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Contoadas é um livro de contos fruto de uma oficina de escrita criativa

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Published by todavoz editora, 2019-10-04 13:23:19

Contoadas

Contoadas é um livro de contos fruto de uma oficina de escrita criativa

Keywords: contoadas,todavoz,literatura,Pará de Minas,Terezinha Pereira

Sonhos... eles existem e segundo estudiosos, eles
têm até tipologia, vejamos: sonhos criativos, lúdicos,
místicos, previsíveis, repetitivos, sensuais... sonhos
que podem ser interpretados, pois trazem alguns
significados já incorporados pela psicologia. São so-
nhos que nos acometem quando estamos dormindo.
Mas o sonho que foi descrito no encontro se referiu
ao desejo, ao anseio de partilhar os conhecimentos
literários acumulados durante anos e pela generosi-
dade que somente as pessoas simples são capazes
de ter. Tudo começou assim: a escritora Terezinha
Pereira gosta imensamente de escrever e de incenti-
var pessoas a descobrir o prazer pela leitura e escri-
ta. Portanto, só foi possível celebrarmos o primeiro
aniversário do “Contoadas” porque Terezinha, em
um dia de muita inspiração, socializou com Neusa o
seu sonho e ela prontamente aceitou iniciando então
o Projeto de Oficina de Escrita Criativa. Na comemo-
ração, encantos e magias foram relembrados; alguns
momentos foram marcantes e especiais; os “contoa-
deiros” deram depoimentos a respeito do quão bom é
estar todas as quartas-feiras, juntos, porque os en-
contros nos propiciam o desligamento dos afazeres

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tão rotineiros e passamos a vivenciar sentimentos,
sensações ricas que fazem despertar diferentes emo-
ções, de acordo com a bagagem de cada um. Idalila
relembrou o conto “Venha ver o pôr do Sol”, de Ly-
gia Fagundes. Oh, triste fim de uma mulher apai-
xonada que fora deixada para se despedir da vida
em um cemitério afastado depois de ser presa numa
catacumba de difícil acesso. Tristeza ao imaginar a
cena de tamanho horror e desespero. A alma huma-
na traz em si tantos sentimentos, os bons e os maus.
O que leva um ser humano a deixar à própria sorte
um outro ser tão cheio de vida e expectativas... Vai
saber o que tem dentro de cada personagem descri-
to nas histórias. E aí é que percebemos o valor e o
encanto do projeto, descobrimos que em cada perso-
nagem está retratado a alma humana que não muda
tanto apesar dos vários e vários anos em que mui-
tos contos foram escritos. É como voltar ao passado
utilizando a fictícia “Máquina do Tempo”. Que mo-
mento único... Janaína, uma “contoadeira” novata,
se lembrou de um livro de “causos” mineiros e quer
trazê-lo para uma leitura que promete ser divertidís-
sima. Ana Maria socializou a ata do trigésimo nono
encontro trazendo à memória a história da princesa
que buscava a felicidade. E, pensando um pouco a
respeito de felicidade podemos constatar que ela se
encontra nas mais simples e pequeninas coisas do
dia a dia. Tivemos também a grata satisfação de ter
conosco duas crianças, a Clara e Maria Fernanda
acompanhadas de sua mãe Luciana. O conto esco-
lhido por Terezinha, para abrilhantar o aniversário
do “Contoadas”, não poderia ser mais instigante, “A

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Bela e a Fera”* em uma versão clássica fundamen-
tada na surpreendente versão original. A história foi
escrita por Jeanne-Marie Leprince de Beumont entre
os anos de 1750 e 1755 e incorporada a uma cole-
tânea em que “destinava incutir virtudes sociais em
crianças e jovens. Decide, então, escrever baseando-
-se na versão de Madame de Vileneuve publicada em
1740. Sua versão resumida, que se tornou na litera-
tura referência de contos de fada ocidental exalta a
diligência, a abnegação, a bondade, a modéstia e a
compaixão como as virtudes fundamentais para mo-
ças.” Se a literatura é a arte da escrita e tem a inten-
cionalidade implícita de “educar”, não devemos nos
esquivar de tê-la como companhia e de degustar de
suas palavras. Devemos ler as histórias assim como
passarinhos bebem água: abaixam a cabecinha, to-
mam um golinho e erguem a cabeça. Devemos ler,
pensar e interagir com o autor ou autora. Cada um,
de acordo com seus conhecimentos prévios e vivên-
cias, absorverá à sua maneira. Mais um ensinamen-
to que Terezinha compartilha conosco e mais um
motivo para valorizarmos o “Contoadas”. Os contos
de fada são conhecidos também como contos ma-
ravilhosos, já que tudo pode acontecer; nele apare-
cem vários sinais mágicos e pudemos perceber es-
sas características na história de A Bela e a Fera. É
interessante registrar as tantas interpretações que
os “Contoadeiros” fizeram: há homens muito mais
monstruosos do que a Fera; a capacidade do perdão
é dada apenas às pessoas sábias; os interesses das
pessoas sempre estarão de acordo com os valores in-
ternalizados por elas; enquanto uns conseguem ser

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generosos nas mais adversas situações, outros são
egoístas; enquanto uns perdem o tempo sentindo
ódio e maquinando a vingança, outros vivenciam a
suavidade do perdão; enquanto uns invejam, outros
valorizam o que têm e os que os outros possuem...
Muito lindo, não é? Estiveram presentes ao encon-
tro: Terezinha, Idalila Mara, Tânia Binder, Neusa
Sousa, Maria Clara, Maria Fernanda, Luciana Lima
de Oliveira, Geralda Lúcia, Aparecida Freitas, Ângela
Martins Melo, Celma Joana Azevedo, Camila Pereira
dos Santos, Expedita Aparecida Xavier, Dirce Maria
Rodrigues Vangel, Isabel da Conceição Vasconcelos,
Guilherme de Oliveira Diniz, Luzia Eliana Morato,
Idê Ferreira, Ana Maria Chaves da Cruz. Teve até
bolo, e com velinha... E na hora do parabéns, to-
dos os alunos e professores que estavam presentes
na escola vieram cumprimentar os “Contoadeiros” e
participaram do “lanche coletivo”. E assim, para-
fraseando, escrevo: “e quando a história começa com
“Era uma vez”... a gente já até sabe o fim e nem acha
ruim, mas as histórias de vida também são assim, o
problema é o sentimento que nos deixa e o outro que
nos traz, muitas vezes nossos finais levam a destinos
incertos e nem sempre são como nos contos de fada;
ficamos só com o “Era” e contamos “mais uma vez”.

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SOBRE OS AUTORES

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Ana Maria Chaves da Cruz
Foi lá pelo ano de um mil, novecentos e ses-
senta e oito, que eu, Ana Maria Chaves da Cruz,
dei a graça da existência; resolvera nascer prema-
turamente; frágil e pequena, quase morri.... Mas foi
graças a fé e as orações do Padre Libério e de minha
mãe que, enfim, obtive forças para continuar viven-
do. Daí para a frente, aprumei-me. Sou a segunda
filha de três, uma família de quatro membros e dois
sobrinhos. Falta apenas a presença de minha mãe,
falecida em abril de 2008. Aos cinco anos, contraí
uma hepatite, que quase me levou à morte. E mais
uma vez consegui vencer mais um obstáculo que não
demorou por trazer outro que foi a minha quase re-
provação no primeiro ano do ensino primário, devido
uma séria dificuldade de alfabetização que finalmen-
te pôde ser vencida com a ajuda de Deus e de uma
brilhante e dedicada professora: dona Rita Capane-
ma, irmã da diretora dona Mônica Capanema, o que
contribuiu para a conclusão de meu ensino primário
e fundamental.
No ensino médio, optei pelo curso de Magisté-

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rio e no Ensino Superior, o de Letras. Tive brilhantes
professores que serviram de modelo e estímulo para
minha profissão: a de educadora. E assim vou viven-
do e aprendendo a cada dia...
Camila Pereira dos Santos
Eu me chamo Camila Pereira dos Santos. Te-
nho 29 anos. Nasci em Pará de Minas, no dia 24 de
outubro de 1988. Moro no bairro Padre Libério com
minha família, desde que nasci. Gosto muito de mo-
rar lá, onde brinquei muito na minha infância. Estu-
dei na Escola Municipal Dona Cotinha. Trabalhava
cuidando de crianças para ter o meu dinheiro para
comprar as minhas coisas. Agora estou casada, te-
nho uma filha, Raíssa, de 11 anos. Ela estuda e me
ajuda muito nas tarefas da casa. Voltei a estudar,
estou lutando para atingir meu objetivo que é arru-
mar um emprego melhor. Quero me formar e fazer
uns cursos de técnico em enfermagem e de recepcio-
nista. Por isso tenho que estudar muito.
Elma Leite
Elma Piedade Santos Leite, nome significan-
te para mim.
Elma – aquela que é amiga protetora decidida.
Piedade – demonstração de amor e afeto.
Santos – pureza e virtuosidade.
Leite – é o que alimenta e sustenta a vida.
O ano? 1952, numa manhã de pleno inverno
de junho, exatamente no dia 3, eu surgi. A primo-

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gênita de uma família de 4 irmãos na mesma casa
que nascera meu pai e minha irmã mais velha de 5
irmãos do seu primeiro casamento. Coincidências da
vida. Ao somar 1952 + 6 + 3 = 26 = 8. O número 8
é o símbolo do equilíbrio, deitado simboliza o infini-
to, representa a inexistência de um começo ou fim.
Acho que por tudo isso é que amo infinitamente em
sua totalidade e completude.
Sou geminiana com ascendência em Leão. Sou
de fácil adaptação, sou do ar e preso o livre, mas
meu ascendente coloca-me no chão, me dá garras
para lutar e confiança para expressar.
Fui hippie na juventude, vivi a Beatlemania
e Tropicália, daí a minha paixão pelo simples, pelo
contemplativo, pelo pôr do sol e pela partilha.
Expedita Aparecida Xavier
Expedita Aparecida Xavier, Agente Comuni-
tária de Saúde, dona de casa e atualmente, aluna
do Cesec, aos 15 anos largou sua terra natal e, jun-
tamente com sua família e veio morar em Pará de
Minas, onde estudou, casou-se e teve dois filhos.
Da Jaguara, trouxe consigo o amor pela terra
natal, aonde sempre retorna aos finais de semana.
Tem como principal virtude o amor e a honestidade.
Em seu currículo tem uma vasta bagagem: trabalha
fora, cuida da casa, do marido, dos filhos e está sem-
pre disposta a ajudar o próximo. Gosta de passear,
principalmente no campo junto a natureza.

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Idalila Mara de Araújo Sousa
Idalila por Idalila. Sou assim meio assim... Já
dei meu ar da graça vindo para este mundo assen-
tada... Me arrancaram de dentro de minha mãe. A
única menina entre três homens, o xodó do meu pai.
Criança prodígio, adiantada em tudo; me formei pro-
fessora com 15 anos. Deus me deu a chance de tra-
balhar no que eu gosto, porque o que me faz vibrar
é ensinar e aprender, aprender e ensinar e tudo de
novo e de novo... Fiz quase tudo dentro da escola, de
secretaria à direção; fui professora do primeiro ano
do ensino fundamental até o último período de facul-
dade. No casamento encontrei minha “alma gêmea”,
quatro filhos, cada um mais querido do que o outro:
uma professora, um farmacêutico, uma enfermeira e
um arquiteto. Pelo casamento de três, outros sonhos
vivi e mais dois filhos e uma filha eu ganhei. O nas-
cimento da minha neta encheu de vida o “ninho” já
quase vazio. Tenho também um filho, o mais velho,
que não é de barriga, mas é de coração e mora junto
com os demais lá no fundinho do peito. Sou efetiva
no CESEC, me apaixonei pela escola por sua meto-
dologia de trabalho; acredito no trabalho desenvol-
vido. São muitas bênçãos, muitas vidas dentro da
minha vida, entrelaçadas e amarradas com nós per-
feitos, dados.
Idê Ferreira
Sou Idelvais, filha de Bernardino, um chur-
rasqueiro famoso e de Maria Christina, uma exce-

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lente costureira . Desde criança me reconheço pelo
apelido Idê.
Talvez pelo fato de ter nascido mulher e po-
bre, trago em mim uma forte camada de resistência.
Com tropeções e joelhos esfolados, fui me fazendo
sem perder a fé na vida. Houve encontros e desen-
contros, dores e amores, tudo isso foi forjando a mu-
lher que sou hoje. Isso me faz sentir realizada pelas
experiências que adquiri, pelas amizades que cons-
truí e pelo que realizo hoje.
Sou educadora por opção e me encanta pro-
porcionar ao outro a oportunidade de reflexão e de
ampliação de sua visão de mundo, através do conhe-
cimento. A criar laços com as pessoas, porque sei
que a dor do outro (da outra) é nossa própria dor.

Descobri que é necessário aprender a lidar
com o tempo. Para acolher, ler um bom livro, ver um
filme, cantar ou simplesmente ficar quieta ouvindo
o sabiá cantando num ritual para chamar a chuva.
Aprender a observar os sinais que a vida nos acena,
sabendo que a esperança é nossa maior teimosia.
Keila Fernanda de Almeida
Sou Keyla Fernanda de Almeida, casada aos
23 anos, cabeleireira, esteticista. Meu sonho: ser ve-
terinária ou bióloga, pois gosto de observar a nature-
za, gosto de ter contato com animais. Gosto de cui-
dar e de preservar plantas. Nas horas vagas, gosto
de ler, de tocar teclado. Quero ser tecladista, estudar
notas musicais, saber ler partitura. Gosto muito de
crianças. Pretendo ter um filho.

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Michael Vila Verde
Eu, Michael Presley Xavier Vila Verde Lage,
filho de Marcelo Frederico Lage e Cléia Xavier da Sil-
va, nasci no dia 16 de agosto de 1989. Minha mãe
resolveu me colocar um nome bastante exótico: Mi-
chael Presley, em homenagem aos reis do pop e do
rock, na época, não sabendo ela que eu nasci no dia
do aniversário da morte Elvis Presley. Só vim a sa-
ber disso pelos meus quinze anos e minha mãe, só
veio a saber, uns 4 anos depois de mim. Meu nome
tem uma história bem complexa. O sobrenome Xa-
vier veio de minha mãe, o Vila Verde veio da minha
bisavó, Rosa Vila Verde Lage, já que ela fazia aniver-
sário um dia antes de mim, e minha mãe a adorava.
O Lage veio do meu pa. Desde criança aprendendo
e gostando de desmontar as coisas, aos 12 para 13
anos de idade, resolvi que queria estudar robótica.
Aos 14 anos, meu tio me ensinou o básico de eletrô-
nica e, na mesma época, o marido de uma professora
de matemática, Dona Regina, me aconselhou a inves-
tir em uma carreira técnica. Seguindo seu conselho,
resolvi aprender informática. Comecei desmontando
e resolvendo os problemas do meu próprio computa-
dor. Com o tempo, fui concertando os de amigos. Um
dia, após formatar o computador de um conhecido,
ele me indicou para o genro da esposa dele. Fui a
Belo Horizonte e consegui um emprego de técnico.
Foi uma fase nova na minha vida e uma aventura.
Aprendi coisas novas, convivi com pessoas diferen-
tes e ganhei experiência de vida. Veio um período
difícil e assim, resolvi voltar para a cidade onde eu

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sempre morei e que eu amo, Pará de Minas.
Neusa de Oliveira Sousa
Segundo a crendice popular, a sétima filha de
uma família de sete mulheres seria uma bruxa.
Eu, Neusa de Oliveira Sousa, sou a sétima de
oito, porém, meu único irmão veio antes para que-
brar o encanto e não me deixar ser bruxa o tempo
todo, sendo assim, desde 1964, venho me perceben-
do fada e outras vezes, bruxa.
Talvez por isso quebro todas as correntes que
tentam me prender, gosto de ser livre, a mesmice me
faz mal, então invento modos de viver. A profissão
escolhida me permitiu crescer, conviver e nunca ter
dois dias iguais.
Para desenvolver meu poder mágico a vida me
deu uma varinha de condão com nome e sobreno-
me ”Maria Luísa Sousa” que me fez voltar à infância
e vivê-la com toda graça, questionar minhas verda-
des na adolescência e experimentar um sentimento
o qual ainda não foram inventadas as palavras que
conseguem descrevê-lo na sua plenitude.
Entre acertos e enganos, aos poucos vou me
descobrindo, cada dia com menos certezas neste
universo divino. Espero que no fim da caminhada,
quando eu me vir de fato, não reste nada da bruxa,
exista somente a fada.
Tânia Binder
Tânia Maria Rafael Binder - Nasci em pleno

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verão de 1957, num mês cheio de calor e alegria, fim
de ano, novembro, último dia do mês, de uma mãe
chamada Maria.
Neste ano destaco a situação econômica e so-
cial brasileira citando um fragmento do Jornal “O
Observador”.
“As notícias sobre desemprego de operários

se amiúdam : a indústria têxtil de Pernambuco já
dispensou milhares de empregados; a Cia. Fabril
Mineira, de Lavras, Minas Gerais, reduziu seu pes-
soal a 50%, ao tempo em que a Metalúrgica Mata-
razzo, da mesma cidade, teve igual procedimento;
as informações que chegam de São Paulo continu-
am sombrias. (Jornal O Observador Novembro ¦ -
1957 —— Ano XXII — N.° 261).‡

Sessenta anos passados e a crise
está novamente instalada no Brasil com milhões de
desempregados. A História é cíclica ou o Brasil não
aprende com os erros?
Nasci e cresci com a força de uma brasileira
que não desiste nunca: forte, aguerrida, determina-
da e esperançosa. Fui batizada, crismada, recebi os
sacramentos da Confissão, Eucaristia e Matrimônio
pelo saudoso Cônego Hugo da Costa Bittencourt.
Pará de Minas era pequena, tranquila, onde todos
se conheciam e desfrutavam da mesma atmosfe-
ra, ainda um tanto bucólica na época. Podia andar
descalça pela rua Direita; queimar, às vezes, os pés
pisando em bitucas de cigarros, jogados no chão;
beber Crusch na garrafinha de vidro; brincar com li-
berdade na Praça da Independência; nadar na Praça
de Esportes- Clube de destaque na Cidade; chupar
picolés no bar do senhor Ari Coutinho; estudar no

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Grupo Escolar “Torquato de Almeida” que, segundo
a minha opinião, tinha a mais linda, mais limpa e
mais organizada Biblioteca Escolar da cidade; sinto
até hoje uma emoção única ao me recordar dos livros
empilhados nas prateleiras, as mesinhas limpinhas,
a sala de assoalho enceradíssima... Tenho a impres-
são de que foi aí que nasceu em mim uma paixão pe-
los livros e pelas histórias. Também recordo de meu
avô, João Binder, lendo diariamente Jornais e as re-
vistas “Seleções”, que aliás, um dia me doou muitas
delas que guardava até a alguns anos, que desfiz pe-
las tantas mudanças de endereço pelas quais passei.
Sou esposa, mãe de dois filhos (um já falecido) e avó
de dois lindos netos Lívia e Gabriel. Hoje, já na ter-
ceira idade, sinto-me gratificada por fazer parte do
Projeto “Contoadas” , cujos encontros são realizados
no Cesec Dona Afonsina toda quarta-feira.
E a paixão pela literatura continua...
Terezinha Pereira
Terezinha Pereira, pará-minense que vive em
Pará de Minas desde 1948, ano em que nasceu. Por
curto período de tempo, morou em Candeias, For-
miga e em Divinópolis. É de signo escorpião regido
por Plutão. Decepcionou-se quando Plutão deixou de
ser planeta em 2006 e foi classificado como “planeta
anão”. No final das contas, com o tempo, percebeu
que o fato não mudou sua vida em nada. O tempo
passa da mesma forma. E seu caminho preciso di-
reciona-se à velhice. Se há pedras no meio do cami-
nho, a literatura providencia-lhe o desvio das mes-

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mas, seja do jeito que for. A leitura lhe proporciona
viagens. Razão pela qual tem a impressão de conhe-
cer o mundo todo: lugares inventados ou lugares que
existem de verdade. Sabe de coisas do tempo passa-
do ou do tempo futuro que o hoje acata como tempo
presente.
Já foi professora, bancária, porém, desde sem-
pre, acredita, está de caso com as palavras. Com
elas, tem calma e tumultuosa convivência. Gosta,
de maneira intensa, de estar só. No entanto, sente
intensa alegria de estar com pessoas que apreciam
boas conversas. Ler e contar histórias proporciona-
-lhe prazer difícil de descrever. Já publicou oito li-
vros, mas acredita que, num certo tempo, publicará
seu livro preferido. Por isso, escreve.
Sua ambição maior? Ter uma vida longa e uma
morte breve. Conceito ouvido há tempos e que incor-
porou a seu pensar. Anseia continuar a fazer suas
viagens a mundos ainda não conhecidos e a mundos
inventados por artistas das palavras.
Valéria Malvina Duarte
Valéria Malvina Duarte nasceu aos 7 de ju-
nho de 1980. É a sexta filha de Manoel Domingos da
Costa e Maria Lúcia da Costa ( falecidos) .
Atualmente trabalha na Escola Estadual Ma-
noel Batista como faxineira e adora o que faz. Está
cursando o 2º grau e pretende, quando terminar, fa-
zer o curso de Pedagogia.
É casada com Geraldo Vantuil Duarte. Tem
um grande sonho de engravidar e formar sua famí-

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lia. Há 2 anos engravidou mas, infelizmente teve um
aborto. Seu objetivo é lutar sempre, desistir jamais.
Vanessa Aparecida Alves
Sou Vanessa Aparecida Alves. Moro em Pará
de Minas. Nasci no dia 23 de janeiro de 1990, aqui
mesmo nesta cidade. Tenho uma filha de 9 anos, Na-
thielly Júlia Alves de Oliveira, que mora com minha
mãe, Avani Aparecida Alves, que me dá um grande
apoio e permite que eu possa trabalhar. Nathielly é
um anjo que Deus mandou para mim. Somos ami-
gas, companheiras. Desde que ela nasceu, minha
vida mudou e também mudaram os meus sonhos.
Meu objetivo hoje é acabar meus estudos no Cesec,
fazer uma faculdade e ter minha filha morando co-
migo outra vez. Vai dar tudo certo.
Wilton de Jesus Pereira
Meu nome é Wilton de Jesus Pereira. Nasci
em 21 de junho de 1968, na cidade de Araçaí, mu-
nicípio brasileiro do estado de Minas Gerais. Sou fi-
lho de Raimundo José Pereira e Bárbara Cândida da
Costa Pereira. Ficamos na cidade de Araçaí, aproxi-
madamente até 1977. Mudamos para Pará de Minas
acreditando em uma melhoria na condição de vida
de nossa família, uma vez que a cidade apresentava
maiores oportunidades de trabalho. O São Cristovão
foi o primeiro bairro em que moramos. A família foi
crescendo e chegamos a onze irmão. Por esse motivo,
aos dez anos, parei de estudar para começar a tra-

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balhar. Bem pequenino, já vendia picolé e engraxava
sapatos para ajudar em casa. E olha que ajudei mui-
to minha família, graças a Deus. Hoje sou casado,
tenho um filho e aos 50 anos voltei a estudar. Tenho
o sonho e o objetivo de concluir uma faculdade.
Zirlei Melo
Eu, Zirley Maria Silva, nasci na cidade de
Pará de Minas em 1968.Sou a caçula de uma famí-
lia de dez filhos. Lembro-me, na infância eu já gos-
tava de escrever e de competir em tudo na escola.
Procurava ser a primeira a entregar meus trabalhos.
Desenhava ricamente os mapas de geografia com de-
talhes e muito bem coloridos. Meu caderno de ma-
pas era destaque da sala e todos admiravam a mi-
nha facilidade em desenhar e colorir. Aos 14 anos, já
trabalhava como babá e arrumadeira. Trabalhei em
uma casa onde a patroa me liberava 2 horas todos
os dias para estudar e fazer trabalhos. Na época, eu
fazia magistério. Meu sonho era ser professora. Mo-
rava em um bairro distante, precisava sair de casa
às 6h 30min e só retornava as 11 horas, não tinha
recursos para pagar o curso. Para ajudar em casa,
tive que abandonar a escola e apenas trabalhar. Não
foi fácil interromper meu sonho. No entanto, sem-
pre pensei em retomar meus estudos. Hoje, aos 50
anos, casada há 21 anos com Geraldo Magela, mãe
de César Augusto e de Rafael Henrique, estou tra-
balhando na área de Estética Corporal, fiz a prova
do “Encceja - Exame Nacional Para Certificação de
Competências de Jovens e Adultos” e pretendo me

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formar e especializar em fisioterapia. Tento passar a
meus filhos que tudo feito com amor, dedicação, ca-
rinho e foco, poderá nos levar ao sucesso. Seja com
dificuldades e tropeços, o gosto da vitória é satisfa-
tório e único. Devo tudo a meus pais por terem me
ensinado a sempre dar valor às mínimas coisas, não
passar por cima de ninguém e não fazer com os ou-
tros o que não querem que façam com a gente.

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CONTOS NARRADOS NOS
ENCONTROS DE CONTOADAS

1º. Encontro – 07 de junho de 2017
- Clarice Lispector. Felicidade Clandestina. (p.9-12)
In: Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco,
1998
- Oswaldo França Júnior. O roubo do sol. (p.19-20)
In:Laranjas iguais. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1985.
2º. encontro - 14 de julho de 2017
- Lygia Fagundes Telles. Venha ver o pôr do sol. (p.80-
88) In: Seleta. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
- Maria Lúcia Simões. Claridade. (p.11). In:Contos
Contidos. Belo Horizonte: Formato, 1989.p.11
3º. Encontro – 21 de junho de 2017
- Maria Valéria Rezende. A Bicicleta. (69- 74) In:
Modo de apanhar pássaros à mão. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2006.
- Maria Lúcia Simões. Descuido. (p.29). In: Contos
Contidos. Belo Horizonte: Formato, 1989. p.29
4º. Encontro – 28 de junho de 2017
- Guimarães Rosa. Cipango. (digital.Kindle). In: Ave
Palavra. Baixado em 28.06.2017.

69

- Marília Arnaud. A menina de Cipango. (p.45-47) In:
A menina de Cipango. João Pessoa: Gov. do Estado
da Paraiba, 1994
5º. Encontro – 05 de julho de 2017
- Mia Couto. O gato e o escuro. Infantojuvenil São
Paulo: Companhia das Letrinhas, 2008.
- Flávio Carneiro. Aprendizagem. Em :
http://www.flaviocarneiro.com.br/obra/aprendiza-
gem.html
6º. Encontro – 12 de julho de 2017
- Gabriel Garcia Márquez. Assombrações de Agosto.
In: Doze contos peregrinos. Rio de Janeiro: Record,
1992. p. 129-133
7º Encontro – 02 de agosto de 2017
- Conceição Evaristo. Olhos D’Água. In: Olhos
D’Água. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca
Nacional, 2014. p. 15-19
8º Encontro – 09 de agosto de 2017
- Machado de Assis. A Causa Secreta. In: Contos/
Uma antologia. Seleção, introdução e notas: John
Gledson. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
p. 287-297
9º. Encontro – 16 de agosto de 2017
- Sophia de Mello Breyner Andresen. História da Gata
Borralheira (primeira parte). In: Histórias da Terra e
do Mar. Porto: Assírio & Alvim, 2013 p. 19-57
10º Encontro – 23 de agosto de 2017
- Sophia de Mello Breyner Andresen. História da Gata

70

Borralheira (segunda parte). In: Histórias da Terra e
do Mar. Porto: Assírio & Alvim, 2013 p. 19-57
11º Encontro – 30 de agosto de 2017
- Maria Valéria Rezende. Lamento para harpa e tuba.
(47-56) In: Modo de apanhar pássaros à mão. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2006.
12º Encontro – 06 de setembro de 2017
- Machado de Assis. Missa do Galo. In: Contos/Uma
antologia. Seleção, introdução e notas: John Gled-
son. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p.
386-393
13º Encontro – 13 de setembro de 2017
- Luís Fernando Veríssimo. O suicida e o computa-
dor. Luís Fernando Veríssimo. Porto Alegre: Zouk,
1992. In:
https://mscamp.wordpress.com/2008/10/06/o-
-suicida-e-o-computador-%E2%80%93-luis-fernan-
do-verissimo/
- Letícia Palmeira. Parapeito. In: Ventre Urbano.
Guaratinguetá: Penalux, 2016. p.35-39
14º Encontro – 20 de setembro de 2017
- Marina Colasanti. Uma ideia toda azul. In: Uma
ideia toda azul. São Paulo: Global, 2006. p.29-33
- Francisco Azevedo (1951) O arroz de Palma.(Ro-
mance.Trechos) 11ª Edição. Rio de Janeiro: Record,
2014.
15º encontro – 27 de setembro de 2017
- Maria Valéria Rezende. Vou-me Embora (p. 135-
141) In: Vasto Mundo. São Paulo: Beca Produções

71

Culturais, 2001.
Atividade Especial: Escola em Movimento
- Maria Valéria Rezende. Morte Certa (p. 129-134) In:
Vasto Mundo. São Paulo: Beca Produções Culturais,
2001.

16º Encontro - 04 de outubro de 2017
- Lygia Fagundes Telles. A disciplina do Amor. In A
confissão de Leontina e fragmentos. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1996. p. 81-82
- Lygia Fagundes Telles. A disciplina do Amor- frag-
mento II . In A confissão de Leontina e fragmentos.
Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. p. 96-98
- Lygia Fagundes Telles. A prova. In A confissão de
Leontina e fragmentos. Rio de Janeiro: Ediouro,
1996. p. 79-80
- Lygia Bojunga Nunes. Paisagem. 4. ed. 2. imp.
(trecho p. 35) Rio de Janeiro: Agir, 1992.

17º encontro – 18 de outubro de 2017
- Susana Ventura (seleção e adaptação). O Príncipe
das Palmas Verdes. In: O príncipe das Palmas Ver-
des e outros contos portugueses. São Paulo: Editora
Volta e Meia, 2013. p. 9-18
- Maria Lúcia Simões. O encontro. (p.37). Contos
Contidos. Belo Horizonte: Formato, 1989. p.37

18º encontro – 08 de novembro de 2017
- Maria Valéria Rezende. O Problema do Pato. São
Paulo: Planeta, 2007.
- Informativo: 2 de novembro - Dia dos Mortos no
México
< https://brasil.elpais.com/brasil/2014/11/01/so-
ciedad/1414853802_175512.html >

72

19º encontro 22 de novembro de 2017
- Stella Maris Rezende (1950). Diadema de estrás. In:
Coração Brasileiro. Contos. São Paulo: Lemos Edito-
rial, 2003. p. 41-44
- Stella Maris Rezende (1950). A escritora e a Olivet-
ti. In: Coração Brasileiro. Contos. São Paulo: Lemos
Editorial, 2003. p. 45-47

20º encontro 29 de novembro de 2017
- Clarice Lispector (1920-1977). Cem anos de Per-
dão. In: Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Roc-
co, 1998. p. 60-62
- Susana Ventura. Sorfarina. In: O caderno da avó
Clara. São Paulo: Sesi-SP Editora, 2016. p.120-135

21º encontro 04 de dezembro de 2017
- Gabriel Garcia Marquez. Me alugo para sonhar.
In: Doze contos peregrinos. Rio de Janeiro: Record,
1992. p. 91-100

22º encontro 13 de dezembro de 2017
- O. Henry(1862-1910). O presente dos Magos (tra-
dução do conto “The Gift of the Magi”, por Alfred Bu-
galho, revisão de Terezinha Pereira)
Fonte:http://www.revistasamizdat.com/2009/12/o-
-presente-dos-magos.html
- Lygia Fagundes Telles (1923). Natal na barca. In:
Antes do baile verde. Contos. (p.87-91) Rio de Janei-
ro: José Olympio, 1971.

23º encontro 20 de dezembro de 2017
- Rubem Alves. O presépio. Jornal Correio Popular –
Campinas. 23 dez 2012. Em:

73

http://correio.rac.com.br/_conteudo/2012/12/co-
lunistas/rubem_alves/arquivos/18854-o-presepio.
html
- Carlos Drummond de Andrade. Presépio. In: Con-
tos de Aprendiz. Rio de Janeiro: Editora do Autor,
1963. p. 51 )
<http://www.releituras.com/drummond_presepio.
asp>
24º encontro 21 de fevereiro de 2018
- Andréa Moreira. Conto de Maria. In: Águas Passa-
das- Escritoras de Pará de Minas contam histórias.
Guaratinguetá: Penalux, 2017. p.23-26
25º encontro 28 de fevereiro de 2018
- Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004). O
jantar do bispo. In: Contos Exemplares. (1ª ed. em
1962). Porto: Porto Editora, 2013. p. 39-81
Narrativa desta data: p. 39-60
26º encontro 07 de março de 2018
- Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004). O
jantar do bispo. In: Contos Exemplares. (1ª ed. em
1962). Porto: Porto Editora, 2013. p. 39-81
Narrativa desta data: p. 61-81
27º encontro 13 de março de 2018
- Terezinha Pereira. As botinas do marido defunto.
https://www.recantodasletras.com.br/cau-
sos/290512 em 13/11/2006. Revisto em 13/03/2018
28º encontro 20 de março de 2018
- Italo Calvino (1923-1985). A terra onde não se mor-
re nunca. In: Fábulas Italianas. São Paulo: Compa-

74

nhia das Letras, 2010. p. 98-101
Italo Calvino (1923-1985). A falsa avó. In: Fábulas
Italianas. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
p. 279-281
- Italo Calvino (1923-1985). O palácio dos Macacos.
In: Fábulas Italianas. São Paulo: Companhia das Le-
tras, 2010. p. 191-194
29º encontro 27 de março de 2018
- Lúcia Casassanta. João Jiló. In:As mais belas His-
tórias. Terceiro Livro. Editora do Brasil S.A. em Mi-
nas Gerais. Belo Horizonte: editado antes de 1960.
p. 74-77
- Juão Jiló. In: 7 histórias de encanto e magia. Con-
tadores de histórias do Vale do Jequitinhonha. Co-
ordenação Editorial de Sônia Queiroz. Projeto “Quem
Conta um Conto Aumenta um Ponto”, integrante do
Polo de integração da UFMG no Vale do Jequitinho-
nha. Belo Horizonte, 1999. p.10-12-14-16. Transcri-
ção de Rogério Machado Caetano, a partir de narra-
tiva oral contada por Francisco Lourenço Borges, em
Turmalina, 1987, gravada por Reinaldo Martiniano
Marques. [Esta história está publicada em: QUEI-
ROZ, Sônia (Coord. Ed.) 7 Histórias de encanto e
magia. Belo Horizonte)
- A paixão. In: 7 histórias de encanto e magia. Con-
tadores de histórias do Vale do Jequitinhonha. Co-
ordenação Editorial de Sônia Queiroz. Projeto “Quem
Conta um Conto Aumenta um Ponto”, integrante do
Polo de integração da UFMG no Vale do Jequitinho-
nha. Belo Horizonte, 1999. p.11-13-15-17. Trans-
criação de Paulo de Andrade, a partir de gravação e
transcrição da narrativa oral “Juão Jiló” [Esta histó-
ria está publicada em: QUEIROZ, Sônia (Coord. Ed.)

75

7 Histórias de encanto e magia. Belo Horizonte)
30º encontro 04 de abril de 2018
- Maria Valéria Rezende (1942). A Princesa de Troia.
In:Modo de apanhar pássaros à mão. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2006. p. 61-68
- Maria Valéria Rezende (1942). Desejo. In: Modo de
apanhar pássaros à mão. Rio de Janeiro: Objetiva,
2006. p.43-46
31º encontro 11 de abril de 2018
- Padre Leo. O Gênio da lâmpada. In: A cura do res-
sentimento. São Paulo: Edições Loyola, 2003
32º encontro 17 de abril de 2018
- A princesa da água da vida. In: Histórias da Tradi-
ção Sufi – Rio de Janeiro: Edições Dervish – Instituto
Tarika, 1993. p. 244-246
- O valor de um tesouro escondido. In: Histórias da
Tradição Sufi – Rio De Janeiro: Edições Dervish –
Instituto Tarika, 1993. p. 144
- As histórias reunidas neste volume são tradicio-
nais histórias-ensinamento, sem tempo ou lugar.
Elas admitem vários níveis de compreensão. Foram
recompiladas com a intenção de restaurar o antigo
hábito de ler ou contar histórias, recuperando assim
o precioso costume de comunicação e harmonia, tão
prejudicado pelos meios de comunicação fragmenta-
dores da vida moderna.
33º encontro 25 de abril de 2018
- Clarissa Pinkola Estés. O barba azul. In: Mulheres
que correm com lobos - Mitos e Histórias do Arqué-
tipos da Mulher Selvagem. 1ª edição. Rio de Janeiro:

76

Rocco, 1994. Cap. 2. p. 58-63
- Charles Perrault. Barba Azul. In: Contos de Fadas:-
de Perrault, Grimm, Andersen & outros. Apresenta-
ção de Ana Maria Machado; tradução de Maria Luiza
X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. p. 77-
93
34º encontro 02 de maio de 2018
- O pescador e o gênio ( ou História do pescador e
do ifrit) . In: As 1001 noites. (Coleção de histórias e
contos populares originárias do Médio Oriente e do
sul da Ásia e compiladas em língua árabe a partir do
século IX.).
Fonte: http://www.valdiraguilera.net/as-1001-noi-
tes-02.html
- Cherazade, rainha do suspense. Fonte: http://
www.miniweb.com.br/cantinho/infantil/38/esto-
rias_miniweb/1001_noites.html
- Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=1h-
8ZWIvSzj8 – O livro das mil e uma noites – Introdu-
ção
35º encontro 09 de maio de 2018
- A viagem do príncipe Átila ao fim do mundo. In:
Histórias da Tradição Sufi – Rio De Janeiro: Edições
Dervish – Instituto Tarika, 1993. p. 126-132
- Déa Miranda. Teto de estrelas. In: Folhas Esparsas-
Caderno Literário 7- Academia de Letras de Pará de
Minas, Pará de Minas: Jornal Diário, 2005. p.7
36º encontro 16 de maio de 2018
- A princesa obstinada. In: Histórias da Tradição
Sufi – Rio De Janeiro: Edições Dervish – Instituto
Tarika, 1993. p. 99-101

77

- *Três histórias de Nasrudin. In: http://estaremsi.
com.br/sabias-estorias-de-mulla-nasrudin/
* Narusdin é considerado um filósofo e sábio po-
pulista, lembrado por suas histórias engraçadas e
anedotas. Ele aparece em milhares de histórias, às
vezes espirituoso, às vezes sábio, mas muitas vezes,
também, um tolo ou o alvo de uma piada. Uma his-
tória Nasreddin geralmente tem um humor sutil e
uma natureza pedagógica. A festa internacional de
Nasrudin Hodja é celebrada entre 05 a 10 julho em
sua cidade natal a cada ano.

37º encontro 23 de maio de 2018
- Maria Valéria Rezende. Da Lapa ao Cosme Velho.
In: A face serena. Contos. Guaratinguetá: Penalux,
2018. p. 113-120
- Maria Valéria Rezende (1942).Valete de Copas.
In: A face serena. Contos. Guaratinguetá: Penalux,
2018. p. 63

38º encontro 06 de junho de 2018
- Terezinha Pereira (1948). Tapar o sol com a penei-
ra. In: Contemplação. Contos. Itaúna: Associação
dos Escritores de Pará de Minas-Gênesis Fundação
Educacional e Cultural, 2005. p. 47-54
- Maria Valéria Rezende (1942). Zumbi. In: Histórias
nada sérias. Contos. João Pessoa: Editora Escaleras,
2017. Pp. 9-11

39º encontro 13 de junho de 2018
- Mary de Morgan. A princesa sábia. Tradução de
Susana Ventura. (Cedido por Susana Ventura. Ju-
nho de 2018)
- Terezinha Pereira. Carta a Santo Antônio. Coluna

78

do Diário. Junho/2012
40º encontro 20 de junho de 2018
- Jeanne-Marie Leprince de Beaumont. A bela e a
Fera. In: Contos de Fadas: de Perrault, Grimm, An-
dersen & outros. Apresentação de Ana Maria Ma-
chado; tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio
de Janeiro: Zahar, 2010. p. 97-118

AGRADECIMENTOS
- Professora Neusa de Oliveira Sousa, que um
dia me deu ouvidos quando lhe confidenciei sobre minha
intenção de formar um grupo de pessoas que gostam de
ouvir histórias e que teriam também o querer de escrever.
Sugeri que poderíamos fazer encontros semanais, com
narrativas de contos e posterior discussão dos mesmos:
características das personagens, cenário, clima, mistério,
suspense, surpresa final, costumes da época e tudo mais
que um leitor pode inferir de uma história. Neusa foi uma
grande colaboradora na seleção dos textos escritos pelos
ouvintes e no preparo deste livro.
- Professora Idalila Mara de Araújo Sousa, dire-
tora do CESEC, que foi toda ouvidos quando a professora
Neusa lhe falou sobre a possibilidade de se formar na
escola um grupo de pessoas para ouvir e escrever histó-
rias. Desde o dia 7 de junho de 2017, Idalila junta-se com
agrado a alunos e professores do CESEC e a pessoas da
comunidade que se sentem tocadas pela magia do ouvir
e contar histórias. Idalila costuma dizer que Contoadas
permite a seus participantes, valiosos momentos de diva-
gação por outros mundos, outras épocas, outras vidas.
- Supervisora Tânia Maria Rafael Binder que,

79

quando o “arranjo de narrativas literárias” chegou-lhe
aos ouvidos, dispôs-se com entusiasmo a participar e di-
vulgar o grupo. E, num momento divertido de votação em
um dos primeiros encontros, recebeu o nome Contoadas,
eleito entre tantos outros sugeridos. Tânia ouve, escreve
seus contos e atas. Na sua ata referente ao “40º. Encon-
tro”, inserida neste livro, ela registra com primor os acon-
tecimentos do primeiro ano de atividades de Contoadas.
- Corpo docente e outros funcionários do CE-
SEC, que acolhem o grupo Contoadas com carinho.
- Alunos que participam ativamente dos encontros
com alegria, fazem valiosas observações sobre contos que
ouviram, escrevem suas histórias e, alguns até convidam
amigos ou parentes para participar dos encontros.
- Pessoas da comunidade que, encantadas pela
literatura, participam dos encontros de Contoadas e es-
crevem suas histórias.
Escritora Maria Valéria Rezende que, ao convi-
dar-me a participar de uma reunião do “Clube do Conto
da Paraíba”, realizada em sua casa em janeiro de 2016,
nem imaginara que estaria fecundando o nosso Contoa-
das. Ao ouvi-la falar dos encontros do “Clube de Contos”
foi atiçada em mim a intenção de idear, na minha terra,
um grupo de “ouvir para contar histórias”.
Obrigada, contoadeiros! Contoadas existe por cau-
sa de vocês.

Terezinha Pereira

Este livro foi composto em Bookman Old Style
e impresso em papel AP, 75 g, em Belo Horizonte, 2019

80



Contoadas
Ouvir para contar. Momentos de magia, encanto e
fantasia. Viagens pelo mundo do faz-de-conta...
Quem nunca escreveu, mete-se a imaginar o que
criar. Quem não se achava capaz faz, com suas pró-
prias mãos, o que a mente desenha e inventa.
E assim, nossa vida de “Contoadeiros” segue seu cur-
so, de encontro em encontro, de conversa em conver-
sa, entrelaçando o enredo da vida no sonho.

Idalila Mara de Araújo Sousa

Diretora do CESEC "Dona Afonsina"


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