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Published by clesiorobert, 2018-12-10 21:00:31

Revista Santa Casa - alteração 14

Revista Santa Casa - alteração 14

Santa Casa

SAÚDE
Revista Institucional da Irmandade Nossa Senhora das Mêrces,
mantenedora da Santa Casa Montes Claros | Dezembro de 2018 / Ano I / Nº 1

UM HOSPITAL CONSTRUÍDO SOB OS PILARES DA HUMANIZAÇÃO 1

Com projetos inéditos, a Santa Casa aposta na sustentabilidade e no acolhimento para seRdeveissetnavSoalnvetar Casa

2 Revista Santa Casa

A Clínica Oncocenter oferece um atendimento
exclusivo, completo e integral ao paciente oncológico.
Aliando as mais modernas técnicas de tratamento a
humanização no atendimento, a clínica proporciona aos
seus clientes uma assistência completa com suporte
auxiliar de nutricionistas, psicólogos, odontólogo
oncológico e conta ainda com a Santa Casa de Montes
Claros como hospital referência.

Oncocenter, tempo pra viver!

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CENTRO AVANÇADO DE ONCOLOGIA E HEMATOLOGIA

38 3229.7380 | @oncocentermoc
Av. Mestra Fininha, 621 - Centro, Montes ClarosR-eMvisGta Santa Casa 3

Sumário 44 UM HOSPITAL CONSTRUÍDO SOB
OS PILARES DA HUMANIZAÇÃO
Dezembro / 2018 - Edição Nº 1 / ANO I Com projetos inéditos, a Santa Casa aposta na
sustentabilidade e no acolhimento para se desenvolver
12 SANTA CASA 147 ANOS
Exemplos de doação e amor ao próximo 50 Solidariedade que ajuda a humanizar atendimento
construíram o maior hospital do Norte de Minas e instalações

16 Respeito e prioridade incondicional à vida 54 A modernidade das cirurgias dentro da Santa Casa
18 Humanização e Tecnologia
22 A OFTALMOLOGIA É A JANELA DA ALMA! 58 Transplante: a esperança de uma nova vida

Santa Casa Olhos é Referência em tratamento de 61 DE AMOR E SOLIDARIEDADE
Catarata e Glaucoma Responsável por atender uma expressiva
população carente e desprovida, a Santa Casa de
28 Entre saquinhos se areia nasceu o amor pela Montes Claros, Norte de Minas, destaca-se pelo
medicina atendimento humanitário e solidário na prevenção,
diagnóstico e tratamento do câncer e outras
34 Santa Casa e maternidade: um caso de amor doenças.
40 Amar ao próximo como a ti mesmo

Expediente

A Revista Santa Casa + Saúde é uma publicação semestral, com distribuição gratuita,
da Irmandade Nossa Senhora das Mêrces, mantenedora da Santa Casa Montes Claros.

Diretoria Publicidade
Alex Fabiano Rocha Vieira: Diretoria Administrativa e Recursos Humanos Marketing & Comunicação: Eridam Ribeiro
Carlos José De Almeida Lima: Diretoria Financeira [email protected]
Catarina Ferreira Veloso de Abreu: Diretoria Clínica 38 3229-2205 / 38 98828-1653
Cláudia de Alvarenga Diniz Fonseca: Diretoria de Qualidade
Francisco de Assis Barros: Diretoria Assistencial Jornalismo
Hugo Soares: Diretoria de Marketing e Negócios Ana Paula Paixão
Paulo Renato Denucci: Diretoria Técnica [email protected]
38 3229-2205 / 38 98824-1267
Superintendência Fotos
Maurício Sérgio Sousa e Silva Capa: Samuel Reis Diretoria de Marketing & Negócios:
Manu Alves Hugo Soares
Provedoria Wendy Walesko
Heli de Oliveira Penido: Provedor @santacasamontesclaros
Marcus Murilo Maciel: 1º Vice-provedor Editoria de Arte: @santacasademontesclaros
José Gilson Veloso Caldeira: 2º Vice-provedor Clésio Robert Caldeira
Juliano Gonçalves
Revista semestral
Tiragem: 2 mil exemplares Produção Gráfica: Paulinelli
Edição e Redação: Ana Paula Paixão
MTB 0019723/MG

4 Revista Santa Casa

DOAÇÃO

Nestes onze anos que acompanhei a cami-
nhada da Santa Casa tive a alegria de vê-la
desenvolvendo sua missão de servir os ado-
entados da região com verdadeira ação fra-
terna e de misericórdia com o ser humano
como ao próprio Cristo!
A coerência da ligação pessoa humana, res-
peito, atitude de servir e amar tem sido a
tônica do trabalho ingente para a missão
de seguir os passos de Jesus no trabalho sa-
maritano, ou seja, de olhar o próximo com
o olhar de ternura e fraternidade!
O esforço de fazer com que o serviço públi-
co não deixe de atender quem se dirige à
Santa Casa para procurar lenitivo à sua saú-
de, não a exime de atender a cada um dentro
de suas possibilidades, mesmo na escassez
do dinheiro encaminhado pelo SUS.
Vejo que a Santa Casa tem exercido sua fun-
ção de servir sem medida de esforço para
que o semelhante carente possa ser atendi-
do o melhor possível, mesmo com os limi-
tes de suas possibilidades para tanto!
O atendimento religioso não tem faltado
para o serviço de saúde integral, unindo o
atendimento físico com o psíquico e o espi-
ritual. Deus continue abençoando nossa
Santa Casa, com a proteção de Nossa Se-
nhora das Mercês.

Dom José Alberto Moura

Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Montes Claros

Revista Santa Casa 5

6 Revista Santa Casa

EDITORIAL

Prezado leitor,
Estou prestes a completar 5 anos na superintendência da nossa
querida Santa Casa, esta que é o maior complexo hospitalar do
Norte de Minas e sudoeste da Bahia.
Aqui, aprendo cada vez mais todos os dias com nossos mais de
2000 colaboradores e 450 médicos, todos do mais alto nível, o que
me faz crescer pessoalmente e profissionalmente, me tornando as-
sim uma pessoa mais feliz e realizada.
Nos últimos 5 anos tivemos muitos avanços, mas neste ano de
2018 superamos as expectativas. Muitas foram as áreas humani-
zadas, muitas foram as reformas, muitos foram os equipamentos
adquiridos, muitos foram os processos e fluxos melhorados, mui-
tas foram as reciclagens e capacitações com nossos colaboradores
e para isso, criamos este canal de comunicação!
Este informativo servirá para levar ao conhecimento de todas
nossas ações, nossas informações, tudo que a Santa Casa estiver
promovendo, assim todos poderão tomar conhecimento e tam-
bém, além de sugerir participar direta ou indiretamente.
Entendo que devemos estreitar cada vez mais nossos laços com
todos que aqui laboram e com todo o público externo.
Aproveito a oportunidade para agradecer o apoio, a confiança
e o carinho de todos os amigos, colaboradores, médicos e parcei-
ros que acreditam em nosso trabalho!
COM FÉ EM DEUS ENXERGAMOS O INVISÍVEL PARA
REALIZAR O IMPOSSÍVEL!

Maurício Sérgio Sousa e Silva
Superintendente

Revista Santa Casa 7

8 Revista Santa Casa

Filantropia em Favor da Vida

Profundo amor à humanidade e generosidade para com ou-
trem. Assim se define filantropia e assim também se define a
Santa Casa. Nos corredores dessa centenária Instituição, histó-
rias e pessoas circulam há mais de 147 anos e no que depender
dos seus, circularão por outros tantos anos. Quem são os seus?
Somos nós. Somos eu, você e cada um dos tantos norte-minei-
ros que dependem dessa santa casa de saúde.

As Santas Casas no Brasil, nasceram da generosidade da-
quelas que abriram mão de suas vidas e se dedicaram a cuidar
do próximo. As irmãs de caridade, aqui chegaram para acolher
àqueles que não tinham a quem mais recorrer. Ainda hoje é as-
sim, a grande matriarca da saúde da nossa região acolhe a todos
que não tem quem mais recorrer. E do simples casebre gerido
por irmãs de caridade, se tornou o maior hospital de alta com-
plexidade de toda mesorregião do norte de Minas Gerais. Sem
jamais perder sua essência filantrópica, é a segunda maior ma-
ternidade de Minas Gerais, visto que nasceu de uma maternida-
de, e não poderia ser diferente.

A Santa Casa de Montes Claros só se fez grandiosa, graças
a cada um que, direta e indiretamente, contribuiu para a cons-
trução dessa magnífica história de amor ao próximo. E é de fato
uma honra poder contribuir para a continuidade desse legado
de amor. Todos nós colaboradores, médicos, pacientes e comu-
nidade, somos responsáveis por essa nobre matriarca da saúde.
Amá-la e protegê-la é nossa tarefa fundamental, pois o que seria
do norte de minas sem ela? Faço a você esse questionamento.

O que seria do norte-mineiro sem a Instituição que reali-
za mais de 1 milhão e meio de atendimentos e mais de 5 mil
partos por ano? Quantos nascimentos e quantos renascimentos
deixariam de existir, devido à falta dessa que é uma Instituição,
exclusivamente do bem, do bom e do justo. Assim convido a
todos, que como eu, seus mais de dois mil colaboradores, mais
de 450 médicos e mais de 2 milhões de pessoas dependem dela;
a abraçar essa nobre e linda senhora que cuida do nosso bem
mais valioso, a nossa vida.

Heli de Oliveira Penido

Provedor da Santa Casa Montes Claros

Revista Santa Casa 9

10 Revista Santa Casa

São Inseparáveis o Amor a Deus e o Amor ao Próximo

O Evangelho nos apresenta a unidade en- caritas est 25). Importante acentuação: “seja ele
tre o amor a Deus e o amor ao próximo. quem for”. Não pode haver limites quando se tratar
Esta conexão já estava assinalada nas Escrituras he- de traduzir o amor a Deus em gestos de compaixão
braicas. Esclarece-nos a cena relatada por São Lucas e cuidado com o irmão.
(10,25-37) em que um legista, com a intenção de ex- Na origem das Santas Casas está a compreensão da
perimentá-lo, perguntou a Jesus: “Mestre, que farei unidade do mandamento do amor a Deus e do
para herdar a vida eterna?” A resposta do Senhor se amor ao próximo. Cada Santa Casa testemunha o
desdobrou em duas perguntas ao interlocutor: “Que histórico compromisso da comunidade católica
está escrito na Lei? Como lês?” Jesus não somente com os enfermos e moribundos. Urge conhecer
remete à letra da Lei, mas apela à sua interpretação. esta história para reconhecer a ousadia e o empe-
O legista não poderia responder senão o que ele mes- nho heróico dos que nos precederam ativamente
mo conhecia e ensinava: “Amarás o Senhor teu De- na compreensão de que “a Igreja também como
us, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com comunidade deve praticar o amor. Consequência
toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu disso é que o amor tem necessidade também de
próximo como a ti mesmo”. O comentário elogioso organização como pressuposto para um serviço
de Jesus é um apelo à prática da Lei: “Respondeste comunitário ordenado” (Bento XVI, Deus caritas
corretamente; faze isso e viverás”. est 20). A Santa Casa de Montes Claros, quase ses-
Não contente com a resposta de Jesus e querendo se quicentenária, testemunha que são inseparáveis o
justi car, o legista acrescenta outra indagação: “E amor a Deus e o amor ao próximo.
quem é o meu próximo?” Jesus conta-lhe, então, a
mais eloquente de todas as parábolas, aquela do bom Dom João Justino de Medeiros Silva
samaritano. Um homem está ferido e caído no cami-
nho, após ter sido assaltado, despojado e espancado. Arcebispo de Montes Claros
Está semimorto. Um sacerdote ao vê-lo, passa adian-
te. Também um levita faz o mesmo. Foi um samarita- Revista Santa Casa 11
no que, vendo o homem semimorto, interrompe sua
viagem, aproxima-se dele e cuida de suas feridas, com
óleo e vinho. Em seguida, coloca-o sobre seu animal,
o conduz à hospedaria e por ele se responsabiliza assu-
mindo cuidados e custos. Aquele que colocara a Jesus
a pergunta “E quem é o meu próximo?”, escuta o Se-
nhor lhe perguntar: “Em tua opinião, qual dos três foi
o próximo do homem que caiu nas mãos dos assal-
tantes?” Atenção à resposta do legista: “Aquele que
usou de misericórdia para com ele”. Ao que Jesus com-
pleta: “Vai, e também tu, faze o mesmo”.
Nesta parábola estamos diante da formulação mais
plena do ensinamento de Jesus Cristo acerca da in-
trínseca e indissolúvel relação entre o amor a Deus e
o amor ao próximo. Nas palavras do Papa Bento
XVI: “a parábola do bom samaritano permanece
como critério de medida, impondo a universalidade
do amor que se inclina para o necessitado encontra-
do 'por acaso' (cf. Lc 10,31), seja ele quem for” (Deus

147 ANOS

Exemplos de doação e amor ao
próximo construíram o maior

hospital do Norte de Minas

“Há cinquenta anos, quando cheguei à Santa Casa, de conjunto de pessoas trabalhando todos os dias por
era um ambiente muito diferente do que temos hoje. Era aqueles pobrezinhos que tanto precisavam. Me recordo
um hospital muito pequeno que funcionava com poucas uma vez quando meu irmão veio da Bélgica para me
condições financeiras. Tinha duas salas para atender as visitar no Brasil. Ele conheceu o hospital e ficou muito
mulheres que iam ter seus filhos, uma pediatria e um pos- entristecido ao ver que faltavam lençóis na pediatria.
to de enfermagem. Tudo era feito com muita dificuldade, Depois de regressar à Bélgica, ele pediu a minha mãe
mas também com muito amor”, a recordação é de Joana que costurasse lençóis para ajudar o hospital. E assim
Maria Juliana Wandekeybus, a freira belga que deixou a ela fez”, recorda Veerle.
sua família e país para se dedicar ao trabalho missionário
como enfermeira no Norte de Minas Gerais. Irmã Veerle, Além da parte assistencial aos enfermos, as irmãs de
como é conhecida na cidade, é um dos principais perso- caridade, tinham bastante participação na formação es-
nagens que marcaram a história da Santa Casa de Montes piritual dos pacientes. Levando palavras de conforto ao
Claros, que neste ano celebrou 147 anos de fundação. coração dos atendidos na Instituição. Com o trabalho das
religiosas e dos primeiros médicos que aqui chegaram,
Veerle chegou a cidade após a morte da Irmã Beata, a Santa Casa continuou evoluindo ao longo dos anos.
outra importante religiosa que teve sua história de vida Para se estruturar e manter-se, a Instituição contou com
marcada pela dedicação aos enfermos, em especial àque- o apoio de muitos bem feitores. Alguns deles de outros
les mais pobres. Grande exemplo para Irmã Veerle e as países, que sentiam no coração a vontade de ajudar.
demais religiosas que vieram para a Santa Casa, Irmã Be-
ata foi figura imprescindível na formação do maior hos- “Eram muitas as doações. Elas vinham de fazendei-
pital do Norte de Minas. ros locais, de pessoas da Bélgica e de outros países. Eles
ficavam sabendo da nossa necessidade por meio dos re-
A freira, que hoje está afastada do trabalho pela ligiosos que vinham de fora prestar seus serviços. Não
idade já avançada, dedicou-se principalmente a pe- me esqueço nem das pequenas coisas que nos foram do-
diatria da Instituição. Irmã Veerle, as demais irmãs de adas. Uma vez chegou uma grande caixa com ursos de
caridade e os médicos pioneiros do hospital, forma- pelúcia. Naquele tempo, no Brasil ainda não havia esse
ram o primeiro corpo clínico da Santa Casa. Ela conta tipo de brinquedo, ou se existiam era difícil ter acesso
que a formação de novas enfermeiras e ajudantes da a eles. Então, quando íamos fazer algum procedimento
enfermaria, se dava por meio do aprendizado passado nas crianças, que o certo seria usar anestesia, para que
no dia a dia. Cabia aos mais experientes ensinar aos ficassem imóveis, nós dizíamos para ficarem paradinhos,
recém-chegados o funcionamento do hospital, bem que depois do exame eles ganhariam um urso de pelúcia.
como os cuidados aos pacientes. Não tínhamos anestesia, era o que tínhamos”, conta emo-
cionada a irmã de caridade.
“Era preciso a participação de todos. Era um gran-

12 Revista Santa Casa

Irmã Veerle dedicou a vida, integralmente, à Santa Casa. Servindo de forma incondicional aos pacientes,
sobretudo os mais carentes, cumprindo a verdadeira missão de fé, amor ao próximo e caridade.

Oárduo trabalho daqueles que foram os res- Konstantin não era brasileiro, nasceu na Bulgá-
ponsáveis pela fundação do hospital foi ria em 1923, e ainda menino veio para Montes Cla-
fundamental para que a Instituição se tor- ros acompanhado do pai, da mãe e de um irmão.
nasse referência no atendimento de média e alta Konstantin dedicou-se a Santa Casa durante muitos
complexidade para moradores do Norte de Minas anos ao lado da Irmã Beata, que ele também tinha
e sudoeste da Bahia. Ao lado de Irmã Beata, tam- como grande amiga e conselheira.
bém trabalhavam os primeiros médicos do hospi-
tal. Como o benemérito médico e artista plástico “Eles construíram a Santa Casa. A
Konstantin Christoff. A vida de Dr. Konstantin, instituição se forma a partir da vontade
como era conhecido, se mistura com a da medicina e trabalho deles. Todos nós que viemos
de Montes Claros. Cirurgião Geral e, depois, Ci-
rurgião Plástico respeitado pelo trabalho inovador, depois, seguíamos os passos desses
competente e ousado para o seu tempo, ele foi peça importantes profissionais. Levamos o
chave na efetivação do hospital. Assim como os mé- trabalho deles à diante e assim continua
dicos Aroldo Tourinho, Jason Teixeira, Luiz Quin-
tino e Crisantino Borém, que resumiam, na década sendo”, afirma irmã Veerle.
de 1940, o quadro clínico da Santa Casa.

Revista Santa Casa 13

147 ANOS

Primeiro Corpo Clínico da Santa Casa. Dr. Aroldo Tourinho. Dr. Jason Teixeira, Dr. Luiz Pires,
Dr. Geraldo Machado, Dr. Mário Ribeiro, Dr. Konstantin Christoff, Dr. Loyola e Dr. Àflio Mendes.

Heli Penido, atual provedor da Instituição,
ressalta o orgulho que tem ao ser testemunha da
expansão da Santa Casa. “Ao chegar à cidade, tam-
bém há 50 anos, assim como irmã Veerle, eu co-
nheci uma pequena construção, que hoje podería-
mos comparar com um desses postos médicos que
tem nos bairros da cidade. É um orgulho ver como
a Instituição se estruturou e como é peça chave
para o desenvolvimento de toda uma região. Du-
rante a história de trabalho ao longo de 147 anos,
o hospital não mede esforços para buscar recursos
e investimentos na ampliação das estruturas física
e humana,” destacou o provedor.

Heli de Oliveira Penido,
Provedor da Santa Casa de
Montes Claros

14 Revista Santa Casa

À frente da Santa Casa de Montes Claros há oito anos, a O maior hospital do
exemplo das religiosas, o Provedor não recebe nenhum tipo Norte de Minas possui
de remuneração pelo cargo. O trabalho de prover meios para atualmente 392 lei-
a Instituição continua se mantendo e crescendo, trata-se de tos, sendo quase 80%
um ato de doação e amor ao próximo. deles destinados ao
atendimento pelo Sis-
“É um orgulho poder fazer parte de uma Instituição que tema Único de Saúde
tem um trabalho tão fundamental. Estar à frente da adminis- (SUS), e realiza mais de
tração é motivo de satisfação, pela confiança e credibilidade um milhão e meio de
dedicadas a mim pelos membros da Irmandade, que me ele- atendimentos por ano.
geram Provedor, e, ao mesmo tempo, exige muita responsa- A Instituição conta com
bilidade e sabedoria, para administrar e implantar projetos mais de 2000 colabo-
voltados para crescer cada vez mais e oferecer assistência à radores e 450 médicos,
saúde de forma humanizada, com excelência, segurança e que compõem os corpo
elevado padrão de qualidade, especialmente para aqueles clínico.
que mais precisam. Graças a dedicação de cada membro des-
ta Instituição, tem sido possível crescer a cada dia e oferecer
atendimento de qualidade a todos”, conclui.

Do ponto de vista geográfico, em um losango
imaginário que compreende, em cada extremo,
as metrópoles de Belo Horizonte, Rio de Janeiro,
Salvador e Brasília (DF), a Santa Casa de Montes
Claros encontra-se exatamente no centro desse
território, constituindo-se na sua principal
referência em saúde na região.

Entroncamento Rodoviário
de Montes Claros.
Fonte: Prefeitura Municipal
de Montes Claros

Revista Santa Casa 15

Respeito e prioridade
incondicional à vida

Alana Freitas

ASanta Casa de Montes Claros conta com um Pron- Gente Inocente. O nosso PS recebeu o total de 23 vítimas
to Socorro que é a principal porta de entrada para do incêndio, e isso fez diferença na vida de muitos daque-
casos de urgência e emergência na região. Mesmo les pacientes”, ressalta.
enfrentando dificuldades, como os hospitais de várias par-
tes do país, busca atender a todos com excelência e hu- O superintendente reconhece as dificuldades que o hospital
manização. O PS tem plantões especializados 24 horas, enfrenta, especialmente, no que diz respeito sobre a superlota-
com uma completa estrutura e profissionais capacitados ção, situação que poderia ser mais amena, se a cidade tivesse
para realizar todos os tipos de procedimentos, dos mais outros Prontos Socorros ou se casos mais simples, fossem re-
simples aos mais complexos. Além disso, a unidade está solvidos nos Programas de Saúde da Família. “Muitas vezes
preparada para receber pacientes vítimas de catástrofes, o paciente vai até o PS para um atendimento que poderia ser
como explica o superintendente da Instituição, Maurício realizado em uma Unidade de Saúde, situação que acaba co-
Sérgio. “Contamos com plantões de Cardiologia, Neurolo- laborando para a superlotação. A emergência médica é muito
gia, Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia diferente da medicina do posto de saúde, do consultório, do
e Obstetrícia e Ortopedia. Além disso, estamos preparados tratamento programado, quer seja ou não em hospitais, porque
para atuação em casos de crise, como foi o caso da Creche na emergência é que se concentram as situações únicas em que
a decisão médica e a decisão ética têm de ser imediatas”
16 Revista Santa Casa

Washington fez um agradecimento especial e O que contribuiu muito para o atendimento rápido e
homenageou os profissionais que cuidaram de Duda. consequentemente a recuperação da saúde de Duda, foi um
sistema que a emergência do hospital utiliza, que organiza
Atendimento o fluxo de atendimento dos pacientes nos serviços de ur-
que salvou a gência e emergência, priorizando os casos de acordo com o
vida de Duda potencial de risco, agravo à saúde ou grau de sofrimento: a
Classificação de Risco. “Essas prioridades são estabelecidas
O funcionário público Washington Leite, pai da pe- de acordo com os parâmetros avaliados (sinais vitais, sinto-
quena Maria Eduarda, de dois anos, que no mês de julho mas e queixas) e classificados em diferentes cores. Cada cor
precisou ficar internada dez dias para tratar um quadro representa um grau de gravidade e o tempo ideal em que o
grave de pneumonia, conta agradecido sobre como a filha doente deve ser atendido. E dessa forma o Pronto Socorro
foi recebida ao dar entrada no Pronto Socorro do hospital. priorizar os atendimentos mais graves, dessa maneira ga-
rante que o paciente seja atendido em tempo hábil”, explica
Assim que chegou à Santa Casa, a garotinha precisou ser Dannyelle Ribeiro, gerente do PS.
entubada, situação que deixou a família da Duda apreensiva.
Mas graças à dedicação e profissionalismo da equipe que re- Dannyele
cebeu a criança, a menina conseguiu vencer o estágio grave Ribeiro, gerente
da doença, e se recuperou em um curto período de tempo.
“A minha filha chegou em um estado crítico na emergência, do Pronto
e desde o primeiro momento todos os profissionais fizeram Socorro
de um tudo para salvar a vida dela. Sou grato pela qualidade
do atendimento que ela recebeu, bem como todo o carinho Revista Santa Casa 17
que essas pessoas tiveram com ela durante os dez dias que
precisamos ficar aqui”, ressaltou o pai.

Humanização
e Tecnologia

Ana Paula Paixão

Solenidade de inauguração em junho de 2018

A Santa Casa de Montes Claros é a principal referên- e qualificar os atendimentos de pacientes com câncer na
cia em tratamento de câncer no norte de Minas. Com a região. “A Oncocenter tem como proposta aliar humani-
proposta de integrar e humanizar a assistência prestada zação e tecnologia. Além disso, a clínica apresenta dois
aos pacientes, e oferecer a melhor assistência com o su- grandes diferenciais, estar localizada no prédio da Clí-
porte hospitalar da Santa Casa e da mais moderna clínica nica Radialis, que conta com o parque tecnológico mais
de Radioterapia da região, a Radialis, o hospital inaugu- moderno da região em radioterapia e radiologia; e o su-
rou neste ano o Centro Avançado de Oncologia e Hema- porte hospitalar da Santa Casa de Montes Claros”, diz. Ela
tologia - Oncocenter. explica que a unidade, que conta com o apoio do serviço
de radioterapia, passa a oferecer também quimioterapia,
De acordo com uma das coordenadoras da clínica, a concentrando todos os pacientes com câncer num único
médica oncologista Cláudia Teixeira, a população assis- estabelecimento, otimizando a assistência.
tida passa a contar com um reforço a mais para ampliar

18 Revista Santa Casa

O superintendente da Santa Casa Além das clínicas, a Santa Casa
de Montes Claros, Maurício Sérgio, de Montes Claros oferece trata-
ressalta que a Oncocenter propor- mento oncológico através do Siste-
ciona tratamento integrado, aliando ma Único de Saúde – SUS. O maior
humanização e tecnologia. “A inaugu- hospital da região disponibiliza aos
ração da Oncocenter representa mais pacientes, por meio do Complexo
um avanço importante para a saúde em Oncologia Irmã Malvina, aten-
no norte de Minas, pois oferece o que dimento ambulatorial e quimio-
existe de mais moderno em tratamen- terapia. Em média, a Instituição
to oncológico na atualidade. presta assistência a 1000 pacientes
por mês, e realiza anualmente em
As médicas oncologistas e média mais de 87 mil sessões de
coordenadoras da Oncocenter Dra. Radioterapia e Quimioterapia. O
local conta com uma equipe médi-
Sabrina Cabral, Dra. Cláudia ca formada por oncologistas e he-
Teixeira, Dra. Romana Barbosa e matologistas e disponibiliza ainda
equipe multiprofissional nas áreas
Dra. Juliana Arruda de enfermagem, farmácia, serviço
social, nutrição, fisioterapia, odon-
“A Oncocenter não é apenas a ampliação do serviço no que diz tologia e psicologia.
respeito a estrutura. Ela representa o pioneirismo da Santa Casa
Com a missão de preservar vi-
de Montes Claros. Um grande avanço no serviço oncológico, das, a unidade também conta com
com instalações modernas, humanizadas e principalmente o setor de Radioterapia. Direcio-
nado ao paciente do SUS, o local é
qualificadas para o atendimento em oncologia” um referencial na região e oferece
Gilberto Occhi, Ministro da Saúde atendimento dentro dos mais altos
padrões de qualidade e humaniza-
Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, em solenidade de inauguração da Oncocenter ção. O serviço oferece tratamento
Com exceção do câncer de pele não-melanoma, os tipos de câncer mais realizado em equipamentos com a
frequentes para o biênio 2018/2019, serão os cânceres de próstata (68.220 disponibilização de recursos tec-
casos novos) em homens e mama (59.700 mil) em mulheres. Além dos nológicos exclusivos, tais como
citados, completam a lista dos dez tipos de câncer mais incidentes: cólon e acelerador linear, braquiterapia de
reto (intestino – 36.360), pulmão (31.270), estômago (21.290), colo do útero alta taxa de dose, planejamentos
(16.370), cavidade oral (14.700), sistema nervoso central (11.320), leucemias computadorizados tridimensio-
(10.800) e esôfago (10.970). Os dados mostram ainda que os cânceres de nais, incluindo radioterapia cura-
próstata (61 mil casos) em homens e mama (58 mil casos em mulheres) tiva para câncer de próstata.
serão os mais frequentes. No Norte de Minas, o câncer de mama, próstata
e os tumores do aparelho digestivo são os mais prevalentes. (fonte INCA) Revista Santa Casa 19

EXCLUSIVIDADE

Touca hipotérmica reduz
queda de cabelos durante o
tratamento quimioterápico

A partir de janeiro de 2019 a San- queda de cabelo, podendo afetar a drogel polimerizado, não tóxico, a
ta Casa de Montes Claros, através autoestima. “A alopecia induzida tecnologia mantém a sua elastici-
das clínicas Radialis e Oncocenter por quimioterapia causa impacto dade e flexibilidade mesmo quando
passa a oferecer aos seus pacientes emocional devido a percepção nega- congeladas a temperaturas abaixo de
com exclusividade na região, trata- tiva da imagem corporal e a visível 30ºC, o que ajuda a preservar os fios
mento quimioterápico com o uso da lembrança do diagnóstico de câncer. de cabelo nos pacientes. O material
“Touca Hipotérmica”. Em alguns casos, pode causar de- do revestimento é um tecido elástico
pressão, ansiedade, baixa autoesti- e resistente a água.
A tecnologia combate o efeito ma, perda da libido e da qualidade
colateral de alguns tipos de quimio- de vida”, explica a médica oncologis- Sabrina explica ainda que o
terapia, minimizando a queda de ta Sabrina Cabral. resfriamento do couro cabeludo
cabelos. Além disso, a touca contri- é um método indicado para trata-
bui para oferecer um atendimento A touca, que foi importada do mento antineoplásico para tumo-
cada vez mais humanizado, uma vez Reino Unido, promove o resfria- res sólidos. A técnica, conhecida
que um dos principais receios dos mento da cabeça do paciente, antes como crioterapia, apresenta os
pacientes em tratamento de câncer, durante e depois do procedimento melhores resultados para preven-
principalmente das mulheres, é a de quimioterapia. Feita de um hy- ção da queda de cabelo.

20 Revista Santa Casa

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Revista Santa Casa 21

A OFTALMOLOGIA É A JANELA DA ALMA!

Santa Casa Olhos é Referência
em tratamento de Catarata e

Glaucoma

Larissa P. Durães

De acordo com a Organização Mundial da Saúde portador de glaucoma, com atendimento 100% SUS, sen-
(OMS), o glaucoma representa a segunda maior do então a Instituição pioneira no país. O oftalmologista
causa de cegueira no mundo e a terceira no país, e Diretor da unidade, Dr. Frederico F. Ribeiro, ressalta
ficando atrás apenas da catarata. No Brasil, a estimati- que o local conta com uma equipe altamente especializa-
va é de que 900 mil pessoas são portadoras da doença. da e atualizada. “Aqui nasceu o Projeto Glaucoma. Nosso
Caracterizada pela perda progressiva de campo visual, é serviço realiza todos os tratamentos oftalmológicos com
decorrente com mais frequência, da elevação da pressão a qualidade, a segurança e a excelência que os usuários
intraocular, atingindo 2% da população acima de 40 anos necessitam”, diz.
e até 7% da população com mais de 70 anos. Em Montes
Claros, a Santa Casa Olhos é referência nacional no aten- Frederico ressalta que além disso, a técnica de cirurgia
dimento das enfermidades. de catarata desenvolvida na Santa Casa Olhos foi padroni-
zada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e hoje é utilizada
Em 2002, a Santa Casa Olhos foi credenciada no Mi- por todos os hospitais do país. De acordo com a Socie-
nistério da Saúde para prestar assistência ao paciente dade Brasileira de Oftalmologia (SBO), no Brasil, são

22 Revista Santa Casa

realizadas aproximadamente 280 mil
cirurgias de Catarata através do SUS,
e entre 80 e 100 mil através de convê-
nios e médicos particulares. “Como
estamos vivendo cada vez mais e nos-
so organismo não foi preparado para
viver tanto, começam a surgir as do-
enças degenerativas, como a catarata
e o glaucoma. Com o passar do tem-
po, essas enfermidades serão comuns
para todos”, alerta.

Dr. Frederico F. mundo vai precisar usar óculos um impede a visão”, explica. O doutor vai
Ribeiro atua há dia na vida, uma vez que a lente natu- além e afirma que, outra causa signi-
ral tem data de vencimento”. ficante de problemas relacionados às
40 anos como doenças degenerativas da retina e do
oftalmologista. Outro ponto que ele chama aten- cristalino, é a diabetes. “Antigamente
O especialista explica que a ci- ção e que contribui para o desenvol- eram 5%, hoje já são 8% da popula-
rurgia de catarata nada mais é que a vimento das doenças é em relação a ção. Mas, pela forma como se vive
substituição da lente natural do olho, localidade e ambiente em que se vive. hoje, com sedentarismo, alimentação
já danificada, opaca e fosca, por uma “Devemos estar muito atentos. No errada e stress; existe uma estimativa
prótese transparente e de melhor qua- norte de Minas, por ser um local que de que poderemos ser 40% de diabé-
lidade. Somente na Santa Casa Olhos apresenta muita poeira, sol, excesso ticos no futuro”, finaliza.
são realizadas mais de 200 cirurgias de infravermelha e baixa umidade,
de Catarata por mês. Dr. Frederico é comum formar-se uma ‘carninha’ O Diabetes traz ainda,
chama a atenção e faz um alerta em no olho. Ela deve ser removida cirur- consequências como
relação à prevenção das doenças ocu- gicamente, uma vez que o seu cres- insuficiência cardíaca,
lares. Ele diz que “quando chegamos cimento contínuo cobre a córnea e amputação, hemodiálise
aos 40 anos perdemos a capacidade e Acidente Vascular
enxergar de perto. A gente perde a
acomodação de focalizar objetos em Cerebral (AVC).
diferentes distâncias. Portanto, todo

Pacientes na sala de espera para procedimentos cirúrgicos.

Revista Santa Casa 23

Para ele, o segredo do tratamento é o diagnóstico visão é que um olho cobre o problema do outro olho e
precoce. “Não existe uma doença ocular que não se muitas vezes, quando estamos olhando normalmen-
pode tratar. O que existe é o paciente chegar atrasado. te, não percebemos que temos um problema, porque
Hoje em dia, com a quantidade de equipamentos e o olho bom substitui a função ruim do outro. Por isto
tecnológia avançada que temos, o diagnóstico é fácil temos que fazer, de vez em quando, o teste de tam-
de fazer”, conclui. Dr. Frederico enfatiza que é impor- par um olho e tentar focalizar coisas, tanto de perto,
tante procurar um médico especializado em cuidados quanto de longe, para tirar do olho bom esta função
de visão, no caso, o oftalmologista. “O problema da de encobrir o ruim”, reforça.

De acordo com Dr. Frederico a cirurgia mais realizada no mundo é a cirurgia refrativa,
que é a de retirada do grau. Em segundo lugar, está a cirurgia de Catarata.

24 Revista Santa Casa

A Santa Casa Olhos possui um diferencial para o
norte de Minas. A unidade conta com tomografia de
retina e ultrassons sofisticados, o que permite uma

inter-relação com as outras especialidades como
neurologia, clínica médica, cardiologia, entre outras.
Outra vantagem da instituição é que ela conta com

o suporte da Santa Casa na parte de internação,
urgência, Centro de Terapia Intensiva (CTI),

anestesistas, bloco cirúrgico e toda a infraestrutura
hospitalar necessária.
Revista Santa Casa 25

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26 Revista SantaACvas.aM e s t r a F i n i n h a , 5 6 4 - C e n t r o - M o n t e s C l a r o s / M G

PRÊMIO
EXCELENCIA DA SAÚDE

Santa Casa de Montes
Claros foi reconhecida
nacionalmente como um
dos melhores hospitais
filantrópicos do país. O
hospital recebeu prêmio
"Excelência da Saúde"
Healthcare Busines 2018 na
categoria "Filantropia".

MaurícSioupSeérrignitoenSdoeunstaee Silva

Revista Santa Casa 27

Entre Saquinhos de
Areia nasceu o Amor

Pela Medicina

Jane Félix

Dr. Wille Dingsor atua na Santa Casa de Montes Claros como plantonista do
CTI Cardiológico desde 2015 e como médico da Gestão de Leitos desde 2017.

Natural de Montes Claros e mais ção: medicina. “Meu sonho era ser vestibular e saíssem com o gabarito
velho dos três filhos do representante um cientista por causa do professor para esclarecer as dúvidas dos alu-
comercial Antônio Wilson Pereira e Hudson”, conta sobre um dos pro- nos posteriormente. Em um desses
da assistente de docência e costureira, fessores que marcaram sua passagem vestibulares, no último ano da fa-
Maria da Glória Souza Pereira, Wil- pela Unimontes (apesar de Wille não culdade de Ciências Biológicas, ele
le Dingsor Souza Pereira ingressou se lembra de seu sobrenome) e que se tentou medicina e passou. Como ha-
na faculdade de Ciências Biológicas diferenciava pelo seu jeito alternativo via feito os quatro anos de biologia,
da Universidade Estadual de Mon- de ministrar o conteúdo. ele poderia ter optado por eliminar
tes Claros (Unimontes), ainda aos algumas disciplinas, mas optou por
17 anos. Enquanto estudava, acabou À época, Wille lecionava em um fazer o curso integralmente. “Caí de
conquistando uma vaga em um dos cursinho pré-vestibular e as insti- paraquedas na medicina e, hoje, é o
cursos mais concorridos da institui- tuições incentivavam que os pro- amor da minha vida”, sintetiza.
fessores realizassem as provas do
28 Revista Santa Casa

O início da faculdade de medici- Capacitação
na exigiu muito do calouro. Mas no Multidisciplinar
segundo período, as coisas começa-
ram a melhorar. “Francisco Barros, Rosângela Lopes Miranda Rodrigues, coordenadora geral da residência
um dos diretores da Santa Casa, me e da ginecologia e obstetrícia da Santa Casa de Montes Claros.
ensinava a costurar saquinhos de
areia. Bem antes de eu começar com
os meus estágios obrigatórios, Chi-
co já me trouxe pra dentro da Santa
Casa. Fui a uma loja especializada,
comprei equipamentos, comprei as
tesouras, comprei as pinças, as agu-
lhas. Pedi minha mãe para fazer um
saquinho de areia pra mim. Então,
quando eu chegava para a aula, a cada
semana, ele ensinava um ponto dife-
rente. Eu cheguei às aulas já sabendo
todos os pontos”, se lembra com uma
mistura de saudade e bom humor.

O jovem passou o curso intei-
ro se apaixonando por cada uma
das áreas da medicina às quais era
apresentado, mas desconfiava que a
preferida fosse a cirurgia. “Ninguém
acredita que eu fiz cardiologia. Me
formei em medicina e, primeiro, fui
trabalhar no Programa de Saúde da
Família. E, lá, eu vi que a maior de-
ficiência dos médicos hoje é na área
da cardiologia”, explica.

A história de Wille é um dos vá- gestão de leitos”, diz. Wille ressalta ção. Montes Claros oferece servi-
rios exemplos de profissionais que que em virtude da quantidade de ços de saúde especializados, atrai
tiveram a Santa Casa de Montes pacientes e especialidades que a a população do norte de Minas,
Claros como hospital-escola. Ele Santa Casa atende e oferece “é di- vales do Jequitinhonha e Mucuri,
explica que a especialização reali- fícil você sair de uma residência ou além do sudoeste da Bahia, uma
zada no hospital contribuiu muito especialização no hospital sem ter região com mais de dois milhões
para o aspecto profissional. “Foi visto quase tudo que você veria de de habitantes, o que se traduz
um aprendizado muito grande. Me uma instituição de um grande cen- em uma diversidade de pacien-
abriu muitas portas, inclusive, den- tro como São Paulo ou Belo Hori- tes à procura das mais variadas
tro da Instituição. Antes mesmo zonte”, acrescenta. especialidades médicas. “A Santa
de terminar a especialização, eu já Casa é completa. Dá ao residente
estava empregado na Santa Casa. Coordenadora geral da re- a condição dele poder aprender
Quando terminou a faculdade eu sidência e da ginecologia e obs- a lidar com o ser humano como
trabalhei como plantonista, em tetrícia no hospital desde 2011, um todo. Aqui, a gente tem toda
seguida, como médico residente e, Rosângela Lopes Miranda Rodri- a estrutura para isso: a parte es-
acabando a residência, eu perma- gues, concorda com Wille Ding- piritual, a parte psicológica e a
neci. Atualmente ocupo cargo na sor sobre os diversos predicados estrutural”, diz.
da residência médica da Institui-
Revista Santa Casa 29

Pensando A analista de ensino e pesqui-
no mercado sa da Santa Casa, Cenira Angélica
Ferreira de Souza, destaca que a
residência torna a formação acadê-
mica mais completa e humanizada,
o que relata ser uma característica
fundamental do profissional que
passa pela Santa Casa. “A prática
é bem completa e o residente sai
preparado para atuar em grandes
instituições de urgência e emer-
gência”, assegura.
Cenira Angélica,
analista de ensino
e pesquisa.

A residência medica foi implantada na Santa
Casa e credenciada pela Comissão Nacional
de Residência Médica em 1994. Atualmente,
a Instituição disponibiliza dez programas:
Anestesiologia, Cardiologia, Cirurgia Geral,
Clínica Médica, Obstetrícia e Ginecologia,
Ortopedia, Nefrologia, Neurocirurgia, Pediatria
e Radiologia e Diagnóstico por Imagem, além
de uma especialização (Cirurgia Plástica). As
residências oferecidas pela Instituição podem
durar entre dois, três e cinco anos sendo a de
tempo maior a neurocirurgia. Cerca de 27

residentes se formam por ano no hospital.

De acordo com o diretor administrativo e de recursos humanos, Alex Fabiano,
a ideia é que futuramente a ideia o IPEIC se transforme em uma faculdade.

30 Revista Santa Casa

Além da residência médica, a Santa Michel
Casa oferece capacitação e cursos de curta Medeiros,
duração através do Instituto de Pesquisa e Gerente
Ensino Imaculada e Conceição (IPEIC). IPEIC
O gerente Michel Medeiros explica que
o IPEIC foi planejado e concebido justa-
mente com o intuito de oferecer à popula-
ção mineira conhecimento e qualificação
profissional. “Os alunos têm a oportu-
nidade de conhecer de perto tudo o que
foi aplicado em sala de aula como teoria,
através da parte prática do módulo. Em
alguns cursos, os estudantes fazem visita
técnica à Santa Casa podendo identificar
e aplicar o que foi repassado pelos profes-
sores, que são profissionais de destaque
nas áreas de sua atuação”, afirma.

Alex Fabiano Rocha Vieira, Diretor Administrativo O diretor administrativo e de re-
e de Recursos Humanos da Santa Casa. cursos humanos da Santa Casa, Alex
Fabiano Rocha Vieira, ressalta que o
Exclusividade de Cursos IPEIC é uma iniciativa inovadora que
e Multidisciplinaridade tem como uma de suas vantagens o
do Corpo Docente hospital, que funciona como um la-
boratório. Outro pilar fundamental
Alex Fabiano ainda lembra que projetos de pesquisas acadêmicas, é representado pela preocupação em
o IPEIC oferece alguns cursos pre- pesquisas científicas e publicações fornecer opções de cursos em sinto-
senciais que não são encontrados em revistas científicas que têm nia com a demanda do mercado de
em outras instituições do norte de como intuito incentivar o acadêmi- trabalho. “A gente faz uma pesquisa
Minas, como Gestão Hospitalar, co, o residente e até o profissional de mercado e avalia o que tem de de-
por exemplo. O corpo docente do médico a fazer as publicações desses manda reprimida, o que o mercado
IPEIC, por sua vez, é multidisci- artigos, fomentado o conhecimento está precisando”, explica.
plinar, composto por médicos, en- acadêmico e científico na região.
fermeiros, nutricionistas e fisiote- O diretor reforça que existem
rapeutas. O Instituto também tem Atualmente, são oferecidos cur- muitos cursos de capacitação na re-
sos como Liderança de Alta Perfor- gião, mas que eles não contam com
a mesma estrutura que a Santa Casa
oferece. “Nós não estamos entrando
pra ser mais um. Estamos entrando
para ser ‘o Instituto’, tanto pela marca,
pela competência, quanto pelo nosso
know-how”, argumenta.

mance, Gestão da Qualidade e Se-
gurança do Paciente, Emergências
Obstétricas, Enfermagem Neonatal
e Pediátrica, Gestão de Recursos
Públicos, Eletrocardiograma e Ca-
teter Central de Inserção Periférica
(PICC). Todos eles com módulos
independentes que acolhem pro-
fissionais e estudantes de diversos
setores da saúde.

Revista Santa Casa 31

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possibilita aos seus pacientes um atendimento diferenciado, no qual busca-
se a vivência da independência, estímulo e interação dos pacientes. A
Clínica constitui um dos mais modernos centros de fisioterapia da cidade.
Possui piscina aquecida para a realização de hidroterapia e equipamentos
de ponta para oferecer atendimento especializado nas áreas de:
cardiorrespiratórios, traumatológicos, de neurologia para adultos e
crianças, além de acupuntura.

Revista Santa Casa 33

Santa Casa e Maternidade:
um Caso de Amor

Vanessa Araújo

Abolsa amniótica de Bruna
Costa Pereira se rompeu na
31ª semana gestacional. Aos
21 anos, grávida de gêmeas, a ges-
tante foi orientada pela equipe mé-
dica local, em Ibiracatu, a procurar
a Santa Casa de Montes Claros. “Eles
falaram que era o melhor hospital
para receber minha filha e minhas
netas, com conforto e equipe prepa-
rada para o parto prematuro”, expli-
ca Madalena, mãe da gestante.

Foram 21 dias de espera até que
as gêmeas completassem 34 semanas
e nascessem com segurança. Mãe de
primeira viagem, Bruna ficou todo
o tempo de espera nas dependên-
cias do hospital. “Recebi da equipe
todas as orientações que precisava.
Eles me passaram segurança du-
rante todo o tempo que permaneci
aguardando o parto, e continuam
me atendendo muito bem agora”,
conta Bruna, que aguarda liberação
das gêmeas Emanuelle e Marjorie
para voltar pra casa.

As gêmeas Emanuelle e Majorie nasceram de
parto cesáreo dia 09 de novembro de 2018

34 Revista Santa Casa

Este é apenas um dos casos de muito positiva”, afirma Beatriz, Cristiane Câmara
alto risco que a maternidade da San- que teve os partos dos dois fi- Medeiros, gerente da
ta Casa de Montes Claros atende. lhos realizados no hospital.
O hospital possui o selo “Hospital “Mesmo quando não temos maternidade
Amigo da Criança”, da Organização leitos disponíveis, as gestantes Rosely da Silva Santos, de 31 anos,
Mundial da Saúde, Unicef (Fundo preferem aguardar em vez de também teve seu primeiro parto na
das Nações Unidas para a Infância) serem transferidas para outra Santa Casa de Montes Claros. Natural
e Ministério da Saúde. “Isso signifi- instituição”, revela. de Sergipe, mora em Montes Claros há
ca que temos que realizar o atendi- cerca de 12 anos. Ela também precisou
mento através dos 10 passos para o ficar no hospital até a chegada dos fi-
aleitamento materno, além das boas lhos, Antony Davi e Deriky Ravi. “Tive
práticas para a realização do parto: que ser internada com 34 semanas de
direito a acompanhante durante o gestação e eles nasceram na 37ª sema-
pré e pós-parto, direito às práticas na de espera”, conta. O pai, orgulhoso,
não farmacológicas para alívio da dor acompanhou todo o processo de perto
(como o banho quente e uso da bola), até o grande momento do nascimen-
dieta leve antes do trabalho do parto to dos filhos. “Era o maior presente
(antes era necessário ficar em jejum) que Deus poderia me dar”, comemo-
e escolha da posição do parto, por ra Charley. Davi e Ravi chegaram ao
exemplo,” explica Cristiane Câmara mundo no dia do aniversário do pai.
Medeiros, gerente da maternidade. “Foi uma surpresa muito grande, fiquei
muito feliz”, fala emocionado.
Ao todo são 31 leitos na enfer- De acordo com Rosely, o acompa-
maria, 10 deles para o alto risco e nhamento da equipe da Santa Casa foi
quatro para bebês que estão em muito importante para ela. “Tiraram
processo de ganho de peso. “A San- todas as minhas dúvidas. Eu estava
ta Casa nasceu maternidade, então com dificuldade para amamentar, mas,
existe toda uma história com rela- com o apoio das enfermeiras, consegui
ção a nascer aqui, e acredito que a alimentar meus bebês com tranquilida-
população veja isso de uma forma de”, comemora.

Os gêmeos Davi e
Ravi nasceram de
parto cesáreo dia 09
de novembro de 2018

Revista Santa Casa 35

Encontro
Materno

Karla Beatriz Ferreira,
supervisora da
maternidade

Écomum que a Santa Casa receba “O conhecimento sobre as mu- quando a hora chegar”, diz. A enfer-
mulheres com complicações na danças físicas e emocionais faz toda meira, que atua na Santa Casa des-
gestação. Estes casos são acom- diferença durante a gravidez. Você de 2006, explica que existe, aqui no
panhados de perto pela equipe multi- assume um papel de responsabilida- Norte de Minas, uma cultura voltada
profissional do hospital. “Geralmente de, de gerar e criar um ser. Hoje, nós para a cesariana, pois as gestantes en-
são de outro município e podem ficar falamos que a paciente deve ser em- tendem que o procedimento vai evi-
até mais de um mês institucionaliza- poderada sobre a questão do trabalho tar que passem pela dor do parto. “A
das (internadas para observação da de parto, que não é chamado assim à mulher precisa entender os riscos de
evolução da gestação)”, diz Beatriz. toa. É preciso que desde o pré-natal fazer uma cesariana desnecessária. É
Ela revela que este é um dos motivos ela conheça, aceite e tenha forças para uma cirurgia de médio porte e pode
para a criação do projeto “Encontro trazer complicações. O procedimen-
Materno”, previsto para iniciar no mês to deve ser realizado apenas em casos
de janeiro. “A ideia é trabalhar com as clinicamente indicados. Se a gestan-
gestantes momentos de oração - para te estiver segura e tranquila, saben-
fortalecer espiritualmente e emocio- do que a dor do parto faz parte do
nalmente. Além de rodas terapêuticas, processo fisiológico, que vai passar
crochê, pintura e educação em saúde – e trará um resultado positivo, ela vai
quando profissionais das diversas áreas compreender. É a única dor em que,
falarão sobre os cuidados com o bebê. ao final, recebemos o maior presente
Também pensamos em trazer um gru- do mundo: um filho”, reflete.
po para trabalhar o teatro com as ma-
mães”, explica. Karla Beatriz acredita Obstetrícia por Amor
que a melhor assistência emocional e
melhor ocupação do tempo refletem Maria de Jesus
positivamente na saúde da paciente, e e o esposo
podem prolongar a gravidez ou reduzir
o tempo de internação. João Rametta,
atualmente já
36 Revista Santa Casa
aposentado,
foram os

responsáveis por
boa parte dos

nascimentos em
Montes Claros.

Três de outubro de 1963. Esta ma de residência em ginecologia uma coisa que me orgulho de fa-
é a data em que a ginecologista e e obstetrícia em BH. “Eu fiz cur- lar: salvei muitas vidas. Não como
obstetra Maria de Jesus chegou à sos de especialização antes de vir profissional, mas como doadora
Santa Casa de Montes Claros. “Eu para Montes Claros. Participei da de sangue”, conta. A médica, que
trabalhava com o Dr. Aroldo. Ele primeira turma a fazer o curso de se prepara para encerrar as ati-
adoeceu e me pediu para tomar Colposcopia, Colpocitologia e Pe- vidades nos próximos meses, se
conta da maternidade durante um ritoneoscopia em Belo Horizonte. emociona ao dizer o que a Santa
mês. Ele acabou tendo uma com- Um médico de Uberlândia havia Casa representa para ela. “Eu fui
plicação cirúrgica e veio a óbito. encomendado um Colposcópio acolhida pela Santa Casa. As irmãs
Nessa época, a maternidade não da Alemanha, desistiu e passou me deram muito apoio. Foi onde
era estruturada com plantões. As o equipamento para mim. Foi o eu consegui trabalhar, onde con-
irmãs faziam os partos naturais, primeiro de Montes Claros”, conta segui realizar meu sonho de ser
e só nos chamavam quando havia Maria, que vai doar o equipamen- médica, de ajudar as pessoas. Acho
alguma complicação”, conta. to para o Museu Regional do Nor- que hoje as pessoas não valorizam
te de Minas. tanto o bem que a Santa Casa faz
Foi então que um colega de para todo mundo. É um hospital
Maria veio de Belo Horizonte e a Maria de Jesus recorda que, no do interior que oferece tudo. Tudo
orientou a organizar os plantões início da carreira na medicina na que eu me propus a fazer lá dentro,
na maternidade. “Tinha dia que Santa Casa, não existia banco de eu consegui alcançar. Por mim, eu
íamos até quatro vezes ao hospi- sangue. “Atualmente a Hemomi- continuaria trabalhando por mais
tal para realizar os partos. Ele viu nas fornece [o sangue]. Naquela uns dez anos. Mas chega um ponto
que isso não estava dando certo, época, chegava muito caso grave que a gente precisa mudar o rumo.
e a partir daí começamos a orga- de hemorragia. A gente tinha que Hoje eu preciso ser ‘cuidadora de
nizar a maternidade. Cada médi- sair na rua, correndo, procuran- marido’, e é difícil”, encerra, sor-
co permanecia por doze horas no do doador. Doei muito sangue rindo, Dra. Maria de Jesus.
hospital, e só saía quando o pró- para caso de emergência. Isso é
ximo chegava”, lembra. Dra. Maria
recorda, com orgulho, do projeto Professores da Primeira Turma de Medicina da Unimontes, com as Freiras da
piloto que deu início ao Sistema Santa Casa. Da esuqerda para a direota: Irmã Luciene, Dr. Idelfonso, Irmã
Único de Saúde (SUS), em Mon- Malvina, Irmã Veerle, Dr. Luis Quintino, Dr. José Olímpio, Dr. Konstantin
tes Claros. “Bom ou ruim, fomos Christoff, Dr. Jason Teixeira, Dr. Aroldo Tourinho, Dr. Lício Fábio, Dr. José
nós que começamos”, afirma. Ela Gilberto, Irmã Taís, Dr. José Rametta, Dr. Nelson e Dra. Maria de Jesus.
também esteve presente nas ativi-
dades que deram início à Faculda- Revista Santa Casa 37
de de Medicina de Montes Claros,
com médicos como Mário Ribeiro,
Hermes de Paula, Geraldo Macha-
do, Antônio Augusto Tupinambá e
outros. “A Santa Casa era o ponto
de apoio da Famed, com a parte de
cirurgia, clínica médica, ortope-
dia, obstetrícia e outras áreas. Só
depois conquistamos o Hospital
Universitário”, conta.

Quando cursou medicina, em
Belo Horizonte, Maria explica que
ainda não havia a residência médi-
ca. “Um professor te ‘apadrinhava’
e você o acompanhava durante os
plantões para aprender a especia-
lidade”. O esposo de Maria, que
formou alguns anos depois dela,
esteve presente na primeira tur-

1903 1871

Em 1903 foi Em 1871 deu-se início a
transferida para construção da primeira
dois chalés, situados sede da Santa Casa, que
no fim da atual ficou pronta em 1877.
Avenida Coronel O prédio era situado na
Prates, naquele atual Praça Dr. Carlos. As
tempo chamada de enfermarias eram duas,
Avenida da Estrela. uma para os doentes de
cada sexo, separadas
38 Revista Santa Casa pelo átrio, em cujo fundo
estava a capela, com um
altar para evocação da
Nossa senhora das Mercês.

1908

Em 1908 Daniel Costa
deixou, em testamento,
todos os seus bens para
a Santa Casa e pobres
de Montes Claros,
constituindo dessa
maneira , um excelente
patrimônio, que, com a
valorização dos imóveis,
permitiu a construção da
sede atual.

2008 1947

Santa Casa de Em 26 de abril de 1947
Montes Claros foi inaugurado um
novo prédio, situado no
– 2008 mesmo local do primeiro,
constituindo atualmente
a parte antiga das
instalações físicas da
Santa Casa de Montes
Claros.

2018

Nova
fachada em
comemoração
ao aniversário
de 147 anos -
2018

Revista Santa Casa 39

Amar ao Próximo como
a Ti Mesmo

Larissa P. Durães

C erto ditado diz que “a ver- que há três anos dedica parte diferente, que não eram somente
dadeira caridade surge do seu tempo ao grupo Missio- gargalhadas. Era o chamado de
espontaneamente de um nários do Bom Samaritano, ser Deus”, diz. Elizabeth E. Santa-
coração simpático, antes mesmo voluntário é algo importante. na Veloso, também faz parte do
que qualquer pedido seja feito. Ela “Decidi ignorar os obstáculos e grupo MB há seis anos. Ela res-
é a pessoa que dá, não ocasional- levar alegria às pessoas. No iní- salta que “ser voluntário é algo
mente, mas constantemente”. Re- cio, pensei que ia fazer apenas grande. É algo maior que a gen-
sumindo o siguinificado: volunta- palhaçadas e brincadeiras e que te. Você não consegue dizer não.
riado. Para André C. A. Vieira, não consseguiria reforçar minha Porque é natural você dizer sim
mais conhecido como Dé Titica, fé, mas logo percebi que era algo a Deus”, complementa.

40 Revista Santa Casa

Eles explicam que o serviço do André e Elizabeth fazem parte do grupo Missionários do Bom Samaritano
voluntariado serve para acalen-
tar quem precisa e que em muitos André explica que muitas vezes o a fazer uma oração e no momento do
casos têm pessoas que ficam sozi- voluntariado nasce de uma dor. E não louvor Deus trabalhou em mim. Foi
nhas nos hospitais, sem amparo foi diferente para Daniele R, Trindade, algo tremendo, algo diferente. Que-
familiar. “Às vezes o familiar não que viveu junto com a família, dois brou meu orgulho e aquela resistência
tem condições de acompanhar. anos e oito meses de muita dor e apre- que ainda perdurava. Foi o conforto
Nós estamos ali para ser esta pes- ensão antes de finalmente poder sus- que eu estava precisando para encarar
soa, para dar atenção a quem está pirar aliviada. “Quando minha filha os outros anos que ainda viriam pela
só, para trocar uma palavra, pra estava em tratamento na oncologia, frente. Depois desse dia passei a olhar
rir, chorar e confortar”, explica Eli- sempre recebiamos a visita de voluntá- para tudo e todos de uma outra forma.
zabeth. André ressalta ainda que a rios e isso ajudava a todos. Vi o quanto Agora continuo indo toda semana,
preocupação em relação ao pacien- o papel deles era importante e essen- mas como voluntária”.
te é o mais importante. “Tentamos cial para nós que estávamos passando
tirar os pensamentos negativos do por um momento tão delicado”, fala. A filha de Daniele, Marcela R.Trinda-
paciente e transformá-los em mo- de, hoje tem 14 anos e começou sua ba-
mentos de felicidade, alegria, fé e Daniele conta que “no início do talha pela vida aos 11. “Desde o começo
motivação. Nós podemos cantar tratamento da minha filha era tudo eu me deparei com os voluntários. Com
ou fazer mágica, mas sempre te- muito cansativo e muito sofrido, não o passar do tempo entendi a importância
mos um momento de oração, faze- suportava mais ir ao hospital. Me deles e o papel de cada um. Estavam em
mos isto sempre respeitando todas sentia cansada e desmotivada, por- todas as datas comemorativas fazendo
as crenças”, reforça. que para aceitar o processo como um algo diferente. Eles faziam a gente esque-
todo leva tempo, é muita tristeza e cer que estávamos no hospital, esquecía-
Os Missionários do Bom Sama- dor. Um dia sentei quieta com minha mos dos remédios e das agulhadas. Nós
ritano se dedicam ao voluntariado filha e estava arrasada, sem acreditar que passamos por um tratamento temos
dentro da Santa Casa nas quartas, naquela situação, mas sabia que era só que agradecer a presença deles, nos
sextas e aos sábados. Durante as necessário para a cura dela. Em um ajudam e não nos deixam ficar tristes e
missões levam, além de alegria, certo momento um grupo começou desamparados”, diz.
conforto espiritual e doações, que
são recolhidas pela cidade. Os vo- “A gente acha que ser voluntário é ajudar as pessoas apenas,
luntários lembram que o volunta- mas depois que se torna um, entende-se que o maior beneficiário
riado tem como foco acalentar o co-
ração daqueles que precisam. “Uma é você mesmo”. André C. A. Vieira, membro do MB.
vez um senhor me chamou. Fui até
ele e chegando perto me disse ‘eu
estou aqui para agradecer vocês. Eu
saí de casa às cinco horas da manhã
e não tinha um pão para comer,
nem um café para tomar. Foi Deus
quem mandou vocês até a mim’”, diz
André, emocionado. Segundo ele,
casos como esses não são raros. Ele
afirma que muitas pessoas, princi-
palmente de outras cidades, saem
de casa às quatro da manhã para
fazer tratamento em Montes Claros
e não têm nem o que comer. “Che-
gamos com um café e uma palavra
amiga e isso alimenta não só o cor-
po, mas também a alma”, finaliza.

Revista Santa Casa 41

Pacientes curados também viram voluntá- Mãe e filha
rios, como foi o caso de Igor H. R. Batista, de 23 superaram juntas,
anos. Em 2012, aos 12 anos, Igor foi diagnosti- e com a ajuda dos
cado com medulo blastoma no lado posterior voluntários, a luta
do cerebelo. A chance de sobrevier era mínima,
diziam os médicos na ocasião. Ele conta que contra o câncer
“depois que tiraram o tumor, poderia ficar com
sequelas como não andar, não falar, não enxer- O palhaço Sapeka contou com o apoio de outros voluntários na
gar ou não escutar. Mas acordei sem sequela al- luta contra o câncer: a Fundação Sara e o Projeto Presente.
guma e isso foi considerado um milagre”. Após
a cirurgia, iniciou o processo de quimioterapia, Psico-
que durou dois anos e meio, e em seguida mais oncologista
47 seções de radioterapia. Ana Laura C.

Emocionado, Igor revela que, por razões F. Mota
econômicas, seus pais não podiam sair do tra-
balho para acompanhá-lo nas seções e ele, ain-
da criança, ia ao tratamento sozinho. “Foi aí
que conheci os Doutores da Alegria. Naquele
sofrimento que passávamos na quimioterapia,
tinha uma doutora, que com seu macaquinho
de meia, conversava com todos, nos fazia rir e
isso nos distraia. A partir desse instante eu de-
cidi que seria voluntário, pois para mim e meus
amiguinhos era muito importante que tivesse
um voluntário nos momentos em que éramos
medicados, porque eles elevavam nosso astral e
diziam que aquilo era vitamina, que íamos ficar
fortes. O dia em que eles não apareciam a gente
sabia que seria difícil, mas então um ajudava o
outro usando dos mesmos métodos dos volun-
tários para amenizar a dor”, lembra. Depois do
tratamento, Igor foi à procura de cursos de pa-
lhaço e animador para fazer a diferença no meio
da criançada. O palhacinho Sapeka recebeu o
diagnóstico de cura em em abril deste ano.

Já para a psico-oncologista Ana Laura F.
C. Mota, é perceptível a mudança no sem-
blante dos pacientes quando um voluntário
entra nos quartos, estejam eles no ambula-
tório ou internados nos apartamentos. “Os
pacientes ficam mais descontraídos, da mais
leveza ao tratamento. A questão da alegria,
do acolhimento, de amenizar a dor, trás mais
conforto”, afirma ela. Percebemos que existe
nos voluntários muita benevolência e é tão
visível neles que uma paciente certa vez me
disse que além da humanização existe ‘amo-
rização’ exatamente porque é o que exala dos
voluntários, amor.” Conclui ela.

42 Revista Santa Casa

E quem não tem dúvida a respeito com aqueles casos. É você se colocar “Esse ato de doar é do coração.
do voluntariado é a turma da Capela- em oração por aquela pessoa, isso é Quando estou ali me dedicando
nia Hospitalar da Santa Casa, que atua Deus e é muito gratificante, porque é
há cinco anos e em parceria com a Ar- algo que somente Ele explica, é algo ao próximo, lembro que um
quidiocese de Montes Claros. Forma- que floresce exatamente deste amor”. dia também estive naquela
da por mais de 400 pessoas, que acor- Graças a esse trabalho voluntário ela situação. Não é preciso esperar
dam todos os dias sabendo que vão comenta que pode constatar o resul- a dor para ser um voluntário,
contribuir na cura de muitos necessi- tado diariamente. “Os médicos e os pois eles diminuem o peso da
tados, para a coordenadora da Capela- enfermeiros nos contam que muitas internação e do tratamento.
nia, Carmem Lúcia Costa “a caridade vezes pacientes que deveriam ficar por Não tenha dúvida, ajude o
é você ser capaz de chegar a um Cen- mais tempo internados recebem alta próximo”. Igor H. R. Batista,
tro de Terapia Intensiva (CTI), olhar antes. Para eles esse tempo foi reduzi- ex-paciente e voluntário.
para várias pessoas enfermas que você do graças à junção do tratamento e da Já para a psico-oncologista Ana
nunca viu e se sentir compadecido acolhida dos voluntários”, comenta. Laura F. C. Mota, é perceptível
a mudança no semblante dos
Carmem Lúcia, pacientes quando um voluntário
coordenadora entra nos quartos, estejam eles
da Capelania no ambulatório ou internados
Hospitalar da nos apartamentos. “Os pacientes
Santa Casa de ficam mais descontraídos, da
Montes Claros mais leveza ao tratamento.

A questão da alegria, do
acolhimento, de amenizar a
dor, trás mais conforto”, afirma
ela. Percebemos que existe nos
voluntários muita benevolência
e é tão visível neles que uma
paciente certa vez me disse que
além da humanização existe
‘amorização’ exatamente porque
é o que exala dos voluntários,

amor.” Conclui ela.

“Um amigo estava passando por melhorar e poder voltar para casa e a tudo e decidiu escolher viver”. José
problemas e eu sem saber, o convidei continuar a cuidar de suas vidas, que dos Reis R. da Silva, voluntário da
para fazer parte da Capelania. De- reviu suas justificativas para por fim Capelania Hospitalar
pois da segunda visita ele me disse
que estava sendo a melhor coisa que Revista Santa Casa 43
poderia ter acontecido, pois ele pas-
sava por uma depressão profunda e
já tinha tentado se matar por duas
vezes. No dia que o convidei, ele es-
tava determinado que seria o último,
mas que o convite o fez adiar a de-
cisão. Depois que ele visitou o hos-
pital, pôde ver que existiam pessoas
em situações terríveis e sofridas,
mas que mesmo assim desejavam
imensamente viver. Viu as pessoas
pedindo força a Deus, pedindo por
misericórdia para sobreviver e que
estavam com tanta esperança de

UM HOSPITAL CONSTRUÍDO SOB OS PILARES DA HUMANIZAÇÃO

Com projetos inéditos, a Santa Casa
aposta na Sustentabilidade e no

Acolhimento para se Desenvolver

Priscila Sena

De acordo com o superintendente, Maurício Sérgio, a Santa Casa de Montes
Claros é referência para uma população estimada em 2 milhos de habitantes.

Nos últimos anos, a Santa enfrenta diariamente um enorme físico da Instituição. “Nós entende-
Casa adotou a sustentabili- desafio: fazer com que a estrutura mos que a humanização é peça fun-
dade e a humanização como acompanhe a grande demanda de damental para o melhor atendimento
os principais pilares da Instituição. atendimentos. De acordo com o Su- dos nossos pacientes. Se uma criança,
Esse conceito também foi inserido perintendente Maurício Sérgio Sousa, por exemplo, está se recuperando em
nos projetos estruturais do hospi- para isso, a atual gestão viu a necessi- um quarto climatizado, o processo
tal que, em 147 anos de existência, dade de ampliar e adequar o espaço de cura será muito mais rápido.

44 Revista Santa Casa

Ela vai poder assistir um desenho en- A reforma de todos os quartos que era atender todas as 47 unidades
quanto recebe atendimento. A família compõem o Sistema Único de Saúde com o apoio financeiro de parceiros.
também estará confortável durante a (SUS), através do projeto “Amigos Ainda no ano de lançamento da ini-
estadia. Tudo contribui para a recupe- da Santa Casa”. Ele conta que a meta ciativa, todos os quartos foram apa-
ração do paciente”, diz. drinhados e, em pouco mais de dois
A Santa Casa de Montes Claros anos, 35 quartos já foram inaugura-
Ele ressalta que inúmeras obras é o maior complexo hospitalar dos. “Cada um deles conta com uma
e reformas acontecem simultanea- no Norte de Minas. Somente em estrutura humanizada inédita em
mente para proporcionar um melhor 2017 foram realizados mais de: quartos do SUS. Através de um am-
atendimento à população. Somente biente climatizado com aparelho de
em 2017, foram 32 obras concluí- 242 mil consultas ar condicionado, televisores, papel
das. Atualmente, o hospital tem 54 16 mil exames de parede, iluminação adequada e
projetos e 9 obras em andamento. 1 milhão de exames mobílias novas, o paciente consegue
Já em 2016, Maurício Sérgio explica 5 mil partos desfrutar de um quarto acolhedor e
que um projeto pioneiro começou confortável”, complementa.
a ganhar destaque na Instituição.

As arquitetas Laila Zuba, Janice Gomes e Janielly Ribeiro

O hospital funciona 24h por dia, alas. Uma equipe com cerca de 60 agregadora no procedimento de re-
com uma demanda de mais de um profissionais trabalha diariamente, cuperação do paciente. “Usamos o
1,5 milhões de atendimentos por 24h por dia, para dar agilidade na espaço físico como protagonista no
ano. Devido a rotina intensa da Ins- conclusão das obras. processo de cura. A estrutura passa
tituição, não é possível simplesmen- a ser tão importante quanto o mé-
te fechar os locais para a execução Janice Gomes é a Coordenadora dico e a medicação, por exemplo.
das obras. Para que todos os proje- de Engenharia, Arquitetura e Manu- Tudo é feito pensando no bem-estar
tos sejam executados sem prejudicar tenção de todo o hospital. Desde que de quem está em atendimento. A cor
o atendimento ao público, são estu- assumiu o cargo, em 2011, ela vem ideal do papel de parede, a ilumina-
dadas formas de possibilitar a rea- inserindo a metodologia do Plane- ção correta ou um local silencioso,
lização desses trabalhos. Uma delas tree (plátano), em todos os projetos tudo influencia no estado de saúde
é o remanejamento temporário de de arquitetura da Santa Casa. Trata- da pessoa”, ressalta.
-se do uso da estrutura como parte
Revista Santa Casa 45

Uma pesquisa interna realizada tornando combustível para buscar- conseguindo superar este momento
pelo setor de engenharia e arquitetu- mos novos parceiros e continuarmos de crise”, afirma. Maurício explica
ra do hospital, aponta que o espaço com as obras”, conta Maurício. que, através de dois projetos do hos-
físico pode reduzir, em média, até pital, é possível receber apoio para o
30% do tempo de internação do pa- Crescer em meio a atual crise crescimento da Instituição. O “Prati-
ciente. A Instituição enxergou esses financeira do país não é tarefa fácil. que o Bem, o Resto Vem”, e o “Amigos
benefícios através da humanização e Como entidade sem fins lucrativos, a da Santa Casa”, citado anteriormente.
vem colhendo bons resultados. “Nós Santa Casa precisa buscar alternati- “Entendemos que o hospital se tor-
temos um feedback muito positivo vas para se desenvolver, como explica nou um porto seguro e fundamen-
dos nossos pacientes. Muitos deles o gestor. “Se eu ficar apenas aguar- tal para a saúde dos norte-mineiros.
quando chegam aos quartos, pergun- dando recursos dos governos, nós Temos recebido muito apoio da so-
tam se estão no lugar certo, pois são vamos retroceder. Por isso procura- ciedade. Isso é graças a nossa trans-
surpreendidos com a qualidade do mos meios para termos condições de parência e a demonstração de uma
ambiente. Sempre elogiam, compa- avançar. Estamos em uma luta cons- aplicação bem feita de cada centavo
rando com quartos particulares. Esse tante, não é fácil. Com uma gestão que nos é destinado”, destaca o supe-
retorno é muito gratificante. Acaba se ativa e competente, somada a ajuda rintendente.
de parceiros e da sociedade, estamos

Inaugurações

Além dos projetos dentro dessas rem as refeições. O novo refeitório chada da Santa Casa. O projeto foi
iniciativas, outras obras foram exe- tem capacidade para 250 pessoas e executado em seis meses. A inaugu-
cutas em 2018. Uma delas foi a con- conta com uma estrutura moderna e ração, em comemoração ao aniver-
cretização da Oncocenter. O Centro confortável. Outra obra prevista para sário de 147 anos, foi em setembro
Avançado de Oncologia e Hematolo- ser inaugurada até o final de 2018 é de 2018. A equipe de engenharia
gia foi inaugurado no mês de junho e o pátio central, um espaço de con- teve a preocupação de buscar as ori-
contou com a presença do Ministro vivência e descanso para os colabo- gens da fachada para resgatar a essên-
da Saúde, Gilberto Occhi. A nova radores e acompanhantes. O espaço cia da obra. A arquitetura moderna
unidade dispõe de um moderno cen- objetiva trazer conforto e contribuir aplicada ao projeto, manteve as ca-
tro tecnológico para o tratamento do com a qualidade de vida de quem racterísticas originais da fachada, em
câncer. A estimativa é de que cerca passa pelo hospital. tons de cinza. A Capelânia também
de 100 pessoas são atendidas todos ganhou cara nova. Uma Santa Casa
os dias no local. O projeto seguiu os Outra obra bastante aguardada cada vez mais humanizada e sus-
conceitos de humanização já usados pela população foi a reforma da fa-
na Santa Casa. O paciente, foco prin-
cipal da Instituição, tem à disposi- Salão de quimioterapia
ção uma equipe multiprofissional. A da Oncocenter
gestão acredita que isso traz maior
segurança ao paciente e a sua famí-
lia, aumentando assim, as chances de
cura. Localizada na Avenida Mestra
Fininha, a Oncocenter ficou pronta
em menos de um ano.

Cuidar de quem cuida é uma das
diretrizes da gestão, que está investin-
do em outras obras de recreação no
hospital. Uma delas foi a inauguração
ainda em 2016, da ampliação e refor-
ma do refeitório, que integra o Servi-
ço de Nutrição e Dietética - SND. Os
colaboradores do hospital ganharam
um espaço mais completo para faze-

46 Revista Santa Casa

tentável. É o que a população do Nor- ca expansão, moderno e acolhedor. Evento contou
te de Minas pode esperar do hospital Tudo para proporcionar ainda mais com a presença de
para os próximos anos, como garante sua sustentabilidade. Isso traz o dife- aproximadamente
o superintendente Mauricio Sérgio rencial para a Santa Casa. O paciente
Sousa, “Essa é nossa metodologia chega, é atendido e tratado com o que 250 pessoas
de trabalho. Um hospital com fran- de melhor dispomos”, finaliza.

Refeitório conta com
uma capacidade para

2015 pessoas

Revista Santa Casa 47

48 Revista Santa Casa

Revista Santa Casa 49

Solidariedade que Ajuda a Humanizar
Atendimento e Instalações

Superada apenas por Belo Hori- Jane Felix
zonte, Uberlândia, Contagem,
Juiz de Fora e Betim, de acordo Desta forma, além da preocupação constante com a capacitação dos colabo-
com dados da estimativa da popula- radores e com a prestação de um serviço de excelência à população, existe
ção de 2016 do Instituto Brasileiro a consciência da responsabilidade de continuar mantendo a qualidade de
de Geografia e Estatística (IBGE), todos os serviços oferecidos. O hospital é uma Instituição filantrópica que
Montes Claros, com seus cerca de atende aos usuários do SUS e conta com recursos das esferas do poder pú-
400 mil habitantes, é a maior cida- blico, que não são o bastante para cobrir a demanda da região.
de ao norte da capital dos mineiros.
Desta forma, o município se tornou O superintendente do hospital, Maurício Sérgio, explica que o paciente
um polo em determinadas áreas particular/convênio e o paciente SUS têm à disposição o mesmo
como a saúde e atende uma região
com cerca de dois milhões de cida- atendimento da equipe médica e enfermaria. “Antes da humanização,
dãos provenientes não apenas dos a diferença era a questão estrutural. Hoje, a única diferença é que o
cerca de 90 municípios do norte de
Minas, mas de uma região que inclui paciente do SUS vai ter mais de um leito dentro do quarto”, diz.
os vales do Jequitinhonha e Mucuri
e até mesmo o sudoeste da Bahia. De acordo com o diretor de Marketing e Negócios, Hugo Soares, a San-
ta Casa destina aproximadamente 80% do seu atendimento aos usuários
A Santa Casa é considerada do SUS e 20% para convênio e particular. “Uma vez que o recurso não é
como um porto seguro daqueles suficiente, a Instituição procura alternativas na tentativa de equilibrar as
que precisam de servi- contas do hospital”, diz. Diante disso, o hospital conta com iniciativas como
ços especializados. a campanha “Pratique o Bem, o Resto Vem”, que tem como objetivo incen-

Diretor de tivar o resgate nas pessoas de um sentimento de solidariedade atra-
Marketing e vés de práticas cotidianas de generosidade, compaixão e amor que
Negócios, Hugo promovam uma cultura do bem. “Essa participação da popula-
Soares. ção é essencial! A ação iniciou há dois anos e teve início com
o Projeto Amigos da Santa Casa que é um braço do Pratique
o Bem que o Resto Vem, que tem a mesma metodologia de
participação”, complementa, Hugo.

50 Revista Santa Casa


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