os parcei-
no Rio de Janeiro. O tratamen- dade quando comparadas às ros foram tratados junto com
to prescrito para a gestante, mulheres de outros estados. A as gestantes em 7,9% dos ca-
que deveria seguir a classifica- heterogeneidade na distribui- sos no Rio de Janeiro e 19,1%
ção clínica, apresentou com- ção de raça/cor acompanhou no Amazonas. Quanto ao des-
portamento peculiar. A propor- as características regionais, fecho da gestação, no Ceará e
ção de casos com tratamento com maior percentual de indí- no Distrito Federal 83,1% e
considerado adequado confor- genas no Amazonas. Nova- 93,0% dos casos foram consi-
me a fase clínica informada mente, o Amazonas e o Rio de derados como sífilis congênita,
variou de 45,5% no Rio de Ja- Janeiro, mas também o Ceará, respectivamente. O desfecho
neiro a 61,9% no Distrito Fede- apresentaram maior proporção de aborto variou de 2,2% no
ral. de casos em residentes na ca- Amazonas até 5,6% no Ceará,
pital, enquanto que o Espírito e o de natimorto variou de
Clique no botão para assistir o Santo e o Rio Grande do Sul 3,3% no Amazonas, Distrito
vídeo sobre esse distribuíram mais os casos en- Federal e Rio Grande do Sul
tema. tre outros municípios. A maior até 10,9% no Ceará. Na tabela
parte das mulheres com sífilis 3 encontram-se as característi-
A taxa de incidência de sífilis realizou pré-natal, variando cas dos casos de sífilis congê-
congênita por 1 000 nascidos entre 67,3% nas amazonenses nita recente do período. A rea-
vivos cresceu em quatro esta- a 83,3% nas residentes no tividade ao teste não treponê-
dos e no Distrito Federal entre Distrito Federal. Cerca de 50% mico no sangue periférico vari-
2007 e 2012; o incremento va- das mulheres do Distrito Fede- ou de 61,3% no Amazonas a
riou de 35,6% no Distrito Fede- ral, Espírito Santo e Rio Gran- 72,5% no Ceará. Já a realiza-
de do Sul tiveram o diagnósti- ção de VDRL no líquor foi he-

terogênea, variando de 5,4% 19,8% no Amazonas e 64,5% foram tratados ou não tinham
no Amazonas a 62,6% no Rio no Distrito Federal. Entre 60 e essa informação disponível.
Grande do Sul, sempre com 78% dos casos de sífilis congê Das 1 042 crianças com sífilis
baixa reatividade, bem como - nita recente receberam trata- congênita recente e exame de
pequena proporção de altera- mento com penicilina cristali- líquor positivo, apenas 77,5%
ções liquóricas. A radiografia na. Entretanto, entre 7,8% dos foram tratadas com penicilina
de ossos longos teve maior casos no Espírito Santo e cristalina. Entre as que não
percentual de realização, entre 19,8% no Rio de Janeiro não realizaram o exame de líquor,

TABELA 2. Características sociodemográficas, clínicas e de tratamento das mulheres com desfecho notificado de sífilis congênita em seis
unidades federativas no Brasil, 2007 a 2012

n

(%)a No. = 545 No. = 949 No. = 9 820 No. = 2 745 P-valorb
26 (22 a 31) 24 (20 a 29) 23 (19 a 28) 25 (21 a 31) < 0,001
Idade (anos), mediana (IQR) 23 (20 a 28) 23 (19 a 28)
Escolaridade (anos) < 0,001
556 (64,0) 273 (50,1)
<8 202 (23,2) 124 (22,7)
≥9 111 (12,8) 148 (27,2)
Ignorado

101 (18,5) < 0,001
26 (4,8)
671 (77,2) 4 (0,7)

Ignorado 328 (60,2)
0 (0,0)

86 (15,8)

Interior 726 (83,5) 545 (100,0) < 0,001
143 (16,5) 0 (0,0) < 0,001
< 0,001
Sim 585 (67,3) 454 (83,3)
Ignorado 266 (30,6) 84 (15,4) < 0,001
Diagnóstico de sífilis < 0,001
Pré-natal 274 (31,5) 7 (1,3) < 0,001
Parto 519 (59,7) < 0,001
Pós-parto 281 (51,6) < 0,001
VDRL no parto 820 (94,5) 212 (38,9)

Teste treponêmico no parto 218 (25,1) 9 (1,6)
622 (71,6) 43 (7,9)
Tratamento maternoc
693 (79,8) 507 (93,2)
Tratamento do parceiro 134 (15,4) 17 (3,1)
Sim 166 (19,1) 20 (3,7)
Ignorado 605 (69,6)
98 (11,3) 241 (44,2)
21 93,9)

283 (51,9)

18 (3,3)
281 (51,6)
246 (45,1)

78 (14,3)
391 (71,8)
76 (13,9)

Sífilis congênita recente 806 (92,8) 507 (93,0)

Sífilis congênita tardia 0 (0,0)

Aborto 20 (3,7)

Natimorto 18 (3,3)

Fonte: SINAN.
Exceto idade.
Teste de homogeneidade de proporções pelo qui-quadrado de Pearson.
Tratamento adequado para a fase clínica da doença de acordo com o Manual do Ministério da Saúde (10).

somente 59,1% receberam es- total de pares, 4 961 (62,5%) rante o pré-natal e 18% no
se tratamento. eram residentes no Rio de Ja- parto. Em 8% dos casos igno-
neiro, com uma distribuição rava-se o momento do diag-
O relacionamento entre as du- mais equilibrada ente os ou- nóstico materno.
as bases de dados utilizando a tros estados. A proporção de
variável nome da gestante e, casos de sífilis em gestantes Quanto à situação de trata-
como variáveis de ligação, no- com desfecho de sífilis congê- mento materno, das gestantes
me da mulher com desfecho nita foi de 39,1% no Amazo- que tiveram o diagnóstico no
de sífilis congênita e município nas, 27,4% no Ceará, 19,3% pré-natal, o tratamento foi con-
de residência, identificou 7 934 no Distrito Federal, 30,8% no siderado adequado em 266
pares (43,3%), resultantes de Espírito Santo, 56,8% no Rio (4,5%), inadequado em 3 474
18 310 notificações de sífilis de Janeiro e 32,4% no Rio (59,2%) e 1 473 (25,2%) não
em gestantes e 18 973 notifi- Grande do Sul. Dos casos de foram tratadas. Em 652
cações de sífilis congênita. Do sífilis gestacional nos pares de (11,1%) mulheres, essa infor-
casos aqui formados, 74% ti- mação era ignorada.
veram diagnóstico de sífilis du-

TABELA 3. Características clínicas, laboratoriais e desfecho dos casos notificadas por sífilis congênita precoce em seis unidades federati-
vas no Brasil, 2007 a 2012

n No. = 507 No. = 824 No. = 8 856 No. = 2 584 P-valora
(%) < 0,001

VDRL líquor 494 (61,3) < 0,001
143 (17,7)
Alteração no líquor 169 (21,0) < 0,001
Sim
14 (1,8)
30 (3,7)
762 (94,5)

11 (1,3)
123 (15,3)
672 (83,4)

Sim 38 (4,7) < 0,001

130 (16,1)

638 (79,2)

Tratamento do recém-nascido

Penicilina cristalina 588 (73,0) < 0,001

Penicilina procaína 36 (4,5)

10 (1,2)

Outrob 40 (4,9)
132 (16,4)

Fonte: SINAN.
a Teste de homogeneidade de proporções pelo qui-quadrado de Pearson.
b Outro: qualquer tratamento utilizando outro antibiótico que não a penicilina.

Os dados descritos neste estu- Espírito Santo e Rio Grande que nos outros estados as pro-
do apresentam grande hetero- do Sul, menos de um terço das porções de sífilis congênita se-
geneidade, refletindo as di- gestantes com sífilis residia na guiram a tendência da sífilis na
mensões continentais e o de- capital, ao contrário de Amazo- gestação. A concentração de
senvolvimento contrastante do nas e Rio de Janeiro. Entretan- casos nas capitais de algumas
Brasil. Nos estados do Ceará, to, no Ceará, 66,4% dos casos unidades federativas pode ser
de sífilis congênita foram notifi- atribuída às redes de saúde
cados na capital, enquanto mais estruturadas ou à pre-

sença de profissionais de saú- 2007 e 2012 houve um incre- cação, verificou-se que a tera-
de mais sensibilizados para mento da utilização do teste
diagnóstico e notificação dos rápido nos cinco estados estu- pia prescrita estava em desa-
casos. Tanto a taxa de detec- dados por nós, com redução
ção de sífilis em gestantes co- no Distrito Federal. O teste rá- cordo para uma proporção en-
mo a taxa de incidência de sí- pido para sífilis é uma tecnolo-
filis congênita apresentaram, gia importante, pois pode pro- tre 38,1% no Distrito Federal e
neste estudo, uma tendência porcionar o acesso precoce ao
de aumento, só revertida no diagnóstico, especialmente em 54,4% no Rio de Janeiro. De
Distrito Federal para a sífilis locais com dificuldade para a
em gestantes (redução de realização de testes não trepo- forma semelhante, um estudo
5,2%) e no Amazonas para a nêmicos laboratoriais (18).
sífilis congênita (0,7%) no perí- Apesar dos avanços tecnológi- realizado no Rio de Janeiro-
odo do estudo. Esta tendência cos agilizando o diagnóstico e
de aumento se repete no país o tratamento da gestante, o mostrou o despreparo dos pro-
como um todo (4), apesar do controle da sífilis na gestação
compromisso de eliminação continua sendo um desafio pa- fissionais das equipes de saú-
(12). Recentemente, em um ra a aten- ção pré-natal. A in-
estudo de base hospitalar, Do- fecção se apresenta assinto- de em relação ao tratamento
mingues et al. (13) relataram mática na gestação, justifican-
uma prevalência de 1,02% de do a necessidade do rastreio da sífilis na gestação (20).
sífilis na gestação no Brasil. sorológico (2). O tratamento
De maneira global, existe uma deve ser instituído com penici- Aproximadamente 67,3%
ressurgência da sífilis adquiri- lina benzatina de acordo com
da em países desenvolvidos a estágio clínico da infecção (Amazonas) e 83,3% (Distrito
(14). No Brasil, ela é mais con- (19). Neste estudo, 62,8% e
centrada em homens que fa- 45,4% das gestantes do Ama- Federal) das mulheres com
zem sexo com homens; mas, zonas e do Ceará, respectiva-
certamente, existe a capacida- mente, foram classificadas co- desfecho de sífilis congênita
de de transmissão para mulhe- mo sífilis primária, situação na
res em idade reprodutiva e qual deveria ter sido identifica- realizaram pré-natal. Entre es-
com probabilidade de engravi- do o cancro, primeira manifes-
dar (15). O rastreio de sífilis na tação clínica da doença. Além sas, 31,5% (Amazonas) e
gestação é uma das atividades disso, 24,1% no Distrito Fede-
mais custo-efetivas em saúde ral e 18% no Ceará foram clas- 51,6% (Distrito Federal) foram
pública (16). Em países com sificadas na categoria de sífilis
alta prevalência da infecção, terciária. Ambas as situações diagnosticadas durante esse
os benefícios são inquestioná- aqui relatadas estão em desa-
veis (17). No Brasil, os municí- cordo com a literatura, sugerin- período, evidenciando prová-
pios devem realizar a triagem do desconhecimento sobre a
pré-natal de acordo com as doença ou preenchimento er- vel falha no diagnóstico e tra-
orientações do Ministério da rôneo da ficha de notificação,
Saúde, que também faz a dis- fonte de dados desta pesqui- tamento materno para a pre-
tribui- ção de testes rápidos sa. Quando analisado o trata-
treponêmicos dentro do Pro- mento instituído na gestante e venção da sífilis congênita, co-
grama Rede Cegonha. Entre a fase clínica relatada na notifi-
mo já relatado em outros esta-

dos brasileiros (21, 22). O tra-

tamento dos parceiros tem si-

do negligenciado nesse grupo,

tendo variado, no presente es-

tudo, de 7,9% no Rio de Janei-

ro a 19,1% no Amazonas. Na

avaliação dos casos de sífilis

congê- nita notificados ao SI-

NAN, verificou-se baixa reali-

zação de exame de VDRL no

líquor dos recém-nascidos no

Amazonas (5,5%), valor bem

inferior ao encontrado no Rio

Grande do Sul (62,6%).

Entretanto, a realização de
exame do líquor é mandatória
para a decisão de usar penicili-
na procaína intramuscular ao
invés da cristalina intravenosa
(5). A proporção de recém-
nascidos sem exame de líquor

que foi tratada com penicilina dade dos casos. Outra limita- tes e de sífilis congênita por
cristalina corretamente foi de ção foi o grande número de meio do sistema de vigilância
59,1%, reforçando a tese do informações ignoradas nas ba- é essencial para que o Brasil
desconhecimento de protoco- ses de dados oficiais, o que se encaminhe para o cumpri-
los clínicos (5). As perdas fe- também dificulta o estabeleci- mento dos objetivos de elimi-
tais relacionadas à sífilis con- mento do perfil epidemiológico nação da sífilis congênita esta-
gênita variaram quanto aos da sífilis em gestantes e de belecidos pela Organização
abortos de 2,2% no Amazonas sífilis congênita no Brasil, pre- Pan-Americana da Saúde
a 5,6% no Ceará. Quanto às judicando o planejamento de (OPAS) e pela OMS.
perdas fetais tardias ou nati- ações eficazes de eliminação
mortos, a variação foi de 3,3% no país. Esse mesmo quadro Nada declarado pelos autores.
no Amazonas, Distrito Federal se repete em outros países da
e Rio Grande do Sul a 10,9% América Latina e Caribe, sen- O estudo recebeu apoio finan-
no Ceará. Recentemente, a do importante enfatizar a ne- ceiro do Ministério da Saúde,
Organização Mundial da Saú- cessidade de melhorar a capa- Secretaria Executiva, Funda-
de (OMS) estabeleceu como cidade dos países de coleta- ção Nacional de Saúde, Brasil,
indicador para o progresso dos rem dados de alta qualidade mediante termo de Coopera-
países em direção à elimina- na cobertura de intervenções e ção nº 323/2013 - Processo nº
ção de sífilis congênita uma desigualdades e utilizarem es- 25000.202637/2013-92.
meta de manter os natimortos ses dados como base de deci-
por sífilis abaixo de 2% entre o sões para a melhora da aten- A responsabilidade pelas opi-
total de perdas fetais (16), va- ção a gestantes e crianças niões expressas neste manus-
lor que os cinco estados e o (23). Melhores indicadores ser- crito é estritamente dos auto-
Distrito Federal ainda estão virão também para que o país res e não reflete necessaria-
longe de alcançar. O relacio- possa monitorar adequada- mente as opiniões ou políticas
namento entre as duas bases mente seu status em relação da RPSP/PAJPH nem da
de dados do SINAN mostrou às metas de eliminação da sífi- OPAS.
que grande parte das mulhe- lis congênita.
res que teve diagnóstico de Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
sífilis na gravidez não logrou Os resultados deste estudo xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
ter o caso de sífilis congênita mostraram, para o período do xxxxxxxxxxxxxxxxx
prevenido em seu concepto. estudo, um incremento nas ta-
Entre as limitações do presen- xas de detecção de sífilis. Es- xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
te estudo encontra-se a utiliza- sas taxas podem ter sido im- xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
ção de dados secundários de pulsionadas pelo aumento na xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
notificação, que podem ser notificação dos casos. A me- xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
considerados somente uma lhor organização dos serviços xxxxxxxxxxx
abordagem aproximada do de saúde e sensibilização dos
problema da sífilis. Entretanto, profissionais podem diminuir
ao se levar em consideração as falhas na prevenção e as-
que a sífilis congênita é uma sistência aos casos de sífilis.
doença de notificação compul- O monitoramento constante
sória desde 1986 (7), pode-se dos casos de sífilis em gestan-
acreditar que os dados coleta-
dos tracem um perfil, ainda
que não representem a totali-

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