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COMPARAÇÃO ENTRE IMPLANTES CILINDROS X IMPLANTES CÔNICOS NA OSSEINTEGRACAO

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Published by Vinicius Terranova, 2023-12-19 14:20:12

COMPARAÇÃO ENTRE IMPLANTES CILINDROS X IMPLANTES CÔNICOS NA OSSEINTEGRACAO

COMPARAÇÃO ENTRE IMPLANTES CILINDROS X IMPLANTES CÔNICOS NA OSSEINTEGRACAO

COMPARAÇÃO ENTRE IMPLANTES CILINDROS X IMPLANTES CÔNICOS NA OSSEOINTEGRAÇÃO RESUMO Este artigo teve como propósito a realização de uma revisão narrativa de bibliografia com o intuito de comparar os implantes cilíndricos e cônicos no contexto da ósseointegração. A perda de elementos dentais se constitui, como um dos principais problemas de saúde bucal e que afeta a funcionalidade e a estética do aparelho bucal. Isso tem levado cada vez mais, pacientes a buscarem na implantodontia, a reabilitação oral e funcional. Tais aspectos suscitaram, portanto, a seguinte problemática: qual a melhor macro geometria de implantes (cônicos ou cilindros), quando se tem em vista aspectos, de estabilidade primária, e distribuição das cargas oclusais? Este artigo trata-se de um trabalho de revisão narrativa de literatura que objetivou primordialmente realizar um comparativo entre implante cilíndricos e cônicos. Com o intuito de responder a problemática foi feita uma breve síntese de histórico da Osseointegração. E posteriormente, se objetivou relatar a importância da geometria dos implantes: conhecer os principais aspectos; descrever um breve histórico dos implantes cilíndricos; compreender os implantes dentários cônicos em seus principais aspectos; documentar os implantes cilíndricos versus cônicos e a suas principais vantagens e desvantagens; e finalizando com esquematizar as complicações em implantes cilindros e implantes cônicos na osseointegração; Ao final desse estudo deste trabalho é possível concluir, que tipo de implante a ser utilizado pelo cirurgião dentista depende do estudo de caso clínico de cada paciente. Palavras-chave: Implantes. Cônico. Cilíndrico. Ósseointegração. Reabilitação. RESUMO The purpose of this article was to carry out a narrative review of the literature in order to compare cylindrical and conical implants in the context of osseointegration. The loss of dental elements is one of the main oral health problems affecting the functionality and aesthetics of the oral apparatus. This has led more and more patients to look to implant dentistry for oral and functional rehabilitation. These aspects have therefore given rise to the following problem: what is the best macro-geometry for implants (conical or cylindrical) when it comes to primary stability and the distribution of occlusal loads? This article is a narrative review of the literature which primarily aimed to make a comparison between cylindrical and conical implants. In order to answer the problem, a brief overview of the history of osseointegration was made. Subsequently, the aim was to report on the importance of implant geometry: to learn about the main aspects; to describe a brief history of cylindrical implants; to understand the main aspects of conical dental implants; to document cylindrical versus conical implants and their main advantages and disadvantages; and finally to outline the complications of cylindrical implants and conical implants in osseointegration; At the end of this study, it is possible to conclude which type of implant should be used by the dental surgeon depending on the type of implant. Keywords: Implants. Tapered. Cylindrical. Osseointegration. Rehabilitation.


1 INTRODUÇÃO A perda de elementos dentais traz prejuízos em termos estéticos e para o aparelho fonético e a mastigação dos pacientes, levando os pacientes a recorrerem a implanta odontologia para restauração dessas funções seja ela de modo parcial ou total um paciente é dentro dos. Isso ocorre devido aos aspectos funcionais estéticos que podem ser reabilitados com utilização de implantes dentários que tem obtido uma taxa de sucesso acima dos 90%. Entretanto, o sucesso depende da estabilidade do implante, das condições clínicas peri implantares e também do acompanhamento do paciente no pós-operatório. A estabilidade do implante desempenha um papel crucial em uma osseointegração bem-sucedida, e que pode ser definida como a conexão funcional e estrutural direta entre o osso vivo que recebe a carga e a superfície do implante dentário. Além disso, a estabilidade do implante está relacionada a fatores primários e secundários de estabilidade. No caso dos fatores primários, a estabilidade diz respeito acomodação mecânica do implante com osso cortical, enquanto que na estabilidade secundária essa é o resultado da regeneração e da remodelação do osso e do tecido em volta do implante (NANDINI et al. 2022.). Além do mais, a estabilidade do implante, também depende das condições dos tecidos, pois estes permitem avaliar as taxas de sucesso do implante com base sua estabilidade, porquanto, tanto a estabilidade primária como secundária são influenciados pela quantidade e qualidade do osso, pela boa execução da técnica cirúrgica bem como depende de características macro e micro implantares. E assim consequentemente, a implantodontia tem avançado ao trazer inovações tanto no nível micro como em macroestruturas de modo, a melhorar a estabilidade primária e secundária e também visando maximizar o contato da superfície da área de superfície do implante com o osso circundante para um melhor acoplamento lateral e cortical. 2 PROBLEMÁTICA Atualmente, há uma grande variedade de implantes disponíveis no mercado, como no caso dos implantes cônicos e cilíndricos, e que são o resultado de inovação no design dos primeiros implantes surgidos na de década de 1960, e que se deu com


base em estudos e na prática clínica. Entretanto, independentemente das diferenças de macro geometria, o objetivo da implantodontia e a promoção da reabilitação oral, estética e funcional dos pacientes o que suscita, a seguinte questão: qual a melhor macro geometria de implantes (cônicos ou cilindros), quando se tem em vista aspectos, de estabilidade primária, e distribuição das cargas oclusais? 3 METODOLOGIA Este artigo foi escrito com base na pesquisa de artigos científicos, trabalhos de conclusão de curso (TCC´s) bem como, livros da área de implantodontia. Tratar-se, portanto, um artigo de revisão de literatura narrativa, onde é de livre escolha e exclusão a utilização do material bibliográfico que fundamenta a produção textual. A motivação para escrita do artigo se deu tem por conta da conclusão do curso especialização em implantodontia da Associação Brasileira de odontologia (ABO) em sua regional na cidade de Imperatriz, Maranhão. Já com relação ao material pesquisado, esse foi obtido a partir de pesquisas em bases de dados on-line, como PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Na pesquisa foram utilizadas as seguintes palavras-chaves os seguintes descritores: “Implante Dentário”, “classificação”, “história”, “efeitos adversos”, “Implantes Dentários para Um Único Dente”, “Falha de Restauração Dentária”, “Próteses e Implantes”, e de seus termos em inglês "Dental Implant", "classification", "history", "adverse effects", "Single Tooth Dental Implants", "Tooth Restoration Failure", "Prostheses and Implants". O recorte temporal dos artigos foi livre, contudo atentou-se para a utilização de trabalhos publicados nos últimos 10 anos com exceção de 1 artigo por conta de sua relevância para o tema. Foram utilizados 15 artigos, 1 trabalho de conclusão de curso (TCC), 4 livros e 2 sites na fundamentação do desenvolvimento teórico, resultando assim neste artigo. 4 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO 4.1 Evolução Histórica da Osseointegração


Segundo Faverani, et al. (2011) desde a antiguidade, diversas civilizações apontam a utilização de implantes dentários que eram feitas de materiais como a platina ouro ou porcelana. E assim posteriormente, foram utilizados outros materiais comunicam o aço o alumínio é prata o latão cobre e o magnésio. Já no período medieval na Europa, os implantes dentários eram realizados o cabeleireiro e cirurgiões sendo que essa prática foi posteriormente alterada já no começo do século XIX por conta dos riscos de contaminação e infecção bacteriana, sendo que esse tipo de prática foi posteriormente abandonado (AMORIM et al. 2019). O século XIX e o século 20 foram marcados pela implantontia endo-óssea, E que ficou também conhecido como período fundamental onde eram utilizados os materiais como a madeira, porcelana e o ouro além de metais como estanho a prata e a platina sendo, portanto, sendo utilizados como substitutos dos elementos dentais. Foi também no começo do século XIX, e mais precisamente em 1809, que Maggilio, utilizou o ouro como material para o implante dentário no local do sítio de extração, com a prótese sendo colocada somente após a cicatrização do tecido (AMORIM et al. 2019; ABRAHAM, 2014). Todavia, foi a partir do final do século XIX em 1888, que se começou a pensar nos primeiros princípios da estabilidade e biocompatibilidade que foram descritos por Berry que preconizou a necessidade de estabilidade imediata do implante e também do uso de materiais "seguros, no sentido de ser evitar a transmissão de doenças e o surgimento de infecções. Já no período pré-moderno que vai de 1910 a 1930 Greenfield e Payne foram os pioneiros nos Estados Unidos ao utilizar a porcelana e o ouro como materiais (COHEN et al. 2003). Segundo Amorim et al. (2019) Payne relatou a realização de um implante cilíndrico com utilização do olho enquanto o material que foi realizado com o alargamento do diâmetro do alvéolo com o uso de uma broca. Nesse procedimento foi fixada uma coroa com núcleo na parte oca interna do implante. Entretanto, muitos desses materiais sofriam corrosão em função da eletrólise, e assim Implantes feito com ligas de como Cobalto não suportavam cargas aplicadas lateralmente, o que ocasionava ruptura do implante interespiral. Esse começo a mudar a partir do final da década de 1960 com a publicação de diversos trabalhos de Per Ingvar Bränemark, cirurgião dentista de origem sueca (FRANCISCHONE; CARVALHO, 2008).


Abraham (2014) destaca que já no final da década de 1970, P. Brånemark trouxe a público um implante feito de titânio rosqueado o que tinha formato de raiz. Entretanto, esse implante foi desenvolvido ainda em meados da década de 1960, em pacientes voluntários e com a realização de estudo de caso clínico que foram amplamente documentados, sendo que esses implantes ainda mantém a sua biocompatibilidade e uma alta taxa de sucesso nesses pacientes até os dias de hoje. 4.2 A Importância da Geometria dos Implantes: Principais Aspectos A macro geometria do implante dental está relacionada a características como diâmetro, comprimento, formato e, tipo de rosca que se constituem como fatores determinantes do sucesso dos implantes dentários, visto que esses afetam diretamente, a velocidade de inserção cirúrgica e a força relacionadas ao nível de estresse estático e dinâmico gerado pelo tecido no osso, durante a aplicação da carga funcional (VALENTE, et al 2015). Além disso, existe uma ampla diversidade de implantes disponíveis no mercado, e que se reflete no andamento das pesquisas e que pode ser visto principalmente, com relação às inovações nos designs de projeto de implantes, requerendo por parte do cirurgião dentista a atualização constante. Entretanto, apesar dos diferentes tipos de implantes encontrados, o principal objetivo da implantodontia é promover o resgate das características funcionais e estéticas do paciente (PELLIZZER; CARL; FALCÓN-ANTENUCCI, 2014). E assim, quando se leva em consideração os aspectos da biomecânica, o implante selecionado pelo cirurgião dentista deve atender as características de distribuição das forças oculsais na região do osso pede implantar e que está ao longo do eixo do implante de modo a se reduzir a carga lateral na região do implante. Entretanto, a escolha da macro geometria é de grande importância com relação à prevenção de problemas e sobrecarga mecânica ou ainda em relação a possibilidade de fratura do osso, ou ainda com relação a como reabsorção periapical ou marginal e falha completa da reabilitação (OZKIR; TERZIOGLU, 2012; ZANATTA; DIB; GEHRKE, 2014). O nível de reabsorção do osso periférico é o critério utilizado na avaliação do sucesso dos implantes e de acordo com a literatura no primeiro ano a perda do osso deve ser menor do que 1,5 mm, e posteriormente essa perda deve ser de 0,2 MM ao


ano, entretanto em termos clínicos essa é a média encontrada nos estudos, e que se constitui um grande desafio para a implantodontia (ZANATTA; DIB; GEHRKE, 2014). Todavia, diversos estudos clínicos conduzidos propuseram novas abordagens com relação à geometria macro dos implantes de modo que avaliação oclusal das cargas e das propriedades de modo que promova a preservação do tecido ósseo durante a aplicação da força, em termos de funcionalidade a longo prazo nas reabilitações com implantes dentários (VALENTE et al. 2017). Tendo em consideração os aspectos da biomecânica, o tipo de geometria do implante selecionado pelo cirurgião dentista deve atender as características de distribuição das forças oculsais na região do osso peri-implantar e que estão ao longo do eixo do implante de modo a se reduzir a carga lateral na região do implante. Entretanto, a escolha da macro geometria é de grande importância com relação à prevenção de problemas e de sobrecarga mecânica ou ainda em relação a possibilidade de fratura do osso, ou ainda com relação a como reabsorção periapical ou marginal e de falha na reabilitação (VALENTE et al. 2017; ZANATTA; DIB; GEHRKE, 2014). 4.3 Breve Histórico dos Implantes Cilíndricos Já no final da década de 1930, P.B. Adams cria o primeiro implante do tipo cilíndrico em dócil que apresentava um cicatrizador e um colar gengival, e Formiggini e Zepponi criam o implante em formato espiral utilizando aço inoxidável. E finalmente, na década de 1960, o cirurgião dentista sueco Brånemark, inova com o conceito de osseointegração, e em 1978 apresenta a comunidade científica, o primeiro implante cilíndrico feito de titânio e de formato liso (GRINGS, 2018). Esse trabalho era o resultado de 15 anos de investigação clínico e científicas que levava a comprovação da técnica da osseointegração na qual os implantes eram feitos de titânio e apresentavam características biológicas e físicas indicando a biocompatibilidade. e se levou ao desenvolvimento de um sistema de implantes “Bränemark”, que apresentavam características de funcionalidade e ósseo integrabilidade o que aumentou as taxas de sucesso dos implantes dentários (FRANCISCHONE; CARVALHO, 2008). Misch (2020) destaca ainda que os implantes em formato de raiz ou ainda implantes cilíndricos foram desenvolvidos entre os anos de 1974 e 1985 por


Schroeder e sua equipe sendo importante designado de ITT (Internatinal Team for Implantology). Ressalte-se ainda, que em relação aos implantes cilíndricos é importante a diferenciação entre aqueles implantes do tipo oco ou maciço. Os implantes do tipo oco foram introduzidos na implantodontia, na metade da década de 1970, com base no sistema ITI. Nesse sistema, a estabilidade do implante ocorre por conta da grande área de superfície da interface osso-implante e em razão da geometria oca, e também devido as aberturas que favoreceriam o crescimento ósseo para dentro da região do implante com o intuito de uma melhor fixação adicional. 4.4 Implantes Dentários Cônicos: Principais Aspectos Conforme Abraham (2014) observa os primeiros implantes criados por Brånemark eram um do tipo cilíndrico, entretanto, posteriormente começaram a surgir os implantes do tipo cônico, além de outros tipos que foram introduzidos no mercado como o Implante ITI, implante Stryker, implante IMZ e o implante CoreVent. Valente et al. (2015) relatam que originalmente, os implantes consistiam na utilização de paredes paralelas, mas com o passar do tempo e com o aumento número de casos de pessoas que procuravam reabilitação oral com uso de prótese implanto-suportadas esse modelo caiu em desuso. Surgiram então outros tipos de formatos de implantes como os implantes cônicos que apresentam um grau maior de compactação do osso e uma distribuição mais uniforme das forças. Wilson Jr et al. (2016) verificam que o macro design do implante afeta diretamente ao se integração pois possibilita a otimização das características biomecânicas deste, sendo este um aspecto universal que não se aplica apenas aos implantes do tipo cônico, mas a todos os tipos de implante. Além do mais o formato do rosqueamento do implante define o ângulo entre este E o eixo perpendicular do implante. consequentemente a seleção de do tipo de implante ocasionará uma melhor estabilidade em tecidos ósseos pouco densos o que é de fato bastante. E é nesse aspecto, que os implantes do tipo cônico proporcionam uma melhor estabilidade, por criarem pressão no osso cortical mesmo em tecidos ósseos de baixa qualidade. Jin (2023) explica que os implantes dentários cônicos se constituem em uma inovação na implantodontia, pois sua geometria oferece uma série de benefícios, como alta estabilidade primária, suporte para carga imediata, melhor adaptação


anatômica, menor risco de complicações, aprimoramento da estética em comparação com outros tipos de implantes, compatibilidade em diferentes casos clínicos e grande durabilidade. 4.5 Implantes Cilíndricos Versus Cônicos: Vantagens e Desvantagens Barros (2019) chama atenção para o fato de que, os implantes dentários podem ser classificados conforme o tratamento da superfície, a rugosidade e tipo de conexão protética e do seu formato. Já com relação ao formato, o implante pode ter pode ser do tipo cônico, cilíndrico ou híbrido sendo que o tipo de conexão pode ser do tipo hexagonal interno e externo ou ainda, do tipo cone morse, existindo outras derivações que conjugam aspectos híbridos. Heimes et al. (2023) faz uma distinção essencial entre os implantes cilíndricos e cônicos, apontando ainda que existem diversos outros implantes derivados destes. No caso os implantes cônicos, esses são fixados no osso pela compressão vertical lateral do implante, enquanto que os implantes cilíndricos são fixados pela transmissão da força ao longo do eixo do implante. Misch (2020) comenta que os implantes rosqueados cônicos quando comparados aos implantes cilíndricos não oferecem vantagens funcionais em relação à questão da superfície uma vez que as roscas do parafuso transmitem a carga compressiva ao osso. Os implantes com rosca cônica, entretanto possui vantagem cirúrgica no período de instalação inicial pois é inserido no caminho das osteostomia antes de ser encaixado no osso. Entretanto, os implantes rosqueados cônicos apresentam uma outra desvantagem pois a menor área de superfície destes leva a aumento na tensão na região Marginal, conforme diversos estudos clínicos. Uma outra desvantagem é que os implantes cônicos rosqueados, a metade apical das roscas é menos profunda, porquanto o diâmetro da parte mais externa diminui, limitando, portanto, a fixação do implante em um primeiro momento (MISCH, 2020). Valente et al. (2017) conduziram um estudo visando comparar através de uma análise foto elástica a distribuição do stress com a utilização de implantes convencionais e hexagonais modificados externamente (HME). Foram utilizados quatro modelos fotoelásticos: implante cilíndrico convencional com a modificação externa hexagonal e que apresentava as seguintes características dimensionais.


Modelo tipo 1, de 4.0 mm × 11 mm (Neodent®), modelo tipo 2, implante cilíndrico (HME). Modelo tipo 3, implante cônico (morse taper) convencional (4,3 mm × 10 mm - Neodent®) e modelo tipo 4, implante cônico (morse taper) modificado. Foram aplicadas cargas axiais e oblíquas de 100 e 150 N, estas com uma inclinação de 30°). Tabela 1 – Resumo dos Modelos, dimensões e tipo de implante Modelo Dimensões Tipo de implante Fabricante Tipo 1 4.0 mm × 11 mm (Neodent®) Tipo 2 4.0 mm × 11 mm Implante Cilíndrico (HME) (Neodent®) Tipo 3 4,3 mm × 10 mm implante cônico (morse taper) convencional (Neodent®) Tipo 4 4,3 mm × 10 mm implante cônico (morse taper) (HME). (Neodent®) Fonte: Valente et al. (2017) Ao final da pesquisa, os resultados demonstraram que os implantes cilíndricos modificados hexagonalmente apresentavam menor estresse mecânico quando comparados com os implantes cilíndricos convencionais, com aplicação de cargas axial de 150 Newtons e oblíqua de 100 Newtons. No caso do implante cônico modificado (morse taper - HME).) observou-se uma menor atenção com aplicação de cargas oblíquas de 150 Newtons, não ocorrendo o mesmo no implante convencional cônico. A partir disso, os autores concluíram pela análise comparativa que os implantes cilíndricos e cônicos modificados apresentavam uma boa distribuição do estresse mecânico principalmente, por conta de uma melhor preservação, da crista óssea (VALENTE et al. 2017). Garcia (2016) evidencia que os implantes do tipo cônico têm uma maior estabilidade primária em comparação aos implantes cilíndricos uma vez que a superfície porosa é responsável pelo aumento do contato entre um implante e o outro, embora a qualidade do tratamento da superfície do implante seja responsável também pela instabilidade secundária. Nandini et al. (2022) conduziram um estudo no qual tinha como objetivo a comparação da eficácia de implantes cilíndricos e cônicos no quesito da estabilidade com a utilização da metodologia da estabilidade do implante de Osstell, e da avaliação da dor com a utilização dor pós-operatória com o uso de uma escala visual analógica


(EVA). Nesse estudo, participaram de 30 pacientes que foram parcialmente edêntulos bilateralmente, ora na arcada inferior, ora arcada superior. Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos. No primeiro grupo, os pacientes receberam implantes do tipo cônico enquanto que no segundo grupo os pacientes receberam implantes do tipo cilindro. Com relação aos resultados, a avaliação demonstrou que os implantes do tipo cônico apresentavam o quociente estabilidade muito mais alto, quando comparados com os implantes cilíndricos, e o grupo que recebeu os implantes cônicos relataram se sentir menos dor e melhores condições peri-implantares do que o grupo que recebeu os implantes cilindros. Os achados clínicos levaram as autoras a concluir que os implantes cônicos apresentam uma estabilidade primária muito mais do que os implantes cilíndricos, que pode ser decisivo nas taxas de sucesso dos implantes (NANDINI ET al. 2022). Waechter et al. (2017) evidenciam que diversas empresas afirmam que os implantes cônicos apresentam uma estabilidade inicial melhor embora a fertilização na arcada inferior seja incomum na prática clínica. A partir disso foi proposto um estudo Clínico no intuito de se comparar implantes cônicos e cilíndricos e do seu efeito, sobre as características do sítio ósseo e a saúde peri-implantar durante a cicatrização. A partir disso, foi proposto a realização de um estudo no qual se avaliou as dimensões do local do implante utilizando-se cone-beam computed tomography (cone-beam computed tomography - CBCT), E que tinha como objetivo a colocação de 40 implantes na parte posterior da mandíbula sendo 20 implantes cônicos e 20 implantes cilindros. As dimensões do local do implante foram avaliadas por meio de medições lineares usando CBCT antes da instalação de 40 implantes na parte posterior da mandíbula (20 cônicos e 20 cilíndricos). Foi utilizada a classificação de Lekholm e Zarb, na avaliação do tecido ósseo dos pacientes, sendo que a estabilidade primária foi determinada utilizando-se o toque de inserção e com o uso do consciente de estabilidade do implante. Já a estabilidade secundária (ES) e as condições de saúde peri implantares foram averiguadas pelo período de 3 meses, pela utilização do índice de placa visível, com a monitoramento do quadro clínico de inflamação peri implantar, e do índice de sangramento gengival (WAECHTER et al. 2017). Os resultados do estudo demonstraram que os implantes cilindros e cônicos não apresentaram diferença significativa em relação aos resultados Das variáveis estudadas. Concluí se que os implantes cilindro e icônicos apresentam


biocompatibilidade semelhante durante o estágio de cicatrização, embora as características do sítio ósseo possam influenciar a estabilidade do implante e os torque de inserção (WAECHTER et al. 2017). Malet, Mora e Bouchard (2018) argumentam que tantos implantes cilíndricos como os cônicos teoricamente levam a uma redução da necessidade de crescimento do osso e do aumento da estabilidade primária, visto que, o formato do implante é semelhante ao do alvéolo de extração. E além do mais, não existem evidências clínicas que apontem que um determinado tipo de implante tem uma taxa de sucesso ou é clinicamente mais vantajoso do que outro, sendo que o critério de escolha do tipo de implante depende do conhecimento clínico de cirurgião dentista em relação aos critérios específicos de design do implante, e da anamnese do paciente e de seu histórico clínico. 4.6 Complicações em Implantes Cilindros e Implantes Cônicos na Osseointegração Stajčić (2017) aponta que a perda de osso peri-implantar não inflamatória que tem como causa doenças sistêmicas, embora seja de rara ocorrência, visto que suas causas ainda não são totalmente compreendidas e as informações encontradas na literatura são escassas, contudo, fatores iatrogênicos são apontados. Dentre esses fatores de iatrogênicos, está o aquecimento provocado pela broca utilizada no implante e que pode sobreaquecer o osso, seja por conta da ponta estar desgastada, ou pelo excesso de pressão aplicado pelo cirurgião dentista. No caso de se utilizar implantes cônicos, com roscas abrasivas (Alpha Biotech, NobelActive, etc.), principalmente na mandíbula é preciso ter o cuidado para não sobrecarregar a área do implante com aplicação do torque, causando compreensão excessiva, na área ao redor do osso, isso pode diminuir o suprimento sanguíneo, que pode levar a perda do osso e do implante (STAJČIĆ, 2017). Sennerby et al. (2015) evidenciam que as técnicas cirúrgicas atuais têm como principal objetivo, a previsibilidade na estabilidade primária com utilização de brocas finas na utilização de implantes cônicos, tanto em tecidos ósseos de alta ou de baixa densidade e que busca comprovar o efeito do afunilamento da macroestrutura. Salvatore et al. (2016) observam que os tratamentos com implantes dentários apresentam atualmente altas taxas de sucesso em termos clínicos, embora possam ocorrer algum tipo de falha tardia. E nesse sentido, que a sobrecarga da oclusão é


apontada como uma das possíveis causas. E além disso, ainda são apontados entre os fatores de risco os que tipos de implantes utilizados, e a falta de planejamento prévio que trazem complicações e afetam os tecidos peri-implantares. Ocorre que quando existem níveis de compressão que sobrecarregam o tecido ósseo, gera-se então uma fadiga mecânica ocasionando a perda da osseointegração e o colapso, ocasionando consequentemente, a perda do implante. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Da Costa Valente et al. (2016) e Sennerby et al. (2015) registram que os primeiros implantes utilizavam paredes paralelas, mas que caíram em desuso com a evolução das técnicas cirúrgicas e da terapêutica na reabilitação oral, visto que esses modelos eram limitados em termos clínicos o que levou ao surgimento de outros formatos de implantes como os cilindros e os cônicos. E no caso desse último, a literatura pronta que estes apresentam um maior grau de compactação óssea e uma melhor distribuição da força, pois apresentam características como grande estabilidade primária, além de serem mais penetrantes e auto perfurantes. Sun et al. (2016) e Nandini et al. (2022) comentam que a geometria do implante e o seu design são as principais características que asseguram o sucesso de um implante. Além do mais, os implantes cilindros e cônicos são os principais tipos de implantes utilizados atualmente e que se diferenciam por conta evolução da cicatrização após a colocação do implante e dos componentes utilizados que influenciam a carga na interface entre o implante e o osso. Garcia (2016) e Jin (2023) evidenciam que os implantes do tipo cônico têm uma maior estabilidade primária em comparação aos implantes cilíndricos uma vez que a superfície porosa é responsável pelo aumento do contato entre um implante e o outro, embora a qualidade do tratamento e o tipo de superfície do implante seja responsável também pela estabilidade secundária. Amorim et al. (2019) e Abraham (2014.) destacam que o século XIX e o século 20 foram marcados pela implantodontia endo-óssea, e que ficou também conhecido como período fundamental onde eram utilizados os materiais como a madeira, porcelana e o ouro além de metais como estanho a prata e a platina sendo, portanto, sendo utilizados como substitutos dos elementos dentais. Foi também no começo do século XIX, e mais precisamente em 1809, que Maggilio, utilizou o ouro como material


para o implante dentário no local do sítio de extração, com a prótese sendo colocada somente após a cicatrização do tecido. Jin (2023) e Nandini et al (2022) apontam que os implantes do tipo cônico apresentam uma menor prevalência de complicações no pós-operatório, pois exigem uma menor quantidade de osso na região apical, e também porque apresentam uma melhor adaptação e estabilidade quando comparados com os implantes do tipo cilíndricos. 6 CONCLUSÃO A implantodontia se constitui um ramo da odontologia, que embora tenha raízes históricas desde a antiguidade surgiu de fato na época modern, a partir do trabalho da equipe de Bränemark, na Suécia ainda da década de 1960, se constituindo como pioneiro em termos de técnica bem-sucedida na implantodontia. É possível dizer que com base na leitura literatura consultada que implante cilíndricos icônicos apresentam vantagens e desvantagens que precisam ser observadas pelo cirurgião dentista conforme, o histórico clínico do paciente, que demanda o estudo do tecido ósseo e da biocompatibilidade da macro geometria dos implantes disponíveis no mercado. Dessa maneira, a partir daquilo que foi pesquisado na literatura pode-se afirmar que tantos implantes cônicos como os implantes cilíndricos apresentam como a vantagem a diminuição na exigência de crescimento do tecido ósseo, e portanto de aumento na estabilidade primária. E também, foi constatado na bibliografia consultada, que do ponto de vista clínico que não existe uma superioridade de implante cilíndrico sobre o cônico, e vice-versa. Dessa maneira, a escolha do tipo de implante a ser utilizada no paciente vai depender do conhecimento científico do cirurgião-dentista, e da análise do histórico médico do paciente. REFERÊNCIAS ABRAHAM, Celeste M. A Brief Historical Perspective on Dental Implants, Their Surface Coatings and Treatments. The Open Dentistry Journal, v. 8, n. 8 (Suppl 1- M2), p. 50–55, 2014. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4040928/pdf/TODENTJ-8-50.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2023.


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