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Published by carlosfreitaskk, 2018-06-27 19:56:44

Eduque-Facilmente-o-seu-Cao

Eduque-Facilmente-o-seu-Cao

Apaixonado por Cães

Eduque facilmente
o seu cão

Paulo I. S. Doreste

Adestrar o seu cão é dar oportunidade para que aconteça uma
ótima interação entre sua família e o animal. Dessa forma criamos um
caminho ideal para que haja uma boa comunicação entre o animal e
todos os membros da família.
É pensando nessa relação íntima, respeitosa e interativa, que a Dog
Coach oferece o serviço de adestramento com foco na integração do
cão com o ambiente social familiar.

Solicite a sua consulta!
Durante sua primeira entrevista, nós faremos uma avaliação para
conhecermos os seus desejos sobre o comportamento ideal que seu
cão precisa ter.
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Introdução

Em primeiro lugar, seja muito bem-vindo ao Apaixonado por Cães:
Eduque Fácilmente o seu Cão - um guia em formato de livro que lhe
ensinará a educar o seu cachorro e a fazer com que ele obedeça aos
comandos mais simples, sem precisar agredir o seu filho de quatro
patas. Porque, afinal, você é apaixonado por seu cão e nós priorizamos
o ótimo relacionamento entre o animal e seu dono.

Vou contar-lhe um segredo: a melhor parte desse guia consiste nos
momentos de prazer que você terá com o seu cão, pois o Apaixonado
por Cães: Eduque Fácilmente o seu Cão é baseado, simplesmente, em
você poder criar e fortalecer os laços com o seu cachorro. Quando o
seu cão faz aquilo que você deseja, é exatamente, neste momento,
que o animal ganha uma recompensa, seja um petisco, um brinquedo
e, até mesmo, uma demonstração de carinho, somada a algumas
palavras de incentivo.

Isso faz com que o cão SEMPRE deseje acertar para que seja
recompensado e ganhe o tão desejado afeto e atenção do seu dono.

3

Costuma-se ouvir que adestrar é uma arte para poucos, mas, na
verdade, é uma arte para quem possui paciência, dedicação e muito
carinho e respeito para com o animal que possui. No entanto isso
não significa que você tenha de ficar horas adestrando e educando
o seu cachorro, basta que tenha, ao menos, 10 minutos diários ou 2
sessões de 5 minutos ao longo do dia. O importante é o cão aprender
o comando, repetir algumas vezes de forma correta, ficar com a
impressão do que é o certo sobre aquele determinado comando e,
depois, só fixar de forma prazerosa e gostosa.

Adestrar é algo possível para todos e que requer pouco tempo,
o que mais se precisa é saber combinar paciência com respeito e
carinho com dedicação.

Seja sempre apaixonado por seu cão!
Paulo Ivo S.Doreste

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1. O Poder da Matilha

Apesar dos cães de hoje serem vistos como companheiros e
guardiões de nossas famílias e bens materiais, na verdade, eles
são animais que vivem, por hábito, em uma complexa organização
chamada matilha.

Sendo assim, é importante que você e todos os seres humanos
que lidam com os cães conheçam essa realidade tão comum. Pois,
apesar da atual condição desses cães, eles ainda mantêm os mesmos
instintos de caçadores e demais necessidades que possuíam quando
viviam na natureza, como seus semelhantes selvagens.

A importância desse tipo de entendimento faz com que se
compreenda que os cães não agem, reagem ou sentem como nós,
seres humanos, e, sim, possuem as próprias necessidades. Desta
forma, não corremos o risco de frustrarmo-nos e comprometer todo
o resultado do adestramento ou educação que estamos oferecendo
ao nosso querido filhote.

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“Cada pessoa tem o cão que merece”.

Por viverem em matilha, os cães precisam da existência de um
líder que coloque regras e limites para que toda a convivência e o
bem-estar em grupo possa realmente existir. Se, no convívio em
nosso lar, o cachorro não reconhecer alguém como líder, acredite,
não importando a idade, o animal fará esse papel, queira ou não, e é,
nesse momento, que incômodos e acidentes acontecem.

Por mais incrível ou improvável que seja, quando o cão vive no seio
familiar, não importando a quantidade de animais ou de membros da
família, até mesmo se for apenas ele e o seu proprietário(a), o cão
enxerga essa relação como uma matilha e, intrinsecamente, precisará
de regras e limites, ou seja, da existência do líder.

Ser líder não é agir com violência ou qualquer tipo de agressão,
como diz o comportametalista César Millan, é necessário que haja uma
energia calma e assertiva. Um bom líder é um educador que coloca
seu respeito com ações e uma postura firme, impõe suas regras e
determina os limites de forma adequada.

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Apesar do que se pensa, a disciplina é mais importante que o
afeto, pois a disciplica oferece estabilidade e afeto, principalmente,
quando fora de hora, pode criar instabilidade e a fixação de algum
comportamento indesejado, como o de pular em visitas ou destruição
de objetos.

O conceito de matilha e da existência do líder é tão normal para os
cães como para nós, seres humanos, é a existência de uma hierarquia
durante a nossa relação, seja na família, no trabalho, na ginástica ou
em qualquer outro tipo de relacionamento que possamos ter ou vir
a construir, a nossa diferença para com os cães é que damos nomes
para cada tipo de interação.

O cão não dá nomes e ainda enxerga tudo da mesma forma, como
referido anteriormente, não importando com quem ou com quantos
ele irá conviver, pois para o cachorro que vive com outro ser, essa
interação é vista como matilha. Simples, assim.

“O cão sempre verá qualquer tipo
de relacionamento como uma
matilha”.

Quantas vezes você, vendo documentários ou filmes sobre cães
ou alcateias de lobos ou cães selvagens, não se perguntou porque
que, em sua casa, seus cães não te obedecem como os animais dos
filmes ou não demonstram ter uma boa relação entre os seus pares,
como acontece com os lobos?

Na matilha, há uma relação poderosa que poucos realmente
entendem a força que há por trás de toda essa interação. Não é difícil
que toda essa “mágica” aconteça em seu lar, basta ter disciplina e
afeto na medida certa e logo verá a transformação acontecer.

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“Na vida do cão, nada é de graça”.

Assim como na natureza, na vida selvagem, o cão também tem
de esforçar-se para ter a boa vida que merece, em sua casa, não pode
nem deve ser diferente. Seja o líder desde o primeiro momento de
encontro com o cão até o fim da sua vida, isso fará com que o seu
cachorro tenha uma vida equilibrada e feliz.

Por mais difícil que seja, tudo começa a partir do tipo da relação
que você terá com o seu cachorro. Dar carinhos e mimos em excesso
é algo que nos faz bem (realmente é prazeroso). Para evitar qualquer
incômodo na relação entre você e o seu cão, pode-se começar a seguir
10 dicas simples que irão lhe auxiliar na educação do cachorro.

1. Eduque e estabeleça regras, desde cedo, ao seu cão.
Independente da idade, todos irão aprender qual é o próprio limite.
O importante é começar assim que chegar ao lar onde irá viver por
toda a vida. É claro que cães mais velhos exigem mais dedicação, pois
possuem alguns hábitos já definidos e precisam deixar de tê-los.

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2. Numa educação firme, não quer dizer que tenha de existir
agressividade. O respeito deve estar sempre presente. Para um bom
resultado é necessário que seja combinado o respeito com a gentileza,
a motivação com a dedicação; bastando, muitas vezes, apenas cinco
minutos diários para se ter o resultado desejado.

3. Preste SEMPRE atenção no comportamento do seu cão e
como este reage aos seus comandos, pois, se ele não obedece em
sua residência, fora dela, não será diferente. Então, seja firme, sem
ser agressivo, e reforce, com carinho ou petisco, apenas quando o
cão fizer o que você deseja. Assim, ele logo irá perceber que se lhe
obedecer será recompensado.

4. Seja sempre mais teimoso que o seu cão, aprenda a controlar as
suas emoções e a firmeza em sua postura e voz. Nunca eduque o seu
cachorro quando estiver nervoso, com raiva ou impaciente. Não será
dessa forma que obterá o seu respeito.

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5. Procure socializar o cão com o maior número de pessoas,
animais e ambientes que lhe for possível. Quanto mais cedo e maior
for essa experiência, mais sociável ele será e menores serão os riscos
de acidentes.

6. Quando chamar o seu cão pelo nome, jamais o faça junto a
castigo ou qualquer tipo de repressão. O nome deve ser sempre
associado à motivação ou qualquer tipo de ação positiva; se fizer o
oposto, algo que infelizmente é comum, o cão irá hesitar e até mesmo
evitar a aproximação toda vez que for chamado por seu próprio nome.

7. Jamais esqueça de praticar atividade física com o seu cão.
Além de ser uma ótima ferramenta na diminuição da ansiedade e na
manutenção da saúde do animal, o exercício também traz benefícios
para você, que o pratica junto a ele, reforça os laços nessa relação,
que deve ser cada vez melhor construída e diminui comportamentos
destrutivos.

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8. Todos os membros da família devem participar dessa educação.
Porque se as ordens e os limites não forem bem-definidos, o cão ficará
confuso e não saberá como agir. Quando os membros da família agem
como uma unidade, não existem incômodos.

9. Seja regular nas idas ao veterinário, respeite a cartilha de
vacinação e procure sempre manter o cão saudável. Quando se
conhece o animal, o menor desvio de comportamento é sinal de que
algo está errado e, muitas vezes, isso é causado por dores ou doenças.

10. Ao educar o cão, preocupe-se com o momento certo de reforçar
um comportamento. Um reforço malfeito é capaz de desfazer todo
um bom trabalho. Só dê atenção quando o animal fizer algo que você
realmente deseja. Um bom exemplo seria: ao chegar em casa, o cão
pula em você; em vez de procurar afastá-lo, simplesmente, ignore-o e
só dê atenção quando ele se acalmar. Desta forma, ele aprenderá que
só irá receber atenção ao manter-se calmo e tranquilo.

Você pode dar carinho e atenção, mas nunca esqueça que isso
deve ocorrer em momentos adequados e jamais aja por impulso. Ao
educar um cão recém-chegado, estará evitando um problema mais
tarde. O que nós desejamos é que essa relação seja a mais duradoura
e agradável possível.

“Assim como as crianças, os cães refletem
a educação que recebem”.

Uma matilha equilibrada e com regras claras não cria membros
com desvios de comportamentos ou qualquer possibilidade de
existir incômodos e, muito menos, acidentes. Todos na matilha têm
responsabilidades e regras a cumprir.

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Na natureza, o lobo ou cão alfa tem a função de liderar e ditar
as regras, e existe, por exemplo, aqueles que servem de sentinelas
quando os demais descansam, enfim, todos precisam conhecer o seu
papel no meio em que vivem, seja na natureza ou na cidade, em uma
matilha ou apenas entre o cão e seu único dono(a).

O Reforço

A educação é realizada por meio de reforço positivo para o cão
e não para você. Portanto, é de extrema importância que isso fique
claro, e, desta forma, possa se realizar de uma maneira que o cachorro
perceba que será bom para ele obedecer e responder ao adestramento
e à educação que recebe.

Saiba que existe o reforço negativo e o reforço positivo, dois
reforços importantes de serem conhecidos e aplicados no momento
exato. Um exemplo de reforço negativo é quando um cachorro puxa
demais a coleira durante o passeio e você faz com que o enforcador
entre em ação todas as vezes que isso acontece, o cão irá perceber
que se não puxar a coleira não irá apertar o seu pescoço e irá, desta
forma, parar de puxar a guia no passeio.

Já um bom exemplo de um reforço positivo é oferecer uma
recompensa, petisco ou fazer festa quando o cão fizer as suas
necessidades exatamente onde se deseja.

O objetivo da recompensa é, literalmente, fazer o que a palavra
significa, recompensar, presentear o animal com a ação que foi
realizada por ele. Então, quando você presenteia de forma agradável
e positiva, dando carinho e petiscos, está literalmente reforçando
aquela ação que o cachorro fez. No exemplo anterior, do cão que puxa
a guia, o enforcador funciona de forma negativa por simplesmente
impedir uma ação indesejada, que é a de puxar a guia.

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Então, já sabendo que uma recompensa positiva reforça uma ação
feita pelo cão, deve-se prestar atenção ao que irá presentear e como,
pois é isso que faz a diferença entre um cão bem-educado e um com
desvios de comportamento.

Existem várias formas de reforçar seu cão positivamente. Temos
petiscos, palavras de motivação, afeto e brinquedos. Não importanto
qual seja o prêmio, este deve ser dado assim que o cão executar aquilo
que se deseja.

Particularmente, gosto do afeto e palavras de motivação como
presente, apesar de saber que para alguns cães o petisco tem bons
resultados na fase de aprendizado, além de acelerar o ensinamento.
Então, com esses animais, presenteio com petisco, mas, com o tempo,
troco o petisco pelo afeto e pelas palavras de motivação.

É natural o seu cão ser capaz de aguardar a recompensa conforme
o treinamento evolui. Chegou um momento, com a minha Akita, que
era dada uma sequência de 20 comandos para, só depois, dar um
petisco e, depois, com o adestramento completo, bastava um toque
em sua cabeça para ter exatamente aquilo que desejava.

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É importante ter paciência durante todos os momentos da
educação do seu filhote, não se deve obrigar o cachorro a nada.
Porque, dessa forma, ele não irá aprender e você ficará cada vez mais
frustrado(a). Sempre que estiver ensinando o seu cão, faça-o de forma
calma e divertida, use esse tempo para interagir com ele, conhecê-lo
um pouco mais e aproveitar cada momento.

Atenção!

É fato que para aprendermos é preciso ter atenção àquilo que
fazemos, e com os animais não é diferente. Os lobos aprendem com
as suas mães e com toda a matilha na qual estão inseridos. Sabem
quando têm de caçar ou fugir, o momento de ficarem silenciosos ou
barulhentos, qual planta podem ou não comer, qual animal devem
caçar e dentre outras coisas. A atenção é importante para aprender,
quando se tem mais atenção, mais se aprende, mais rápido e eficiente
é o ensinamento, e isso deve ser aplicado na educação do seu cão.

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Já que o cachorro está todo o tempo observando todos os
membros da família, aprendendo com cada um e conhecendo cada
qual de forma tão profunda que muitos sequer imaginam, então, por
que não usar isso a nosso favor?

Quanto mais agradável for o adestramento mais o cão irá querer
ficar com você, sendo assim, vamos usar essa atenção natural como
ferramenta para nos auxiliar na aprendizagem do cão:

1. Quando der carinho ou brinquedo, deixe-o desfrutar
o máximo que puder e quando ele estiver totalmente
entregue, pare de fazer carinho ou retire o brinquedo,
deixando um gosto de “quero mais”, se ele ficar em
cima, literalmente, ignore-o, devolvendo aquilo que
o seu cachorro quer somente quando ele ficar quieto e
calmo. Com o passar do tempo, aumente os intervalos
gradativamente e, logo, o seu cachorro vai entender que
deve ficar quieto para ter o que deseja de você.

2. Não force o cão a fazer aquilo que deseja, ensina-o de
forma prática e procure sempre estimular com brincadeiras
e recompensas positivas.

3. Ignorar o seu cão é a pior das punições e a mais
eficiente. Não agrida, não grite, e, sim, ignore-o quando
ele estiver fazendo alguma coisa errada, como latir em
excesso ou pedir carinho em momento desnecessário.
É você que decide quando deve dar atenção, não o seu
filho de 4 patas. Como todas as artes, ignorar leva tempo,
paciência e aprendizado, mas o resultado é fantástico.

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Um bom adestramento ou educação não deixará seu cão ou
qualquer outro animal como um robô, o principal resultado é a melhora
da comunicação entre vocês. Ele continuará sendo o cão e tendo as
próprias necessidades, como correr e brincar, mas, assim que você
pedir por algo, ele irá atendê-lo tão feliz quanto prontamente.

Punição

Durante todo o momento em que o cão está aprendendo,
teremos de impedir que um comportamento indesejado aconteça, se
este já existe, então, iremos diminuir gradativamente a intensidade
do mesmo para que se chegue a um momento em que o desvio
comportamental seja completamente esquecido e assim inexistente.

E como isso é feito?
Criando um desconforto ao cão.

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O caminho mais correto a seguir é punir o cão todas as vezes em
que o animal fizer algo que não desejamos. Por exemplo: se o cão pula
inúmeras vezes em você, para punir essa ação podemos usar um spray
com água e borrifar o líquido no focinho do cão. O importante é criar
uma sensação que seja realmente desagradável ao cão, mas sem a
necessidade de ter violência envolvida.

Quando a punição é feita no momento exato, com intensidade
certa e de forma precisa, acredite, o cão rapidamente deixa de se
comportar mal.

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2. Preparando a educação

As preparações iniciais.

A Postura

Todas as vezes que iniciarmos a educação do cão, temos de ter
em mente que é preciso ser agradável e, ao mesmo tempo, agir
com firmeza. Deve ser estabelecida entre o dono e seu cachorro
uma relação de cumplicidade muito grande para que a educação e o
adestramento sejam realizados com o máximo de eficiencia possível.

É importante também que o animal se sinta estimulado, e, muitas
vezes, ele vai buscar no dono esse tipo de sentimento. Se você,
enquanto dono e educador, não estiver motivado para ensinar e fazer
de forma que seja estimulante para o cão, este não apenas deixará
de aprender como também estará perdendo tempo e uma grande
oportunidade de se divertir.

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A atenção do cão é fundamental no êxito da aprendizagem e
para que isso aconteça, de forma correta, o educador tem de estar
realmente estimulado para ensinar. Do contrário, deixe este momento
para outro dia em que esteja melhor, mais animado.

Assim como nós, humanos, os cachorros só fazem alguma coisa
se realmente existir um motivo e se significar algo importante, como,
por exemplo, passar o tempo com você ou ter a sua atenção.

Assim como você, o seu cão não nasceu sabendo, ele precisa da
sua paciência e dedicação para aprender exatamente da forma que
necessita e deseja. Fazendo isso, o seu cachorro irá lhe surpreender.

A Voz

O tom da voz é tão importante quanto a postura que deve ser
assumida todas as vezes em que se lida com o cão. O tom não deve ter
carinho em demasia, porque dessa forma o animal não irá respeitar,
assim como não deve existir a presença de agressividade, pois o
cachorro não irá se aproximar por simples medo.

Qual o tom que deve ser usado?

Um tom equilibrado, que não demonstre agressividade, mas,
também, que não seja carinhoso em excesso, assim como na postura,
um tom firme e calmo. Pelo qual o cachorro possa compreender
claramente o que deve ser atendido e de forma que obedeça sem
hesitar, não por medo, mas por respeito.

O tom deve ser trabalhado constantemente, sempre observando
a reação do seu cão. Ele será o seu mediador, preste sempre atenção
em como ele reage e logo saberá qual é a melhor forma de se dirigir e
obter o resultado desejado do seu animal.

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3. Aulas Iniciais

Educando o seu cão para lhe respeitar.
Petiscos

Os petiscos são os alimentos que usamos para recompensar o
cachorro. Eles nunca devem afetar de alguma forma a alimentação
do cão, quanto mais saudáveis melhor e sempre devem ser checados
quanto à validade, para evitar que o animal ingira alimento estragado
e, assim, tenha mal-estar ou algo pior.

Nas lojas especializadas de ração, sempre têm biscoitos, chocolates
e outros alimentos exclusivos de cães que podem ser oferecidos
como petiscos, mas o que realmente deve ser levado em conta, para
começar a educação e o adestramento, é descobrir quais são os
petiscos que o seu cachorro gosta realmente. É um conhecimento
que facilitará, e muito, toda essa fase de aprendizado.

Particularmente, opto por chocolates específicos para cães e
salsichas cozidas. Dois alimentos que sempre uso como petisco e
tenho bons resultados. Sendo que o ideal é dividir o petisco em
tamanhos pequenos para que não seja mais que um tira-gosto, um
agente motivador.

20

Tempo de adestramento

O tempo que você irá dedicar ao seu cão realmente não precisa
ser longo, mais de 20 minutos. Principalmente, porque o cachorro não
consegue se manter muito tempo atento ao que está sendo ensinado,
por tanto, de 5 a 10 minutos será mais do que suficiente.

Para que realmente tenha um bom resultado, você deve usar o
tempo em proveito próprio e aprender a notar o momento em que o
cão começa a dar sinais de cansaço. Quando isso acontecer, uma boa
dica é solicitar um comando.

Por exemplo, afaste-se do seu cachorrinho e chame-o pelo nome,
assim que ele chegar, reforce com um petisco e com palavras de
carinho e motivadoras como “muito bem”, Rude (nome do cão)
ou “isso”, Cristal (nome do cão). E não deixe de prestar atenção se
essa dica está ou não funcionando, se, em algum momento, deixar
de conseguir esse resultado, deixe o cão descansar e volte em outro
momento.

O mais importante, em todas as vezes que estiver educando o
seu cachorrinho é deixá-lo com a sensação de dever cumprido e o
comando realizado corretamente. Evite terminar o ensinamento sem
que o seu animal acerte o comando, porque se isso acontecer com
frequência o cachorro acaba por entender que não precisa executar
aquele determinado comando ou solicitação e, assim, deixa de
aprender.

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4. Desobediência Canina

Se seu cão é desobediente e não importa a quantidade de vezes
que você lhe dê uma ordem, ou mesmo contratando um profissional,
ele não muda, o problema é apenas um. Falta de uma liderança
consistente, o cão entende que quem manda no lar é ele e não
você e, por mais que diga o contrário, quem deu motivos para que
ele acreditasse nisso foi, sem sombra de dúvida, você e os demais
membros da família.

De acordo com a própria natureza, os cachorros nascem, vivem
e morrem dentro de uma matilha muito bem hierarquizada. Na qual
todos os membros, sem exceção, sabem qual papel devem assumir
a cada situação que venham a se confrontar. Se, em nosso lar, o
cachorro não encontrar essa mesma situação, então, irá assumir a
posição de líder e fará tudo do jeito que acreditar que é correto.

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No entanto, se o cachorro não obedece aos seus comandos, ele
pode simplesmente estar ignorando as suas ordens ou não estar
entendendo o que você diz a ele. No primeiro caso, é ausência de
liderança, e, na segunda situação, é simplesmente falta de uma boa
comunicação entre vocês.

Mas como saber o que está acontecendo?

Não existe nada melhor do que simplesmente observar, veja o tipo
de comportamento que ele possui. O seu cão não permite que outros
se aproximem de você e quer sempre ser o centro da sua atenção?
Sempre se mostra teimoso e faz questão de estar constantemente
em cima de você ou de outra pessoa da família? Não deixa você se
aproximar da comida dele e está sempre pedindo quando todos estão
se alimentando? Se você respondeu sim para essas perguntas, então,
o seu caso é simplesmente falta de liderança. O seu cão realmente
acredita que é ele que manda, que é o verdadeiro e único dono da
casa.

Se realmente deseja que esses incômodos desapareçam, então,
deve acreditar que é você quem deve ser o líder, o que toma todas
as decisões e iniciativas. O seu cão precisa é de estabilidade para ser
feliz, ele tem de sentir que você vai protegê-lo e cuidá-lo sempre que
precisar, sim, nós sabemos que você fará, mas isso não é ter de dar
afeto a todo o momento e, muito menos, não impor limites e regras.
Disciplina também é uma forma de cuidado e regras existem para
serem cumpridas e oferecerem esse equilíbrio na relação entre vocês.
Se o animal perceber que isso passou a acontecer, ele vai se submeter
e esses problemas irão terminar.

Agora, os caminhos para assumir essa posição de líder:

23

1. Sendo o lider, é determinante que seja o primeiro
em tudo. Entrar ou sair da casa no momento do passeio,
quem come primeiro é você e só depois põe a comida para
o cão. Não permita que ele fique onde realmente você não
deseja, como no sofá ou na sua própria cama. Ignore as
reclamações, como latidos ou choros.

2. Quando for alimentá-lo, demonstre total controle,
fazendo-o esperar sentado e calmo. Só lhe de afeto quando
o cachorro estiver em um estado calmo e tranquilo, jamais
faça isso quando ele estiver agitado ou excitado. Lembre-
se, é você quem decide as coisas e não o seu cão.

3. Limite a liberdade do cachorro pela sua residência,
com grades próprias para isso, no início, e, depois, retire-
as, mantendo sempre esse tipo de limitação. O cão deve
entender até onde pode ir e quando. Da mesma forma
quando ele subir nos móveis da residência, se você não
gosta, então, não permita. Mantenha as regras, sempre.
Os cães não entendem que porque você está mais feliz,
hoje, por algum motivo, como um aumento satisfatório
de salário, irá permitir uma exceção, eles acreditam que
poderão fazer o que quiserem. Se isso acontecer, todo o
trabalho foi em vão.

24

4. Uma coisa muito importante é controlar a
brincadeira, não é o seu cachorro que deve decidir a hora
de brincar ou de parar. Ele não pode impor o ritmo da
caminhada ou da corrida. É você, o líder, que faz isso. Se é
assim na natureza, então, não há motivo para que no seu
lar seja diferente.

5. Um comando dado não deve ser logo repitido se
não for obedecido. O correto é dar o comando e esperar,
existe o tempo do cão, se o cachorro não obedecer, aí sim,
você repete, algo próximo de quatro segundos. Se o cão
não fizer o que deseja, repasse o aprendizado e faça com
que ele entenda que não adianta não obedecer, você será
sempre o mais teimoso e terá o que deseja. Repita tudo,
calmo e assertivo, até ter o comando realizado. Só pare
quando o cachorro responder ao comando.

6. Não existe forma mais eficiente de manter a
liderança do que colocando os exercícios de obediência na
rotina do seu cão. Isso estimula o animal mentalmente e
é fácil de fazer, pois pode ser feito a todo o momento, na
hora de alimentar, no momento do passeio e até mesmo
quando nas horas de brincar ou dar um carinho.

25

E se o meu caso não for dominância?

Então, é mais simples do que se imagina, entretanto, não menos
importante. O que se deve entender é que a comunicação entre vocês
dois não está sendo bem-feita e é exatamente isso que deve mudar.

Se ele não obedeceu a uma ordem que já foi ensinada, que o seu
filhote já respondeu anteriormente de forma positiva e rápida, então,
volte a praticar esse ensinamento, pois ele pode ter esquecido ou,
como já mencionado, você não está sendo claro. Nunca deixe de
praticar qualquer que seja o ensinamento ou comando desejado, por
mais que o cachorro responda prontamente, é o dia a dia que fará com
que ele se mantenha sempre educado e obediente. É assim nos locais
onde os cães trabalham, como na polícia, no corpo de bombeiros, em
hospitais e centros de terapias.

O cão nunca deixa de ter em sua rotina um momento de
treinamento e educação, por mais que ele já tenha aprendido esse ou
aquele comando. Não deixe para começar amanhã ou depois, inicie
agora, pois isso irá facilitar a relação entre vocês. E jamais permita
que uma ordem ou regra, determinada por você, seja contrariada por
outra pessoa da residência, pois isso irá, sem sombra de dúvida, deixar
o cão confuso e só dificultará o trabalho de todos.

26

5. O nome

Saiba como fazer com que o cão SEMPRE lhe
atenda.

Chegou a hora de um dos momentos mais prazerosos de se ter um
cão, dar um nome e fazê-lo se aproximar toda a vez que disser o nome
dele. Em primeiro lugar, o nome ideal deve ser curto e com no máximo
duas sílabas. Como Cristal, Sol ou Lua, por exemplo. O ideal é que seja
simples, mas, se por um nome incomum, certifique-se que realmente
conheça a pronúncia e o tom certo para usar uma palavra como essa
no nome do seu cachorro, lembre-se de que sempre irá chamá-lo por
esse nome.

Pessoalmente, não me preocupei se outras pessoas iriam ter
dificuldades em dizer o nome da Akita Inu que tinha, o que eu queria,
realmente, era que pessoas desconhecidas não fossem capazes
de chamar a atenção da minha filhote já na tenra idade. Por isso,
coloquei um nome incomum, Engai, uma palavra que tem sua origem
na República do Quênia. E, mesmo assim, respeitei o que foi dito no
parágrafo anterior, duas sílabas e com sons distintos.

Outra coisa que não se deve esquecer é o tom usado para chamar
o seu filhote. Todas as vezes que chamar por seu cachorro, não grite
ou use um tom ameaçador, sempre procure usar um tom firme e
que demonstre afeto. É natural do cachorro evitar confronto, se não
seguir esse simples conselho pode ser que ele lhe atenda, mas, com
certeza, terá de chamá-lo uma quantidade maior de vezes do que se o
chamado fosse um pouco mais carinhoso do que agressivo.

27

Realmente é necessário aprender a
forma correta de chamar o meu cão?

Sim, é preciso. Pois assim irá evitar que o seu cachorro fuja, além
de diminuir os riscos que incômodos ou acidentes. Como o objetivo
dessa aula é ensinar o cão a obedecer todas as vezes que é chamado,
o que foi dito antes só prepara o terreno e facilita, assim, para o que
vem a seguir.

No início, você, com o petisco no bolso e em um lugar onde sabe
que não terão coisas para distrair o seu filhote, deixa o seu cão cheirar,
distrair-se e, quando sentir que o mesmo está calmo e tranquilo, diga
o seu nome no tom adequado. Assim que o cachorro olhar para você
e se aproximar, faça uma festa dizendo “isso”, “muito bem”, lhe dê
o petisco como reforço e deixe-o se distrair novamente, para, então,
repetir tudo novamente. Faça isso sempre e com duração de cinco
minutos. Logo o seu filhote irá lhe atender assim que ouvir o próprio
nome. Não esqueça de reforçar sempre com festa e petisco quando o
cachorro atender seu chamado.

Assim que o cachorro começar a atender pelo próprio nome, dê
tempo entre um chamado e outro, algo como um aumento gradativo,
iniciando por vinte segundos. Dê tempo para que o cão se distraia
cada vez mais e mais e repita novamente, da mesma forma que foi
ensinado no parágrafo anterior. Nunca esquecendo do tom correto e
que deve chamar apenas uma vez, se por acaso o cão não atender de
imediato, deixe passar um tempinho e chame novamente, o cachorro
atendendo, reforce de imediato e, novamente, deixe-o se distrair.

Com o cão atendendo seu chamado pelo nome, passe para outros
aposentos da casa, internos ou não. Aumente as distrações, fazendo
com que lhe atenda no quintal ou quando está passeando na rua.
Sempre reforçando e fazendo festa com as palavras “isso”, “muito
bem” todas as vezes que ele lhe obedecer. No fim, o importante é que
você seja capaz de obter atenção do seu cão a qualquer momento.

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O segredo é expor o animal às mais variadas situações e repetir
esse exercício, no tom correto, reforçando assim que o mesmo
prontamente lhe atender.

Quando menos esperar, notará tamanha
cumplicidade entre você e seu cachorro

Talvez, agora, esteja se perguntando se terá de ter sempre um
petisco para ter esse tipo de resultado. A resposta é não. Lembre-se
que sempre foi indicado que todas as vezes que o cão acertasse e lhe
atendesse você tinha de fazer festa, dizendo “isso”, “muito bem”.

Então, você já estava se preparando para esse momento. O
momento que não precisará do petisco, e sim do seu afeto e das suas
palavras de incentivo. Agora, literalmente, repita tudo que foi feito
antes sem petisco, todo o passo a passo ensinado anteriormente e,
principalmente, sem pular nenhuma fase. Logo, o seu cão irá atender
pelo próprio nome e sem precisar que você se esforce tanto para que
isso aconteça.

O quanto antes praticar, mais cedo terá os resultados. Esse tópico
é muito importante para evitar acidentes, como as fugas, que podem
trazer grandes problemas, inclusive um atropelamento fatal.

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6. Banheiro

Ensine-o a ir a fazer as necessidades
fisiológicas no lugar certo.

É natural do cão manter o local onde ele vive, come e descansa
limpo. Por isso, é fácil usar esse instinto natural a nosso favor. É mais
fácil do que se pensa. E, por favor, nunca espere um cão ter uma
determinada idade para realizar esse tipo de educação.

Sempre aplique esse
conhecimento, assim que o
cão chegar em sua casa

Não é que os filhotes não saibam se segurar por um certo tempo,
é que eles realmente não conseguem. Adote um horário para
alimentá-lo, ele logo irá se acostumar com essa rotina conforme esta
for sendo repetida. Desta forma, fica mais fácil educá-lo, pois, sendo
alimentando em um determinando horário, as suas necessidades
também serão feitas em um horário certo, algo próximo dos quarenta
minutos após as refeições.

Essas técnicas de bater e dar uma bronca assim que o filhote
fizer no lugar “teoricamente” errado - teoricamente porque, para o
cão, principalmente o filhote, ele faz onde se sente a vontade - estão
completamente erradas. Porque logo o seu cachorro irá entender
que fazer essas necessidades perto de você não é bom e vai começar
a fazê-las o mais escondido possível. E se isso acontecer, tanto as
broncas quanto o cão fazendo as necessidades escondido, acredite,
um trauma será instalado e, desta forma, a aprendizagem do banheiro
vai se tornar muito mais difícil do que realmente deveria ser.

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Nunca a violência será o melhor caminho

Já compreendido os detalhes anteriores, vamos, agora, ao passo
a passo dessa educação.

Primeiro, escolha o local que julgue adequado para que este seja o
banheiro do seu filhote. Ideal seria um local onde os moradores da casa
não transitassem com frequência, como um canto na área de serviço
ou no banheirinho. Delimite toda a área com jornal, criando realmente
uma caminha de jornal. Lembre-se que o cão não se alimenta onde
ele usa como banheiro, então, faça isso em locais diferentes ou, ao
menos, mais distante.

Assim que o seu filhote fizer as necessidades no jornal, elogie com
muita festa. E, nesse momento, você pode lhe encher de carinho,
como mais uma forma de reforçar o que ele fez anteriormente. Assim,
o seu cão vai entender que se fizer seu cocô ou xixi no jornal, você vai
ficar muito feliz e satisfeito. Logo depois, troque as folhas do jornal
sujo por folhas limpas.

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Se você manter ao menos uma folha do jornal suja com urina, mas
seca, embaixo das folhas limpas, isso irá facilitar todo o aprendizado.
Pois o cheiro irá ajudar a localizar onde exatamente ele deve fazer
para que obtenha todo o seu carinho e felicidade. Assim, o cão irá ver
o lugar escolhido como o seu banheiro e sempre fará as necessidades
apenas nesse local, em cima do jornal. Chegando até a “fazer”
somente quando houver um jornal presente.

Pouco a pouco, diminua a quantidade do jornal, deixando
apenas o suficiente para que o cachorro tenha um local específico.
Ele continuará fazendo apenas no jornal, mesmo que a quantidade
tenha diminuído, se isso não acontecer, ponha novas folhas de jornal,
mas volte a diminuí-las, reforçando quando o cão fizer a coisa certa e
ignorando quando o filhote errar fazendo no lugar onde não devia.

Deixe a quantidade de jornal que achar suficiente, podendo ser
uma, duas ou um pouco mais de folhas, entretanto, o tamanho da
cama tem de ser menor que no início, pois isso dá uma noção de
espaço para o filhote e facilitará o seu manejo diário.

O cão sempre dá sinal de que precisa ir ao banheiro, é preciso
que você saiba identificar isso no filhote, pois quanto mais cedo

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identificar esses sinais melhor será. Normalmente, o filhote late, se
puder, vai até o banheiro, fica inquieto, cheirando o chão, procurando
o cheiro do local que já é tão familiar ou até mesmo buscando o odor
das necessidades de outros cães. Se presenciar ao menos um desses
sinais, leve-o imediatamente ao banheiro, deixe-o à vontade e reforce,
com festa ou um petisco, assim que ele fizer o xixi ou fezes.

Se, apesar de tudo isso, o filhote ainda fizer as necessidades em
algum lugar errado, interrompa dizendo firmemente o “não”, leve-o
imediatamente ao jornal e repita o processo dito anteriormente. A
violência jamais será uma resposta ideal, então, não bata no seu cão.
Para evitar que o cachorro repita o ato de fazer onde não deve, limpe
o local sujo com algum neutralizador de cheiro.

Nunca, bata ou grite com o seu cão, nós, da Apaixonado por Cães,
não concordamos com esse tipo de educação ou adestramento, se é
que se pode dizer algo assim disso. Sempre iremos contra qualquer
tipo de violência que possa vir a sofrer um cachorro, não importando
a raça, idade ou qualquer tipo de deficiência que ele possa ter.

Cabe a você, proprietário(a), entender todos os sinais que o animal

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está lhe comunicando para interagir com você e com o ambiente
à volta. Regras e limites, sempre, mas violência e agressão nunca
devem existir. Assim como uma criança precisa de paciência e carinho
para aprender a ser um adulto educado e consciente, o filhotinho é
a mesma coisa, com amor e paciência nós conseguimos literalmente
qualquer coisa do nosso cachorro.

A única diferença entre o seu cão e o do cinema é que este teve
uma dedicação maior de alguém, se você fizer o mesmo, dedicar-se
ao seu “filho de 4 patas” com carinho e afeto, aplicando limites e
impondo regras na medida certa, acredite, você terá tudo de bom que
essa relação poderá proporcionar.

Deixa-me lhe contar rapidamente a minha experiência, prometo
ser breve. Acredito que você conheça uma raça de cachorro chamada
Akita Inu e também outra chamada Husky Siberiano. Duas raças que
têm fama de serem difíceis de adestrar por terem uma personalidade
teimosa, independente, e o principal, não são indicados para donos
inexperientes com cães. Bom, e se for um mestiço de ambos? É, teve
um momento na minha vida que me vi com um filhote mestiço dessas
duas raças.

Na época, não tinha nenhuma experiência com cães. O que tinha
era um grande amor por animais e, principalmente, pelos cães e
gatos. Cresci com gatos, sim tinha muitos lindos e fofos, mas nunca
com cães e foi justamente uma mestiça de um Akita com um Husky
que me presentearam. Ganhei com menos de quarenta dias de vida,
doente, cheia de vermes e outros parasitas. O pai, mestiço de Akita
com Husky, não lidava bem com nenhum outro animal que não fosse
o ser humano, já a mãe, uma Akita tigrada, legítima, além de só aceitar
bem os seus donos, já tinha matado um Pastor Alemão e aleijado
muitos outros cães.

Não, não sabia que a filhote que tinha em mãos vinha de um canil
de fundo de quintal e que talvez lá fizessem essas rinhas abomináveis.

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Na época, não era adestrador e trabalhava como bombeiro civil
no Tribunal de Justiça daqui, do Rio de Janeiro, lembre que não tinha
contato com cães, tentei conseguir um adestrador com uns colegas,
liguei para inúmeros profissionais e todos, realmente todos com quem
lidei, principalmente quando contava sobre a história do exemplar
que tinha em casa, depois de procurar por quase oito horas, durante
todo o plantão, falaram duas coisas:

1-“Largue esse cão em qualquer lugar porque você tem um
monstro em casa. E, não trabalho com esse tipo de cachorro”.

2- “Tudo bem, eu posso trabalhar com esse seu filhote. Mas vou
cobrar R$100,00 a hora. Porque se já fosse uma dessas raças que você
falou, já seria problema, sendo um mestiço, não irei fazer por menos”.

Frustrado por esses comentários, fiquei com medo de que
realmente estivesse com um problema em casa. Eu recebia crianças
em casa, tinha uma afilhada que, na época, estava deixando de
engatinhar. Precisava de um profissional, mas com o salário que tinha

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na época, era completamente impossível pagar um valor desses,
sinceramente, eu não cobro isso, acho um absurdo.

Voltei para casa, com esses comentários em mente. Tive umas
boas 2 horas para pensar bastante, pois esta era a distância do meu
posto no T.J. até a residência que morava na época.

Não acreditava que algo tão fofo, peludinho e que ficava me
seguindo por toda a casa poderia ser um monstro e até cogitei, por
alguns minutos, pagar pelo valor absurdo. No fim, tornou-se inviável.
Assim, resolvi estudar e conhecer primeiro cada raça e entender um
pouco mais sobre os cães e logo vi que o Akita e o Husky tinham um
que de lobo no sangue.

Como prometi ser breve, irei terminar dizendo que, aos seis meses,
essa filhotinha não pulava mais nas pessoas, deixou de destruir as
roupas do varal, fazia as necessidades no lugar certo, andava comigo
sem guia de madrugada, bastava chamá-la para logo vir até mim e
sabia sentar, ficar e já defendia a casa e a mim. Não, não ensinei isso a
ela, isso já era herança dos pais dela. Ah... E as crianças? (risos) Bastava
ver a minha afilhada e se abria toda para que a Duda fizesse carinho na
barriguinha dela. E, no fim, vi que o “monstro” não era tão feio assim
e que com dedicação e firmeza, regras e afeto, disciplina e atividade
física você pode ter aquilo que deseja do seu cão. Lembre-se de que
expliquei que não tinha experiência com cães?

Foi esse o motivo pelo qual que me tornei adestrador, porque tem
gente que vai querer abusar do seu amor e da sua ignorância. Não
permitam, aprendam sempre, pois o seu “filho de 4 patas” sempre irá
agradecer com todo carinho e dedicação em cada lambida e olhada
para você e sua família.

Foi isso que recebi, por todo o tempo que essa mestiça de Akita
com Husky esteve em minha vida. Ela me ensinou uma grande lição, e
acredite, seu cão está lhe ensinando, os dias, uma nova lição de vida.

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7. Latidos em demasia

Como corrigir latidos em excesso.

Tudo começou quando o homem, lá nos tempos em que vivia
em cavernas, percebeu que os lobos passaram a viver ao seu lado e
deixaram de ser uma ameaça, assim, tornando-se grandes aliados para
inúmeros perigos. Desta forma, começaram a querer determinadas
características comportamentais e a cruzar os animais que mais
evidenciavam os comportamentos desejados. Como os latidos por
exemplo, é por isso que os cães de guarda, os mais comuns, são muito
barulhentos e latem a qualquer sinal de estranheza.

Os latidos dos cães tem motivo

O latido pode ser uma simples forma de chamar a sua atenção,
pois, quando ele late, você aparece, mesmo que seja para lhe dar um
bronca. O latido pode ser pelo fato de ele ter percebido algo estranho
na casa do vizinho ao lado ou nas proximidades.

Nunca esqueça que os sentidos dos
cães são extraordinários

Antes de querer fazer o seu cão parar de latir vamos entender
porque ele late. Com certeza, os motivos são inúmeros, podem ser
fome ou necessidade de ir ao banheiro, se o cachorro, por algum
motivo, não tem acesso. A solidão e a ansiedade também os fazem
latir por não ter outra coisa melhor para fazer ou, como mencionado,
apenas como uma forma de chamar a sua atenção ou de outro
membro da família. No entanto, ele também pode latir porque algo
está errado, seja com ele, com alguém ou em algum outro lugar.
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Para diminuir os latidos, interaja bem com ele. Passeie com o seu
cachorro por, no mínimo, trinta minutos antes de ir trabalhar, sim, logo
na parte da manhã. Assim estará eliminando dois possiveis motivos
do latido incessante, ansiedade e falta de afeto. Aqui, você poderá
conversar com os demais membros da família, pois enquanto que
você sai com ele logo na parte da manhã, à noite, outra pessoa poderá
dar outra volta, ao menos de trinta minutos, com ele. E, por favor,
aproveite para fazer uma caminhada ou até mesmo uma corrida. O
seu coração irá agradecer.

O passeio é uma excelente ferramenta, é muito importante para
o seu cão. Mantenha sempre essa atividade, todos os dias da semana,
mas se isso não for possível, faça ao menos de 2 a 3 vezes e procure
revezar com outras pessoas da casa.

Um outro mecanismo de educação é ignorar o seu cão,
principalmente quando ele é filhote, pois irá entender que não terá
a sua atenção independentemente de qualquer coisa que se faça,
inclusive latir. Ignore o cão e reforce, com festa ou petisco, assim que
ele ficar quieto. Como nos outros tópicos, paciência e dedicação irão
fazer a diferença para que se tenha um bom resultado.

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Entenda uma coisa, se toda vez que o seu cachorro latir você lhe der
atenção, então, ele vai latir inúmeras vezes para que você nunca saia
de perto. Não adianta gritar, ele pode até parar, no entanto, voltará a
latir e todo o processo irá recomeçar. O cão late, você grita, ele para
e, depois de um tempo, que varia de segundos a alguns minutos, o cão
late, você grita, ele para e, depois de um tempo... É um ciclo sem fim
que não terá nenhum resultado realmente efetivo.

Faça o exercício anterior e veja os resultados aparecendo.
Agora, preste atenção, você dá um comando e o seu cachorro late
imediatamente, isso nada mais é do que problema de dominância,
de saber quem é que manda. Isso é o mesmo que as pirraças que as
crianças fazem quando não desejam fazer algo ou não recebem aquilo
que tanto querem, pense em como você reage a isso e já comece a ter
uma noção do que está acontecendo.

Sim, é preciso uma correção fisica, mas que não seja violenta ou
agressiva demais. Nunca iremos motivar que você machuque o seu
cachorro. Já viu como os cães e os lobos selvagens impõem a ordem
quando isso se faz necessário? Eles não atacam e ferem membros

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da matilha, eles mostram os dentes, rosnam e, quando realmente é
necessário, mordem em locais específicos para mostrar quem manda.
Não é interessante para a matilha que exista um membro ferido, isso
só diminui as chances de sobrevivência, dificulta tanto na caça quanto
na defesa de todo o grupo.

E da mesma forma você, dono(a), deve agir com o seu “filho
de 4 patas”. Fazer a correção física, na medida certa e totalmente
desprovida de violência.

Quando isso acontecer, logo após um comando, se o seu cão latir e
não lhe obedecer, segure firme na parte de trás da cabeça, exatamente
onde a mãe carrega seu filhote, e faça o som de “Shh”. Segure firme
e solte só quando ele parar de lutar, ou de se sacudir. Não recue, mas
para fazer essa ação tenha certeza de que o seu cão não vai lhe atacar,
se essa certeza não existir, bom, procure um profissional, pois o caso
do seu cachorro, sinto muito em dizer isso, já está bem grave.

Quando você toca no cachorro, já está dizendo quem é o líder e
quando o faz de forma correta, ou seja, sem raiva e frustração, mas
com uma postura calma, firme e assertiva, acredite, dificilmente, irá ter
de mostrar quem é que manda. Repita quantas vezes for necessário,
pois, no início, o seu cão irá procurar ser o líder, mas, como eles são
naturalmente seguidores, logo, o seu cão irá ceder.

Quando você grita, o cachorro acredita
que você está latindo

Um outro motivo dos latidos intermitentes são os estímulos que
ele recebe. Podendo estes serem de crianças que chutam o portão ou
atiçam de alguma forma o animal, a aproximação de um estranho da
residência, ele reage para defender o próprio lar, algo muito comum.

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Esse é um tipo de adestramento muito usado em cães de guarda,
pois é a mais pura verdade que um bom sistema de proteção não
é quando ele efetivamente é usado e tem o resultado esperado,
mas, sim, quando a prevenção é o mais importante. Como no caso
citado anteriormente, o cão vê um estranho, late e, mostrando-se
ameaçadoramente, acaba por afastar um possível agressor. Nesse
caso, isso é um ponto positivo no latido.

Devemos lembrar que um cão treinado assim, normalmente, irá
latir para todos que se aproximarem e o melhor remédio seria tirá-lo
da frente da casa e pôr em um local onde o animal não irá ver nenhum
estranho e, assim, não irá reagir. Pense se é isso que deseja, pois os
agressores esperam o melhor momento para agir sempre e será nesse
horário que poderão agir.

O que fazer então? Simples, não adestre o seu cão para reagir
a qualquer pessoa que chegue perto da residência, e, sim, apenas
quando alguém subir no portão, muros ou outros pontos de entrada
da residência. Um bom adestrador saberá fazer e lhe orientar para
obter o melhor resultado possível.

Para um cão, latir é um ato tão natural como para nós, seres
humanos, é como falar. No entanto, aprendemos o melhor momento
para nos comunicar e, na natureza, isso não é diferente. Observe, seja
na televisão ou se puder ao vivo, se os lobos ou os cães selvagens
quando estão caçando ficam latindo ou uivando a todo o momento.
Se fizessem isso, nunca iriam obter a caça e morreriam de fome.

Faça a educação correta desde cedo, desde o momento que o
seu filho peludo chegar em casa e não terá problemas. Lembre que
filhotes são mais fáceis de educar que os adultos ou mais velhos e,
sempre, procure estudar a raça do cão que irá ter em sua casa. Há uns
mais barulhentos e outros mais silenciosos.

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8. Fugas

Saiba como evitar a famosa e perigosa esca-
pada do seu cão.

Ensinar o seu cachorro a não fugir, todas as vezes que você abre
a porta da garagem ou o portão de casa, além de não ser tão difícil, é
um conhecimento tão necessário que, em vez de colocar no próximo
livro, resolvemos por logo no primeiro exemplar. Porque, afinal, é com
o bem-estar do seu cão que nós, da Apaixonado por Cães, estamos
preocupados e, por isso, resolvemos presentear tanto você como o
seu filho de 4 patas, com esse conhecimento.

Como evitar que seu cão escape

Antes de saber como evitar, saiba porque o seu cachorro foge.
Os motivos podem ser inúmeros: a falta do simples hábito de ir na
rua, uma rixa antiga com um cão da vizinhança, isso, logo, é notado
quando assim que o cão foge vai direto para o portão de algum
vizinho próximo, mas também a fuga pode ser por medo, como fogos
em festas de fim de ano, e até uma fêmea no cio nas proximidades
podem fazer com que seu cão fuja.

Apesar de inúmeros motivos, que se ficar citando aqui TODOS OS
POSSÍVEIS não iremos terminar NUNCA esse livro, o fato é que um
cão educado e adestrado tem com TODA CERTEZA menos chance
de fugir. E o primeiro passo é começar pela prevenção, bastando
verificar a altura dos muros e das portas da residência, assim como
observar a largura das grades do portão se este possuir, ter como
hábito verificar, todas as vezes, se a porta está realmente fechada,
bem como uma medida de segurança pode ser ensinar a não fugir,
mesmo com o portão aberto totalmente, fazê-lo obedecer todas as
vezes que o chamar pelo nome, como foi falado e ensinado no tópico
5 chamado Nome.

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Exercício é um ótimo caminho para a prevenção. Pode ser uma
caminhada de manhã ou até mesmo uma boa e velha corrida, não
importa a hora, o que interessa é manter o cão em atividade. Para
que, depois, possa ir descansar e assim não ficar ansioso por ter de ir
na rua assim que abrir o portão ou a porta de sua residência. Todas as
vezes que sair com o seu cachorro, mantenha a sua guia curta, com a
mão que segura a guia para trás, faça com que ele só saia para a rua
quando você dê a ordem e já estiver do lado de fora da residência. Se
o cão sair primeiro, seja antes dessa ordem ou com você ainda dentro
de seu lar, repita esse exercício simples até que o animal pare de sair
na sua frente ou sem a sua ordem. Um exercício que basta algumas
repetições com uma duração de 5 mim, em média, para já, no início,
apresentar alguns bons resultados.

Tornando isso um hábito, o cão incorpora essas ações em sua vida,
como é se alimentar e demonstrar carinho todas as vezes em que lhe
vê.

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E quando o cão não estiver comigo ou ao meu lado
sem a guia?

O próximo ensinamento é justamente para responder essa
pergunta. É realmente para aquele momento em que você chega em
casa e abre o portão para entrar, seja o da garagem ou de casa, ou,
por algum motivo como pressa ou simples descuido, deixa a porta
aberta e o cachorro foge.

Tudo começa, como sempre falo, com paciência e dedicação, é um
exercício simples, mas que precisa de muitas repetições, têm cães que
pegam logo logo, como foi o caso de Engai, aquela Akita Inu que tive,
e da atual Golden Retriever, Cristal.

Primeiro se coloca o cão afastado do portão, preso a uma guia
longa, se posicione entre ele e o portão e abre-o um pouco, quando o
cão se aproximar diga em um tom firme a palavra “Não!” ou um som
como o “Shii” impedindo-o e se este recuar ou ficar parado reforce
com petisco e com palavras afetuosas “isso”, “muito bem”. Repita
esse exercicio e, conforme a evolução do cachorro, abra cada vez
mais o portão até chegar o momento em que o portão será aberto
totalmente e o cão não irá desejar sair da casa.

No segundo momento, em estágio mais avançado, repita todo o
processo com uma pequena diferença, o cão não deverá estar preso
e sim livre para se movimentar. É importante seguir todos os passos
anteriormente de forma gradativa, pois o bom resultado foi quando
o cão estava preso agora, ele se encontra solto e por isso deve se
começar do inicio.

Apesar de ser um exercício simples, é eficiente e deve ser feito de
forma gradativa e sempre repetido, pois não existe nada melhor que
o reforço no adestramento. Aliás, todo o conhecimento que adquiriu
até aqui, é para ser repetido sempre que possível, e ,se feito de forma
calma e prazerosa, até aquele cãozinho teimoso e ou velhinho vai ter
um resultado surpreendente.

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9. Socialização entre os
cães

Não é só feio como também é uma situação muito chata, para não
falar perigosa, se deparar com uma pessoa que, durante um passeio
com o seu cão, este está totalmente arredio e pronto para morder
qualquer um ou qualquer coisa que se aproxime. É chato ter de
atravessar a rua, ficar parado e esperar o dono passar com o cachorro
e até mesmo levar um susto, quando ao virar uma esquina, de repente
e sem qualquer aviso, se deparar com um animal nesse triste estado.

Apesar de ser um problema grave, muitos donos reforçam a
agressividade de seus cães e, por incrível que pareça, muitas vezes sem
saber. Quando isso acontece, normalmente, é porque o cachorro não
teve uma boa socialização quando era mais novo e acabou adquirindo
esse péssimo hábito, ou, na tentativa de acalmar, seu proprietário
acaba por reforçar essa atitude que pode se tornar um incômodo no
início e que, com toda certeza, será extremamente perigoso em um
futuro próximo. Para todos os envolvidos, para o dono, para o animal
e para qualquer um que estiver próximo quando esse cachorro fugir
por um descuido qualquer.

Você quer passar por isso?

Se a resposta for não, então, em primeiro lugar, nunca faça carinho
ou dê qualquer tipo de afeto quando seu cachorro for agressivo, em
um momento que não seja realmente necessário. Se não for para uma
ameaça definitivamente clara, nunca permita que seu animal seja
agressivo e, portanto, repreenda sempre e com firmeza na voz.

Acostume-se, desde cedo, a passeiar com o seu filhote, não fique
tenso se por acaso suspeitar de um estranho, pois esse sentimento

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é captado pelo cachorro e ele irá sentir necessidade de defender
você e poderá avançar na pessoa desconhecida. Se quer um cão
que lhe proteja, um bom adestramento irá lhe dar esse resultado da
forma mais segura e eficiente possível, portanto, procure um bom
profissional para ter o resultado esperado.

Não seja possessivo, permita ao filhote interagir com
desconhecidos e com outros cães, leve-o para praças e parques e faça
com que toda essa interação seja a mais prazerosa possível tanto para
você quanto para o seu cachorrinho. Se você ficar calmo e tranquilo,
vai passar toda essa energia para ele e, desta forma, a possibilidade de
acidentes provocados por agressividade será bem menor.

Uma boa socialização é igual a uma alimentação de qualidade e
à prática de exercícios bem realizada, tanto para o cachorro quanto
para todos que interagem com o mesmo, sentem e recebem todos os
benefícios. O risco de acidentes com pessoas e com outros animais se
torna quase que inexistente, tudo porque o cão não se torna agressivo
por qualquer coisa e tem um temperamento calmo e tranquilo, mesmo
os de raças mais enérgicas e dominantes.

Todos os cães devem ser socializados?

Sim, todos os cães, de todas as raças e inclusive os que são de
guarda e proteção. Pois, afinal, um bom cão de guarda não é uma
criatura descontrolada e mordedora, mas o oposto disso. Só ver os
inúmeros exemplares das forças auxiliares e militares, muitos deles
são usados em ações policiais tanto quanto são usados para entreter
o público quanto em terapias assistidas.

O que deve ser feito é que o cão entenda que todas as vezes que
interagir com pessoas ou animais será prazeroso e divertido. Todas
as vezes que ele se mostrar calmo, tranquilo e feliz é nesse momento

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que você e qualquer outro membro da família pode, sem sombra
de dúvida, dar todo o carinho e afeto que desejar. Isso irá funcionar
como um “petisco” e agirá como um reforço positivo, fixando esse
tipo de comportamento e não a agressividade, pois isso não é o que
queremos.

Socializar um cão não é difícil, pelo contrário, é bem simples, o que
precisa é de paciência e persistência, melhor se começar desde filhote.
Pois quanto mais cedo educá-lo para ser sociável, mais rápido e fácil
será esse tipo de condicionamento. Acostume-o de forma gradativa
às novas experiências e às sensações desconhecidas, não se precipte
e sempre respeite a personalidade do seu cachorro. A seguir, algumas
orientações para saber agir quando a necessidade aparecer:

1. Conheça bem o seu filhote e aprenda a ler seu
comportamento, pois nem sempre um abanar de rabo
quer dizer que ele tá feliz. Muitas vezes eles apresentam
sinais antes de qualquer tipo de ação, por mais discreto
que seja, a Akita que eu tive, agia sem rosnar, no entanto,
sua orelha era discretamente colocada para trás e, no
mesmo instante, acomodava-se nas patas traseiras. Se
você pensou em um salto, era realmente isso que ela fazia.
Nunca houve acidente comigo, sempre soube a hora certa
de agir e evitar algo que fosse desnecessário.

2. Todas as vezes que o seu cachorro demonstrar
agressividade e que não seja para lhe defender de uma
ameaça clara, mostre que isso não é aceitável dando uma
correção na guia para o lado, nunca para cima, no mesmo
instante que repreenda dizendo a palavra “Não!” de forma
clara e firme.

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3. Reforce sempre, com carinho ou petisco, quando o
seu filhote demonstrar afeto e tranquilidade perto de um
estranho ou um animal. No entanto, faça essa aproximação
de forma gradativa, só permita que um desconhecido
toque no seu cachorro se realmente tiver 100% de certeza
de que não irão ocorrer acidentes.

4. Esteja sempre preparado para evitar qualquer
acidente, reprima antes da ação do cão. Se o mesmo se
mostrar arredio, não force e não permita de forma alguma
o contato com a pessoa desconhecida. É melhor pedir
desculpas do que ser processado e, talvez, preso.

5. Como toda educação e método de adestramento,
a socialização deve ser feita frequentemente e de forma
agradável.

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Para finalizar, termino dizendo e reforçando que o segredo está
na paciência; pois nunca um animal irá ficar sociável de uma hora para
outra, no hábito; esse é um ensinamento que deve ser realizado com
frequência, na liderança frequente; pois se o seu cachorro perceber
que você não se sente seguro ele irá agir da melhor forma e com tudo
que a natureza lhe deu e, por último e não menos importante, seja
sempre firme; nunca aceite que o seu cão demonstre agressividade
desnecessária, repreenda de forma rígida, mas nunca com raiva ou
frustração.

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