The words you are searching are inside this book. To get more targeted content, please make full-text search by clicking here.
Discover the best professional documents and content resources in AnyFlip Document Base.
Search
Published by escovadabia, 2024-03-04 21:14:04

310-Texto do artigo-967-1-10-20181121

310-Texto do artigo-967-1-10-20181121

GOVERNO DE GOIÁS Secretaria de Desenvolvimento Econômico Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica Colorimetria 2018


Colorimetria ETAPA IMAGEM PESSOAL Agosto 2018


Ficha Catalográfica


Expediente Governador do Estado de Goiás José Eliton de Figuerêdo Júnior Secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação Leandro Ribeiro da Silva Superintendente Executivo de Ciência e Tecnologia Roberto Gonçalves Freire Chefe De Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica Fernando Jorge de Oliveira Coordenadora Geral - Pronatec Cecília Carolina Simeão de Freitas Coordenador Adjunto Pedagógico Pronatec José Teodoro Coelho Supervisão Pedagógica e EaD Denise Cristina de Oliveira Israel Serique dos Santos Maria Dorcila Alencastro Santana Professor Conteudista Rosane Regina de Sousa Projeto Gráfico Maykell Guimarães Designer Renan Moura Revisão da Língua Portuguesa Ana Paula Ribeiro de Carvalho Banco de Imagens http://freepik.com http://pt.freeimages.com https://pixabay.com


6 Apresentação Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de Goiás (SED) visam garantir o desenvolvimento dessas competências. Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética; Desenvolvimento Educacional e Social; Gestão e Negócios; Informação e Comunicação; Infraestrutura; Produção Alimentícia; Produção Artística e Cultural e Design; Produção Industrial; Recursos Naturais; Segurança; Turismo; Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e promoção do empreendedorismo. Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender. Bom curso a todos! Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED). ESTADO DE GOIÁS


7 Sumário ARTES VISUAIS Introdução à Colorimetria 10 UNIDADE I Colorimetria Aplicada 11 Introdução sobre luz e cor 11 Luz 11 Medindo as cores com o colorímetro 13 Colorimetria: conceito e tópicos fundamentais 13 A estrela de Ostwald e a colorimetria 14 Entendendo as cores e suas divisões 15 Cores primárias 15 Cores secundárias 16 Cores complementares 16 Cores quentes 17 Cores frias 17 Cores neutras 17 Sistema numérico e saturação da cor 18 Explicando a cor dos cabelos 20 Fundo de clareamento 21 Explicando a cor dos cabelos 22 UNIDADE II Tipos e práticas em coloração 23 Tipos de colorações existentes 23 Biossegurança para os profissionais da beleza 25 Anamnese, cor e saúde dos fios 25 Teste de alergia e teste de mechas 27 Práticas em coloração 27 Coloração em cabelos virgens 27 Retoque de raiz 27 Cobertura de branco 28 Cobertura de branco resistente (mordaçagem) 29 Pré-coloração 29 Matização com coloração e máscaras coloridas 29 Potencial de hidrogênio (ph) dos cabelos 29


8 UNIDADE III Produtos e práticas em descoloração 31 Conceito de descoloração 31 Tiipos de clareadores capilares 32 Decapagem: a retirada da coloração 33 Acelerando a descoloração 33 UNIDADE IV Práticas e técnicas em mechas 35 Descolorações: a influência do loiro 35 Preparação do pó descolorante 36 Mechas na touca e no retoque 36 Preparação do pó descolorante 37 Mechas xadrez na diagonal 37 Ombré hair 37 Ombré hair com raiz esfumada 38 Balayage 38 Californianas 38 Matização, a uniformização da cor 38 A importância do tratamento capilar 39 REFERÊNCIAS 40


9 Recursos Didáticos FIQUE ATENTO A exclamação marca tudo aquilo a que você deve estar atento. São assuntos que causam dúvida, por isso exigem atenção redobrada. PESQUISE Aqui você encontrará links e outras sugestões para que você possa conhecer mais sobre o que está sendo estudado. Aproveite! CONTEÚDO INTERATIVO Este ícone indica funções interativas, como hiperlinks e páginas com hipertexto. DICAS Este baú é a indicação de onde você pode encontrar informações importantes na construção e no aprofundamento do seu conhecimento. Aproveite, destaque, memorize e utilize essas dicas para facilitar os seus estudos e a sua vida. VAMOS REFLETIR Este quebra-cabeças indica o momento em que você pode e deve exercitar todo seu potencial. Neste espaço, você encontrará reflexões e desafios que tornarão ainda mais estimulante o seu processo de aprendizagem. VAMOS RELEMBRAR Esta folha do bloquinho autoadesivo marca aquilo que devemos lembrar e faz uma recapitulação dos assuntos mais importantes. MÍDIAS INTEGRADAS Aqui você encontra dicas para enriquecer os seus conhecimentos na área, por meio de vídeos, filmes, podcasts e outras referências externas. Vocabulário O dicionário sempre nos ajuda a compreender melhor o significado das palavras, mas aqui resolvemos dar uma forcinha para você e trouxemos, para dentro da apostila, as definições mais importantes na construção do seu conhecimento. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM Este é o momento de praticar seus conhecimentos. Responda as atividades e finalize seus estudos. SAIBA MAIS Aqui você encontrará informações interessantes e curiosidades. Conhecimento nunca é demais, não é mesmo? HIPERLINKS As palavras grifadas em amarelo levam você a referências externas, como forma de aprofundar um tópico. Hiperlinks de texto


10 ARTES VISUAIS Introdução à Colorimetria Caro(a) aluno(a), Neste módulo, vamos tratar do conceito de luz sob a perspectiva do olho humano e como acontece a medição da luz branca e seu comportamento com outras cores mais escuras. Aprenderemos, ainda, sobre a teoria de Ostwald, através da sua estrela, em que mostra a divisão das cores, formação e classificação de cores quentes, frias, neutras e cores complementares, saturação da cor, reflexos e fundo de clareamento. Em seguida, estudaremos sobre a cor natural dos cabelos e o quanto se torna importante conhecê-la para se tornar um profissional eficaz quanto à colorimetria aplicada nos cabelos. No segundo módulo, aprenderemos sobre a importância da biossegurança nos salões de beleza − em especial sobre os cuidados no preparo das colorações e na anamnese correta dos cabelos − e a importância da mecha teste como uma ferramenta de segurança para o profissional e a cliente. A coloração é considerada uma química simples e segura, mas os riscos alérgicos podem ter variação de acordo com a sensibilidade de cada um. Os diferentes tipos de colorações existentes e como ocorrem essas ações no fio de cabelo também serão parte do nosso estudo, além de algumas regrinhas universais sobre a colorimetria. O profissional cabeleireiro poderá, deste modo, compreender o desejo da cliente e escolher a coloração adequada para se obter resultados satisfatórios. Estudaremos também o sistema numérico da colorimetria, seu significado em cada caixa de coloração e como esta numeração pode ajudar o profissional na escolha correta da cor. Você irá conhecer as técnicas de preparação da coloração e sua aplicação nos cabelos, como usar a cor correta no fundo de clareamento e sua nuance para a cobertura de cabelos brancos simples e a mordaçagem para brancos resistentes, pré-coloração em cabelos que estão muito claros, matização e o tempo de pausa para cada um destes procedimentos citados acima. Nas unidades 3 e 4, a colorimetria estará direcionada ao processo de descoloração, à decapagem e às várias formas de descoloração, como mechas na touca, mechas no papel e algumas técnicas mais utilizadas pelos profissionais coloristas nos salões de beleza. Você estudará também sobre a ação do descolorante na fibra capilar e a importância dos tratamentos nos cabelos para o fechamento de cutícula, a fim de manter o córtex saudável. Algumas formas de divisão dos cabelos para mechas, tais como luzes na touca, mechas xadrez, ombré e balaiagem serão abordadas para que o profissional aprenda a escolher a melhor técnica para execução do seu trabalho. Durante os estudos, fique atento às atividades de fixação que te auxiliarão a entender a teoria e a descrição prática de todo o conteúdo referente ao módulo. Bons estudos! 1 - Cabelo Fonte: pixabay.com


11 A luz pode ser interpretada como energia de fluxo contínuo e/ou ondas de radiação eletromagnética, que também podem ser chamadas de energia radiante. Essas ondas de radiação eletromagnética têm uma variação de frequência, que podem ser: ondas longas e com frequência baixa, que penetram mais profundamente e têm menos energia, onde atuam o rádio, o micro-ondas e o infravermelho; ondas curtas com frequência alta, que não penetram profundamente, porém têm mais energia, onde atuam os ultravioleta, raios x e raios gama (HALAL, 2012). Portanto, é uma forma de energia gerada, emitida e absorvida por átomos ou moléculas que são elevados a um nível de excitação acima do seu estado natural. Este mesmo átomo não segura por muito tempo essa excitação, liberando o excesso de energia na forma de fótons responsáveis por emitir ao cérebro impulsos elétricos convertidos em sensações (GENOVESE, 2000). A luz solar, chamada de luz branca, ao ser passada por um prisma, decompõe-se e dá espectros cujas cores são caracterizadas pelo comprimento das ondas. Nosso olho é capaz de perceber várias intensidades de luz, e as cores que enxergamos nada mais são do que combinações das cores vermelho, verde e azul. Podemos enxergar uma pequena parte da energia eletromagnética do espectro visível, na qual o cérebro visualiza combinações das cores primárias, secundárias e terciárias sob a luz branca composta pelos comprimentos de ondas vermelha, verde e azul, absorvidas ou refletidas pelos objetos. Portanto, qualquer mudança na luz poderá alterar a percepção da cor que enxergamos. Nos olhos humanos existem três tipos de células chamadas de cones e que permitem distinguir cada cor entre si. Cada uma dessas células é sensível a uma cor, azul, vermelho e verde e, se todos os três tipos forem ativados, resultam no branco. Em cada pessoa elas têm suas diferentes percepções, diferenciando-se no modo de enxergar as cores com maior ou menor intensidade (ACHENBACA, 2001). Caro (a) aluno (a), nesta unidade, você irá estudar sobre os fundamentos básicos das ondas eletromágneticas transformadas em luz visível, o comprimento de ondas, em qual destes é possível enxergarmos conceitos sobre a cor e como nosso cérebro a transforma em vibrações eletromágneticas na percepção do olho humano. Em seguida, você vai estudar o conceito da colorimetria no sistema CMYK, nome designado para a cor pigmento e suas divisões primárias, secundárias e terciárias, e o comportamento destas junto a outras cores, acompanhado das classificações do sistema numérico, das nuances e da saturação da cor. Também serão abordados a origem das cores dos cabelos, o fundo de clareamento e a sua importância no resultado final das colorações, de modo a agradar o cliente. Por fim, ultilizaremos a estrela de Ostwald e sua teoria em toda unidade. Portanto, fiquem atentos, pois cada tema irá colaborar para que você obtenha conhecimento específico para atuar como um profissinal colorista de sucesso. Colorimetria Aplicada UNIDADE I Introdução sobre luz e cor Luz


12 Na tentativa de organizar as informações da percepção cromática humana, Thomas Yong (1773-1829) criou dois sistemas de cor: RGB, nome dado para definir as cores luz que ocorrem na natureza, e o CMYK, a cor pigmento utilizada pela indústria da beleza e que os profissionais cabeleireiros e visagistas utilizam para um processo de mudança de cor dos cabelos (HALAL, 2011). Nervo óptico Os raios de luz viajam do objeto até os olhos A imagem é invertida, pois os raios de luz cruzam-se no olho. O cérebro interpreta a imagem para que a possamos ver corretamente. 2 - Olho Fonte: https://www.essilor.pt/Tudosobre-a-visao/Como-funciona-o-olho 3 - Espectro visível de luz Fonte: https://www.essilor.pt/Tudo-av


13 Medindo as cores com o colorímetro As cores têm seus contrastes por não serem uma realidade, e sim uma sensação e, como tal, é variavel de indivíduo para indivíduo. Podemos ultilizar o colorímetro, que é um aparelho de medição das cores de forma simples e com precisão, expressando de uma forma diferente da percepção humana e numericamente em funções aos padrões internacionais. O colorímetro sempre faz a leitura da cor usando a mesma luz e, por essa razão, é fidedigno e preciso quanto à cor, que independe de luz. Se for noite, dia ou se houver qualquer outra luz, a precisão é a mesma. As cores medidas a partir de um colorímetro podem ter alterações numéricas, ainda que para os olhos humanos essa mesma cor pareça igual. Este aparelho é utilizado para controle de qualidade de diversos produtos e alimentos, tais como: alimentos, impressão gráfica, têxteis, cor de carros, enfim, todos os produtos produzidos em série e que precisam ter uma cor padrão (MINOLTA, 1998). As cores existem desde o princípio do mundo e podem representar sentimentos humanos, como prazer, alegria e tristeza, e depressões através de sua intensidade e brilho. É por essa razão que a colorimetria é utilizada por varias áreas que têm relação com as cores, por exemplo: artistas plásticos, lavanderias, gráficas, fotografias, arte finalista etc. A colorimetria é bastante usada no visagismo com a intenção de alinhar o rosto na percepção de luz e sombra e também os cabelos, parte importante da expessão de cada pessoa. Ao procurar a definição de colorimetria no dicionário, encontramos o seguinte: é a ciência da definição e catalogação das cores; química, método de análise quantitativa baseado na medida das cores (AURÉLIO, 2018). Um dos maiores fascínios da ciência foi a definição da cor e, ao longo dos anos, vários filosófos e cientistas buscaram explicação para tal fenômeno através da matemática, metafísica e do estudo da visão humana. A harmonia entre as cores torna-se indispensável e necessária nas atividades humanas. Isso porque as cores exercem uma influência sobre os seres humanos no cotidiano e no plano profissional. Em 1905, nos EUA, Ostwald começou uma elaboração do sistema percentual de cores utilizando métodos não empíricos, baseados na percepção e equalização das diferentes cores. Para Ostwald, as cores sintetizam-se em uma mistura universal, isto é, as misturas entre cores, em proporções diferentes, sob o espectro de luz, elaboram outras com diferentes matizes. A análise feita sobre as harmonias das cores teve o objetivo de entender por que algumas combinações de cores eram harmônicas e outras não. Então, ao posicionar cada cor em uma ordem e em formato de estrela, propôs-se uma observação dessas cores e combinações do espectro de luz. Para podermos entender melhor esse conceito, dizemos que é o conjunto de práticas que pode determinar e especificar a percepção das cores, matiz, intensidade e saturação pelos seres humanos (FRASER, 2007). 4 - Colorímetro Fonte: http://www.dmbr.net/drupal/sites/default/files/CR400.png?1285075089 Colorimetria: conceito e tópicos fundamentais


14 De acordo com o que foi estudado, a cor não é uma realidade, e sim uma variável sensação de uma pessoa para outra e também da condição observada. Podemos dizer que cada cor possui suas variações. Por exemplo, se um vermelho for colocado sobre uma cor amarela, ele apresentará tons amarelados. Logo depois, quando esse mesmo vermelho se sobrepõe à cor azul, se revelará azulado, mostrando que não tem valor exato. Se mudarmos a cor que está em sua volta, revelar-se-ão nuances ou matizes diferentes. Observamos que, ao mudar o plano de fundo, a cor pode se apresentar harmonicamente ou não. No caso de se observar uma cor clara no fundo, que também é claro, ela aparecerá sem graça e desbotada, portanto, se colocarmos essa mesma cor clara sobre um fundo escuro, ela aparecerá mais viva e elegante. Ao observarmos a cor, podemos notar três tipos de variações: variações na espécie, que são os tons expressos pelos nomes das cores que chamamos de nuances e/ou matizes; variação da intensidade, ou seja, quanto maior for a concentração, mais intensa e escura será; variação do valor, em que uma cor que é representada graficamente pelo seu espectro, podendo parecer diferente; o rosa, por exemplo, é o vermelho banhado de branco, e o marrom é o laranja diminuído (GAGE, 1993 apud CORRÊA, 2012). Colorir os cabelos é uma arte com técnica que o profissional cabeleireiro precisa dominar para obter resultados satisfatórios em seus trabalhos. Para isso, entender a estrela de Ostwald torna-se fundamental, por ser uma ferramenta importantíssima para guiá-lo durante esse processo na previsão de resultados, correção de erros e harmonias das cores. Assim, alcançar-se-á uma finalização que satisfaça o desejo dos (as) clientes. Na estrela de Oswald, podemos ver, de uma forma geral e ampla, as cores e, assim, discernir como elas se formam e atuam em relação uma com a outra. Friedrich Wilhelm Ostwald Químico e filósofo alemão, nasceu na Letônia. Considerado o criador da físico-química, recebeu o prêmio Nobel de Química em 1909, por desenvolver seu trabalho sobre catálise. Também desenvolveu um processo de fabricação de ácido nítrico por oxidação e do amoníaco. Em 1920, montou-se em Dresde um laboratório destinado aos seus estudos. Destacou-se, além disso, como escritor e editor científico. Eugène Schueller Foi um empresário francês, fundador do grupo L’Oréal. O químico francês criou a primeira coloração segura em 1909. Sua invenção foi baseada em uma nova substância, a parafenilenodiamina, e favoreceu a fundação de sua empresa, a French Harmless Hair Dye Company, cujo nome foi mudado, no ano seguinte, para algo mais familiar a nós: L’Oréal. A estrela de Ostwald e a colorimetria 5 - Friedrich Wilhelm 6 - Eugène Schueller Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/ d7/Wilhelm_Ostwald.jpg/200px-Wilhelm_Ostwald.jpg Fonte: http://idata.over-blog.com/3/40/51/32/Industriels/Schueller-Eugene.jpg


15 7 - Cores Fonte: http://www.bsg-world.com/upload/arquivos/2011/09/13/21262/21262.jpg Entendendo as cores e suas divisões As cores são divididas em: primárias, secundárias e terciárias. Dentro dessa classificação, podemos encontrar três gupos diferentes: cores quentes, cores frias e cores neutras, e, por último, cores que se ligam umas com as outras para complementação (HALAL, 2011). SAIBA MAIS O pigmento divide-se em duas categorias: acromática, que é produzida pela mistura de preto e branco, ex.: tons cinzas. Cromática, que é dividida em três categorias: primárias, secundárias e terciárias (HALAL, 2011). Cores primárias São cores puras e não precisam de mistura para se formar. Podemos encontrá-las nos pigmentos vegetais (colorau) e minerais (cobalto). Azul, amarelo e vermelho


16 São cores que se formam na mistura de uma cor primária com uma secundária, por exemplo: primária + secundária = terciária. Vermelho + Laranja = Vermelho-alaranjado Amarelo + Laranja = Amarelo-alaranjado Amarelo + Verde = Amarelo-esverdeado Azul + Verde = Azul-esverdeado Azul + Roxo = Azul-arroxeado Vermelho + Roxo = Vermelho-arroxeado Cores secundárias São as cores feitas a partir da mistura de duas cores primárias na mesma proporção, ex.: VERMELHO-ARROXEADO AMARELO-ESVERDEADO VERMELHO-ALARANJADO AZUL-ESVERDEADO AMARELO-ALARANJADO AZUL-ARROXEADO Cores complementares Uma cor é formada por duas cores primárias que se opõem. A primária que está oposta não entrou em sua formação e, ao ser misturada, forma tons de cinza, neutros. Elas estão opostas à outra na estrela ou no círculo de cores e são contrastantes entre si. Como são antagônicas, anulam-se entre si. Exemplo: o azul é complementar ao laranja, e o laranja ao azul, pois elas conseguem entre si o máximo de contraste e vibração. Em nosso trabalho como cabeleireiros, a tendência para o avermelhado, numa descoloração ou coloração, poderá ser corrigida pela cor que está exatamente oposta ao vermelho, ou seja, o verde. Se este mesmo cabelo ficar azulado, pode-se neutralizá-lo com a cor laranja. Os cabelos grisalhos costumam ficar amarelados, então podemos usar o roxo (violeta) (HALAL, 2011).


17 O vermelho é complementar ao verde (amarelo e azul). O azul é complementar ao laranja (amarelo e vermelho) O amarelo é complementar ao roxo (azul e vermelho). 8 - Cores complementares Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-u70GOpYNFBI/T5FmC0KtuuI/AAAAAAAAAVM/gE5- svE7ScY/s819/estrela.png Cores quentes São cores que fazem menção às cores vivas, vibrantes, trazendo uma sensação de calor, agitação e paixão. Também lembram a época do verão quando o sol é intenso. São representadas pelas cores vermelha, amarela e alaranjada. Essas cores aproximam e aumentam a aparência das formas. Cores frias São cores que trazem sensação de calmaria, melancolia ou tristeza. Também são suaves e podem ser associadas ao tempo chuvoso do inverno e ao céu, representadas pelos tons azul, verde e roxo. Essas cores distanciam e reduzem as formas. Cores neutras São cores nas quais não há domínio de tonalidades, não sendo quentes nem frias. Estas cores são de tons neutros: branco, bege, nude, marrom, cinza e preto. Geralmente são usadas para placas de sinalização ou quando se quer ser discreto.


18 Sistema numérico e saturação da cor O nivél de saturação da cor é a indicação do quanto ela é clara ou escura. Se ela é muito saturada, ela é viva escura; se é pouco saturada, é fraca e clara. Um exemplo clássico de quando se faz a mistura de todas as cores primárias em proporções iguais para obter a cinza é o preto em concentração diferente. O sistema CMYK, que tem como base a cor pigmento, determina a leitura do sistema numérico para orientação do profissional cabeleireiro quando da escolha da cor e/ou da nuance. Ao falar em clarear ou escurecer um cabelo, isso significa alterar sua saturação, que poderá ser mais forte ou não. Podemos observar que todas as caixas de coloração têm o nome da cor (que pode ser o que a empresa escolher) e o número que a representa, fazendo referência exatamente à altura de tom e à nuance que ela reflete e/ou neutraliza. O nome que vem na caixa pode ser diferente, de acordo com a marca, mas os números representam de modo geral e não mudam de acordo com o fabricante. Cada cor de cabelo é representada por um numeral que vai do 1.0 ao 10.0. O número antes do ponto representa a cor, e o número depois do ponto representa os reflexos (ou nuances) da cor, podendo ter variações de acordo com o desejado. Por essa razão torna-se necessário conhecer as cores naturais dos cabelos e os números que os representam (HALAL, 2011). Cores naturais ou altura de tom 1. Representa a cor de cabelo preto. 2. Representa a cor de cabelo preto. 3. Representa a cor de cabelo castanho escuro. 4. Representa a cor de cabelo castanho médio. 5. Representa a cor de cabelo castanho claro. 6. Representa a cor de cabelo louro escuro. 7. Representa a cor de cabelo louro médio. 8. Representa a cor de cabelo louro claro. 9. Representa a cor de cabelo louro ultraclaro. 10. Representa a cor de cabelo louro claríssimo. 9 - Amostras de tons naturais Fonte: https://i.pinimg.com/originals/c5/30/61/c530611a5007c480261582095638d1e0.jpg


19 Reflexos ou nuances Os reflexos ou nuances são as variações que os cabelos podem apresentar pelas alternações de cores, refletindo dourado, avermelhado ou acinzentado etc. Uma tonalidade pode apresentar duas nuances e/ou reflexos diferentes que podemos chamar de reflexo primário e reflexo secundário. As colorações são representadas por números que aparecem depois do ponto. Depois de estudar colorimetria e a mistura das cores, você saberá somar corretamente o valor dos dois reflexos. Conhecendo o sistema numérico, podemos ler os números das colorações da seguinte forma: 6.73: louro escuro, marrom dourado; 5.3: castanho claro dourado; 8.44: louro claro acobreado intenso, e assim por diante. ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM 1) De acordo com a estrela de Ostwald, escreva o que são as cores: Primárias: Secundárias: 2) Cite os nomes dos conjuntos de cores que são complementares entre si: 3) Cite os nomes das nuances e suas respectivas cores: 10 - Amostras de reflexos ou nuances Fonte: Do próprio autor


20 Ao decidir desenvolver a profissão de cabeleireiro, você precisa conhecer a estrutura do cabelo, em especial, a parte externa do folículo. Esta é vista e está diretamente ligada ao bem-estar e à beleza, que é o fio de cabelo que se divide em três partes distintas: cutícula, córtex e medula. A cutícula é transparente, está na parte mais externa do fio e age como barreira contra agentes externos, pois está sobreposta uma à outra, como escamas de proteção para o córtex e a medula. Essa camada possui superfície hidrofóbica, que resiste à penetração de agentes externos, pois contém uma camada monomolecular de um ácido gorduroso, único, ramificado, denominado 18MEA (HALAL, 2011). O córtex é a parte intermediária e contém informações, tais como a cor dos cabelos, flexibilidade e elasticidade, fazendo referência à força e ao diâmetro do cabelo. A ação dos hidratantes capilares, coloração por oxidação, o relaxamento e/ou alisamento acontecem no córtex. A medula é a parte mais interna do fio, que se inicia na papila dérmica, passando por toda extenção do fio, e vai diminuindo ao chegar próximo às pontas. Pode-se afirmar que é a coluna vertebral do fio e, uma vez rompida, não tem como recuperá-la. Ela é responssável por transitar a nutrição, que foi capturada através da papila dérmica pelos capilares sanguíneos em todo o fio de cabelo (WELLA, 1999). Por todo o corpo se pode encontrar células de melanócitos que têm como função a produção de melaninas, responsáveis pelas cores dos olhos, pela cor da pele e do cabelo. A cor natural dos cabelos, que se dá através dos melanócitos contidos no córtex, é revelada através das melaninas, cujos nomes são: eumelanina, feumelanina e tricosiderina. A quantidade desses pigmentos no cabelo pode alternar de acordo com a região e missigenação. A eumelanina é um pigmento granuloso, de tamanho maior, cor escura, responsável pela cor nos cabelos, de tonalidade do castanho ao preto. A feomelanina é um pigmento difuso e menor, que se revela nos cabelos de tonalidades claras, como os louros naturais. Já a tricosiderina é uma variação entre a eumelanina e a feomelanina, na cor laranja-avermelhado, que dá origem aos cabelos ruivos naturais. Por esse motivo, ao passar o cabelo escuro pela descoloração, percebe-se que a primeira cor que aparece é o vermelho e, em seguida, vai se degradando até chegar ao amarelo alaranjado ou ao amarelo claro (WELLA, 1999). Explicando a cor dos cabelos 11 - Anatomia capilar 12 - Couro cabeludo Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-qMwkwxeVHBQ/V0dlfH-5S9I/AAAAAAAAB6c/ TQqx0wXk5dsn_6R8lKuGJDxcEG6Mz-30QCLcB/s400/estrutura.jpg Fonte: thttp://ddcnovasprespectivas.blogspot.com.br/2013/04/melanina-osgranulos-demelanina-sao.html SAIBA MAIS A mistura entre eumelanina e feumelanina resulta em altura de tom dos cabelos naturais (HALAL, 2011)


21 Fundo de clareamento No processo de descoloração do cabelo, podemos perceber que uma cor vai se revelando em cada etapa da descoloração até o final, o que chamamos de fundo de clareamento. Esse fundo de clareamento se revela no cabelo natural ou colorido. O fundo de clareamento se revela em cores diferentes, de acordo com a altura de tom dos cabelos. É um conceito importante da colorimetria, pois os fios precisam estar no fundo de clareamento adequado para que as nuances possam ser reveladas com fidelidade nos cabelos. Um exemplo é um cabelo de cor escura, que demora a ser descolorido e ainda pode não alcançar a cor escolhida, pois sempre vai revelar um fundo residual quente e forte, como o alaranjado. Já o cabelo de cor clara, além de clarear mais rapidamente, revela como fundo residual uma tonalidade clara e fria. Um exemplo que podemos observar é que uma cliente que tem seus cabelos naturais na altura do tom 2.0 e que deseja colorir no tom de 10.0 não obterá a cor desejada, porque o fundo de clareamento de seus cabelos é vermelho. É o que acontece com muitas clientes que compram uma coloração para autoaplicação. Elas escolhem a cor que está na foto da embalagem, porém, a cor, depois de aplicada, fica diferente da escolhida. Podemos verificar logo abaixo as tonalidades do fundo de clareamento dos cabelos e que apresentam 10 níveis ou estágios de descoloração, iniciando-se na sua própria cor. Ex.: 1 Vermelho claro 2 Vermelho médio 3 Vermelho profundo 4 Vermelho escuro 5 Vermelho-alaranjado 6 Laranja-avermelhado 7 Amarelo-alaranjado 8 Amarelo-dourado 9 Amarelo-claro 10 Amarelo-pálido 13 - Fundo de clareamento Fonte: https://cursodecolorimetria.com.br/wp-content/uploads/2017/02/fundo-de-clareamento.png


22 Conhecidos também como àgua oxigenada, os cremes oxidantes são emulsões condicionadoras com doses específicas de peróxido de hidrogênio (H2O2), predominando suas volumagens. O clareamento acontece pela oxidação feita pelo peróxido de hidrogênio, nas melaninas contidas no córtex do cabelo (HALAL, 2011). As águas oxigenadas permitida em uso capilar são de 3%, 6%, 9% e 12% abaixo citadas e têm funcões diversificadas, de acordo com sua volumagem, para que, em contato com o corante, consigam equilibrar o seu potencial de hidrogênio (pH) e ainda agir nas melaninas dos cabelos, descolorindo a cor natural e facilitanto a revelação da cor desejada. É importante respeitar os critérios de peróxido de hidrogênio ou da água oxigenada, para que se alcançe o clareamento desejado, preestabelecidos a seguir: tom sobre tom ou até 1 tom: OX de 10 volumes (3%), com pausa de 25 a 30 minutos; clareamento de 1 a 2,5 tons: OX de 20 volumes (6%), com pausa de 30 a 40 minutos; clareamento de 2 a 3,5 tons: OX de 30 volumes (9%), com pausa de 40 a 50 minutos; clareamento de 3 a 4,5 tons: OX de 40 volumes (12%), com pausa de 50 a 60 minutos (BIONDO; DONATI, 2012). FIQUE ATENTO Vale lembrar que é muito importante conhecer os equipamentos e os produtos para que não haja margem para erros. Escolha produtos de qualidade dentro do prazo de validade e com registro na ANVISA para prever resultados satisfatórios. SAIBA MAIS Regras da colorimetria: a coloração tem como regra geral e universal que coloração não clareia coloração. http://portal.anvisa.gov.br/conceitos-e-definicoes Saiba mais em: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. MÍDIAS INTEGRADAS Explicando a cor dos cabelos DICAS As indicações citadas são referências que podem ter variações de acordo com o fabricante de cada coloração, e o tempo de pausa também poderá ser prolongado, conforme o resultado que deseja alcançar.


23 Nesta unidade, estudaremos sobre os principais tipos de colorantes existentes para cabelos, colorações não oxidantes, colorações oxidantes e ainda sobre como trabalhar a biossegurança, de modo a previnir as complicações relacionadas às possíveis alergias. Em seguida, já estão relacionados à prática para coloração determinados serviços específicos, como: coloração em cabelos virgens, retoque de raiz, cobertura de brancos e brancos resistentes, pré-coloração e matização que, usados da forma correta, se conseguirão resultados satifatórios para o profissional e também para o cliente. Iremos conhecer o que significa pH dos cabelos, assunto de grande importância para manter a saúde dos fios e do couro cabeludo. A área da beleza tem crescimento significante em todos os aspectos. A busca por produtos de embelezamento para usar em casa ou em salões de beleza tem ganhado espaço no mercado e, em função disso, aumentado a demanda para as indústrias fabricantes, em especial os de colorantes para cabelos. A escolha do colorante para os cabelos vai depender do resultado esperado pelo cliente, e cabe ao profissional cabeleireiro direcioná-lo para a coloração que melhor irá atendê-lo. Para isso, devemos saber que a função do colorante pode ser temporária ou permanente, então falaremos primeiramente sobre as colorações não oxidantes, que são de ação temporária, e logo depois sobre as colorações oxidantes, que são as semipermanentes e as permanentes. Cores não oxidantes, de ação temporária, e que têm como característica serem exatamente as cores expostas na embalagem, não necessitam de nenhum ativador ou componente para se misturar. Por isso não mudam a cor natural do cabelo, ficando apenas na superfície das cutículas, e saem à medida que os cabelos são lavados. Dividem-se em dois tipos: temporária e semipermanente. As colorações temporárias revestem a cor dos cabelos somente por fora, pois suas moléculas são muito grandes para permear uma cutícula saudável, refletindo a luz diferentemente da cor natural. Porém, os cabelos mais porosos absorvem de maneira diferente esse corante, que pode apresentar manchas. Não muda a cor natural por não ter poder de mudança na estrutura do cabelo e, ao lavar os cabelos, a cor vai se desbotando, até chegar à cor natural novamente. A duração da cor é de no máximo quatro a cinco lavagens. Essas cores não oxidantes estão disponivéis em diversas soluções à base de água, como: nas henas naturais, nos xampus para cabelos grisalhos ou com camomila, nos condicionadores coloridos, nas loções fixadoras, nas espumas e nos sprays (HALAL, 2011). Cores oxidantes podem ser temporárias e semitemporárias, necesitam de cremes oxidantes para sua ação, e a cor escolhida só se revela nos cabelos após o processo de oxidação, no qual ocorre uma transformação química que não sai nas primeiras lavadas, como as colorações não oxidantes. Ao escolher uma coloração por oxidação, devemos também saber que, além das intermediárias primárias, seus modificadores ou acopladores, ainda podemos contar com os agentes alcalinizantes. Esses alcalinizantes são bases dilatadoras das camadas cuticulares e facilitam a oxidação dos corantes dentro do córtex, onde estão as melaninas que determinam a cor dos cabelos. São dois dilatadores: hidróxido de amônio (NH4OH), que tem alto poder de dilatação da cutícula e é usado nas colorações permanentes, e o monoetalonamina, que é mais suave e proporciona a oxidação do corante ainda Tipos e práticas em coloração UNIDADE II Tipos de colorações existentes


24 na cutícula, parte externa do fio que, ao chegar ao córtex, o atinge superficialmente. Estes são usados nas colorações semipermanentes, chamados de tonalizantes (HALAL, 2011). Coloração semipermanente dura de quatro a seis semanas, tem como dilatador a monoetalonamina e usa oxidantes de volumagens menores, podendo se usados outros agentes diferentes do peróxido de hidrogênio, que são mais suaves. Coloração permanente tem o poder de clarear a cor natural dos cabelos, por ser mais alcalina, e necessita de agente revelador (água oxigenada) de alta volumagem. Possui como dilatador o hidróxido de amônio, para uma abertura maior de cutículas, facilitando a oxidação e revelando uma cor mais bonita e duradoura. Geralmente é misturada ao peróxido (água oxigenada), na razão de 1:1, 1:1,5 e, quando se quer maior poder clareador, pode ser usada na proporção de 1:2, com peróxido de volumagem maior, como o de volume 40. Ao clarear os cabelos, estamos também causando danos na fibra, pois, na medida em que se eleva o nível de clareamento, aumenta-se a fragilidade dos fios. Com essa mesma coloração permanente, podemos também escurecer se usado um peróxido de baixa volumagem, como de volumes 5 ou 10, que ajudam no depósito da cor. Mecanismo de ação da coloração semipermanente Mecanismo de ação da coloração permanente 15 - Coloração semipermanente 15 - Coloração permanente Fonte: http://www.freedom.inf.br/artigos_tecnicos/hc25/imagens/kosmoscience/figura_6.gif Fonte: http://www.freedom.inf.br/artigos_tecnicos/hc25/imagens/kosmoscience/figura_2.gif


25 Quando obervamos a rotina dentro dos salões de beleza, devemos nos atentar para a biossegurança no sentido de prevenir ou até mesmo eliminar os principais riscos aos quais os profissionais cabeleireiros são expostos, não somente o cabeleireiro, mas também as manicures, depiladoras, os barbeiros, as maquiadoras. A Vigilância Sanitária de algumas cidades já exige como regra para os estabelecimentos a presença de profissionais com conhecimentos específicos em microbiologia e biossegurança, pois os cabeleireiros, por sua atividade profissional, têm contato com pessoas e produtos químicos, além de estarem sujeitos às misturas de cheiros e fumaças causadas pelas químicas capilares e ainda ao excesso de barulho, que contribui em potencial para o risco à sua saúde. A proposta é avaliar e controlar estes riscos com a intenção de reduzir ou até mesmo eliminar esses agentes que, em outras aréas, são regulamentados como risco à saúde no ambiente de trabalho. Podemos constatar que algumas doenças oferecem riscos à saúde, como: herpes, hepatite, AIDS, micoses superficiais de pele e unhas e outras, sem falar nos riscos ergonômicos, posturais, ambientais e de alergias provocadas pelos produtos químicos, no preparo e na aplicação de tinturas, alisantes, sprays, solventes, escova progressiva etc. Torna-se necessário o conhecimento sobre a biossegurança, pelo fato de ser uma profissão que está vinculada à área da saúde. Compreende-se que, por trabalharmos com alguns agentes químicos, como a coloração, o sódio e outros, parece que são todos nocivos à saúde ou têm alto nível de toxicidade. Todavia, isso não é bem assim, porque, ao trabalharmos com responsabilidade e segurança, lendo as instruções de uso, será possível evitar os acidentes decorrentes da atividade. Todo produto químico, ao ser aprovado e liberado pela Anvisa, precisa ter uma Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), a qual fica disponível no seu distribuidor ou no fabricante. Ela serve para auxiliar o bombeiro e os médicos sobre a química em questão, quando entra em contato com a pele e/ou o olho ou quando é ingerida por acidente, para que possa direcionar o tratamento adequado. Nela estão contidas as seguintes informações: l Ingredientes potencialmente nocivos encontrados em cada produto. l Formas de armazenamento apropriado e manuseio com segurança. l Formas de prevenção da penetração de químicos nocivos no corpo. l Efeitos a curto e longo prazos da exposição em excesso. l Procedimentos emergenciais de primeiros socorros. l Técincas seguras de manuseio (HALAL, 2011, p. 236). Outro assunto importante é o uso dos EPIs pelos profissionais coloristas. Estes, na preparação da coloração e em contato com outros produtos químicos capilares, podem, por acidente, ter os olhos e/ou a pele irritados, causando alergias ou, ainda, através do cheiro, apresentarem risco de toxicidade. Dentre esses equipamentos de proteção individual, temos: luvas de vinil ou nitrilo (não puxam o cabelo e são mais resistentes ao produto químico capilar), máscara de carvão ativado (filtragem de ar), óculos de proteção individual (proteção para os olhos) e jaleco branco, que a vigilância sanitária também já exige. Não podemos deixar de observar que, ao comprarem os equipamentos de uso manual, devem procurar os que melhor se encaixam na ideia de hergonomia, como os mais leves, que tenham registro na Anvisa e também selo de qualidade do Inmetro. Biossegurança para os profissionais da beleza Anamnese, cor e saúde dos fios De origem grega, anamnesis tem como sinônimo: relembrança, recordação, memória e rememoração. E, ainda, em um exame físico bem-feito, dispensariam-se exames laboratoriais e radiológicos (FOLHA DE SÃO PAULO, 11/09/2012).


26 Como funciona esse conceito na prática? Fazer uma análise detalhada do cabelo para que não ocorram erros durante o procedimento escolhido. Então, serão necessárias algumas perguntas que nos permitirão maior segurança no trabalho. Além dos dados pessoais, como nome, endereço e telefone, precisamos conhecer o desejo da cliente. l Em qual altura de tom está o cabelo atual? l Os cabelos do cliente em questão são naturais ou coloridos? l Qual é a cor desejada pelo cliente? l A cor escolhida pelo (a) cliente é viável para sua altura de tom? l Quais os procedimentos químicos já foram feitos nos cabelos e há quanto tempo? Ao finalizarmos as perguntas, podemos começar a análise de cor da seguinte forma: CN Cor natural. FC Fundo de clareamento do cabelo virgem. % FB Porcentagem de fios brancos. CD Cor desejada. CA Cor aplicada. OX Volumagem do oxidante. TA Técnica de aplicação. Outro fator importante é uma avaliação rigorosa da saúde dos fios de cabelo antes do procedimento, porque, no processo de mudança de cor, podem ocorrer invariáveis acontecimentos que sensibilizam a fibra capilar e comprometem o resultado final. Por isso será necessário que o profissional colorista faça teste de mechas e crie estratégias de tratamento antes e pós-coloração para minimizar esses possíveis danos, que o ajudarão a chegar no resultado final com qualidade. Na avaliação da fibra capilar, o profissional deverá levar em conta a textura, densidade, elasticidade e porosidade, e veremos, a seguir, o que representa cada um. Textura do cabelo está relacionada ao diâmetro de cada fio, que pode ser fino, médio ou grosso, o que pode ter variação por herança genética. O cabelo grosso é forte e resistente ao procedimento, enquanto o fino se sensibiliza com facilidade. Densidade é a quantidade de cabelo contido na cabeça e que pode ser medido por centímetro quadrado. Pode haver variação de um indivíduo para o outro, levando-se em consideração a etnia e, ainda, podendo ter alterações por influência de alguma enfermidade, cuidados inadequados e outos fatores, como tracionar os fios para tranças, mega hair ou penteados constantemente presos. Elasticidade é a capacidade que a fibra capilar tem de esticar sem se romper. Porosidade é a capacidade de absorção do cabelo. Quanto mais poroso, mais absorção (mais produto) e, quanto menos poroso, menos absorção (menos produto). Baixa porosidade Média porosidade Alta porosidade 16 - Porosidade Fonte:http://www.cygnuscosmeticos.com.br/wp-content/ gallery/como-diminuir-a-porosidade-dos-cabelos-5/ Como-Diminuir-a-Porosidade-dos-Cabelos-12.jpg


27 Teste de alergia e teste de mechas A mecha teste será sempre a melhor prévia que o profissinal cabeleireiro pode ter do resultado final das químicas de mudança da forma e da cor. É necessário realizar a prova de toque na pele também para avaliar a pré-disposição a alergias do (a) cliente. Os produtos são seguros, porém, são alcalinos, e muitos utilizam agentes oxidantes e vários outros aditivos que podem causar alguma alergia e outras reações (HALLAL, 2011). Recomenda-se que em todos os produtos capilares seja realizado o teste de mechas antes de usá-los na cliente. Separe uma porção da coloração e misture-a com o oxidante na proporção que está indicada nas instruções daquela. Aplique-a logo acima da nuca ou atrás da orelha e deixe-a agir por 20 ou 30 minutos, observando o local quanto à vermelhidão e possíveis bolhas na pele e também a reação da coloração nos cabelos quanto à cor, para saber se está de acordo com a cor escolhida. Antes da aplicação da coloração, o profissional cabeleireiro precisa observar detalhes, como o tipo físico da cliente, a cor dos olhos e a cor da pele, para saber se a cor escolhida pela cliente irá realmente deixá-la com a aparência melhor. A escolha da cor aplicada é uma questão de bom senso e de conhecimento técnico do profissional. Primeiramente, o profissional se paramenta devidademente com luvas, óculos de proteção e máscara e, em seguida, realiza o teste de mechas e de alergia e prepara a cliente com toalha, capa protetora e creme de proteção de pele, para não manchar a testa e/ou a nuca. Na preparação da coloração, primeiramente misture num recipiente não metálico a massa (tinta) e, em seguida, adicione sempre o medidor na quantidade certa para usar o peróxido de hidrogênio na volumagem escolhida. Mexa bem até ficar homogêneo. Essa mistura tem que ser aplicada imediatamente, pois logo se inicia uma reação química que precisa ocorrer nos cabelos. Ao fazer a aplicação da coloração, os cabelos precisam estar preferencialmente limpos e previamente secos, observando o que diz o fabricante em relação ao tempo de pausa e à forma de uso do produto, para que, se houver algum acontecimento inesperado em relação à acão do produto, você tenha respaldo nele mesmo (GOMES, 1999). Práticas em coloração Coloração em cabelos virgens Retoque de raiz Ao escolher a coloração para um cabelo que será colorido pela primeira vez, precisamos observar a saúde dos fios e também nos lembrarmos do fundo de clareamento, pois ele interfere e modifica o reflexo da cor escolhida. Se a cliente já decidiu a altura de tom, então cabe ao profissional saber escolher as nuances que irão neutralizar o fundo de clareamento, que pode ser indesejado. É bom lembrar que a região da cabeça é bem quente e interfere diretamente na coloração, acelerando o processo, que pode alterar a cor entre os fios que ficam próximos do couro cabeludo e os que ficam no comprimento e nas pontas, região mais fria. Por esta razão é preciso começar pela parte posterior do comprimento, das pontas, subindo até três centímetros da raiz. Deixe agir aproximadamente 20 minutos e só então aplique a coloração na raiz. Termine o tempo de pausa da coloração, que será entre 10 ou 15 minutos, para igualar as pontas, enxágue bem e lave com xampu pós-coloração. Quando a cliente volta para retocar a raiz crescida, o comprimento e as pontas já estarão desbotados, podendo apresentar alteração da cor que será aplicada na raiz. Assim, é fundamental seguir o protocolo descrito a se-


28 guir: é importante que a cor e a marca sejam as mesmas, para que não haja diferença de tonalidade e/ou reflexo. A preparação deve ser conforme instruções do fabricante. Aplique a coloração restritamente na parte crescida do cabelo, lembrando que, por ser uma região mais quente, precisa agir por 25 minutos. Após a finalização da aplicação da coloração, prepare um pouco mais desta com peróxido de volumagem 5 vl ou 10 vl (essa volumagem é para depósito de cor) e, em seguida, aplique-a no comprimento e nas pontas, deixando-a agir de 15 a 20 minutos. Deste modo, devolver-se-á a cor com maior intensidade, igualando-a à raiz. A indicação para retoque de raiz é de 15 a 30 dias no máximo. 17 - Retoque da raiz Fonte:https://www.diariodemorelos.com/noticias/sites/default/files/field/image/Los%20tintes%20de%20pelo%20 aumentan%20el%20riesgo%20de%20c%C3%A1ncer%20de%20mama.jpg Cobertura de branco Conhecida também como canice, os cabelos brancos surgem com o passar dos anos, pois a produção de melanina diminui. Não se pode afirmar que os motivos são por fatores intrínsecos (internos) relacionados ao estresse, que podem diminuir a imunidade e afetar a produção das melaninas, ou se por fatores extrínsecos (externos), como os radicais livres, o cigarro e a alimentação inadequada. O que se observa é que, em algumas etnias, como nos asiáticos e africanos, o aparecimento dos cabelos brancos é bem mais tardio que nos brasileiros. Portanto, na hora de colorir esse cabelo, dê uma atenção diferenciada para a preparação da coloração, que necessitará de maior quantidade de base, no caso, uma coloração .0. O profissinal colorista precisa fazer uma avaliação da quantidade de cabelos brancos e então definir a média de percentual de brancos na cabeça. Deste modo, se a cor escolhida for 7.3, para que haja uma cobertura dos cabelos brancos, é necessário adicionar uma base na mesma altura de tom escolhida, 7.0. A tabela a seguir serve para orientar o profissinal sobre a quantidade de base usada para a cobertura de branco, oferecendo também a quantidade em percentual de brancos. Para a cobertura de brancos, use sempre a cor base somente até a altura de 8, que há cobertura total (GOMES, 1999). % de brancos Cor base Cor reflexo 0 - 20 100% 20 - 40 25% 75% 40 - 80 50% 50% 80 - 100 40 gramas 20 gramas Tabela para melhor cobertura de branco FIQUE ATENTO Se a quantidade de peróxido for maior que a indicada pelo fabricante, poderá não haver cobrimento dos cabelos brancos. Se a volumagem do peróxido for maior que o usado antes, também este não cobrirá os brancos.


29 Cobertura de branco resistente (mordaçagem) Pré-coloração Matização com coloração e máscaras coloridas Quando os cabelos brancos não são cobertos pela coloração ao utilizar a técnica acima, chamamos os brancos de resistentes. O motivo é que a estrutura dos cabelos brancos é mais rígida e resistente à penetração da coloração, não tem durabilidade e perde tonalidade rapidamente, deixando-os à mostra. Uma das técnicas usadas para fixação da cor é a mordaçagem, que tem como finalidade abrir as cutículas do cabelo, preparando-o para receber a coloração de forma completa. Essa técnica consiste em depositar um peróxido de hidrogênio com volumagem baixa entre 10 ou 20 somente nos cabelos brancos. Por isso, tenha muito cuidado ao fazer o diagnóstico de percentual de brancos. Use um algodão para passar nos cabelos e deixe agir de 15 a 20 minutos. Retire o excesso com a toalha, seque o cabelo com o secador morno e somente depois ele estará com as cutículas abertas, pronto para receber a coloração (GOMES, 1999). A pré-coloração é uma técnica usada para devolver a cor em cabelos que foram totalmente descoloridos, isto é, dos quais se retirou parcialmente ou totalmente o pigmento natural de sua estrutura, ou em cabelos danificados e muito porosos, causados por processo químico. Nesta situação, os cabelos podem rejeitar a cor ou absorvê-la de maneira não uniforme, ficando manchados em algumas regiões. Para esse processo precisa-se escolher uma cor próxima da cor natural ou da cor escolhida. É preciso devolver novamente as cores das melaninas naturais e, então, usar corantes de cores quentes, como os acobreados e vermelhos, com a altura de tom abaixo do tom que será aplicado como tom final. Para a aplicação da pré-coloração, podem-se utilizar duas formas: misturar a coloração com um pouco de água, sem o oxidante, e aplicá-la em toda a extenção dos fios e, em seguida, sem retirá-la, usar a coloração na cor desejada; pode ser aplicado um tonalizante de cor mais dourada e mais clara que a cor desejada, deixando-o agir por 20 minutos. Enxágue os cabelos somente com água e, em seguida, aplique a cor desejada. A matização é a técnica usada para esconder reflexos indesejados ou depositar os reflexos desejados, usada em cabelos coloridos ou descoloridos, no intuito de aumentar a saturação da cor e o brilho dos cabelos. Essa técnica é constantemente utilizada pelos profissionais cabeleireiros nos cabelos descoloridos para neutralizar o reflexo da cor. Neste processo, podem ser usadas colorações permanentes ou semipermanentes, sempre com o peróxido de volumagem baixa, no caso, 5 ou 10 volumes. Podem ser usadas também máscaras corretoras, as coloridas, que a cliente pode usar em casa. A questão maior é que a matização com máscara colorida funciona como uma maquiagem, isto é, é temporária e sai na medida em que os cabelos são lavados. Potencial de hidrogênio (pH) é uma escala criada para medir a acidez, neutralidade e alcalinidade de uma determinada substância. Seus valores vão de 0 a 14, as substâncias ácidas de 0 a 6.9, substâncias neutras com valor 7 e substâncias alcalinas de 7.1 a 14. O pH do cabelo fica entre o 4.5 e 5.5 e, ao passar deste valor para mais ácido ou alcalino, pode ocorrer algumas alterações no couro cabeludo e na fibra. De acordo com a imagem abaixo, percebemos que os ácidos enrigecem a fibra capilar, enquanto os alcalinos a amolecem e a dilatam. Porém, os extremos não são adequados para o cabelo e o couro cabeludo, que estão entre 4.5 e 5.5, como na figura, Potencial de hidrogênio (ph) dos cabelos


30 e qualquer acidez ou alcalinidade a mais pode causar danos a esse cabelo (GOMES, 1999). Na figura também podemos ver com clareza a acidez e/ou a alcalinidade dos produtos capilares mais usados nos salões de beleza. 18 - Alcalinidade dos produtos capilares Fonte: http://images.resuminhobasico.com/thumbnail/ph-cabelos-acido-neutro-alcalino-cuticulas.png ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM De acordo com o que foi estudado, descreva uma coloração semipermanente: O que é mordaçagem? Qual o peróxido usado para clarear três tons num processo de coloração? Descreva a técnica usada para colorir cabelos virgens: O que é pré-coloração? O que é teste de mecha? VOCABULÁRIO Tom natural: cor dos cabelos virgens. Tom: grau de coloração dos cabelos. Cobertura: grau de coloração dos fios brancos. Oxidação: reação de um produto em contato com o oxigênio. Altura de tom: posição de uma nuance natural ou artificial dentro da escala de tom. Peróxido de hidrogênio: água oxigenada. Reflexo: complemento natural ou artificial da cor.


31 Nesta unidade, estudaremos os processos de descoloração, como estes agem na fibra capilar, suas desvantagens para o cabelo e os cuidados abrangentes na hora da aplicação. Veremos também a decapagem, sua ação corrossiva no corante artificial sintético colocado no cabelo, sua compatibilidade e incompatibilidade com alguns produtos químicos capilares, abordando os cuidados necessários para que haja sucesso na aplicação da decapagem. Estudaremos também os tipos de descolorantes e suas indicações de uso e compatibilidades para o profissional cabeleireiro poder exercer com sucesso esse processo. Produtos e práticas em descoloração UNIDADE III Nos dias atuais, a procura nos salões de beleza por cabelos loiros e suas tonalidades tem crescido muito. A ferramenta para tal serviço é o conhecimento sobre cabelo e também dos produtos e de sua atuação na fibra. Com o conhecimento sobre cabelo e colorimetria, que você já estudou, a atenção agora é direcionada para o processo de descoloração capilar. A descoloração é a retirada parcial ou total dos pigmentos naturais dos cabelos. As melaninas são retiradas a partir da aplicação do pó descolorante, juntamente com o peróxido de hidrogênio. Os pós descolorantes possuem um composto à base de persulfato de amônia ou potássio, que é um agente alcalinizante que possui duas funções básicas: dilatar a fibra capilar para facilitar a entrada do agente oxidante e liberar o oxigênio. Há dois tipos de pós no mercado: os com amônia, que são os mais utilizados no dia a dia para fazer mechas, descolorações globais, mechas californianas e outros trabalhos, e os sem amônia, criados para atuarem nos cabelos com químicas, como os relaxamentos, alisamentos e a coloração, sendo que a abertura de cor fica entre dois a três tons, sem causar danos à fibra, podendo ser nas cores branca e azul, que ajudam na matização. Na descoloração, o persulfato promove a dilatação da queratina, abrindo a cutícula para que chegue ao córtex e tenha maior contato com as melaninas, onde se potencializa o nível de clareamento dos cabelos (ROBBINS, 2002). Os pós descolorantes têm em sua formulação os seguintes componetes químicos: Conceito de descoloração Componentes Porcentagem Persulfato de potássio 27% Silicato de sódio 26% Persulfato de amônia 25% Silica 20%


32 Lauril sulfato de sódio 18% EDTA dissódico 02% Precisamos entender que as melaninas e as queratinas passam por modificações, e a estrutura do cabelo é danificada. Por essa razão é preciso um cuidado maior com o cabelo, a fim de controlar o processo de descoloração para que este minimize os danos na fibra. O cabelo descolorido tem um comportamento diferente do cabelo natural. Ele torna-se mais poroso, embaraça-se com facilidade e fica fragilizado, podendo quebrar facilmente, absorvendo mais coloração, relaxamento e tratamentos que nele forem depositados. Ao sobrepor uma descoloração sobre a outra, as proteínas são danificadas, a força do cabelo diminui, e o couro cabeludo tende a ficar ressecado e sensibilizado, suscetivél a alergias (HALAL, 2011). Alguns cuidados na hora da descoloração farão toda a diferença. Deste modo, vale lembrar que a anamnese já estudada na coloração também se encaixa aqui como uma ferramenta minimizadora de erros ou problemas diversos. O grau de descoloração depende da cor desejada. Logo, é necessário fazer uma breve análise da fibra capilar, observando se esta tem resistência para alcançar a descoloração até o final. Enquanto o processo de descoloração está atuando, podemos verificar que o cabelo passa por cores como o vermelho, laranja e, somente por último, o amarelo. Neste processo, o cabelo escuro demora bem mais a revelar a cor clara, pois ele é mais rico nos pigmentos granulosos, que chamamos de eumelanina. Assim que a eumelanina vai se degradando, esse cabelo se revela vermelho claro, alaranjado, até chegar ao estágio final, no qual o amarelo predomina. Para alcançar uma cor acinzentada no cabelo, a descoloração terá que ser completa para remover toda a melanina. Porém, em alguns casos, essa descoloração até o final será desnecessária, como por exemplo, se a cor escolhida for à altura de 7.0. Fonte: Robbins (2002, p. 155). Tiipos de clareadores capilares No mercado de cósmeticos, poderemos encontrar uma variedade de clareadores capilares em diferentes formas e texturas, em pó, pasta, gel, cremes, óleos (HALAL, 2011). No desenvolvimento da descoloração, a escolha do produto fará toda a diferença para o profissional cabeleireiro, pois cada cabelo pede um produto que seja compatível com a espessura da fibra: Amoníaco: é um líquido incolor, de cheiro forte e cáustico, composto de nitrogênio e hidrogênio, que atua sobre o oxigênio, facilitando sua lieração. As colorações têm em sua composição os sais amoníaco em proporção necessária. Descolorantes líquidos: são um tipo de descolorante que constitui na mistura de água oxigenada e amoníaco (dilatador). Essa mistura desencadeia uma fusão mais rápida de liberação de oxigênio, que provoca a descoloração dos cabelos. Óleos descolorantes: são líquidos viscosos formados pela solução de uma goma ou diluição de certos vegetais e também contêm amoníaco. Recomenda-se misturar ao peróxido de hidrogênio volumagens variadas de acordo com o tom esperado, porém, em volumagens altas, provocam-se irritações e queimaduras na pele. Antes de aplicar essa mistura, temos que proteger a pele com produtos à base de petrolato. Cremes descolorantes: são contituídos por bases gordurosas, que por sua vez controlam os agentes alcalinos contidos nele. Contêm em sua composição o amoníaco, que fica como coadjuvante, pois o suporte cremoso irá determinar a aderência e penetração na fibra capilar. Em média abrem até quatro tons a partir da base e não causam grandes danos, pois em sua formulação há silicones, agentes químicos de proteção epidérmica. Pós descolorantes: combinam produtos, entre eles o carbonato de magnésio absorvente de umidade. Eles têm aspecto cremoso e são potencializadores de clareamento. Misturados ao peróxido de hidrogênio, têm ação semelhante à dos cremes clareadores, porém têm uma abertura de até sete tons a partir da base natural, e sua


33 velocidade de descolorir está diretamente ligada à volumagem do peróxido usado. É o agente clareador mais utilizado pelos profissionais cabeleireiros. Como já estudamos, podemos afirmar que a descoloração é a retirada de pigmentos naturais do cabelo virgem. Neste mesmo processo, a decapagem é a retirada dos corantes artificiais, como as colorações sintéticas (GOMES, 2008). A mistura do pó descolorante com o peróxido de hidrogênio vai até o corante que foi fixado nas melaninas do córtex e as queima, removendo parcial ou por completo, deixando os cabelos propícios à nova cor. Na execução deste processo, num cabelo que foi colorido com uma tonalidade mais escura, a ação de decapagem fica mais lenta e, por ficar mais tempo no cabelo, pode causar danos inrreversíveis antes mesmo de chegar ao estágio final. Em alguns casos, quando a cor não for removida por completo, pode ser feita em duas etapas, onde a primeira remove uma quantidade menor de corantes, e a segunda etapa depois de 24 horas ou alguns dias, quando esse cabelo já tratado passa pelo mesmo processo. Mas, muito cuidado; caso perceba que a cor não alterou em nada, não adianta repetir o processo nem mesmo se for usar peróxido de volumagem mais alta. Na decapagem, poderemos encontrar alguns problemas de compatibilidade química que algumas químicas capilares e/ou colorações não são compativéis com o pó descolorante ou outros agentes decolorantes, como exemplo: colorações oleosas ou progressivas, rinsagens metálicas e alisamentos ou permanentes. O que pode acontecer quando usamos a decapagem em cabelos com uma química incompatível? O contato do descolorante com a química pode provocar uma combustão e uma queima dos cabelos que, no momento, exalam fumaça e um forte odor, ficando parecidos com borracha queimada. O que podemos fazer para solucionar esse problema? Primeiramente, lavar os cabelos com água abundante e, em seguida, usar óleo de tratamento para aumentar a viscosidade e parar a ação dessas párticulas formadas pela junção das químicas. Esse cabelo deverá passar por diversos tratamentos para a recuperação e não poderá mais utilizar esse processo de decapagem. As cores mais claras, a partir do louro escuro, são mais fáceis de remover; já as cores mais escuras, como o preto até o castanho claro, são mais difíceis de serem removidas, podendo não clarear caso o cabelo não resista ao processo até toda a retirada do corante. Decapagem: a retirada da coloração SAIBA MAIS Os produtos químicos que compõem um removedor causam um odor nos cabelos logo após a decapagem, portanto, se necessário for, use um neutralizante com aromatizante. Isso fará com que a cliente se sinta mais tranquila. Acelerando a descoloração Ao aquecer o cabelo que está sendo descolorido, provocamos uma aceleração no processo. Na medida em que se aumenta o calor, aumenta-se também a volumagem do peróxido, que pode chegar a uma volumagem que não é permitida para o uso em salão de beleza. Há alguns produtos líquidos, com base antioxidante, que prometem essa aceleração e ainda são muito duvidosos pelo fato de precisar da oxidação para o processo. Há também os que contêm em sua formulação móleculas de enzimas, porém, não conseguem permear as cutículas, chegando ao córtex, onde sua ação é mais necessária. Esses produtos que promovem esse aquecimento podem causar sensibilidade ao cabelo, que o levam ao emborrachamento ou à quebra total. Os cabelos finos são bem mais facéis de clarear, porém, os cabelos que são mais grossos podem ter maior resistência na des-


34 coloração, e somente neste caso podemos utilizar o processo de aceleração que nos permitirá ganhar tempo. Alguns profissionais utilizam a touca plástica logo após a aplicação do descolorante nos cabelos, vaporizador, e outros utilizam secador na temperatura morna, com demora de 30 minutos depois de aplicar o descolorante. Ainda temos o infravermelho, que é um aparelho desenvolvido para este fim, com lâmpadas que irradiam calor seco com o objetivo de acelerar a descoloração, evitando que o produto fique por muito tempo no cabelo e o resseque. Recomenda-se que esse aparelho seja utilizado somente quando a volumagem do peróxido for no máximo até 20 vl (HALAL, 2011). 19 - Infravermelho Fonte: https://www.friseurzubehoer24.de/media/catalog/product/cache/1/image/365x/9df78eab33525d08d6e5fb8d2713 6e95/w/e/wella_climazon_1.jpg


35 20 - Marilyn Monroe Fonte: https://static.quizur.com/i/b/5752cf05ab6e83.90822560MTE5NTU2MzE2MzIyM TA0ODQz.jpg Caro aluno, nesta unidade, você irá aprender sobre os princípios básicos para o serviço de mechas realizado pelos profissionais nos salões de beleza, bem como a importância do conhecimento de todo o processo de descoloração, que é indispensável e também uma garantia para obtenção de resultados de qualidade, e que satisfaçam os desejos da cliente. Aprenderá, ainda, a escolher os procedimentos e as técnicas a serem utilizados, e qual o produto é mais indicado para determinado cabelo. Técnicas como mechas na touca e mechas no papel são assuntos que serão abordados, com o intuito de que sejam passadas com clareza, desde o preparo do pó descolorante, a aplicação dos matizantes até os tratamentos, que fazem toda diferença nos cabelos antes, durante e depois da descoloração. Práticas e técnicas em mechas UNIDADE IV Ao aplicar a mistura do descolorante nos cabelos, rapidamente haverá dilatação da cutícula e se chegará ao córtex para a oxidação das melaninas, começando o processo de descoloração. Porém, apenas descolorir não é o objetivo. O que as clientes querem, na verdade, são os cabelos descoloridos com formas especiais, personalizados. Para tal efeito precisar-se-á definir qual das diferentes técnicas utilizar e qual cor e contraste poderão ser estabelecidos para o tipo de pele e/ou estilo da pessoa. O cabelo loiro se refere às tonalidades de cor que cada pessoa, com suas diferentes personalidades e características, quer expressar, ainda que em alguns casos se utilize a descoloração para disfarçar os cabelos brancos, o que não deixa de ser expressivo na composição. As tonalidades dos loiros têm passado por modificações no decorrer dos anos através da influência da moda exibida nas novelas, nos filmes e nas séries. Por muito tempo o loiro amarelo esteve no topo das atenções através de Marilyn Monroe, que foi uma musa inspiradora da década de 1940. As mulheres da época queriam os cabelos, a cor e o penteado parecidos com os da musa (FAUX, 2000). Atualmente, o loiro tem ganhado espaço com uma roupagem diferente e mais atualizada, com misturas de cabelos naturais ou com outras cores para efeito de balayage, outras misturas somente nas pontas e assim por diante, seguindo seu próprio estilo. Ainda há influência da moda no padrão de beleza, contudo, as pessoas têm se sentido mais à vontade com estilos diversos para escolher a cor que mais combina com elas e que são mais fáceis de manter. No Brasil, o loiro está em alta e veio para ficar e, com tantas técnicas, surgiram também os diversos produtos para desenvolver um loiro perfeito. Descolorações: a influência do loiro


36 Preparação do pó descolorante A preparação do pó descolorante é muito importante, pois, se este ficar muito mole, poderá migrar e permear por dentro da touca ou mesmo por fora do papel alumínio durante as mechas, provocando manchas indesejadas. A preparação do pó descolorante com o peróxido de hidrogênio tem que ser na hora da aplicação, quando a cliente já estiver com capa, toalha, e seu cabelo estiver dividido. Na preparação, segue uma medida de 1:2, isto é, para cada medida de pó descolorante, acrescente duas de peróxido. Mas, em alguns casos, os profissionais gostam de prepará-lo mais firmemente, principalmente quando o cabelo em questão for bastante fino (GOMES, 2008). A técnica que usa a touca é indicada para quem quer resultado mais uniforme ou apenas pontos de luzes espalhados pela cabeça. Outra indicação para usar a touca é quando o cabelo já foi colorido várias vezes e tem excesso de química, porque a touca nos permite reaplicar o descolorante, facilitando a retirada total ou parcial da cor, formando uma nova cor para contracenar com a que já está no cabelo e ainda caso precise fazer uma reaplicação do produto. Nesta técnica, serão necessárias uma touca plástica ou de silicone e agulha de crochê. Já com os cabelos limpos e penteados, encaixe a touca na cabeça de modo firme, para que não saia do lugar, e comece a puxar pequenas mechas nos furinhos da touca (vale dizer que, se a cliente quiser somente uma iluminação, diminua a quantidade de cabelos a serem puxados). Logo depois, espalhe a mistura descolorante de maneira uniforme, começando pelas pontas e pelo comprimento, e depois pela raiz, deixando-a agir até alcançar o tom desejado. Faça o teste de resistência na fibra capilar durante o tempo em que estiver com o produto. Esse teste indicará se o cabelo ainda resiste mais tempo com o produto para o alcance da cor. Ao finalizar a descoloração, sem retirar a touca, enxágue bem os cabelos que estarão prontos para matização (GOMES, 2008). Mechas na touca e no retoque 21 - Touca plástica 22 - Mechas Fonte: https://lojaslivia.fbitsstatic.net/img/p/ touca-siliconada-katy-agulha-82059/267181-4. jpg?w=800&h=800&v=no-change Fonte: http://dicadecabelo.com/wp-content/ uploads/2015/10/maxresdefault-1024x576.jpg


37 Preparação do pó descolorante Mechas xadrez na diagonal Ombré hair A preparação do pó descolorante é muito importante, pois, se este ficar muito mole, poderá migrar e permear por dentro da touca ou mesmo por fora do papel alumínio durante as mechas, provocando manchas indesejadas. A preparação do pó descolorante com o peróxido de hidrogênio tem que ser na hora da aplicação, quando a cliente já estiver com capa, toalha, e seu cabelo estiver dividido. Na preparação, segue uma medida de 1:2, isto é, para cada medida de pó descolorante, acrescente duas de peróxido. Mas, em alguns casos, os profissionais gostam de prepará-lo mais firmemente, principalmente quando o cabelo em questão for bastante fino (GOMES, 2008). As mechas podem ser divididas de várias formas. A mais comum, que já foi bastante utilizada, é a mecha que separa pequenas partes do cabelo, costurando e dando o efeito de xadrez. Essa técnica permite fazer pequenas quantidades de mechas, quando se quer apenas efeito de iluminação, ou grandes quantidades, quando se pretende uma quantidade de loiro mais aparente. Essa técnica pode ser alternada com outras para se chegar a um resultado personalizado, como mostram as imagens abaixo, alternando com a técnica de desfiar os cabelos antes de passar o descolorante. Essa é a mais usada no momento, feita através de transparência em todo o comprimento do cabelo, deixando as pontas com tons mais claros. Proporciona um efeito mais moderno e também mais natural, deixando a raiz na cor original do cabelo ou esfumaçado, caso a cor natural seja mais escura. 23 - Tutorial 1 24 - Tutorial 2 Fonte: http://lh3.ggpht.com/- eA41zexf_cQ/UAOZGn9d-I/ AAAAAAAAEHQ/Lvv1S8Jgyrc/ s1600/passo-a-passo-demechas-no-papel21.jpg Fonte: http://lh3.ggpht.com/- eA41zexf_cQ/UAOZGn9d-I/ AAAAAAAAEHQ/Lvv1S8Jgyrc/ s1600/passo-a-passo-demechas-no-papel21.jpg


38 Ombré hair com raiz esfumada Balayage Californianas Matização, a uniformização da cor 25 - Tutorial 3 Fonte: http://lh3.ggpht.com/- eA41zexf_cQ/UAOZGn9d-I/ AAAAAAAAEHQ/Lvv1S8Jgyrc/ s1600/passo-a-passo-demechas-no-papel21.jpg Na balayage, usam-se descoloração e coloração em forma de mechas, alternando uma com a outra para dar tonalidades diferentes. Os fios próximos à raiz permanecem naturais ou com um leve sombreado a partir da coloração. Pode-se criar um efeito mesmo sem utilizar o papel alumínio. Essa técnica não é indicada para quem deseja clarear muito. Este nome foi inspirado nos cabelos das surfistas que, por causa da água do mar e do sol, ficam com as pontas mais claras. Separam-se as mechas em transparências, que são desfiadas com um pente fino, e logo depois deposita-se o produto descolorante, começando das pontas e subindo até o comprimento do cabelo, de forma que este não fique marcado. A tonalidade vai depender do desejo e da cor natural da cliente. O uso de matizadores tem chamado a atenção dos profissionais cabeleireiros e das clientes. Eles são produtos fáceis de serem encontrados em casa especializadas em vendas de cosméticos. Como já estudamos esse processo, ele serve para neutralizar uma cor matiz indesejavél pós-descoloração, cabelos loiros que, com o tempo, tendem a amarelar, e ainda dar um up nos cabelos coloridos, que costumam ficar sem brilho. A matização é feita com uma pequena parte de coloração, com a nuance escolhida ou ainda com tonalizantes. Essa combinação de cores serve somente para complementar a cor indesejada que foi revelada no cabelo e não tem poder de clareamento, somente de neutralização. A aplicação se dá das pontas até a raiz e, assim que alcançar o resultado desejado, o matizador será retirado por completo. Podem-se encontrar os matizadores também em fórmulas de máscaras e que já vêm nas cores específicas, como azul, roxo, vermelho, verde e outros. Esse tipo de matização pode causar ressecamento nos fios por conter corantes em sua composição (HALLAL, 2011).


39 A importância do tratamento capilar Quando o assunto é tratar os cabelos, encontramos produtos de diversas marcas direcionados para esse fim. Sites e blogs constantemente passam receitas caseiras ou indicam um produto, mas nem sempre os resultados são obtidos, pois existe muito conhecimento empírico ainda no que diz respeito à pesquisa. A reposição de nutrientes, água e óleos nos cabelos é fundamental para que estes fiquem com aspectos saudáveis, sem frizz, podendo suportar os intempéries naturais e os processos químicos que lhe são aplicados constantemente. Apesar do conceito de hidratação ser usado para o tratamento dos cabelos, o termo não faz referência apenas à reposição de água, mas também à suavidade ou emoliência que um produto pode oferecer para o condicionamento da fibra capilar (GOMES, 2008). Os cremes de tratamento têm em sua composição princípios ativos e emolientes, tais como os silicones, óleos vegetais, minerais e animais, que são indispensáveis, formando uma capa protetora em forma de película ao redor do fio, impedindo a perda de água. O objetivo é devolver aos cabelos com coloração ou descoloração parte dos peptídeos, aminoácidos e proteínas, ou seja, as propriedades naturais. Sua ação está basicamente na cutícula, promovendo selamento no córtex quando na reconstrução. Os cremes leve-in que também têm função importante atuam como reparadores dos fios e das pontas. Podem ser encontrados em forma de cremes, geis ou serum, com funções diferentes para cada tipo de cabelo, com uma finalidade específica para cabelos cacheados, lisos, oleosos ou com protetor térmico (CORAZZA, 2005). Enfim, são diversos produtos com princípios ativos para tratamentos direcionados à fibra capilar, os quais têm objetivos diferenciados e específicos para cada um, de acordo com o estado do cabelo. Reposição da camada de óleo, selamento das pontas duplas e emoliência modificam sua estrutura, promovendo uma considerável redução de frizz. Falaremos, a seguir, sobre os que são direcionados para cabelos com quimíca, que têm como caractéristicas serem secos, danificados, com porosidade acentuada e quebradiços (GOMES, 2008). Entre os tratamentos, temos a cauterização, reposição de massa e nutrição, que são os mais pedidos nos salões de beleza. Geralmente a forma de aplicação desses produtos depende do fabricante que desenvolve seu passo a passo, baseado nos ativos contidos na formulação, compatibilidade e ação na fibra capilar. Um ativo muito importante é a proteína, que tem como derivados os pepitídeos e os aminoácidos, substâncias que permeiam a cutícula e vão até o córtex, com o intuito de melhorar a elasticidade e o peso molecular da fibra e formar barreira contra a perda de água, através da formação de uma camada filme protetora. De modo geral, quanto maiores forem os danos na fibra capilar, maior será a absorção desses elementos (HALAL, 2011). SAIBA MAIS Ao fazer uma mistura de cremes hidratantes capilares, estaremos na verdade diluindo os ativos que atuam em cada um (GOMES, 2008).


40 ACHENBACH, J. O poder da luz. National Geographic Brasil. Out. 2001, p. 76-105. BIONDO, S. DONATTI, B. Cabelo. Cuidados básicos, Técnicas de Corte, Coloração e Embelezamento. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2012. CORAZZA, S. Mais jovem a cada dia: um programa completo de vitalidade para homens e mulheres. São Paulo: Prestígio, 2005. CORRÊA, M.A. Cosmetologia: ciencia e técnica. São Paulo: Medfarma, 2012. FAUX, D. S. et al. Beleza do século. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2000. FRASER, T.; BANKS, A. O Guia Completo da Cor. Trad. Renata Bottini. São Paulo: SENAC, 2007. GENOVENSE, W. J. Laser de baixa intensidade: aplicação terapêuticas em Odontologia. São Paulo: Lovise Ltda., 2000. GOMES, A. L. O uso da tecnologia cosmética no trabalho do profissional cabeleireiro. São Paulo: Senac, 1999. HALAL, John. Tricologia e a química cosmética capilar. São Paulo: Cengage Learning, 2012. MINOLTA, Konica. Comunicação precisa de cor, controle de qualidade da percepção à instrumentação. Seoul: Konica Minolta, 1998. ROBBINS, C.R. Chemical and Physical Behavior of human hair. 4. ed. New York: Springer-Verlag, 2002. SCHWAN-JONEZYK, A.; WELLA A. G.; RESEARCH, K. Tricologia. Tradução WELLA BRASIL, 2002. Referências


Inaciolândia Gouvelândia Quirinópolis Vicentinópolis Acreúna Santo Antônio da Barra Rio Verde Jataí Turvelândia Porteirão Maurilândia Castelândia Portelândia Santa Rita do Araguaia Serranópolis Aporé Itajá Itarumã Cachoeira Alta Paranaiguara Represa de São Simão Doverlândia Baliza Bom Jardim de Goiás Aragarças Nerópolis Urutaí Cristianópolis Ipameri Campo Alegre de Goiás Rio Quente Caldas Novas Nova Aurora Corumbaíba Marzagão Buriti Alegre Itumbiara Panamá Bom Jesus de Goiás Cachoeira Dourada Morrinhos Joviânia Aloândia Pontalina Diorama Arenópolis Palestina de Goiás Vianópolis Silvânia Leopoldo de Bulhões Terezópolis de Goiás Ouro V erde de Goiás Inhumas Caturaí Goianira Brazabrantes Nova Veneza Bonfinópolis Goianápolis Caldazinha Bela V ista de Goiás São Miguel do Passa Quatro Orizona Palmelo Santa Cruz de Goiás Pires do Rio Senador Canedo Edéia Edealina Cromínia Professor Jamil Mairipotaba Varjão Cezarina Indiara Montividiu Paraúna São João da Paraúna Aurilândia Firminópolis Turvânia Nazário Avelinópolis Araçu Adelândia Sanclerlândia Fazenda Nova São Miguel do Araguaia Novo Planalto Santa Tereza de Goiás Montividiu do Norte Trombas Minaçu Campinaçu Colinas do Sul Cavalcante Alto Paraíso de Goiás Teresina de Goiás Divinópolis Monte Alegre de Goiás de Goiás Campos Belos Nova Roma Guarani de Goiás Iaciara Posse Buritinópolis Alvorada do Norte Sítio D'Abadia Damianópolis Mambaí Flores de Goiás Mutunópolis Formoso Amaralina Mara Rosa Campinorte Alto Horizonte Nova Iguaçu de Goiás Uruaçu Pilar de Goiás Hidrolina Guarinos Itapaci Nova América Morro Agudo de Goiás Nova Glória São Patrício Carmo do Rio Verde Itapuranga Matrinchã Faina Montes Claros de Goiás Itapirapuã Jussara Santa Fé de Goiás Britânia Guaraíta Rialma Santa Isabel Rianápolis Pirenópolis Vila Propício Padre Bernardo Planaltina Águas Lindas de Goiás Novo Gama Cidade Ocidental Damolândia Abadiânia Alexânia Corumbá de Goiás Cocalzinho de Goiás Jaraguá Itaguaru Jesúpolis São Francisco de Goiás Petrolina de Goiás Heitoraí Formosa Vila Boa Cabeceiras Mimoso de Goiás Água Fria de Goiás São João D'Aliança São Luiz do Norte Barro Alto Santa Rita do Novo Destino Crixás Estrela do Norte Bonópolis Mundo Novo Nova Crixás Uirapuru Santa Terezinha de Goiás Campos Verdes Mozarlândia Araguapaz Aruanã Itauçú Taquaral de Goiás Itaguari Santa Rosa de Goiás Itaberaí Americano do Brasil Buriti de Goiás Mossâmedes Novo Brasil Jaupaci Anicuns São Luís de Montes Belos Córrego do Ouro Cachoeira de Goiás Ivolândia Moiporá Iporá Israelândia Amorinópolis Jandaia Palminópolis Palmeiras de Goiás Campestre de Goiás Trindade Santa Bárbara de Goiás Guapó Aragoiânia Abadia de Goiás Água Limpa Goiandira Cumari Anhanguera Ouvidor Três Ranchos Davinópolis Represa de Cachoeira Dourada Repr esa de Itumbiara Repr esa de Embocação Caçu Aparecida do Rio Doce Chapadão do Céu Perolândia São Domingos Lagoa Santa Gameleira de Goiás Campo Limpo de Goiás Ipiranga de Goiás Luziânia SED - SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECÔNOMICO www.sed.go.gov.br Gabinete de Gestão: (62) 3201-5438 / 3201-5443 Regional 2 Regional 1 Regional 4 Regional 5 Regional 3 Regionais Léo lince do Carmo Almeida Acesse: www.ead.go.gov.br Niquelândia Ceres Uruana Goianésia Santo Antônio do Descoberto Anápolis Goiás Porangatu Catalão Piracanjuba Goiânia Cristalina Goiatuba Santa Helena de Goiás Caiapônia Piranhas Mineiros Hidrolândia Aparecida de Goiânia Valparaíso de Goiás Encontre um Itego mais próximo de você São Simão Rubiataba ESTADO DE GOIÁS ITEGOs em expansão CATALÃO: GOIÁSTEC / NIQUELÂNDIA / PIRACANJUBA / LUZIÂNIA / POSSE APARECIDA DE GOIÂNIA: INOV@PARECIDA / QUIRINÓPOLIS HIDROLÂNDIA: TECNOPARQUE / INHUMAS PLANALTINA: JK PARQUE TECNOLÓGICO ITEGOs em funcionamento - 24 unidades ANÁPOLIS ITEGO - Governador Onofre Quinan APARECIDA DE GOIÂNIA ITEGO - Dr. Luiz Rassi CAIAPÔNIA ITEGO - Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso CATALÃO ACN ITEGO - Aguinaldo de Campos Netto CATALÃO LF ITEGO - Artes Labibe Faiad CERES ITEGO - Célio Domingos Mazzonetto CIDADE DE GOIÁS ITEGO - Goiandira Ayres do Couto CRISTALINA ITEGO - Genervino Evangelista da Fonseca FORMOSA ITEGO - Carmen Dutra de Araújo GOIANÉSIA ITEGO - Governador Otávio Lage GOIÂNIA SS ITEGO - Sebastião de Siqueira GOIÂNIA ABF ITEGO - Artes Basileu França GOIÂNIA JLB ITEGO - José Luiz Bittencourt GOIÂNIA LL ITEGO - Educação a Distância Léo Lince do Carmo Almeida GOIATUBA ITEGO - Jerônimo Carlos do Prado MINEIROS ITEGO - Raul Brandão de Castro PALMEIRAS ITEGO - Artes Padre Antônio Vérmey PIRANHAS ITEGO - Fernando Cunha Júnior PORANGATU ITEGO - Maria Sebastiana da Silva SANTA HELENA ITEGO - Luiz Humberto de Menezes URUANA ITEGO - Celso Monteiro Furtado St. ANTÔNIO DO DESCOBERTO ITEGO - Sarah Luísa Lemos Kubitschek de Oliveira ITABERAÍ ITEGO - Aparecido Donizete Rodrigues da Silva VALPARAÍSO ITEGO - Paulo Renato de Souza


ESTADO DE GOIÁS


Click to View FlipBook Version